Louvável seja o livro!

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

segunda-feira, 22 de março de 2021

“Quem não lê, aos 70 anos terá vivido só uma vida: a sua. Os que leem terão vivido cinco mil anos. Ler é uma imortalidade de trás para a frente”.

Esta semana uma amiga, Carmem, com quem estou constantemente em contato, me enviou este pensamento, que é do célebre escritor Umberto Eco. Então, refleti a respeito dos benefícios que a leitura traz a uma pessoa. Cada um tem seus gostos e preferências, e a busca pela leitura deve ser orientada pelo prazer de ler, pela satisfação de perceber a vida em outras perspectivas e ampliar as possibilidades de compreensão da existência humana e da natureza. Os livros embalam nossos pensamentos e sonhos, ocupando de modo saudável o tempo que temos para relaxar, atraindo nossa atenção quando estamos aguardando a vez, ou até mesmo quando estamos num transporte. Estou cansada de ver leitores mergulhados na leitura em ônibus, metrôs e aviões. Sou um deles, para confessar um dos meus hábitos.

Quem lê amplia o poder de reflexão e argumentação. Torna-se mais capaz de interagir com as situações, vislumbrar outras oportunidades e planejar a vida com sabedoria. Certa vez, assisti uma palestra na biblioteca do SESC-NOVA FRIBURGO, em que a palestrante expunha o valor da leitura para jovens alunos. Percebi que eles gostavam de ler, o encantamento que sentiam com os personagens e como apreciavam os momentos em que se deixam levar pelo enredo das histórias. Entretanto, eles se queixavam de que não tinham livros disponíveis. Ou seja, os leitores de qualquer idade sofrem com a falta de oportunidades de leitura!

Mas há os que as possuem e não leem, uma vez que, provavelmente, gastam, cada vez mais, o tempo com os aplicativos virtuais de relacionamento. É certo que vivemos num mundo interativo, a internet é um veículo potente de comunicação e não podemos nos abstrair do universo virtual; temos de sobreviver no mundo civilizado! Mas é preciso ter amadurecimento para reconhecer os limites de uso e ser ciente de que nos livros encontramos fontes de ideias, prazer e de cultura. Quem lê tem o mundo nas mãos porque é alimentado por histórias e fatos, tem riqueza interior porque é abastecido por valores, tem vocabulário porque vivencia a língua em sua amplitude de emprego. Além do mais, cada leitura nos oferece algo de extraordinário que nos toca e nos faz ser diferente. Ah, as biografias!, como nos permitem conhecer a vida de pessoas corajosas, talentosas e sensíveis às questões relevantes, que modificaram a história.

Ler é poder adentrar diferentes universos culturais de tempos e espaços distintos. É viajar no tempo. E, por mais incrível que pareça, meu caríssimo amigo, os textos antigos têm atualidade. A premissa, o que não está na Bíblia, está em Shakespeare, é verdadeira, uma vez que os mitos, as lendas e as histórias de povos estão descritas em textos, em cada palavra, em cada frase, mostrando as relações de causa e efeito, os motivos das vitórias e derrotas, dos ideais, dos erros e acertos.  Inclusive, as múltiplas faces do caráter.

Ora pois, o livro não é uma caixa de surpresas e de magias?

 

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Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

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