Nosso calendário cuida das datas simbólicas durante o ano, e, no mês de
junho, comemoramos o Dia dos Namorados, dia em que os apaixonados saem
de mãos dadas sob as estrelas e o luar.
A literatura comemora o amor entre amantes durante o ano inteiro, ao
oferecer ao mundo romances como O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald,
Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel Garcia Marques, Diário de uma
Paixão, de Nicholas Sparks, e de milhares de outras belas e intensas histórias.
As poesias inundam o amor com doçura, como Cisnes, de Julio Salusse,
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana

Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Esta semana participei de uma discussão inédita no Clube Clássicos da Literatura, idealizado e coordenado por Márcia Lobosco, quando avaliávamos as repercussões que a leitura fez na vida da personagem Emma, da obra Madame Bovary, de Gustave Flaubert(*): será que a literatura pode prejudicar o leitor?
Confesso que fiquei tomada pela pergunta ao longo da noite. Até agora, dois dias depois, para dizer a verdade. Sempre me detive nos aspectos positivos da literatura. Mas será que, por alguma razão, ela pode não fazer bem?
A ciência e a literatura são áreas antagônicas que se encontram desde a Antiguidade. A literatura, enquanto cuidadora do emprego das palavras e versátil no uso da linguagem, foi usada pelos três grandes campos do conhecimento científico, os das ciências humanas, biológicas e exatas, como comunicação das descobertas, teorias, princípios e relações observados e constatados. Nesta relação, coube à literatura cuidar da preservação da neutralidade, da isenção de opiniões e posicionamentos ideológicos.
Um dos temas que mais gosto de abordar é o processo criativo de produção textual. Refletindo sobre esse delicado e desafiante trabalho, percebi que é iniciado com a passagem da dimensão real para a literária, que é abstrata por essência. O escritor é um vivente sensível, um ser de experiências, como todos, que guarda em seu íntimo inconformidades, desejos e necessidades em ir além para transformar o status quo. Assim, contextualizado na realidade, toma a decisão de elaborar um texto para aliviar suas inquietações, através do qual vai se manifestar linguisticamente.
Hoje darei um tom psicanalítico a esta coluna por causa de um amigo de oficina literária, Pablito, que teve o carinho de me enviar um vídeo sobre o texto “O Poeta e o Fantasiar”, escrito por Freud, em 1908.
Não poderia deixar de fazer uma homenagem a quem nos deu felicidade, fazendo-nos rir e gargalhar com as situações mais simples da vida. Paulo Gustavo soube extrair do quotidiano os melhores motivos para construir uma obra de humor, que tem na literatura seu ponto de partida, através da elaboração de roteiros ou textos dramatúrgicos.
Aconteceu algo esta semana que não sei exatamente descrever as impressões que tive, só posso dizer que foram fortes e avassaladoras. O fato foi, para mim, inédito. Mas acredito que para outros seja uma situação vivenciada uma vez ou mais.
Como a pandemia está nos trazendo desafios!
Hoje é um tempo triste. Tantas pessoas estão contaminadas pelo Covid19, outras mais, internadas, além do alto índice de óbitos. Uma certa desesperança paira no ar, que nos faz perguntar: como estaremos amanhã? Sobreviveremos a uma terceira onda?
Este estado de emoção me remeteu a um trecho do livro O Pequeno Príncipe, que, tão logo o li, senti meu peito apertar.
Por incrível que pareça, depois de mais de vinte anos escrevendo textos, livros e colunas, ainda faço oficina literária de escrita para melhorar minhas capacidades de transpor para o papel ideias, sentimentos e esperanças. O escritor é como o pianista, precisa treinar horas por dia, tal qual Gustave Flaubert fazia. Eu tinha uma vizinha, dona Lúcia, que era pianista clássica e tocava do amanhecer ao anoitecer, às vezes, os mesmos acordes de uma música, quando ela buscava a harmonia perfeita entre as notas.
Hoje vou escrever sobre as avós e sobre a importância que elas possuem na vida dos netos, principalmente dos que se tornam artistas e, mais especialmente ainda, dos que se tornam escritores. Esta ideia me foi tocada por uma amiga, poeta e escritora, Catherine Beltrão. Depois de viajar pela vida, trabalhar como engenheira, ter os cabelos embranquecidos, resolveu criar canteiros diferentes em seu destino, como forma de enfeitar-se com outras flores, como também eternizar a vida e a obra de sua avó, a artista plástica francesa Edith Blin (1891-1983).