A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o reajuste tarifário anual das contas de luz para os mais de 112 mil clientes da concessionária Energisa em Nova Friburgo. O aumento que entrou em vigor já nesta quarta-feira, 22, é de 19,20% para os clientes residenciais. De acordo com nota emitida pela Aneel, os itens que mais impactaram a correção foram encargos setoriais e os custos da compra de energia. Contribuíram para atenuar o reajuste a devolução dos créditos do tributo PIS/Cofins.
Segundo a concessionária de energia elétrica Energisa, o índice foi calculado para garantir a capacidade de investimentos da empresa no município de sua área de concessão e a garantia do atendimento aos clientes. Além disso, o novo reajuste busca corrigir o custo das operações de infraestrutura de transmissão, que leva a energia até a rede da empresa. “Além dos investimentos, a concessionária tem que honrar diversos compromissos, pagar a energia comprada, os salários dos seus funcionários, repor equipamentos de segurança, garantir que a frota tenha condições de deslocamento para atender as necessidades dos clientes com agilidade. Sem a análise desses custos e a correção anual da tarifa, ocorreria o sucateamento da infraestrutura e a população seria penalizada”, explica Bernardo Athayde, gerente corporativo de regulação econômica da Energisa.
Ainda de acordo com a concessionária, nos últimos cinco anos, de 2017 a 2021, foram investidos pela Energisa R$ 50 milhões em Nova Friburgo. Em nota, a empresa informou também que ao longo deste ano serão investidos mais R$ 24,3 milhões, quase o dobro do valor aplicado em 2021. Os resultados se traduzem nos indicadores de qualidade de fornecimento. A Energisa fechou 2021 com o menor índice de duração das interrupções (DEC) de energia dos últimos quatro anos: 6,52 horas em 2021. A frequência das interrupções (FEC) também possui uma boa marca: 4,29 vezes.
"O cenário econômico influencia diretamente o reajuste anual. Nosso esforço é sempre no sentido de ganhar eficiência para poder repassar para o cliente. Nos últimos 12 meses, o índice inflacionário avançou 11,73% (IPCA). Já a parcela da distribuidora foi reajustada em apenas 2,63%”, completa o gerente.
Do total da fatura, 17% ficam com a distribuidora, Energisa. O restante é dividido com geradoras (29%) e transmissoras (14%). Encargos e tributos do governo respondem por cerca de 40%, ou seja, de cada R$ 10 pagos pelo cliente, R$ 4 não ficam no setor elétrico.
Reajuste das bandeiras tarifárias
Na última terça, 21, a Aneel aprovou também o reajuste dos valores das bandeiras tarifárias (cobrança extra aplicada às contas de luz quando aumenta o custo de produção de energia no país). A revisão dos valores das bandeiras acontece anualmente, normalmente na metade do ano.
Pela proposta aprovada pela agência, a maior alta será no valor da bandeira vermelha patamar 1 (alta de 63,7%). A bandeira amarela vai subir 59,5%, enquanto a vermelha patamar 2 aumentará 3,2%. A bandeira verde seguirá sem cobrança.
A bandeira tarifária referente ao consumo do mês de maio de 2022 será verde para todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional, a malha de transmissão de energia que cobre quase todo o território brasileiro. Com a bandeira verde, que indica condições favoráveis de geração de energia, não há complemento de cobrança na tarifa.
A bandeira "escassez hídrica" foi excepcional e temporária. Criada durante a crise energética do ano passado, ela vigorou de setembro de 2021 a 15 de abril deste ano, data a partir da qual foi extinta.
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