No Dia do Palhaço, Abelhito fala sobre a missão de fazer as pessoas rirem

“O palhaço mostra que de uma queda podemos levantar e ganhar aplausos”
quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
por Jornal A Voz da Serra
Léo Abelha (Fotos: Henrique Pinheiro)
Léo Abelha (Fotos: Henrique Pinheiro)

 

Um estudo da Universidade de Oxford, na Inglaterra, em 2011, mostrou que dar uma boa risada ajuda a reduzir a sensação de dor. Os médicos explicaram que, depois do riso, hormônios como endorfina e serotonina são liberados na corrente sanguínea, o que proporciona bem-estar. “Ela se torna mais forte imunologicamente e vence todos os obstáculos. É um remédio e tanto”, explicou à época Roselle Steenhouwer, diretora de um hospital. O ditado “Rir é o melhor remédio”, se provou verdadeiro e em tempos de grande tensão, como o atual, nada melhor do que dar uma boa gargalhada.

E quem é expert em arrancar sorrisos tem um dia só pra chamar de seu. Neste dia 10 de dezembro é comemorado o Dia do Palhaço. Ao longo da história os responsáveis por nos fazer rir têm lugar de destaque. O chamado “bobo da corte” era o responsável por divertir a realeza e os membros da nobreza. Ele usava roupas e acessórios coloridos, cetro com penduricalhos e zombava dos convidados dizendo com gracejos verdades que ninguém tinha coragem de falar. Adorado pelo povo e respeitado pela nobreza, o bobo tinha passe livre em todos os lugares. O palhaço moderno, como conhecemos atualmente, surgiu na Inglaterra, no século 18.

Fazer palhaçada, no entanto, exige técnica. Por isso, os palhaços mantém a fórmula de se vestir de maneira excêntrica e ter acessórios que chamam atenção como, sapatos grandes, roupas coloridas, chapéus grotescos e levam nomes engraçados como Arrelia, Piolin, Carequinha, entre outros.

Em Nova Friburgo, o palhaço Abelhito é o responsável por levar alegria a diversas crianças e quem dá vida ao palhaço é o artista Léo Abelha, que também é professor e músico. “O “Abelha” é apelido desde a época de músico e aproveitei para me transformar no Palhaço Abelhito. No universo dos palhaços existem muitos profissionais com nomes comuns como “Pipoca”, “Picolé” e “Paçoca”, aí eu pensei em criar um nome que fugisse desse senso comum e me identificasse. Não conheço nenhum outro palhaço com o mesmo nome que o meu”, comemorou.

Mesmo antes da pandemia, o incentivo à arte circense estava em baixa, como relatou Léo Abelha. “A arte circense já teve mais estímulo, e os tipos de entretenimento mudaram. Hoje em dia há mais opções na TV, a internet é um campo vasto de entretenimento... Poucas pessoas vão ao circo, ou procuram esse tipo de lazer. Quando o Gilberto Gil assumiu o Ministério da Cultura foram lançados alguns editais de fomento ao circo, mas hoje em dia não tem mais”, lamentou.

Léo Abelha segue uma linha mais humana, como ele mesmo definiu. Com pouca maquiagem, usando a careca a seu favor, ele afirmou que “menos é mais” e que essa fórmula traz público, não só crianças, mas adultos, também. “Quem estiver a fim de rir, quem estiver a fim de entrar em uma lógica um pouco diferente do que está aí, é para essas pessoas que nós palhaços nos apresentamos. O mundo exige que você seja correto, que não falhe. O palhaço mostra que de uma queda podemos levantar e ganhar aplausos. É não ter vergonha das suas falhas, dos seus defeitos. Fazer o público te amar do jeito que você é, ‘todo errado’. O adulto se identifica com isso, também”, afirmou.

 

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