Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Borboletar
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
O tema, metamorfose. A metáfora, as borboletas. O sentimento, transformação. Sobre as borboletas ... que seres especiais - e lindos! Jamais ví uma borboleta sem beleza. Não me recordo de alguma vez ter olhado para uma delas sem admirá-la. Desde o seu nascimento, as borboletas estão fadadas a sofrerem uma completa metamorfose para se transformarem no que são. A vida delas começa com o ovo, passando pela etapa da larva (lagarta), até a formação da crisálida e finalmente a saída da borboleta de seu interior. Não é à toa que a borboleta é tida por muitos como símbolo da transformação.
E aí eu pergunto: será que existe alguém que não está passando por alguma transformação em seu interior? Em sua vida? Gosto de observar a natureza e nela buscar respostas dentro de mim. Esse processo por que passam as borboletas pode ser um bom exemplo a ser apreciado. Metamorfoses, de certa forma, parecem ser típicas também dos seres humanos, sejam de que forma forem. Se “borboletar” fosse um verbo, eu pediria licença poética para conjugá-lo em primeira pessoa e no gerúndio, do tipo: “eu estou borboletando”. E muito! Quem não está?
Na verdade, acho que não é questão de opção. Quando pensamos ter alcançado o patamar de cima, o passo à frente, vem a vida e nos mostra que a próxima fase já está por vir, que não dá para parar de subir, que a escada é longa e que não temos ideia do nível em que estamos. Só sabemos que temos que ser fortes, resistentes, resilientes e prosseguir. Depois de certa etapa, adquirimos também a consciência de que se não houver transformação de conceitos, de visão, de adaptação, de sentimentos, de preparação, não chegaremos lá. E não adianta ficarmos parados fingindo que não estamos entendendo a necessidade do movimento, porque a metamorfose simplesmente acontece.
Em meio a esse processo e ciente de que a ordem é de dentro para fora, nesse momento envolta por um casulo, apelo para alguma lógica da natureza, convencendo-me de que cada estágio agrega beleza e libertação, de modo que é melhor acolher com gratidão, pela borboleta que existe em mim. Como bem escreveu Rubem Alves, “não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.”
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
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