Os riscos da falta de conhecimento

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Conhecer as opções e os objetivos de diferentes produtos financeiros, também é educação financeira. Hoje eu quero desabafar; botar para fora toda a minha indignação baseada na exploração da falta de conhecimento.

Aqui, neste espaço, minha missão sempre foi dividir aprendizado. Contudo, apesar de um cenário difícil - quiçá cruel –, me motivo ao perceber o quão distante estou de cumpri-la. Neste texto, vou abrir algumas práticas comuns de grandes instituições financeiras responsáveis pela, já mencionada, exploração da falta de conhecimento.

 Antes de mais nada, títulos de capitalização não são investimentos; não é qualquer plano de Previdência Privada que vai ser bom para você; e por fim, mas não menos importante, escolhas ruins fazem você perder dinheiro!

Que tal um pouco de conhecimento para chegarmos juntos a uma conclusão? Pode ser o caminho para desenvolver seu senso crítico financeiro.

  • Seu dinheiro perde poder de compra com o passar do tempo;
  • Depender de sorte não é investir;
  • Você precisa saber o tempo de resgate dos seus investimentos;
  • Se todo investimento tem risco, qual é o do seu investimento?

Títulos de Capitalização e fundos de Previdência Privada são os produtos de captação mais populares em grandes instituições financeiras. Um, de fato, é investimento e pode ser uma ótima opção se escolhido com cautela e entendendo as necessidades do cliente investidor; o outro, por sua vez, é apenas uma péssima decisão a ser tomada para o seu dinheiro.

  • Títulos de Capitalização: lembrando mais uma vez (em alto tom de ironia), não são investimentos! Basicamente, funciona como um tipo de economia programada na qual o banco está autorizado a fazer determinada retirada mensal de sua conta corrente para comprar o título. Parece uma boa ideia pelo ponto de vista poupador, mas vai por mim: seria melhor deixar aplicações programadas na caderneta de poupança. Estes títulos são formas de captar dinheiro para os bancos e a única forma de você, cliente, sair com alguma rentabilidade é ter a sorte de ser contemplado nos sorteios que são feitos periodicamente. No final das contas, quem ganha mesmo é o banco, pois ao final do período predeterminado do título só retorna ao cliente a quantia aplicada ao longo do tempo; sem – ou pouquíssima – nenhuma rentabilidade. Ou seja, você perde dinheiro!
  • Fundos de Previdência Privada: aqui você tem a possibilidade de investir seu patrimônio, inclusive com recorrência de aplicações mensais, e ser remunerado através da performance da gestora dos seus investimentos. Mas nada aqui – nada! – é tão simples quanto o seu gerente de banco faz parecer. Você, ao contratar produto semelhante, já foi apresentado a alguma lâmina com demonstrativo de resultados do fundo? O resultado, à propósito, supera inflação e CDI? Teve acesso a todas as informações pertinentes a taxas de administração, performance, carregamento e saída (sim, são muitas)?

A previdência privada é alternativa de sucessão patrimonial, pode ser contratada com estratégia qualificada e pertinente a sua realidade. Aqui, você pode ter experiências ótimas ou péssimas, portanto, não fique à mercê da escolha às cegas de alguém.

Investir é fundamental para construir patrimônio e projetar o futuro com qualidade de vida. Não desista por experiências ruins; você só precisa de uma orientação especializada. O mundo tem passado por grandes mudanças e, com isso, novas profissões vêm surgindo; inclusive a de assessores e consultores de investimentos. Ademais, o que você realmente precisa, independente do profissional intermediador, é a atenção e sabedoria de quem pode, de fato, manter transparência e vontade de disseminar Educação Financeira.

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