O que você mais coloca diante de seus olhos e ouvidos?

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Os profissionais de marketing sabem muito bem que o visual influi de forma poderosa a nossa mente. O que você vê e ouve, pode despertar desejo. Então, a estratégia de quem lida com propaganda e marketing é apresentar algum visual e áudio que produza desejo de consumo.

Existe uma lei em psicologia que diz que você se torna mais parecido com aquilo que mais contempla. No que você gasta mais tempo observando num dia ou numa semana? Algum programa de televisão? Gasta muitas horas no celular ou tablet olhando vídeos? Vive contemplando fotos, imagens? Você está se tornando parecido, mais parecida com o que tem mais contemplado.

E mais que isto. Não é só se tornar parecido com o que mais contempla, como também com o que mais pensa. No que você mais pensa? Em coisas boas? Em como ganhar algo pela mentira? Numa forma de prejudicar alguma pessoa? Ou em como ajudar alguém cada dia e fazer algo útil? No que você mais pensa, nisso você se torna.

Se seus pensamentos, se as imagens que assiste cada dia são do bem, você está sendo formado uma pessoa do bem. O contrário é verdadeiro, se você vive pensando e olhando coisas más, em tragédias, em atitudes violentas e corruptas, isso prejudica seu cérebro e a formação de bons impulsos em suas atitudes.

Se observarmos numa visão geral o que as redes de comunicação de maior audiência apresentam diariamente em sua grade de programas no rádio e na TV, parece que o conteúdo envolve violência, corrupção política, endeusamento de atletas, tragédias naturais, conflitos de interesses comerciais, matérias pagas para defender este ou aquele líder político, empresário milionário ou ideologia, e por aí vai. Como isso afeta a mente do consumidor de notícias e programas em geral? Afeta para a saúde ou para a doença? Para a esperança ou desesperança? Para a alegria ou para a tristeza? Para a confiança ou desconfiança nos poderes sociais?

Selecione o que você lê, ouve, pensa, fala e vê. Todo este conteúdo afeta diretamente seu cérebro, para preservação ou não da saúde mental. E o que pode dar esperança é que você pode fazer a escolha do que vai colocar diante de seus olhos e ouvidos, embora estejamos caminhando a passos largos para a castração da liberdade social. Mas mesmo quando chegar o tempo, e infelizmente não vai demorar, em que poderes sociais tirarão a liberdade do povo em vários sentidos, obrigando a população a fazer o que esta liderança irá oferecer como alternativas em nome do “bem comum”, ainda será possível, felizmente, escolher o que você irá pensar, ler, ouvir e falar.

Escolha cada dia, mesmo gradativamente, aos poucos, evitar se expor às notícias desanimadoras, leituras “água com açúcar” que não nutrem a mente, vídeos que produzem pensamentos ruins e maldosos. Escolha aquilo que pode construir em sua pessoa atitudes maduras, compassivas, de autoproteção, de ajuda aos outros sem conflitos de interesses com o erro.

 

Claro, você pode querer saber como andam os eventos na sua cidade, estado, país e mundo em geral. Mas faça isso só para obter informações que possam lhe ajudar e dar uma noção da realidade social local e mundial, mas sem exageros de tempo gasto nisso.

O que você coloca diante dos seus olhos e ouvidos? O conteúdo que você decide ver e ouvir está produzindo saúde ou doença? Paz e esperança ou ansiedade e desesperança?

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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