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O Covid-19 está entre nós e todo cuidado é pouco
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Chegou o momento de encararmos, no Brasil, o Covid-19, pois estamos numa verdadeira pandemia, em muito, semelhante à gripe espanhola que assolou o mundo de janeiro de 1918 a dezembro de 1920. Essa foi causada pelo vírus Influenza que se espalhou por quase toda parte do mundo. Era de uma virulência incomum e frequentemente mortal de uma estirpe do vírus Influenza A do subtipo H1N1.
É preciso deixar de lado os antagonismos políticos e as picuinhas dos três poderes que governam essa nação e, em conjunto, atacarmos de frente o problema. Se foi uma irresponsabilidade o presidente se expor como o fez no último domingo, 15, e a imprensa o atacou como sempre faz. Foi também uma irresponsabilidade o ato do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que entrou no meio da multidão, para mandá-los para casa. Isso sem falar na inauguração do novo canal de televisão, a CNN Brasil, que reuniu em ambiente fechado 1.200 pessoas, inclusive os presidentes da Câmara, do Senado e do STF. Olhar para o próprio rabo antes de destilar fel, é sempre bom.
O Covid-19, apesar de menos letal, tem uma taxa de mortalidade razoável, sendo de 3% a 6% entre a população jovem, mas muito mais elevada entre os mais de 60 anos, de 15% a 20%. Nos jovens, de cada 100 contaminados, pode haver de três a seis mortes; já entre os idosos, essa proporção é de uma a cada cinco. Ele provoca não uma gripe, mas um estado gripal, sem tratamento a não ser o de sustentação. É importante frisar que o melhor é sair o menos possível de casa e suspender viagens. Quem está fora, volte o mais rápido possível, pois os países estão fechando suas fronteiras e as companhias de aviação reduzindo os voos.
Aqui no Brasil elas já anunciaram uma supressão de 40% a 60% nos nacionais e de 95% nos internacionais. Se essa “gripe” evoluir para uma falta de ar, esse é o momento de procurar um hospital. O corona vírus ocasiona uma bronco pneumonia que não é detectável nem à escuta, nem no simples raio x; só a tomografia computadorizada vai mostrar uma imagem tipo vidro fosco, selando o diagnóstico. Aliás, esse é o momento para entubar o paciente, para melhor expandir os pulmões. O problema é que nos grandes hospitais é fácil fazer a tomografia, mas e nos hospitais de periferia ou de cidades mais pobres?
O grande problema é a falta de leitos, sendo que na Itália, antes do nosso ministro da Saúde tomar as mesmas medidas aqui, já tinham cancelado as cirurgias eletivas e usando centros cirúrgicos como CTI, pois eles têm respiradores. O caso está tão sério na Itália e na Europa, que a Alemanha e a França recusaram um pedido de socorro dos italianos, no que diz respeito a cederem respiradores. Esses estão vindo da China. Por mais irônico que isso possa ser, pela primeira vez eles mandaram para o mundo um produto chinês genuíno e não as habituais falsificações. Os primeiros casos de corona vírus começaram numa cidade chinesa.
As medidas preventivas são fundamentais, e vi um vídeo de um médico orientando no sentido de ao chegar à casa, primeiro limpar o nariz e depois lavar as mãos. Isso porque se a transmissão é pelo ar, as secreções nasais são as primeiras a entrarem em contato com o Covid-19. Daí, ficar em casa é fundamental e aos primeiros sintomas, isolamento, com colocação de máscara para não contaminar os demais moradores. Só sair para ir ao supermercado, à farmácia, coisas que são indispensáveis. Evitar praia, bares, restaurantes no intuito de diminuir a disseminação.
Sabemos que é um problema, pois tem gente que tem de sair para trabalhar e com as escolas fechadas, com quem vão ficar as crianças? Deixá-las com os avós não é a melhor opção, pois elas têm uma proteção maior, podem tirar de letra, mas são de grande risco para a transmissão para seus avós.
É importante uma boa alimentação, idem para hidratação, com muitas frutas e legumes, de preferência frescos, evitando ao máximo contrair doenças que possam comprometer a imunidade e abrir as portas para essa virose que é o novo flagelo da humanidade.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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