A ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros começa a impactar diretamente o bolso do consumidor no Brasil. De acordo com o jornal
O Globo, os reflexos dessa política protecionista já são sentidos no mercado interno, principalmente nos setores de carnes e frutas, que registram queda nos preços no atacado.
Carne bovina e manga caem no atacado, enquanto café sobe com valorização em Nova York
Em contrapartida, o café, um dos principais itens exportados pelo país, sofre valorização no exterior e volta a encarecer por aqui.
O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina, frutas, suco de laranja e café para os EUA, e a possível redução nas compras norte-americanas tem gerado mudanças imediatas no destino da produção nacional. As carnes, por exemplo, acumulam queda de 7,8% nos preços de atacado entre 24 de junho e 21 de julho, de acordo com dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP.
Segundo Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Cepea, grandes empresas como JBS e Minerva podem redirecionar exportações a partir de outras unidades instaladas em países como Austrália, Argentina e Uruguai, mantendo a produção brasileira voltada ao mercado interno. Para ele, os preços menores devem chegar ao consumidor em agosto, mas ainda é difícil prever o tamanho da queda nas prateleiras. Com a dificuldade para exportar, aumenta a oferta doméstica, e o preço cai”, resumiu.
Enquanto carnes e frutas caem de preço, o café segue caminho oposto. Com a perspectiva de taxação nos EUA, a cotação do grão na Bolsa de Nova York subiu 6,8% entre 14 e 17 de julho. O efeito foi imediato no Brasil, revertendo a tendência de queda observada desde fevereiro, quando a saca de 60 quilos custava R$ 2.627 e chegou a R$ 1.602 em 7 de julho. Agora, o preço já atinge R$ 1.803.
Perspectivas
No segmento de frutas, os preços também estão em baixa. Dados do Hortifrúti/Cepea indicam que a manga tipo tommy, cultivada no Vale do São Francisco, caiu 4% na terceira semana de julho, chegando a R$ 1,36 o quilo. O valor pode continuar despencando, caso as 48 mil toneladas previstas para exportação aos EUA fiquem no mercado interno.
Analistas são cautelosos em cravar que já se trata de efeito do tarifaço, mas veem uma associação. No caso do café, o efeito é o oposto: os preços estão em alta em Nova York e começam a subir por aqui, invertendo uma tendência que já vinha sendo percebida há algumas semanas.
Nas feiras, já é possível ver o preço das frutas caírem, mas analistas dizem que o impacto das tarifas deve baixar ainda mais os preços dos produtos. Perecíveis deverão ser os bens mais afetados pela incerteza criada por Trump.
De acordo com feirantes, a maioria dos itens ainda não teve grandes alterações de preço, mas a uva, por exemplo, já ficou mais barata. “Nos depósitos, tem muita carreta de uva. No mês passado, estava pagando R$ 110 pela caixa, Hoje está por R$ 40”.
(Fontes: O Globo e brasil247.com)
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