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Os riscos da informalidade no mercado financeiro
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
Você tem algum parente que investe em ações? Um amigo negociando ativos através da bolsa de valores? Fique muito atento. Inclusive, vou além: muito cuidado!
É comum – principalmente em momentos de euforia com mercados em alta – se deparar em situações em que um grupo de pessoas começa a falar sobre investimentos muito específicos. Repare, o assunto poucas vezes caminha para uma discussão conceitual sobre economia e mercados (ainda que, também, de forma amadora), mas quase certamente finda em alguma recomendação de compra ou venda.
Você precisa comprar as ações da Magalu, a empresa está crescendo muito – disse o primo de alguém, sem nenhuma especialização ou certificação na área de finanças, mas a certeza de que seus poucos meses como investidor são parâmetro de realidade. Preciso relembrar a queda de 94% desde o topo histórico?
Repare, falar sobre finanças, economias e mercados é importante. Eu, a propósito, busco despertar e fomentar esse interesse através do meu trabalho. O problema é que a informalidade esconde perigos, pois ninguém vai assumir as devidas responsabilidades de uma recomendação inadequada. No mercado financeiro, existem diversos profissionais capacitados e certificados capazes de te auxiliar nas melhores tomadas de decisão para seus investimentos.
Mas onde encontrá-los? Corretoras de valores e bancos de investimentos concentram todos esses profissionais e os disponibilizam a seus clientes a fim de proporcionar boas experiências de investimentos. É dentro dessas instituições que você encontra analistas, responsáveis por avaliar e indicar oportunidades de compras e vendas de ativos; gestores, capacitados para fazer a gestão terceirizada de capital através de fundos de investimentos; e especialistas, profissionais prontos para receber a demanda de seus clientes e orientá-los, dentro de objetivos específicos, com planejamento e seleção de produtos de investimentos.
Percebe como o que pode parecer simples é complexo o suficiente para não se limitar a uma mesa de bar ou encontro de família? Então vamos à dinâmica do amadorismo nos mercados de bolsa para entender os riscos que a informalidade promove.
Nas últimas semanas, por exemplo, pudemos observar as maiores cotações históricas do bitcoin; dias de grande euforia nos mercados. Em épocas de alta, a confiança é grande ao ponto de ignorar os riscos envolvidos. Pessoas inteligentes compraram o ativo pela única explicação do Fomo (sigla usual no cotidiano financeiro para “medo de ficar de fora”, em inglês), promovendo demanda às negociações.
O que vai acontecer? Investidores sem auxílio profissional comprando ativos – porque “todo mundo está ganhando dinheiro” – depois de grandes altas e correndo sérios riscos de estarem posicionados assim que o mercado voltar a corrigir tamanha euforia. É aqui, onde amadores realizam seus prejuízos em meio a novas incertezas e o ciclo se inicia mais uma vez.
Pense. Pare para refletir sobre quantas vezes você já se deparou com situações como essa e faça um balanço de como foram as suas tomadas de decisão. Fuja sempre da euforia e aproveite as incertezas. Se possível, sempre com bons profissionais ao lado.
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
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