O que você precisa saber sobre previdência privada

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

O setor vem quebrando recordes atrás de recordes. Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi),prêmios e contribuições em previdência privada aberta (essas contratadas em bancos e seguradoras) cresceram mais de 11% em 2021. A princípio, pode parecer ótimo, mostra o aumento da preocupação populacional em planejar o futuro, mas é importante entendermos os detalhes técnicos de um fundo de previdência para tomarmos boas decisões. Portanto, vamos a eles.

O que é previdência privada?

Investimento com características de longo prazo, a previdência privada é direcionada a pessoas físicas com a necessidadede complemento de renda durante a aposentadoria.

Contudo, apesar de ser esse um dos objetivos mais comuns, a previdência também pode ser destinada a planejamentos de longo prazo sem a necessidade de geração de renda futura.

Como funciona?

Basicamente,aqui podemos separar a dinâmica em dois momentos antes de partirmos para a funcionalidade técnica.

O primeiro momento é o de acumulação, quando o contratante (investidor) se responsabiliza pelas contribuições mensais ao longo do prazo e de acordo com o valor definido no momento da contratação. Se você contratou um plano de previdência aos 30anose pretende se aposentar aos 65 anos, por exemplo, essa contribuição vai se estender ao longo de420 meses subsequentes à contratação. A partir daqui, chegamos no segundo momento, a renda: hora de começar a receber o benefício com características de renda mensal (ou, se for o caso, o resgate total do plano).

Partindo para a funcionalidade técnica, a previdência nada mais é do que um fundo de investimentos. A partirdesse pressuposto, fique atento às estratégias adotadas pelo seu plano: podendo passar por títulos públicos, crédito privado, câmbio, juros ou, até mesmo, ações e derivativos. Portanto, fique atento para não tomar uma decisão equivocada.

Taxas cobradas

Administração: cobrança sobre o valor total investido;
Performance: taxa facultativa, um fundo de investimentos pode fazer essa cobrança caso julgue necessário ser remunerado pela boa performance da gestão;
Carregamento: também facultativa, esta é uma cobrança percentual sobre toda aplicação realizada;
Saída: ainda facultativa, a taxa de saída pode ser cobrada sempre que for solicitado algum resgate financeiro antes do prazo predeterminado.

Tributação

PGBL: possibilitando o abatimento de até12% da renda bruta tributável (como salário, por exemplo), este plano é recomendado aos contribuintes que fazema declaração completa de IR;
VGBL: por não haver nenhuma possibilidade de incentivo tributário, este plano é recomendado para aqueles que declaram IR pelo modelo simplificado;
Regressivo: base de cálculo atrelada ao tempo, as alíquotas podem variar de 35 a 10%;
Progressivo: base de cálculo atrelada a volume financeiro, as alíquotas podem varia de 7,5 a 27,5%.

Contudo, dadas ascircunstâncias individuais, eu não consigo te dizer o que é melhor ou pior, mas é importante saber que planos de previdência privada se encontram nas mais diversas estratégias e uma decisão equivocada pode trazer péssimas experiências. Portanto, busque o aconselhamento de um especialista (que, de fato, seja de confiança e não apenas mais um vendedor). A propósito, vale ressaltar, a regulamentação de fundos de previdência permitem a portabilidade e isso pode te salvar de um investimento ruim. Busque seus direitos, principalmente o de um futuro tranquilo.

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