Muitos de nós têm dificuldades em assimilar a efemeridade da vida, a velocidade com que o tempo passa. Quando muito jovens, achávamos que seríamos, inclusive, eternos. A juventude tem esse frescor, nos ilude ao imaginarmos uma vida muito longa pela frente e sequer vislumbramos que o fim pode chegar. Vai chegar, aliás, um dia. Parece coisa que acontece com os outros, tão distante que não pode nos alcançar.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
Sejamos flores. Sejamos luz. Aprendamos a ver beleza, ser beleza. Não essa estereotipada, remexida, aparente. Beleza de alma, de sentimentos, de postura diante da vida, das pessoas, do mundo. Quando não soubermos para onde irmos e o que levarmos, lembremos delas. Na dúvida, ofereçamos flores. Levemos flores. Em uma pétala, pode haver o mundo inteiro. O mundo de alguém.
Se o plano for entregar os pontos, jogar a toalha, passar a vez, mudar de fase sem vencer o obstáculo anterior, talvez uma pausa, uma conversa boa com alguém de sincero bem querer, uma oração, um conselho experiente ou uma reflexão sincera e profunda podem provocar a mudança de ideia.
"Quem foi rei nunca perde a majestade ", diz o provérbio. Pensemos, pois, na ideia que se extrai não da frase, mas do sentimento de pertencimento a essa posição superior versus o treinamento de humildade muitas vezes imposto pela vida o qual parece encomendado para aprimorar aqueles que detém dessa soberba ou vaidade.
Eis um fato: confiança não tem preço. Pela definição do dicionário, confiança significa crédito, fé, boa fama, segurança e bom conceito que inspiram as pessoas de probidade, talento, discrição. Depositar confiança em alguém é crer na honradez, ter em bom conceito, em alta estima. A credibilidade é definida por atributo, qualidade, característica de quem ou do que é crível e confiável.
Somos instados a fazer escolhas o tempo todo. Se pegarmos como exemplo, um único dia de nossas vidas, já podemos perceber que ao abrir os olhos pela manhã, já necessitamos optar sobre o que fazer logo em sequência. Algumas pesquisas já dão conta de que muitos de nós decidimos logo nos primeiros segundos do despertar, olhar para as telas luminosas dos celulares.
Há momentos na vida em que temos a sensação que a órbita dos planetas desalinha. Dormimos de um jeito e acordamos em outra realidade, como se fôssemos abduzidos para uma realidade paralela com mais desafios do que podemos supor. Acontece. Nessas horas, é impressionante como faz diferença a rede de apoio que de alguma maneira se forma na “hora H”.
Em algum momento da vida a gente se depara com aquele sonho de criança de encontrar o gênio da lâmpada mágica com a possibilidade de fazer três pedidos. Lembro-me de ouvir desejos como “todo chocolate do mundo”; “férias o ano inteiro”; “vídeo game novo”; “ não precisar tomar banho”; “morar perto dos amigos”; “que papai noel existisse” e etc.
Mesmo quando a maré está mansa, não significa que mansa para sempre permanecerá. Basta o sopro do tempo, o rebolar das correntezas, a inspiração da deusa do mar e as ondas vêm. É o movimento natural. Não existe maré calma eterna. Existe vai e vem da natureza, reboliço dos ventos, e logo a onda vem. Nós não escolhemos seu tamanho, não dimensionamos seu perigo, nem prevemos sua velocidade.
Melhor viver sem trapaça. Observando com o olhar de pessoa leiga os eventos da natureza, consigo, ainda que mais ou menos, perceber uma lógica, o sentido da lei de causa e efeito. Embora sinta dó, assimilo que o predador e a presa tenham entre eles uma questão de sobrevivência, de subsistência para resolverem. O consolo para além da questão do ciclo natural da vida é a certeza de que os animais agem por instinto e não por intenção de fazer um mal. O quebra-cabeça se encaixa.