Novo tempo?

Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

”Quem me dera ao menos uma vez, acreditar por um instante em tudo que existe. E acreditar que o mundo é perfeito e que todas as pessoas são felizes.” Quem me dera! Faço minhas as palavras do grande Renato Russo.

Quem diria que chegaríamos no século 21 e tanta coisa permaneceria desalinhada e socialmente mal resolvida. Posso recordar que havia na década de 1990 uma esperança turbinada por ocasião da virada do século. Um misto de medo, de desconfiança, de graça, de ilusão e bastante esperança. Quem se lembra?

Havia uma profecia de Nostradamus dando conta de que o mundo acabaria no dia 11 de agosto de 1999. Teve gente que acreditou. Mas o planeta não desintegrou e cá estamos nós enquanto Planeta Terra e humanidade. Havia uma curiosidade se tudo continuaria igual com a virada do século. Havia uma postergação de compromissos para o ciclo seguinte, coisas importantes, projetos vindouros, investimentos, decisões que só seriam tomadas no século 21.

Pois já estamos em 2021. O futuro que chegou e cá estamos nós. Lutamos contra a desigualdade social, contra o racismo, contra a fome, contra fake news, contra o vírus, contra a violência etc. Não andamos em carros que voam, não vivemos em cidades sustentáveis nem descobrimos a cura do câncer. E agora, José? Algo novo por vir?  Aguentamos ainda mais?

Em plena nova era, temos homenagens à ditadura, milhares de doutores brasileiros sem emprego, a ciência, ontem desprestigiada, sendo clamada para apresentar soluções à maior crise sanitária do planeta, calçadas mais cheias de pessoas sem lares, corrida das vacinas, a violência doméstica se propalando, professores sendo agredidos por alunos e ameaçados pelos pais dos alunos, a precarização das relações de trabalho, o Brasil liderando o ranking da involução com a legalização e o incentivo à utilização de agrotóxicos nos alimentos. Justamente quando o fomento à agricultura natural e orgânica está verdadeiramente se alastrando na mesma medida em que a consciência verde está a todo vapor.

 O que deu errado? Era para ter zerado o jogo, começado de novo, em outro patamar, um nível acima. Quantas gerações imaginaram tempos atrás sobre como estaríamos vivendo o agora. Estaríamos convivendo com robôs? Teríamos alcançado a almejada paz no Oriente Médio? Conseguiríamos eliminar a fome no mundo? Teríamos inventado a máquina do tempo ao invés de perdemos tanto tempo com tanta coisa inútil? Já pararam para refletir se os nossos antepassados estariam orgulhosos de nós, do que estamos fazendo com o planeta? De como estamos lidando com os demais seres? De como cuidamos do meio ambiente? Estamos sendo bons exemplos para as futuras gerações? Deixando um legado primoroso para nossos filhos e netos?

Vamos pensar sobre isso. Talvez dê tempo de pularmos de fase nesse jogo, conquistarmos territórios importantes, vencermos o mal no final de etapa para zerarmos essas batalhas há anos, décadas, séculos travadas. Estamos com o controle nas mãos ou somos os personagens do jogo? O que podemos fazer para vencer?

Quero, sinceramente, ao chegarmos no século que vem, ser poupada de fazer parte de uma geração destrutiva. Dá tempo. Vamos nos unir para fazer diferente o que poderia ser melhor. E será. A esperança continua viva, em pleno século 21. Pasme.

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Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

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