A importância do tratamento precoce na Covid 19

Max Wolosker

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Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 01 de julho de 2020

O jornalista Alexandre Garcia, promoveu no último fim de semana uma live, no YouTube, com vários médicos, de várias especialidades com o título: “Covid-19, o tratamento precoce salva vidas”. Um dos objetivos foi o de tranquilizar a população, estressada pelo confinamento prolongado, para mostrar que na fase de replicação do vírus, na primeira semana de contaminação, o tratamento precoce é de suma importância e salva vidas. É importante frisar isso, pois minha enteada, morando em Teresópolis, quando apresentou os primeiros sintomas e procurou o ambulatório específico recebeu apenas uma receita de antitérmicos e a recomendação de repouso e afastamento das outras pessoas de sua casa.

Essa live foi organizada em conjunto com o grupo Covid-19 DF, um dos muitos que existem no país, que é a reunião de vários médicos em torno de um objetivo comum, ou seja, o de salvar vidas. Aliás, o de Brasília é o segundo do Brasil, com 290 médicos.

A dra. Hercília Pimenta, idealizadora do grupo, é uma sobrevivente da virose. Além de mostrar as três fases da doença, a inicial cujos sintomas principais seriam: febre (que pode estar ausente), dor de cabeça, congestão nasal, coriza, desconforto na garganta, tosse seca, dores nos olhos e no corpo, fraqueza, cansaço, anosmia (perda do olfato), disgeusia (perda do paladar), tontura, poliúria, aumento do número de evacuações e manchas no corpo. As duas outras são a de inflamação e a de super inflamação.

Ela enfatizou que na fase 1 forma utilizados medicamentos com potencial efeito anti viral como a Hidroxicloroquina, Ivermectina, Azitromicina, Nitazoxanida associada ao zinco que tem um efeito imuno modulador e antiviral e Hemoxiheparina, um antitrombótico, pois muitas vezes esses pacientes têm uma atividade pró trombótica aumentada.

Em seguida, falou o dr. Cássio Prado, prefeito de Porto Feliz, uma cidade há 90 quilômetros de São Paulo, com 50 mil habitantes, que implementou bem precocemente um protocolo tratando os pacientes com os primeiros sintomas, os contactantes e a profilaxia do pessoal de saúde; foi baseado nos protocolos de Madri, Bergamo e Marselha. O diagnóstico foi feito com a sintomatologia, testes e tomografia pulmonar.

Desde 28 de março (quando foi registrado o primeiro caso) até hoje foram distribuídos 1.500 kits, o que foi muito criticado no início, com os medicamentos que já foram citados. Desses 1.500 tratados precocemente, ninguém evoluiu para tubo, respirador, UTI ou óbito. As três mortes registradas, são exatamente daqueles que não fizeram o tratamento na fase 1. Os que passaram para a fase 2 evoluíram bem com o tratamento indicado para esse momento. Uma coisa importante é que os contactantes passaram por uma profilaxia com ivermectina, eram em número de 4.500, com Covid em casa. Hoje, o número deve ser maior. Essa profilaxia foi estendida para trabalhadores em alojamento que tinham alguém infectado entre eles. Nenhum desses contactantes desenvolveu a doença.

Foi feita uma experiência de profilaxia numa quadra com cerca de 290 moradores. Nas quadras ao redor houve casos, naquela específica ninguém se contaminou. Segundo ele, foi uma experiência de sucesso e o que preocupa a Secretaria de Saúde, no momento, são aquelas pessoas que só procuram atendimento já na fase 2 e que demandariam leitos de UTI, como é o caso atualmente. No protocolo constam: Hidroxicloroquina 400 mg de 12 em 12 horas no primeiro dia e 400 mg diários por mais quatro dias ou Ivermectina 6 mg ao dia por quatro dias associado a Azitromicina 500mg por cinco dias. Plasil, Celocoxibe 500 mg diários por cinco dias (no lugar do zinco) e Clexane 40 mg por quatro dias podendo estender por 14 dias.

A profilaxia do pessoal da saúde é feita com Hidroxicloroquina ou Ivermectina. No caso da hidroxi, dois comprimidos no primeiro dia e depois um por semana. Os contactantes usam Ivermectina. Ninguém, felizmente, desenvolveu a doença, exceto dois médicos que se recusaram a fazê-la.

A cardiologista Alexandra Mesquita disse que os pacientes sem arritmia, que usaram a Hidroxicloroquina, nessa dose, não tiveram problemas, comprovado por eletrocardiograma. Enfatisou que essa droga é usada por mais de 70 anos e, se fosse perigosa, na dosagem correta, já teria sido tirada de mercado. A dra. Vânia Brilhante, da Unimed de Belém-PA, mostrou que o colapso hospitalar da cidade só foi resolvido quando eles iniciaram o tratamento precoce, com distribuição de kits com Cloroquina. Em uma semana, a situação melhorou muito, com diminuição importante das internações. A Unimed de Belém, atualmente, está distribuindo esses kits para as cidades do interior, pois a demanda na capital diminuiu.

Portanto, é preciso que a população saiba que deve procurar um serviço de saúde aos primeiros sintomas e que o tratamento precoce e o uso de máscaras, diminui de maneira exponencial o número de internações e o que é mais importante, salva vidas. 

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