Blogs

Saborosas lembranças da Páscoa

segunda-feira, 01 de abril de 2024

Ontem, domingo de Páscoa, foi um dia em que boas lembranças me rondaram, como se fizessem uma ciranda de situações. O tempo passa rápido, mas, por sorte, nos deixa recordações. Ontem não quis me tocar com tristezas porque sempre existem, posto que em todos os momentos há hiatos, ausências e discrepâncias. Todavia, no domingo de Páscoa, fiz questão de me apegar ao aconchego da felicidade. E, por que não?!

Ontem, domingo de Páscoa, foi um dia em que boas lembranças me rondaram, como se fizessem uma ciranda de situações. O tempo passa rápido, mas, por sorte, nos deixa recordações. Ontem não quis me tocar com tristezas porque sempre existem, posto que em todos os momentos há hiatos, ausências e discrepâncias. Todavia, no domingo de Páscoa, fiz questão de me apegar ao aconchego da felicidade. E, por que não?!

Como o passado tocou em minhas faces desde que acordei, vou trazê-lo em pequenos flashes a esta coluna, como se oferecesse aos leitores uma aragem alegre. Quando recordamos coisas boas e falamos delas, levamos a quem nos escuta a prazerosa sensação que nos invade. 

Certa vez, participei de uma coletânea de contos de memória e receitas, na qual, depois de apresentar a receita, escrevi sobre uma lembrança especial que guardo com carinho. Quando pequena, minha avó Vera fazia balas de coco, e eu a ajudava a esticar a massa. Enquanto nós a puxávamos e a encolhíamos, ela contava histórias da sua infância em Conservatória, no estado do Rio de Janeiro, lugarejo perto de Vassouras. Foram momentos afetivos em que nossa relação era enriquecida pelo sabor das balas que derretiam na boca. Ah, nunca mais comi tão gostosas. 

Na Páscoa, como em tantos outros dias do ano, ela fazia um bolo de frutas cristalizadas que ninguém conseguiu fazer depois que ela viajou para o universo para brilhar como estrela. Cada neto tinha uma torta; a de chocolate era do Tuca e a de morango, minha. Na casa da dona Vera sempre tinha um quitute que ela fazia para se tomar com café ou chá no meio da tarde. Vovó trouxe para a vida adulta os hábitos da meninice na fazenda em Conservatória, onde a numerosa família se reunia para o sagrado lanche da tarde. Costume que, infelizmente, vem se perdendo com o tempo. Hoje, o que restam são as xícaras, os bules, os pratos expostos em cristaleiras como relíquias quase intocadas. 

Depois me lembro dos ovos de Páscoa que escondia nos canteiros do jardim para meus filhos quando pequenos. Na verdade, era uma competição entre os dois e os amigos que estavam com eles; sempre tinha uma criança junto para compartilhar o desafio de achar os melhores, inclusive antes do meu cachorro, Zeus, encontrar. Ainda de pijama e com os pés descalços na grama, eles iam, agachados, procurando-os entre as plantas, raízes e pedras. Também não posso me esquecer dos ovos que eram trocados entre nós, os adultos, quando não fazíamos de forma diferente das crianças: alguns eram devorados, enquanto outros estocados na geladeira, ou mesmo nos armários de roupa, para serem saboreados ao longo da semana.

E as canjicas da Sexta-Feira Santa? Hum... Leite de coco, canjica, leite condensado, paçoca no café da manhã e no lanche. Mas o melhor nunca foi saboreá-las, mas compartilhá-las, conversando em família, colocando os papos em dia, fazendo recordações. E a pesagem na balança depois da comilança? Sempre aumentava diante dos nossos olhos assustados na segunda-feira, mas com brilho de felicidade. 

Nesta vida, passei por tantos bons momentos pascoalinos. Certamente, outros virão. Muitos. Assim espero que seja para todos.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Amancio recua na odontologia

sexta-feira, 29 de março de 2024

Edição de 30 e 31 de março de 1974 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes 

Amancio recua na odontologia - Depois de fixar em 63% o aumento das anuidades da odontologia, prefeito reconsidera e recua reduzindo para 11,6%, acatando denúncias deste jornal. 

Edição de 30 e 31 de março de 1974 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes 

Amancio recua na odontologia - Depois de fixar em 63% o aumento das anuidades da odontologia, prefeito reconsidera e recua reduzindo para 11,6%, acatando denúncias deste jornal. 

MDB lançou um lote de candidatos - Nada menos que três são os candidatos lançados pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) - seção de Nova Friburgo - para concorrerem à deputação estadual em novembro deste 1974. Além do Dr. Waldyr Costa - atual representante de Friburgo na Assembleia - são candidatos, também, o vereador Alencar Pires Barroso, atual presidente da Câmara Municipal, e o vereador Bento Ferreira, licenciado da vereança e ocupando função no Executivo municipal, e tiveram seus nomes homologados pelo Diretório Municipal.

Grandes mestres marcam encontro em Friburgo - Anunciando a presença de renomados mestres do Direito Civil brasileiro, está confirmada a realização, em Nova Friburgo, do 1º Simpósio Brasileiro de Processo Civil. 

Sesqui (alemão) entrega prêmio - Com a presença do pastor Johannes Schlupp e toda a Comissão Organizadora dos Festejos dos Sesquicentenário da Colonização Alemã, em solenidade a ser levada à efeito na sala de recepções da churrascaria Chico Rey, será entregue o prêmio referente ao 1º lugar ao criador do símbolo do “Concurso Colonização”.  

Caminhos de Japuíba - O que caracteriza o governo do prefeito Amancio de Azevedo é o recuo. Um recuo tão rotineiro que já se tornou monótono. Em termos de administração, tais recuos recomendam muito mal o governo.  

Raphael Jaccoud no QI 150 - Revelando que gostaria de ter sido contemporâneo de Sócrates (para ouvir suas palestras, assistir sua defesa diante do tribunal e chorar sua morte) o engenheiro Raphael Jaccoud, responde ao questionário de Bebete Castillo, na bem bolada coluna “QI 150”. 

 

Pílulas

O nosso vizinho município de Teresópolis sempre teve dos governos estaduais e federais um tratamento especial, um maior carinho com suas reivindicações, que proporcionaram a Teresópolis, ao passar dos anos, melhores condições de desenvolvimento, dotando-a de estradas modernas e outras obras de vulto. Até aí, nada demais, pois Friburgo não teve nenhuma culpa, e se desenvolveu às vezes até lutando contra interesses político-pessoais.  

Teresópolis tem em pleno funcionamento, há cinco anos, uma faculdade de medicina, que foi apontada pelo MEC como unidade-modelo de toda a região centro-leste do Brasil. Em abril irá iniciar, com vestibular e tudo, os cursos de Administração, Ciências Contábeis e Economia, dispondo cada curso de 200 vagas. 

 

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Brasília Moreira Bastos e Eugênio Leal Pinto (1º); Luiz Pecci, José dos Santos Sobrinho, Vasconcellos Torres, Eliana Baptista e Jayme Siqueira Bittencourt (2); Elizabeth Rangel Ventura (3); Denise Coutinho (4); Ary Quaresma (5); Alba Maria Caputo Cariello, Cid Cardoso e Vitória Hepp (6).

Foto da galeria
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Alerta para o peso

sexta-feira, 29 de março de 2024

Mais de um bilhão de pessoas vivem com obesidade no mundo

Mais de um bilhão de pessoas vivem com obesidade no mundo

Em tempos de Páscoa e de alto consumo de chocolates e outras iguarias, vale o alerta. Ao longo dos últimos 30 anos, as taxas de obesidade entre crianças e adolescentes em todo o mundo aumentaram quatro vezes, enquanto os números dos adultos mais do que dobraram. Os dados são de uma análise global conduzida pela NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC), em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), publicada na revista científica "The Lancet". O relatório também mostra que 43% dos adultos estavam acima do peso em 2022.

O estudo reuniu informações de 3.663 estudos de base populacional com 222 milhões de participantes em 200 países e territórios, e teve contribuição de mais de 1.500 pesquisadores. “No passado, pensávamos na obesidade como um problema dos ricos. A obesidade é um problema do mundo”, disse Francesco Branca, chefe de nutrição da OMS.

Conforme o documento, 159 milhões de crianças e adolescentes e 879 milhões de adultos viviam com obesidade em 2022, somando mais de um bilhão de pessoas afetadas pela obesidade. Ou seja, uma em cada oito pessoas vive com obesidade no planeta. A análise também trouxe taxas de baixo peso entre os anos pesquisados. A proporção de crianças e adolescentes afetados pelo baixo peso caiu cerca de um quinto em meninas e mais de um terço em meninos. Em adultos, a proporção caiu mais da metade.

A obesidade e o baixo peso são formas de desnutrição e são prejudiciais à saúde das pessoas de muitas maneiras, alertam os pesquisadores. As taxas globais de obesidade mais do que quadruplicaram em meninas (1,7% para 6,9%) e meninos (2,1% para 9,3%) entre 1990 e 2022.

O número total de crianças e adolescentes que foram afetados pela obesidade em 2022 foi de 159 milhões (65 milhões de meninas e 94 milhões de meninos), em comparação com 31 milhões em 1990. O Brasil ocupou o 54º lugar na classificação geral de obesidade em crianças e adolescentes em 2022. A taxa aumentou de 3,1% em 1990 para 14,3% em 2022 para meninas e 3,1% para 17,1% para meninos no mesmo recorte de tempo.

As taxas de obesidade mais que dobraram entre as mulheres (8,8% para 18,5%) e quase triplicaram nos homens (4,8% para 14,0%) entre 1990 e 2022. O Brasil ocupou o 70º lugar na classificação geral de obesidade em mulheres. A taxa de obesidade aumentou de 11,9% em 1990 para 32,6% em 2022.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, ressaltou que governos, indústrias e comunidades precisam trabalhar juntos para combater a obesidade. "Este novo estudo destaca a importância de prevenir e controlar a obesidade desde o início da vida até a idade adulta, por meio de dieta, atividade física e cuidados adequados, conforme necessário. Voltar aos trilhos para cumprir as metas globais para conter a obesidade exigirá o trabalho de governos e comunidades, apoiado por políticas baseadas em evidências da OMS e agências nacionais de saúde pública", disse.

 

Domingo de Páscoa e de lazer na Via Expressa

Friburguenses e turistas de todas as idades poderão aproveitar, neste domingo, 31, mais uma edição do Domingo de Lazer, que será realizado das 9h às 13h, na Via Expressa, no bairro Olaria. O evento, promovido sempre no último domingo do mês, é gratuito e oferece a prática do esporte, por meio de atividades de lazer. A realização é da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer que conta com parcerias de empresas locais. 

A programação inclui várias ações com jogos, oficinas de desenho, aulas de dança, xadrez, brinquedos e mais: pipoca e algodão doce para crianças, jovens e adultos. Além disso, a equipe de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde também participará, com orientações, dicas de escovação e outras atividades. 

A Secretaria de Esportes avisa ainda que, em virtude do Domingo de Lazer, a Via Expressa permanecerá fechada das 7h às 14h. Em caso de chuva, o evento será cancelado.

  • Foto da galeria

    Obesidade infantil também cresce e já preocupa as autoridades internacionais (Foto: Divulgação)

  • Foto da galeria

    Brasil ocupou o 54º lugar na classificação geral de obesidade em crianças e adolescentes em 2022 (Foto: Divulgação)

  • Foto da galeria

    (Foto: Henrique Pinheiro)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Estragos pelas chuvas poderiam ter sido minimizados, revela especialista

sexta-feira, 29 de março de 2024

Com o fim das chuvas de verão, cidades do Estado do Rio de Janeiro, como Petrópolis, Teresópolis, Cachoeiras de Macacu e Nova Friburgo registraram alagamentos, deslizamentos e formação de crateras em rodovias por causa do aumento do volume de água registrado nesses locais desde o último fim de semana. Eventos desse tipo são recorrentes nas estações chuvosas no país, especialmente na nossa região, que é extremamente acidentada e recebe um volume alto de precipitação.

Com o fim das chuvas de verão, cidades do Estado do Rio de Janeiro, como Petrópolis, Teresópolis, Cachoeiras de Macacu e Nova Friburgo registraram alagamentos, deslizamentos e formação de crateras em rodovias por causa do aumento do volume de água registrado nesses locais desde o último fim de semana. Eventos desse tipo são recorrentes nas estações chuvosas no país, especialmente na nossa região, que é extremamente acidentada e recebe um volume alto de precipitação. Entre 2021 e 2022, ocorreram recentes tragédias na Bahia e em Minas Gerais, nos trazendo as tristes lembranças de um amargo passado não tão distante nos pensamentos.

Desastres pelo Brasil

Segundo documento publicado em 2022 pelo Ministério do Desenvolvimento Regional junto com outros órgãos e instituições, o Brasil teve de 1991 a 2020 cerca de 63 mil ocorrências de desastres em quase todos os seus municípios (5.568), causados por chuvas intensas, estiagens, vendavais, erosões, ondas de frio, entre outros.

Os desastres são classificados dessa forma quando registram perdas humanas, materiais, econômicas ou ambientais por causa de um evento natural, segundo o documento. Em quase 30 anos, os 63 mil desastres registrados no Brasil resultaram, em diversos impactos que mudam e muito a vida de gente como a gente.

Nestes últimos 30 anos, o documento nos revela importantes números. Em número aproximados, 4.307* mortes (há contradições*),  7,8 milhões de pessoas desabrigadas e desalojadas, três milhões de habitações destruídas ou danificadas, R$ 18,3 bilhões em prejuízos ao ano para pagar os danos materiais.

Desastres desse tipo ocorrem há décadas no Brasil, principalmente na época das chuvas de verão, por causa de problemas crônicos ligados à falta de planejamento urbano, habitação, saneamento e infraestrutura criados no momento da formação das cidades do país, além da falta de políticas de prevenção e do crescente desmatamento.

Chuvas em 2024 e estragos pela cidade

No último fim de semana, o anúncio das intensas chuvas em todo o estado nos fez reviver o estranho e preocupante sentimento de medo gerado pelas tragédias que ocorreram em 2011. Apesar dos 13 anos passados daquela fatídica madrugada do dia 12 de janeiro, a ferida não foi cicatrizada.

Felizmente, o volume de chuva na nossa cidade foi menor do que o esperado, o que diminuiu os danos na nossa cidade. Apesar disso, não saímos ileso do que parecia ser mais um fim de semana preocupante na vida de quem vive nas áreas de risco de desabamento e de alagamento.

Na tarde da última terça-feira, 26, o tráfego foi interrompido em diversos locais da cidade. Próximo ao Hospital Unimed, na Chácara do Paraíso, a queda de uma árvore. Em Macaé de Cima, duas barreiras interditaram o trânsito e dificultaram o acesso de moradores à região.

Além disso, outros seis pequenos deslizamentos: um na RJ-142 (entre Lumiar e São Pedro da Serra), em Mury, na estrada de Boa Esperança, no Cônego, Cascatinha e Granja do Céu. Felizmente, não houve a ocorrência maiores desastres ou mortes. E caso a chuva que tivesse caído em nossa região fosse a prevista, em volume maior, a situação seria mais grave?

O especialista fala

Tragédias com deslizamentos de terra, árvores e inundações podem ser prevenidas e até evitadas em regiões como a nossa, é o que explica o consultor ambiental de instituições internacionais, biólogo, professor universitário e diretor da empresa H2C Gestão ambiental, Geraldo Eysink.

“O que todas as cidades têm em comum é a falta de planejamento para prevenção de desastres naturais. Atualmente, existem tecnologias capazes de sobrevoar uma determinada região e escanear toda a área. Todas as construções e a vegetação são retiradas digitalmente, reproduzindo a topografia do local – com uma precisão de 3cm - para o estudo dos relevos e prevenções de tragédias.”, explica o biólogo.

Geraldo também falou nos prejuízos econômicos, tanto por causa das perdas materiais causadas pelos desastres quanto pela paralisação da atividade econômica. “As chuvas de verão são inevitáveis. Quando se soma a isso a falta de investimento e de uma política de prevenção, viram tragédias anunciadas”, disse.

Apesar de serem consideradas cada vez mais importantes no contexto da mudança climática, as políticas de prevenção de desastres naturais recebem pouco investimento dos gestores públicos, apesar de serem economicamente mais viáveis ao município. Afinal, o que é melhor: prevenir ou remediar?

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Um amigo...

sexta-feira, 29 de março de 2024

Aquela pessoa.  A-M-I-G-O. Todo mundo deveria ter. Pelo menos um para fazer valer a pena. Seria desperdício muito grande existir sem ter ao menos um grande amigo na vida. Daquele para quem basta um olhar para dizer que está tudo bem. Aliás, aquele para quem não precisa dizer nada. Não há necessidade de desculpas sobre a razão do sumiço. Não há cobrança sobre o motivo de não ter ligado nos últimos dias. Nos últimos anos. Simplesmente ele existe e isso muitas vezes, basta.

Aquela pessoa.  A-M-I-G-O. Todo mundo deveria ter. Pelo menos um para fazer valer a pena. Seria desperdício muito grande existir sem ter ao menos um grande amigo na vida. Daquele para quem basta um olhar para dizer que está tudo bem. Aliás, aquele para quem não precisa dizer nada. Não há necessidade de desculpas sobre a razão do sumiço. Não há cobrança sobre o motivo de não ter ligado nos últimos dias. Nos últimos anos. Simplesmente ele existe e isso muitas vezes, basta.

Aquele amigo que guarda teus segredos pueris, que conhece sua essência, que brincou, brigou, sorriu e chorou ao seu lado. Que sabe quem você é. E continua te amando. Que te vê diferente, mas tem a certeza de que nada mudou. Ah! Um velho amigo jovem, pouco importa a idade. Refiro-me àquela pessoa, com “p” maiúsculo, que enche seu rosto com um sorriso genuíno quando aparece, que decifra seu estado de espírito com o olhar, que acha graça das suas piadas sem graça. Que não se importa com o que você tem e sim com quem você é. Que se importa com sua felicidade. Que ama sua família. Que torce por você. Que comemora à distância pelas suas conquistas ou que está ao seu lado para o melhor abraço. Vibra ao falar com você, sobre você. Sabe do que estou falando?

Amigo parente, amigo da escola, do trabalho, da vida. Chega em nossa vida de alguma forma e fica, constrói laços e se torna alguém especial, sua referência, seu porto seguro, com elos inquebrantáveis. É uma raridade. Cultivar uma amizade demanda entrega, investimento de tempo, energia, afeto e dá trabalho. Mas vale a pena. É incrível ter alguém com quem partilhar a vida genuinamente, polir o ouvir sincero, compartilhar os segredos, trocar abraços carinhosos, olhar nos olhos e identificar ali uma morada segura. Escolha alguém e dedique-se a essa pessoa porque amor de amigo é multiplicação.

Se você tem alguém assim na vida, amigo, que sorte a sua. A construção dessa relação leva tempo. Ela passa por fases, amadurece, se reinventa, afrouxa, aperta, some, aparece, mas continua intacta. Basta levantar a mão por socorro na multidão das outras companhias para você ver a presença de quem que irá fazer toda a diferença. O alento de ver o rosto conhecido quando estamos perdidos, de sentir a presença quando estamos sós. É ele. Esse amigo que pode ser qualquer pessoa no mundo, com ou sem laços sanguíneos, mas que foi escolhido por você para ser aquela pessoa: a-que-la pes-so-a ! Jamais uma qualquer.

Porque amizade é amor. Amor para poucos. Porque amar na alegria, na prosperidade, na diversão e na saúde, é moleza. Amor de fotografia é lindo, basta um abraço e um sorriso e pronto: fez-se o melhor amigo superficial. Difícil é amar na dureza, na doença, na escassez, no sofrimento. Nessa hora, infelizmente comumente vão-se os dedos e os anéis. Sobra pouco perto de nós. Poucos. E normalmente, quem ali permanecerá será o amor incondicional. O verdadeiro. O diamante em meio ao cascalho. O tesouro imaterial que faz a vida valer a pena.

Feliz de quem possui um velho amigo. Um! Seu referencial e a certeza de que os momentos partilhados fincaram bases sólidas e inquebrantáveis pelo tempo, pelas circunstâncias, pelas novas ou velhas outras presenças. Amor que soma. Amizade que multiplica. Que edifica. Feliz de quem sabe do que estou falando, o que estou sentindo.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Se querem nos matar em vida, prometemos não morrer

sexta-feira, 29 de março de 2024

Não. Não vou ficar aqui preenchendo linhas que tomem o seu tempo falando sobre o significado da Páscoa, os sentimentos que traz, o quanto podemos nos inspirar nessa data tão significativa para nossas vidas e relações. Também não vou repetir aquilo que dizem na missa, nos púlpitos de fé ou mesmo nos artigos de jornal. Você sabe o que representa a Páscoa. Cristão ou não, crescemos ouvindo sobre o calvário, a traição, a crucificação e a ressurreição.

Não. Não vou ficar aqui preenchendo linhas que tomem o seu tempo falando sobre o significado da Páscoa, os sentimentos que traz, o quanto podemos nos inspirar nessa data tão significativa para nossas vidas e relações. Também não vou repetir aquilo que dizem na missa, nos púlpitos de fé ou mesmo nos artigos de jornal. Você sabe o que representa a Páscoa. Cristão ou não, crescemos ouvindo sobre o calvário, a traição, a crucificação e a ressurreição.

A boa nova para a boa nova é que precisamos nos tocar, de uma vez por todas, que não basta teimar apenas em fé. Passou do tempo de arregaçar as mangas e fazer diferente para obter resultados diferentes. A não ser que haja plena satisfação com o que aí está. 

Certamente, satisfeitos estão aqueles que usurpam o poder, governam para seus egos e umbigos, se aproveitam da crença ingênua de mulheres e homens de bem, falando em nome de Deus. Falam - estes — em nome de qual Deus? O Deus criador de tudo ou o deus capital, do dinheiro, da ganância, da manipulação? Há o Deus da vida, mas há o deus destes que dizem ser intercessores e se guiam pelo poder pelo poder para causar benesses a si e aos seus, mas a todos os outros entregam miséria, fome e morte.

Diante de nossos olhos, em nome do bem, fazem o mal. Quem planta preconceito jamais verá colheita de amor. E, sabem disso e o fazem deliberadamente. Crucificam Jesus Cristo mais uma vez. Todos os dias. Caçam direitos e se dão privilégios. Nos matam e nos roubam o paraíso que deveria e pode ser aqui.

Mas o objetivo desta reflexão não é falar sobre fé ou crença e não se atreve a debater religião. Espiritualidade? Há ateus que têm mais sensibilidade do que pseudos sacerdotes e pastores. Talvez, ainda que bastante superficialmente, esta reflexão se apegue à história, mas não necessariamente sobre a cronologia da humanidade. 

Audácia alguma é falar sobre o hoje, sobre os fatos que estamos escrevendo há pouco e o que queremos do amanhã. Pois é isso que importa.

Se querem nos matar em vida, prometemos não morrer. E é daí que estas linhas tentam convocar a falar sobre esse viver junto e perto. Sobre como compartilhamos nossas ruas, bairros e cidades, nossos lugares. 

Que não admitimos crianças nas ruas, sem creche e escola. Queremos que nossos jovens possam empunhar violões e saxofones, ao invés de fuzis. Que não queremos ver nossos familiares e vizinhos adoecerem. Queremos um envelhecimento saudável, ao invés de frequentar filas de hospital. Que não queremos esperar horas e horas por um ônibus. Queremos levar o menor tempo possível para chegar em casa, ao invés de ter cerceado o direito de passar mais instantes com nossos amores. Que não queremos ver nossas casas serem levadas pelas chuvas e nossa paz carregada pelo medo. Queremos deixar de herança para as próximas gerações uma cidade verde, sustentável.  

De que adianta reclamar, constatar que a saúde não vai bem, que o trânsito não flui, que a crise na educação é uma construção sorrateiramente planejada se não alimentar a si mesmo de um verdadeiro desejo de mudança? Renovação. 

Renovação é saber também que se merece mais, muito mais, que todos nós podemos mais, porque a cidade pode muito mais. Nova Friburgo está com saudade de ser Nova Friburgo. Nova Friburgo precisa se reconhecer Nova Friburgo. Cheia de potenciais, pronta para entregar à sua gente a grandeza que tem para prosperar.                   

Todos estamos no mesmo jogo, sobre o mesmo campo. Quem está parado, também joga. Quem não se importa com quem está ao lado também se deixa violar. Deixar tudo como está, não pode nos servir mais, se o que nos é essencial não chega. Basta de se contentar com a mediocridade, de se fazer cego e no barulho das festas não perceber os que adoecem e morrem. Isso é tão cruel quanto cruéis são aqueles que produzem a mediocridade, a dor e a morte. Até quando?

De nada adianta a Páscoa, de nada conhecer a história, de nada adianta se dizer cristão se a dor alheia não incomoda. Que cidadania é essa que exclui? Que indignação é essa de ocasião, sua ocasião individual? Se importar apenas consigo mesmo e lavar as mãos para os que sofrem, padecem, que são perseguidos? 

Páscoa para quem? Espero que para você!

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Nova chance

quarta-feira, 27 de março de 2024

Bolsa Atleta Federal inscreve candidatos ao benefício

Mais uma oportunidade para os atletas de todo o Brasil. O edital do Programa Bolsa Atleta 2024 foi publicado no Diário Oficial da União do último dia 15. O documento lista critérios para a concessão do benefício e aponta os prazos previstos para o processo. As inscrições já foram abertas e vão até a próxima segunda-feira, 1º de abril. A lista de contemplados está prevista para ser publicada entre os dias 10 e 17 de junho.

Bolsa Atleta Federal inscreve candidatos ao benefício

Mais uma oportunidade para os atletas de todo o Brasil. O edital do Programa Bolsa Atleta 2024 foi publicado no Diário Oficial da União do último dia 15. O documento lista critérios para a concessão do benefício e aponta os prazos previstos para o processo. As inscrições já foram abertas e vão até a próxima segunda-feira, 1º de abril. A lista de contemplados está prevista para ser publicada entre os dias 10 e 17 de junho.

As categorias participantes são: Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpica/Paralimpica/Surdolímpica. Pela primeira vez, atletas gestantes e puérperas, atletas surdos e guias e auxiliares do esporte paralímpico poderão se inscrever para receber o benefício.

Além de estabelecer critérios e procedimentos para concessão do benefício, suspensão e cancelamento de bolsas, o edital lista formas e prazos para a inscrição dos interessados na obtenção e prestação de contas dos recursos financeiros recebidos e dos resultados esportivos propostos e alcançados pelos atletas.

O governo brasileiro mantém, desde 2005, um dos maiores programas de patrocínio individual de atletas no mundo. O público beneficiário são atletas de alto desempenho que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais de sua modalidade.

O programa garante condições mínimas para que se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e a competições locais, sul-americanas, panamericanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas.

 

Em Nova Friburgo

Em relação ao Programa Bolsa Atleta de Nova Friburgo, a prefeitura, através da Secretaria Municipal de Esportes, realizou recentemente a entrega dos certificados aos contemplados. No primeiro edital do projeto, 27 atletas estão incluídos no recebimento de recursos para desenvolverem seus trabalhos e representarem Nova Friburgo em competições estaduais, nacionais e internacionais.

Durante a cerimônia, os atletas também receberam orientações sobre como realizar a prestação de contas dos recursos recebidos. Estiveram presentes no evento o prefeito Johnny Maycon; o secretário de Esportes, João Victor Duarte e a presidente do Conselho Municipal de Esportes, Irene Blanck, além de representantes do Poder Legislativo.

Os classificados no Bolsa Atleta fazem parte de três categorias diferentes. Serão concedidas 12 bolsas para o nível estadual, no valor R$ 3 mil. Nomes como o do piloto Douglas Schumacker e do lutador Kauã Fonseca estão entre os beneficiados. Outras 12 são destinadas para atletas de nível nacional, de R$ 4.200, contemplando atletas como o lutador Gilberto Frossard e o ciclista Bruno Baeta. Há ainda duas bolsas correspondentes ao nível internacional, no valor de R$ 5.400 cada. Larissa Helena da Conceição e o lutador Pedro Henrique Dugin são os beneficiados com os valores deste último nível.

  • Foto da galeria

    Bolsa Alteta Federal é dividido em categorias diversas e recebe inscrições até o próximo mês (Foto: Divulgação)

  • Foto da galeria

    Contemplados pelo Bolsa Atleta de Nova Friburgo já receberam os certificados (Foto: Divulgação)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Tristeza saudável e doentia

quarta-feira, 27 de março de 2024

É normal ficar triste quando ocorrem situações importantes de perda em nossa vida, como a morte de uma pessoa querida, a demissão de um emprego num momento difícil para a família, o descobrimento de uma atitude infiel no casamento, o diagnóstico de uma doença grave, etc. Há tristeza para a vida e tristeza para a morte.

É normal ficar triste quando ocorrem situações importantes de perda em nossa vida, como a morte de uma pessoa querida, a demissão de um emprego num momento difícil para a família, o descobrimento de uma atitude infiel no casamento, o diagnóstico de uma doença grave, etc. Há tristeza para a vida e tristeza para a morte.

A tristeza pode ser um motivador a nos ajudar a pensar na causa dela. E pensar é um caminho de solução deste sentimento desagradável. Para sair de uma tristeza existe um tempo apropriado que pode ser diferente para cada pessoa mesmo que a causa da perda tenha sido a mesma.

Por exemplo, se você está triste porque morreu um parente querido, o tempo que será necessário para você se recuperar desta tristeza poderá ser maior ou menor do que o tempo que outra pessoa precisará. Isto porque um evento estressor atinge cada pessoa de maneira diferente porque o vínculo afetivo dela com a outra pode ser diferente, a sensibilidade dela pode ser maior ou menor, os recursos internos mentais para lidar com dores da vida podem ser melhor estruturados ou não.

Quando uma tristeza surge em sua vida, você pode lidar com ela de forma construtiva ou destrutiva. As tristezas não vêm para nos afundar. Elas são consequências de nossas escolhas ou de fatos sobre os quais não temos controle. A tristeza surge porque algo desagradável ocorreu em nossa vida e que para nós tem um valor emocional. Talvez para outra pessoa não tenha o mesmo valor afetivo.

A tristeza é uma reação, um sintoma de algum problema que nos atingiu. Quando cometemos algum ato ruim, maldoso, corrupto, quando agredimos uma pessoa verbalmente, quando enganamos os outros, quando nos deixamos levar por nosso egoísmo inato, quando o orgulho e a prepotência sobe à cabeça e machucamos as pessoas, tudo isto produz tristeza em nós.

Você pode negar a tristeza porque ao praticar um ato corrupto, maldoso, agressivo, levou vantagens, seja subindo numa posição hierárquica no trabalho, ou acumulando dinheiro ilicitamente. Os corruptos reprimem a tristeza e se gabam de serem “espertos”. E reprimir é um mecanismo de defesa psicológica que leva a pessoa a não perceber que ela tem o sentimento que ela reprime. Quem não sente tristeza, remorso, arrependimento após praticar algum crime, muito provavelmente tem o que antigamente era chamado de “psicopatia” e agora leva o nome de “transtorno de personalidade”.

O que você faz com a tristeza? Se ela ocorre por erros seus cometidos por problemas de caráter, como ganância material, ou descontrole emocional, e o leva a refletir sobre as atitudes ruins que praticou, e se arrepende verdadeiramente, esta tristeza foi válida para ajudá-lo a corrigir seus problemas de comportamento. É a tristeza para a vida porque se trata de uma tristeza bem vinda que o ajudou a refletir, se arrepender e fazer as devidas correções, reparações e restituições. Como saber se o arrependimento foi genuíno? Quem se arrepende de verdade não mais comete o mesmo erro e sai da negação.

Negação é a recusa de aceitar uma verdade em sua vida, em seu corpo, em seu comportamento, em sua consciência. Se você usa a negação para fugir da verdade, não se arrepende dos atos ruins e reprime a tristeza, esta se torna uma tristeza para a morte. A verdade pode fugir por sua escolha da sua consciência, mas não do organismo. Muitos sofrem doenças psicossomáticas porque machucaram a verdade em sua consciência, fugindo dela, e isto provocou uma disfunção no corpo.

Existe na fisiologia humana leis fixas. Qualquer doença é uma tentativa do corpo-mente procurar o reequilíbrio. Algum problema o atingiu e o organismo procura restabelecer a verdade fisiológica. Se a pessoa continua transgredindo alguma lei que regula o funcionamento do corpo e mente, a doença segue e pode se tornar crônica e levar à morte. A doença física psicossomática é a tristeza do corpo e no corpo.

Muitos recuperam sua saúde física e mental quando vivem a tristeza para a vida. Ou seja, se arrependem dos erros, param de praticá-los, pedem perdão, perdoam a si mesmos também, fazem reparações e restituições. Esta é tristeza que conduz à saúde e vida.

_______

Cesar Vasconcellos de Souza

www.doutorcesar.com

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Valorização

terça-feira, 26 de março de 2024

Secretaria estadual de Cultura inicia cadastramento de grupos de capoeira

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro (Secec RJ) iniciou o cadastramento dos grupos de capoeira atuantes nos 92 municípios fluminenses. Será a primeira vez que a capoeira – considerada bem cultural imaterial do Brasil desde 2008 – será catalogada no Estado do Rio. A iniciativa é da Secec e terá como executor o Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac), incluindo aí o ofício de mestre de capoeira e as rodas de capoeira.

Secretaria estadual de Cultura inicia cadastramento de grupos de capoeira

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro (Secec RJ) iniciou o cadastramento dos grupos de capoeira atuantes nos 92 municípios fluminenses. Será a primeira vez que a capoeira – considerada bem cultural imaterial do Brasil desde 2008 – será catalogada no Estado do Rio. A iniciativa é da Secec e terá como executor o Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac), incluindo aí o ofício de mestre de capoeira e as rodas de capoeira.

O formulário está disponível para acesso pela internet. Para concluir o cadastro, os capoeiristas devem enviar documentos comprobatórios para o e-mail capoeira@inepac.rj.gov.br. Segundo a Secec, a meta é levantar informações para a construção de políticas públicas e garantir a salvaguarda dos bens culturais relacionados à prática.

"A ação demonstra que estamos atentos à gestão compartilhada que concorre a todos os entes quando se trata da salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. A roda de capoeira e o ofício de mestra e mestre de capoeira são bens culturais de todos os cidadãos brasileiros, incluindo todos que habitam os 92 municípios do Estado do Rio e nós devemos cumprir o papel de garantir que tais bens sejam protegidos”, disse a diretora do Inepac, Ana Cristina Carvalho.

O cadastro servirá para que o Inepac e a Secec RJ tenham um banco de informações sobre capoeiristas para definir as melhores ações para sua promoção e valorização. Nova Friburgo possui diversas associações grupos de capoeira com anos de atuação, à exemplo dos Nativos da Serra, Centro Cultural Arte e Luta, Barravento, dentre outras. Não é raro andar pelas ruas e ter a oportunidade de apreciar as famosas rodas, nas feiras, ruas e locais diversos.     

 

A capoeira

Os primeiros registros da palavra capoeira datam do início do século 19. A luta foi desenvolvida de maneira distintas em cidades portuárias do Brasil Império, como o Rio, Salvador e Recife e era realizada, em sua grande maioria, por escravizados africanos de origem banto e, com algumas exceções, também por membros do Exército e da polícia.

Por muito tempo, a capoeira sofreu preconceito e foi considerada uma luta violenta, sendo alvo de repressão policial e coibida em âmbito legal. Foram necessárias décadas de desconstrução e conscientização para, a partir de 1930 e 1940, a prática começar a se livrar, aos poucos, desse estigma, passando a ser reconhecida como um saber genuinamente brasileiro.

A Roda de Capoeira e o Ofício de Mestre e Mestra de Capoeira foram registrados como bens culturais imateriais do Brasil em 2008, por indicação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão do Ministério da Cultura (MinC).

  • Foto da galeria

    Rodas de capoeira, comuns em Nova Friburgo, sempre atraem olhares atentos de populares (Foto: Divulgação)

  • Foto da galeria

    Mestres e associações do município têm história no esporte e são responsáveis por incentivar a capoeira (Foto: Divulgação)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O trânsito em Friburgo se tornou insano

terça-feira, 26 de março de 2024

Vários fatores explicam esse fenômeno, não se podendo afirmar ser um mais importante que o outro ou outros. É claro que o aumento do material rodante associado a uma malha viária que pouco evoluiu, contribui em muito com essa insanidade. Além do mais, o aumento constante do número de motocicletas, que também se enquadra no material rodante, é outro fator a aumentar o caos nosso de cada dia.

Vários fatores explicam esse fenômeno, não se podendo afirmar ser um mais importante que o outro ou outros. É claro que o aumento do material rodante associado a uma malha viária que pouco evoluiu, contribui em muito com essa insanidade. Além do mais, o aumento constante do número de motocicletas, que também se enquadra no material rodante, é outro fator a aumentar o caos nosso de cada dia.

Não sei se a má educação no trânsito espelha o grau aumentado da nossa falta de educação geral, o que para mim é uma constatação, mas, creio ser a argamassa para essa insanidade. E, como a maioria dos nossos motoristas são crias das auto-escolas, essas têm um papel importante na balbúrdia em que se transformou rodar pelas ruas e avenidas da cidade. Aliás, isso não é só aqui, pois o que vemos por aí, pelo menos nas principais cidades do Estado do Rio, é uma loucura.

Fazendo parte de uma coletividade, nós motoristas deveríamos atentar para certos hábitos que precisam ser ensinados e corrigidos nas auto-escolas. Por exemplo, freio é um coadjuvante nos equipamentos que compõem um automóvel, mas, hoje em dia, tornou-se um pesadelo para quem está atrás de outro veículo. Não importa qual a situação, maquinalmente coloca-se o pé no freio. Muitas vezes, o simples tirar o pé do acelerador é suficiente para reduzir a velocidade do carro, principalmente, dentro das cidades onde a velocidade máxima não deveria ser superior a 60 km por hora.

Engavetamentos muitas vezes ocorrem, por que, de repente, o condutor da frente, sem a menor necessidade pisa no freio e provoca uma reação em cadeia. E aí surge um outro problema que é o de não se respeitar uma distância mínima entre dois carros. Na baixa velocidade há tempo para se remediar o inevitável, mas acima dos 60 km por hora uma batida é quase inevitável. E, o que é pior, muitas vezes um motorista precavido deixa um espaço seguro a sua frente, que logo será preenchido por um apressadinho. Quem tem pressa, na hora do rush, que saia bem mais cedo de casa.

Outro problema sério é quando o motorista, próximo a uma esquina resolve parar para decidir que caminho seguir, com esse simples ato pode desencadear batidas em série, causar engarrafamentos, prejudicar a travessia dos pedestres. Esquece o princípio básico de que o direito de uma pessoa termina quando começa o de outrem. Além de infringir um conceito básico das leis de trânsito que é parar na via pública, a não ser em caso de pane.

Aliás, conhecimento das leis de trânsito é um outro tópico que deveria ser ensinado nas auto-escolas. Circular em baixa velocidade na faixa da esquerda, não respeitar os sinais de trânsito e as faixas de pedestres, andar na contra mão, ultrapassar pela direita, desrespeitar o sinal vermelho, trocar de faixa repentinamente e sem sinalizar e, o que é mais grave, sem observar com atenção se a pista do lado está livre, não respeitar as setas. Se um condutor sinaliza que vai dobrar à direita ou à esquerda, quem está atrás ou a uma certa distância, ao lado, ao invés de acelerar, deveria deixar a passagem livre. Todos esses tópicos fazem parte das leis do trânsito e teriam de ser aplicadas no dia a dia.

A falta de uma boa conduta por parte dos motoristas é flagrante, principalmente entre os motoqueiros, motivo maior da insanidade geral. Virou hábito circular, em alta velocidade, pelos corredores, para escapar dos engarrafamentos, não respeitar setas de sinalização, circular em alta velocidade, ultrapassar entre o meio fio e o automóvel, seja na esquerda ou na direita, fazer ultrapassagens perigosas, tirando fino de carros, caminhões e ônibus. Esquecem que a lataria de uma moto é o corpo do próprio condutor e que o automóvel é o veículo a ser respeitado e não o contrário. São maiores, mais pesados e existem em maior número.

A falta de um poder público eficiente e competente, também contribui para esse caos geral. Não se tem, em Friburgo, um sistema de transporte público eficiente, o que obriga muitas vezes o uso do carro desnecessariamente. Uma pessoa que saia da Cascatinha ou do Cônego para ir à Olaria, para resolver problemas simples como ir ao banco, a um médico ou dentista, ou fazer compras em farmácias, sapatarias ou lojas de roupas, ou vai a pé ou de carro, pois o ônibus custa a passar. Desses bairros citados, para o centro da cidade é o mesmo problema. Não existe um horário certo para a passagem dos coletivos e muitas vezes eles são insuficientes. A desculpa é de que circulam vazios, mas o fazem justamente pela falta de credibilidade que acarretam.

O poder público também pouco faz, a não ser assistir de camarote, para tentar solucionar o grande engarrafamento que tomou conta da cidade. O Paissandu é o maior exemplo, pois está ali desde que foram abertos os bairros de Olaria, Parque São Clemente, Cônego e Cascatinha e nunca existiu um projeto para resolver aquele nó. O que é pior, tal fato se agrava de ano para ano. Moro em Friburgo há 47 anos, no início, sem via expressa levava-se dez minutos para se deslocar do Cônego ao Centro. Hoje, com via expressa, é, no mínimo meia hora. E a distância é a mesma. Sem falar na Avenida Roberto Silveira, que liga Duas Pedras até Conselheiro Paulino e é passagem obrigatória para quem se dirige para cidades vizinhas, como Bom jardim, Cordeiro, Cantagalo e o norte do estado.

 Educação no trânsito e governos competentes, talvez, sejam a nossa salvação. Mas, atualmente é querer demais.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.