Mestre em proximidade

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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

A grande novidade do cristianismo é a proximidade de um Deus que se faz homem. Sua crença não se baseia em um ser divino que está ao longe, mas sim que vem ao encontro da humanidade.

Em sua Carta aos Filipenses, São Paulo enaltece a humildade de Jesus Cristo em não se apegar à sua condição divina, “Ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,7-8).

Esta característica divina pode também ser percebida na conhecida Parábola do Filho Pródigo. O Pai que ao ver o filho regressar ao longe na estrada corre ao seu encontro, o abraça, ama-o e devolve sua dignidade (cf. Lc 15, 20-22).

Por vezes, diante das dores da vida, somos levados a crer que Deus se afastou de nós, ou até mesmo que Ele não nos ama. Mergulhamos tão profundamente em nós, em nosso egoísmo que não percebemos todas as investidas da parte de Deus de se fazer próximo. E vamos nos afastando cada vez mais. Mas, Ele não desiste de nós.

Nosso Deus não é um Deus isolado, é um Deus-com, em particular conosco, isso é, com a criatura humana. O nosso Deus não é um Deus ausente, levado por um céu distante; é, em vez disso, um Deus ‘apaixonado’ pelo homem, tão ternamente amante a ponto de ser incapaz de se separar dele. Nós humanos somos hábeis em cortar ligações e pontos. Ele, em vez disso, não. Se o nosso coração se esfria, o seu permanece sempre incandescente. O nosso Deus nos acompanha sempre, mesmo se porventura nós nos esquecêssemos Dele. Na linha que divide a incredulidade da fé, decisiva é a descoberta de ser amados e acompanhados pelo nosso Pai, de não sermos nunca deixados sozinhos por Ele” (Audiência geral, 26 abr. 17).

A dinâmica da História da Salvação nos ensina que, apesar de nossa infidelidade, Deus está sempre nos atraindo a Si. Chegou ao ponto de enviar seu Filho Único a morrer na cruz para nos recuperar das garras da morte e do pecado.

O Santo Padre, em uma de suas homilias, lembra que a Bíblia diz que Deus falava ao povo, manifestando Sua proximidade, como um pai com Seu filho. “São as mãos de Deus que nos acariciam nos momentos de dor, confortam-nos. É nosso Pai que nos acaricia! Ele nos quer tão bem. E até mesmo nessas carícias, muitas vezes, há o perdão” (Homilia, 12 nov. 2013).

Em outra reflexão o Pontífice frisou que “Jesus ‘entendia’ os problemas das pessoas, as suas dores, os seus pecados. Ele compreendeu bem que aquele paralítico no tanque de Betsaida era um pecador e, depois de o ter curado, o que lhe disse? ‘Não voltes a pecar’. Disse o mesmo à adúltera” (Homilia, 09 jan. 2018).

Assim, como resposta a esta proximidade com Deus, também nós precisamos buscar proximidade com Ele. E para isso existem vários meios.

Sem dúvidas, a vida de oração é a principal via de cercania com Deus. Na oração encontramos um lugar no qual podemos abrir nosso coração, apresentar nossas angústias e sofrimentos a quem, de fato, está disposto a nos escutar. E Ele nos responde. Seja de modo ordinário ou extraordinário. Há quem o escute como uma voz interior, mas sempre o podemos escutar em sua Palavra e na vida dos irmãos. A autêntica proximidade com Deus nos leva ao encontro dos irmãos, de suas dores e necessidades.

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação

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