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Brasil andando para trás

quinta-feira, 02 de junho de 2022

Desde a eclosão do fenômeno meteórico e devastador da Covid-19, a vida que já andava mal, agora só parece piorar. Aos mais otimistas, tempos melhores virão. Aos mais pessimistas – realistas, talvez – será extremamente difícil recuperarmos rapidamente a qualidade de vida que um dia desfrutamos.

Desde a eclosão do fenômeno meteórico e devastador da Covid-19, a vida que já andava mal, agora só parece piorar. Aos mais otimistas, tempos melhores virão. Aos mais pessimistas – realistas, talvez – será extremamente difícil recuperarmos rapidamente a qualidade de vida que um dia desfrutamos.

O Brasil, sem a menor dúvida, vive o momento mais delicado dos seus últimos tempos. Ano de eleição, polarização, nervos a flor da pele em discussões acaloradas – “quem é melhor, o lado A ou o lado B?” -, salários baixos, inflação alta, dólar caro, tudo caro, falta de segurança, desemprego em massa, e o desespero com o dia de amanhã. Vivemos uma crise instaurada em nosso país: financeira e política.

2022 ou anos 80?

Se antes podíamos encher o carrinho de compras com R$ 100, hoje, a situação é bem diferente. Não muito distante, há cinco anos, era possível comprar carne, frango, leite, presunto, mussarela e óleo com essa quantia e rendia até troco. Hoje, só o básico: arroz, café, feijão, uma carne – de segunda – açúcar, café e olhe lá se não precisar complementar.

A inflação galga a passos largos, nosso dinheiro se desvaloriza e o poder de compra do brasileiro caiu 31%. Assim, precisamos esforçar mais para ‘tentar’ manter o padrão, que por vezes parece estar fadado ao insucesso, já que esses aumentos de preço afetam tanto os produtos básicos do dia-a-dia.

A inflação sempre existiu. É fato! Contudo, por mais que os preços subissem, os salários mínimos buscavam acompanhar razoavelmente para garantir ao menos a ‘sobrevivência’ da população, algo que não consegue nem ser feito desde o começo da pandemia. Todos nós sentimos, mas quem mais sofre, são as camadas mais pobres.

E não difícil de acreditar, o Brasil voltou para o mapa da fome! Para termos noção da gravidade, em 2014 até 2016, o número de famintos era 3,9 milhões. Entre 2016 e 2018, aumentou, 7,5 milhões. Hoje, 10.3 milhões de brasileiros estão – em termos técnicos e poéticos – em situação de insegurança alimentar grave, ou seja, fome!

Em um país que produz alimentos suficientes para dar de comer a todos os habitantes, a fome soa nada mais do que um crime e reflexo da crescente desigualdade desse país que cada dia mais aumenta! E o que vem sendo sido pensado pelos nossos políticos e candidatos? A prioridade é: eleição, fundo eleitoral, alianças, redução no valor de impostos sob armas de fogo e sob arrendamento de aviões.

Bom, com tanta gente passando fome e morrendo, porque estamos falando em armas? Soa irônico e incoerente. Por sinal, até alguns estados dos EUA, estão pensando em rever suas políticas, visto que “fugiram um pouco do esperado” e nós estamos indo da direção contrária. Afinal, nos EUA, nos últimos 52 anos, foram 2.054 casos de tiroteios em massa. Não, acredite você não leu errado! E ainda, desde 2009, foram 274 tiroteios em massa, com 1.500 baleados e 1.000 mortos.

De outro lado, as mortes violentas sobem 81% no Brasil, de acordo com os cartórios do Registro Civil. O desmatamento cresce 56% na Amazônia e o desemprego afeta 11 milhões de pessoas no país, diz o IBGE. Sites de expressão estão ensinando como usar fogão à lenha para economizar o gás que está caro; a carne virou artigo de luxo; educação e pesquisas sofrem cortes. Parte da população quer voltar com o voto em papel. Estamos rediscutindo democracia e liberdade de expressão.

Ah, não sei você, mas esse não era o futuro que nenhum de nós imaginava. Em vez de traçarmos planos para melhorarmos nossa saúde, diminuir o desemprego, abaixarmos os valores dos bens de consumo e serviços, acabarmos com a intolerância e fomentarmos o nosso desenvolvimento, estamos buscando remédios para problemas antigos.

Parece que desde então só andamos para trás e ficando cada vez mais distantes do ideal. A sensação que temos, por vezes é que voltamos aos anos 1980 e nos estacionamos lá: inflação descontrolada, dólar nas alturas, miséria generalizada, desemprego, militares envolvidos com a política e um mundo totalmente polarizado e inflamado pelo ódio, em que ou você é do lado A ou do lado B, relembrando os tempos de guerra fria.

Nada parece melhorar, tudo só piora a cada dia. O sentimento é que estamos andando para trás, vendados, esperando o momento em que cairemos, repentinamente, no precipício. Às vezes me pergunto se um Brasil melhor seria um sonho de criança, dentro de um mundo de fantasia, ou se é uma esperança de um adulto, que continua iludido.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Proteja seus filhos!

quinta-feira, 02 de junho de 2022

Um candidato à presidência do Brasil disse que seu companheiro candidato à vice-presidência, não foi contra o impeachment da ex-presidente do Brasil. A verdade é que este político, que antes atacava fortemente o que agora é seu companheiro de chapa, foi sim contra a permanência no poder executivo federal da ex-presidente.

Um candidato à presidência do Brasil disse que seu companheiro candidato à vice-presidência, não foi contra o impeachment da ex-presidente do Brasil. A verdade é que este político, que antes atacava fortemente o que agora é seu companheiro de chapa, foi sim contra a permanência no poder executivo federal da ex-presidente.

É irritante e triste ver gente de poder na sociedade usar mentira abusiva e cínica e ainda estar bem nas estatísticas. Rollo May, profundo pensador e psicanalista, dizia que a sociedade aprendeu o “cinismo social”, ou seja, acostumar com a violência, a corrupção. A pressão da maldade aumenta dia a dia, ligada aos conflitos de interesses de grandes empresas, políticos, magistrados de qualquer nível e até de donos de igrejas que exploram o povo com falsos milagres e mensagens de prosperidade econômica, totalmente fora dos conceitos bíblicos verdadeiros.

Podemos crer que corruptos furtam para enriquecerem rápida e facilmente e só isso. Mas isto é uma parte do problema. Existe uma agenda ligada ao conceito de “nova ordem mundial” que visa destruir ou perverter os conceitos de vida honesta, de boa conduta moral e ética. A meta é atacar a liberdade e a verdade, em nome de “ecologia”, de “domingo para a família”, “igualdade social”, “acabar com preconceito”, “segurança sanitária”. Tudo isto parece bonito e correto. A verdade é que a guerra entre o bem e o mal, dentro de nós, na sociedade, nas corporações, nos poderes públicos, nas denominações religiosas, nas sociedades secretas, avança e chegará ao clímax em breve, com leis ditatoriais tirando nossa liberdade. Já estamos sentindo o gostinho disso, por exemplo, com o passaporte sanitário.

Há um cinismo materialista no mundo que dá nojo. Olhe o absurdo de ideologias que avançam pressionando negativamente nossos filhos. Uma pessoa disse que um amigo dela ficou preocupado porque o filho não queria ir mais à faculdade. O pai do rapaz achou estranho e conversando com seu filho, este disse que na faculdade ele estava sendo pressionado a ter contato sexual com um homem para, então, definir que ele é heterossexual, caso não gostasse do contato homossexual. O argumento na faculdade é que o rapaz só pode definir que é heterossexual após experimentar um contato gay e ver que não gosta disso.

Veja esta notícia liberada no último dia 25 de maio pela Agência Brasil, do Governo Federal: “Os dados, coletados em 2019, mostram que 94,8% da população adulta, o que equivale a 150,8 milhões de pessoas, identificam-se como heterossexuais, ou seja, têm atração sexual ou afetiva por pessoas do sexo oposto; 1,2%, ou 1,8 milhão, declaram-se homossexual, tem atração por pessoas do mesmo sexo ou gênero; e, 0,7%, ou 1,1 milhão, declara-se bissexual, tem atração por mais de um gênero ou sexo binário.” Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2022-05/ibge-divulga-levantamento-sobre-homossexuais-e-bissexuais-no-brasil

A pesquisa mostrou que quase 95% da população brasileira é heterossexual. Mas a agenda gay quer enfiar pela goela da sociedade seus pensamentos, preferências sexuais, ideologias sem base científica. Você precisa proteger seus filhos contra isso. Quando é que a minoria LGBTQ vai respeitar a sociedade, em vez de querer implantar sua agenda nas escolas, faculdades e até igrejas? Querem viver suas preferências sexuais? Vivam. Vocês têm liberdade para isso e que deve ser respeitada. Mas vocês não têm o direito de forçar sua agenda sobre a sociedade.

Ficar tocando na mesma tecla de serem vítimas de preconceito pode ser uma desculpa para forçar conceitos sobre sexualidade humana se tornarem oficiais, mesmo não tendo comprovação científica nenhuma. Se o candidato à presidência, que mais uma vez mentiu cinicamente sobre seu companheiro de chapa, ganhar as eleições, entre outros problemas de liberdade, as crianças e jovens do Brasil estarão em maior perigo de serem influenciados pela agenda gay, pela falta de respeito deste grupo e pelas perversões político-filosóficas que serão implantadas no país. Porém, o mau não vencerá ao final. Pense bem povo. Proteja seus filhos.

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Falta de antibióticos

quarta-feira, 01 de junho de 2022

Falta de antibióticos
O aumento no número de casos de doenças respiratórias variadas, entre as quais, a Covid-19, está levando à falta de medicamentos nas farmácias de Nova Friburgo. O problema também já é sentido em municípios vizinhos, especialmente em tratos com antibióticos pediátricos. O fato preocupa médicos e pais que não conseguem os medicamentos na região.

Falta de antibióticos
O aumento no número de casos de doenças respiratórias variadas, entre as quais, a Covid-19, está levando à falta de medicamentos nas farmácias de Nova Friburgo. O problema também já é sentido em municípios vizinhos, especialmente em tratos com antibióticos pediátricos. O fato preocupa médicos e pais que não conseguem os medicamentos na região.

Doenças respiratórias
Médicos da área demonstram preocupação com o elevado e rápido aumento no número de doenças respiratórias em Nova Friburgo. Médicos da área, ouvidos pela coluna, são consonantes nas associações ao aumento de casos de doenças respiratórias como sinusite, rinite, faringite, bronquite, pneumonia, Covid-19, entre outras: queda brusca de temperaturas e suas variações, as aglomerações sem uso de máscara de proteção, notadamente, com a realização do carnaval fora de época, em maio, sob temperaturas muito baixas.

Crianças preocupam
Constatam que na capital fluminense e outras cidades de clima mais quente, o número de diagnósticos de doenças respiratórias é muito menor do que nas frias terras serranas. Quanto ao público infantil, além da convivência com adultos, a volta às atividades em grupo, como na escola e creches, corrobora para a troca de vírus pelo ar, o que já era esperado em associação à queda brusca de temperaturas. No entanto, assusta os números elevados de casos como agora.  

Falta de insumos e alta demanda
Se consultórios da especialidade e emergência de hospitais estão cheios para esses atendimentos, a falta de medicamentos é de longe o que preocupa muito, pois podem complicar casos que poderiam ser resolvidos com a administração de antibióticos. No balcão das farmácias, a comprovação da falta de medicamentos para esse trato, principalmente em crianças. Inclusive, com o comunicado de laboratórios de que a falta de medicamentos está se dando pela alta demanda regional somado à falta de insumos.

Situação delicada
Essa falta de antibióticos deve afetar, se já não está, também a rede púbica de saúde, uma vez que se tende a priorizar o comércio direto por drogarias e farmácias. Se não houve planejamento para estoque, possivelmente não será uma compra emergencial que resolverá o problema, exatamente, pela fata de medicamentos no mercado por conta da falta de insumos para a produção.     

Uso de máscaras
Médicos defendem o retorno da obrigatoriedade do uso de máscara em espaços públicos fechados e abertos. Mesmo sem essa imposição, é perceptível nas ruas de Nova Friburgo o aumento no número de pessoas usando as máscaras de proteção. Por consciência coletiva ou por pura percepção do aumento de pessoas com doenças respiratórias. Até ambulantes voltaram às ruas com a venda das máscaras de tecido. Comparando com a cidade do Rio de Janeiro, de fato, se nota que por aqui há um número muito maior de pessoas usando a proteção facial.

Benito 80
O álbum em homenagem aos 80 anos do cantor friburguense, Benito di Paula, já está chegando às plataformas de streeming. Duas músicas já estão disponíveis e os singles serão disponibilizados pouco a pouco. A primeira canção vem na voz de Tereza Cristina que interpreta a icônica “Proteção às Borboletas”. A cantora revela que cantava a música no chuveiro e que está muito feliz em agora poder cantá-la para o autor dela, Benito.

16 grandes nomes
Também já está disponível a famosa “Se não for amor”, com interpretação de João Bosco. O songbook que resgata a discografia do artista friburguense ainda terá 14 reinterpretações cantadas por importantes nomes da música popular brasileira. As faixas seguintes da coletânea serão introduzidas até o próximo semestre. Criolo e Juçara Marçal são alguns dos que estão na homenagem ao Homem da Montanha.

Friburguense
Após conseguir a primeira vitória na segundona, o Friburguense tenta hoje, 1º, às 15h, conquistar a primeira vitória em casa. O confronto é com o Gonçalense/Petrópolis. Com quatro pontos no ranking, o jovem time tricolor não tem mais chances de classificação para as semifinais do 1º turno da Série A2. Os três pontos são considerados fundamentais para se afastar cada vez mais de uma briga contra o rebaixamento e ter tranquilidade para a sequência do 2º turno, sonhando com a classificação.

Matemática
Acredita-se que com dez pontos, na soma dos dois turnos, sejam mais do que suficientes para evitar a terceirona. Ocupando a 8ª colocação geral, com 33,3% de aproveitamento, na rodada final, o grupo do Frizão apenas definirá quem terminará em 1º e 2º no confronto direto entre Volta Redonda e Sampaio Corrêa. O 1º colocado leva para as semifinais, contra o 2º da outra chave, a vantagem do empate.

Gonçalense/Petrópolis
Parece até time de basquete, mas não é. O Gonçalense - vice-campeão da segundona no ano passado – tem usado o nome duplo por uma questão de burocracia. Nada mais tendo a ver com o município de São Gonçalo, o time treina e defende o nome de Petrópolis. O Gonçalense foi vendido para um empresário de futebol que decidiu pegar um clube que já estava na segundona, mas com a intenção de dar o nome e fazer ligação com a cidade e estrutura que pegou do Serrano, também de Petrópolis, atualmente, em divisão inferior.

Mudanças de nomes
Como não houve tempo hábil legal para o nome Petrópolis, neste ano o time se chama, portanto, Gonçalense/Petrópolis. Mas o escudo e as cores já foram alterados. Somente a partir do ano que vem será somente Petrópolis. A história do Gonçalense é de mudança de nomes. Antes era parte do São Gonçalo. Por intercorrências, a sociedade se desfez e um dos proprietários resolver comprar o Tanguá, mudando seu nome para Gonçalense. Agora, mais uma mudança, portanto. É assim, com clube que tem dono.      

Palavreando
“Mas amar também é deixar ir. Não há outro jeito para se transformar. É aí que o amor maior nasce, pois ele é feito da ausência de egoísmo. Estou tentando expurgar o meu egoísmo de querer estar só pelo fato de estar, sentir falta. O amor pede mais. O amor merece mais. O amor exige sentido”.

O famoso barbeiro, carinhosamente chamado de Seu Lauro, está eternizado no nome da barbearia que seus colegas de trabalho acabam de inaugurar. Mr. Lauro foi o nome escolhido para o espaço que se transferiu do local onde Seu Lauro atuava para praticamente ao lado, na Rua Monsenhor José Antônio Teixeira (antiga Rua São João). Lauro atuou por mais de 60 anos como barbeiro e faleceu em janeiro de 2021, vítima da Covid-19

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Conversa de beiral

quarta-feira, 01 de junho de 2022

— Moça, dá licença. Não se assusta não. Dá licença pra eu sentar aí do seu lado.

— Que maluquice é essa, cara! Tá brincando comigo? Olha que eu pulo agora mesmo. Tou brincando não.

— Eu sei... Claro que não! Foi por isso que eu me resolvi também.

— Não se aproxima não. Nem vem com lero-lero, igual naqueles filmes que o policial vem chegando cheio de conversa e, de repente... Ninguém vai me fazer desistir não. Fica aí, se não eu pulo agora mesmo. Tou avisando.

— Vim te fazer desistir nada, menina. Eu vou é pular também.

— Moça, dá licença. Não se assusta não. Dá licença pra eu sentar aí do seu lado.

— Que maluquice é essa, cara! Tá brincando comigo? Olha que eu pulo agora mesmo. Tou brincando não.

— Eu sei... Claro que não! Foi por isso que eu me resolvi também.

— Não se aproxima não. Nem vem com lero-lero, igual naqueles filmes que o policial vem chegando cheio de conversa e, de repente... Ninguém vai me fazer desistir não. Fica aí, se não eu pulo agora mesmo. Tou avisando.

— Vim te fazer desistir nada, menina. Eu vou é pular também.

— O quê? Quem vai pular sou eu. Não se meta, se me faz o favor.

— Dá licença. A gente sentado conversa melhor. Dá licença. Ui, que altura!

— Fica longe. A laje é muito grande. Fica aí mesmo.

—Tá certo. Eu tava lá embaixo, no meio da multidão, ouvindo a conversa do povo. Tem gente querendo que você salte logo, tem uns até reclamando da demora. Um já tá nervoso, precisa ir embora e você não se decide.

— Decidida eu tou. E muito. Só tou aqui passando uns pensamentos a limpo.

— Pra que passar pensamento a limpo, se você vai morrer?  Besteira. Mas tem gente chorando, uma freira tá rezando um terço. Uma velhinha prometeu àquela Nossa Senhora lá da Polônia... como se chama? Acho que é Mediugorje. Se você não pular, ela vai pagar uma viagem à Disneylândia pro sobrinho que faz 12 anos hoje.

— Pois esse moleque vai ficar sem conhecer o Pato Donald, sinto muito.  E não é Polônia, é Iugoslávia.

— Já reparou como tem desocupado nessa cidade? Ninguém trabalha mais não? Há mais de uma hora lá na rua, olhando aqui pra cima.  E de lá nem dá pra te enxergar direito.

— Agora juntou mais gente, depois que você chegou.

— Uns dizem que você tem câncer, outros que teu marido te deixou.  O que mais tá correndo é que você roubou a loja onde trabalha, o patrão descobriu. 

— Se no Brasil alguém se matasse por ter roubado, lá em Brasília não tinha 8o andar que chegasse. Mas larga de conversa fiada: você quer mesmo se suicidar?

— Pois é. Eu vi você e pensei: ela vai se matar por essas mixarias, muito mais motivo tenho eu. Vamos de mãos dadas?

— Você acha câncer mixaria?

— Você tem câncer???

— Deixa de ser besta, cara!  Vira essa boca pra lá!  Meu problema é outro.  E o teu, qual é?

— Mulher ...

—Te traiu?

— Minha namorada há dois anos, veja só! Grávida!

— Mas isso é motivo pra alguém se matar? Francamente, cara. Um rapaz bonito igual você. Ah, vai embora. Me deixa morrer sossegada. Aliás, como você entrou aqui, se os bombeiros tentaram até arrombar a porta?

— Eu sou chaveiro. Quer dizer, fui. Abro qualquer porta. Será que aquele helicóptero é por nossa causa? Tamos ficando famosos.

— Vamos aparecer na televisão... Suicídio duplo não é todo dia que tem.  E eu tão mal vestida. Também, que diferença vai fazer depois? Mas essa de se matar porque a namorada tá esperando um filho teu... deixa de ser frouxo, homem.

—Nada disso. Eu nunca transei com ela. “Só depois do casamento”, “Sou virgem”, “Minha religião não permite”, e eu acreditando! Grávida! De outro, é claro!

— Não me faça rir. Que zinha que você arrumou, hem? Em todo caso, melhor agora do que depois do casamento. 

— E você? Vai ver que teu motivo é pior do que o meu. 

— É uma história muito comprida. Precisava de tempo pra contar. 

— Me conta, agora fiquei curioso.  Faz o seguinte: a gente desce para tomar um chope e você me conta a história.

— Mas depois a gente volta, que eu não vim aqui pra dar esse espetáculo todo à toa.

— Depois a gente vê. Primeiro a gente toma um chope. Depois a gente vê o que faz.

 

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Não escutei Greta Thunberg e Leonardo di Caprio se manifestarem

quarta-feira, 01 de junho de 2022

Logo no início do governo atual, as viúvas desamparadas de Luís Inácio começaram a bater forte, logo que a derrota do poste Haddad se confirmou. Nessa época, um dos motes da campanha anti-bolsonarista era o desmatamento desenfreado da região amazônica, que acabaria com a mentirosa premissa de que o Brasil estava colabando (causar abalo) o pulmão do mundo. Esquerdistas, ambientalistas locais, insuflados por países com interesses outros na floresta amazônica, fizeram críticas, vieram com aquele papo maroto de internacionalizar toda a área.

Logo no início do governo atual, as viúvas desamparadas de Luís Inácio começaram a bater forte, logo que a derrota do poste Haddad se confirmou. Nessa época, um dos motes da campanha anti-bolsonarista era o desmatamento desenfreado da região amazônica, que acabaria com a mentirosa premissa de que o Brasil estava colabando (causar abalo) o pulmão do mundo. Esquerdistas, ambientalistas locais, insuflados por países com interesses outros na floresta amazônica, fizeram críticas, vieram com aquele papo maroto de internacionalizar toda a área. Assim, num passo de mágica surrupiavam uma extensão de terra genuinamente brasileira e abriam caminho para a exploração desenfreada de empresas estrangeiras, interessadas desde há muito, nas riquezas do subsolo amazônico.

A sueca tresloucada Greta Thunberg ganhou as manchetes internacionais, com sua cara de ódio, veias do pescoço estufadas e olhos arregalados, clamando contra o presidente do Brasil, desenhado portando uma serra elétrica e um machado em cada mão. O galã de Titanic, Leonardo di Cáprio, que de mato não deve entender nada, quanto mais de região amazônica, já que seus pares americanos ainda acham que a capital brasileira é Buenos Aires, também meteu sua colher de pau aonde não era chamado e desandou a falar besteiras contra o governo brasileiro. Até Macarron, desculpe, Macron, presidente da França foi um baluarte na luta pela retirada do domínio brasileiro da Amazônia pela sua incapacidade de preservá-la. Não olhou para o seu próprio quintal, com o escândalo que foi o projeto Montagne d´Or, de extração de ouro de aluvião, na Guiana Francesa.

Só que o mundo dá voltas e apesar da humanidade ter memória curta, ainda existem pessoas atentas aos mandos e desmandos dos países ricos. Semana passada foi publicada nas redes sociais, através do site www.frontliner.com.br a seguinte pérola: Alemanha destrói floresta de 12 mil anos e vilarejos, para extração de carvão mineral. “O grupo ativista Ende Gelände acusa empresas de energia e líderes políticos de instrumentalizar o conflito da Ucrânia como desculpa de continuar a minerar carvão marrom ou lignite, um dos combustíveis mais poluentes do mundo. Com a guerra na Ucrânia, teme-se uma crise energética de grandes proporções na Europa.

“Em 23 de abril, cerca de quatro mil manifestantes se reuniram na vila de Lützerath, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália, o coração industrial da Alemanha, para protestar contra a expansão da mina de Garzweiler, que produz carvão marrom, ou lignite — um dos combustíveis fósseis mais poluentes do mundo”.

“A cicatriz marrom-cinza na terra que é a mina de Garzweiler já engoliu mais de uma dúzia de vilarejos. Igrejas centenárias, casas, rodovias foram demolidas e o solo sobre a qual foram construídas foi removido. Terras agrícolas desapareceram, os cemitérios foram esvaziados”. É nessa área que está incluída a Floresta Hambach, com mais de mais de 5.500 hectares, a maior floresta da região.

Única em sua ecologia, e uma das florestas mais antigas da Europa, é descrita como “o último remanescente de um ecossistema silvestre que ocupou esta parte da planície do Rio Reno entre Aachen e Colônia desde o final da última era glacial”. Aliás, esse protesto se deu depois que o último fazendeiro da vila, Eckhardt Heukamp, foi forçado a vender para a RWE sua propriedade do século 18, em que sua família viveu por gerações, após perder um processo judicial contra a desapropriação. O imóvel fica agora a poucos metros da borda da mina.

Como a justiça alemã é composta pelo mesmo naipe de juristas daqui, deu o seguinte despacho: ” Os tribunais decidiram que a lei de mineração do país dá à companhia de carvão o direito legal de expandir e que a legislação de eliminação do uso do carvão não contradiz essa decisão”. Dane-se o meio ambiente.

A Alemanha ainda é o país que mais queima carvão para produzir bens industriais e se por um lado parou com a produção do carvão duro, agora ele é importado, a maior parte vindo da Rússia, pelo menos não produz mais. No entanto, o carvão de lignite, para gerar eletricidade, ainda é produzido no mercado interno. Mas, quando o novo governo alemão, de esquerda, se formou em dezembro, prometeu a eliminação do uso desse mineral até 2030.

A administração também disse que apoiava a preservação das vilas ameaçadas pela expansão da mina Garzweiler, operada pela Rhenish-Westphalian Power Plant (RWE) AG, a segunda maior empresa de energia da Alemanha e uma das maiores concessionárias da Europa. Não é o que se vê, na prática, pois os interesses econômicos sempre estiveram na frente de qualquer campanha ecológica e o lema das nações mais ricas sempre foi o mesmo, ou seja, terceiro mundo faça o sacrifício para salvar o planeta, pois nossa economia não pode parar. Desde quando governos socialistas ou comunistas cumprem com a palavra.

Juro que gostaria de entrevistar essa debilóide da Greta Thunberg e o star de cinema Leonardo, para que emitam as suas opiniões a respeito; só não vale o bordão do que é bom para a Alemanha, não é bom para o Brasil.

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AVS é o perpetuador da fidelidade aos acontecimentos!

terça-feira, 31 de maio de 2022

O Caderno Z do último fim de semana estava muito apetitoso festejando duas datas: 24 de maio, Dia Nacional do Café e 28 de maio, Dia Mundial do Hambúrguer. A combinação foi perfeita, pois ambos são detentores do pódio da preferência brasileira. Se o cheirinho de café na cozinha, de manhã, bem cedo, é gostoso, imagina um café requintado com chocolate branco! As receitas para empoderar o nosso cafezinho são as mais tentadoras.

O Caderno Z do último fim de semana estava muito apetitoso festejando duas datas: 24 de maio, Dia Nacional do Café e 28 de maio, Dia Mundial do Hambúrguer. A combinação foi perfeita, pois ambos são detentores do pódio da preferência brasileira. Se o cheirinho de café na cozinha, de manhã, bem cedo, é gostoso, imagina um café requintado com chocolate branco! As receitas para empoderar o nosso cafezinho são as mais tentadoras.

A história do café permeia a história do Brasil e suas raízes foram plantadas no século 18, pelo militar português, Francisco de Melo Palheta, que trouxe exemplares do Suriname para a América do Sul. Mas sua produção em escala ganhou força no século 19, quando a produção e a procura pelo produto, impulsionadas pelos lucros, exigiram meios mais modernos para a sua expansão comercial. Em pouco tempo, o café tornou-se “esteio da sociedade” e a construção de ferrovias foi o marco da modernização deixando, em seu rastro, os primeiros sinais de desenvolvimento do nosso país.    

A pergunta é a de todos nós: “Por que o café está tão caro e até onde isso pode chegar? A resposta é complexa, com análises do coordenador da Coanop, Rodrigo Casado que explicou, entre outras razões, que o produto está a mercê do mercado, que tem interesses econômicos, pois vive de retorno, de lucros e ressalta: “Quem paga a conta é o trabalhador, porque no final é para ele que pesa”. O jeito é casar o hambúrguer com um refresco e, como dizia vovó: “Passe a mão no toco”! Seguindo Wanderson Nogueira, “consumam  alegria. Invertam a lógica da felicidade punida e sintam a delícia de ser de verdade. Não temam. Não morram. Vivam plenamente, com abundância...”.

O Cão Sentado, na charge de Silvério, estava receoso, com olhar atento ao sol mascarado pelo coronavírus. A insegurança ronda a nossa cidade com aumento de casos de Covid-19. Na Câmara Municipal, o número de infectados assusta, levando, inclusive, o Poder Legislativo a suspender algumas atividades e a realizar sessões sem a participação do público. A vacinação continua e os cuidados não podem ser esquecidos. E ainda tem mais preocupação agora com a varíola dos macacos, embora as autoridades afirmem que não há necessidade de vacinação em massa no momento.

Os dados da Pesquisa Nacional de Saúde apontam que “2,9 milhões de homossexuais e bissexuais se sentiram confortáveis para se identificarem ao IBGE como tal”, de acordo com informações de Nayara Gomes, coordenadora da pesquisa. Outro dado interessante: “Uma minoria, 0,1%, ou 100 mil, disse se identificar com outras orientações”, inclusive, a maioria dessas se identifica como “pansexual”  - pessoa cujo gênero e sexo não são fatores determinantes na atração; ou assexual, pessoa que não tem atração sexual”. Os dados são otimistas e viva a diversidade!

 Em “Sociais”, dois ícones da nossa cidade, cada um em sua área de atuação. No último domingo, 29, festejando idade nova, o querido doutor Gustavo Ventura, conceituado cirurgião cardiologista, que coordena o setor de sua especialidade no Hospital São Lucas. Parabéns! Abrindo o mês de junho, neste dia 1º, é aniversário de Zuenir Ventura, o Mestre Zu, completando 91  anos. Ele é mineiro, mas, de coração, se tornou um friburguense muito amado por todos nós. Com seu carisma e genialidade, o Zu é presença deliciosa onde quer que se apresente. Felicidades e mil vivas!

Nesta terça-feira, 31, comemora-se o Dia das Comunicações Sociais. Christiane Coelho nos trouxe Jorge Maroun, que é coordenador do curso de Comunicação Social da Estácio, campus Nova Friburgo. Maroun destaca, entre outros fatores, a importância da formação acadêmica na conscientização sobre os critérios ao se noticiar os fatos. Sabemos que o próprio sistema de comunicação, com sua instantaneidade, favorece a atuação dos falsos informantes. Com um celular conectado, há sempre um “porta-voz” da incoerência de plantão. Mas, entre o compromisso da seriedade e a inconsequência, se a linha é tênue, a responsabilidade faz toda a diferença perante os fatos!

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Bom e do bem!

terça-feira, 31 de maio de 2022

Bom e do bem!

O GPH - Grupo de Promoção Humana que é uma das mais tradicionais e respeitadas instituições assistenciais de Nova Friburgo, vai realizar o Churrasco do Bem no próximo domingo, 5 de junho, entre 11h e 16h em seu ginásio de esportes no bairro Cônego.

Os convites custam R$ 40 por pessoa. O churrasco poderá ser consumido no local ou levado para casa em quentinhas. Tudo que for arrecadado será revertido para ampliação de obras e atividades do GPH,

Ernani em 82ª dimensão

Bom e do bem!

O GPH - Grupo de Promoção Humana que é uma das mais tradicionais e respeitadas instituições assistenciais de Nova Friburgo, vai realizar o Churrasco do Bem no próximo domingo, 5 de junho, entre 11h e 16h em seu ginásio de esportes no bairro Cônego.

Os convites custam R$ 40 por pessoa. O churrasco poderá ser consumido no local ou levado para casa em quentinhas. Tudo que for arrecadado será revertido para ampliação de obras e atividades do GPH,

Ernani em 82ª dimensão

Um grande abraço de congratulações, felicidades e mais sucessos ao querido boa praça e admirado comunicador Ernani Huguenin (foto) da Rádio Nova Friburgo FM, que hoje, 31, completa seu 82º aniversário e também, 51 anos ininterruptamente no ar com seu programa Dimensão Total. Parabéns, amigo!

Sábado junino da Adinf

 Um quente e imperdível programa para a tarde do próximo sábado, 4 de junho, acontecerá na antiga fábrica Ypu, a partir das 13h. É a festa junina da Adinf (Associação dos Diabéticos de Nova Friburgo) com participação direta do Rotary Clube Nova Friburgo Suspiro.

Além de comidas e bebidas típicas, a festividade terá as participações musicais do Trio Daniel Viana, Newton Couto e Nivaldo Ramos, assim como também a tradicional quadrilha caipira. Imperdível!

Parabéns, mestre Edmar!

Enviamos as merecidas congratulações ao conhecido e admirado professor aposentado Edmar José Bernabé, atual presidente (venerável) da Loja Maçônica Indústria e Caridade de Nova Friburgo.

Isso, porque amanhã, 1º de junho, ele soma mais um ano de vida. Parabéns com votos de saúde e paz.

Com vistas a 2024

Por iniciativa do vereador José Carlos Schuabb e a participação direta de Edmilson Schineider, presidente do Centro Cultural Teuto Friburguense, a Câmara Municipal de Nova Friburgo programou audiência pública no próximo dia 20, uma segunda-feira, para começar a tratar de assuntos relacionados a composição das comissões para as celebrações do Bicentenário da Imigração Alemã em Nova Friburgo a ocorrer em 2024.

Quando agosto chegar!

A maçonaria já planeja para agosto deste ano, a realização do evento social "Maçonaria na Praça" com atividades de prestação de serviços e atividades para a população friburguense de todas as idades.

Há dois anos, esse evento acabou não sendo realizado em função da pandemia do coronavírus e agora já tem data agendada: 20 de agosto, que é o Dia do Maçom Brasileiro. A conferir!

Vivas por mais um!

Apesar do pequeno atraso, mas grande satisfação ainda em tempos de alegrias, enviamos congratulações ao conhecido e admirado Marcelo Braune (foto) pelo transcurso de seu aniversário natalício ocorrido na última sexta-feira,  27.

Fim e início

Com a vida corrida de muita gente em suas atividades, o ano segue voando e agora, chegamos a dois momentos relevantes justamente hoje, 31: o fim do prazo para entrega das declarações do Imposto de Renda e amanhã, 1º de junho, chegamos à metade do ano que segue voando...

 

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Maria na história da nossa salvação - Segunda parte

terça-feira, 31 de maio de 2022

Prosseguindo com nossa reflexão, trazemos a segunda parte do artigo ‘Maria na história da nossa salvação’. Como afirmou Santo Agostinho, Maria concebeu o Verbo primeiro no coração e só depois no ventre.

Prosseguindo com nossa reflexão, trazemos a segunda parte do artigo ‘Maria na história da nossa salvação’. Como afirmou Santo Agostinho, Maria concebeu o Verbo primeiro no coração e só depois no ventre. E na expressão de Santo Irineu e São Justino, padres também da Igreja, ela se tornou a "Nova Eva", como mãe de uma nova humanidade na ordem da graça, substituindo o não dado por Eva, pelo seu sim obediente e humilde, desatando os nós da desobediência original, como Cristo se tornara o "novo Adão", superando o não do primeiro homem e restaurando e redimindo a humanidade, numa nova aliança, pelo seu fiat, no sacrifício da cruz: "Pai, se for possível, afasta de mim este cálice, mas não se faça a minha vontade, mas a tua!"(Mt 26,39). É a nova criação, na redenção, que se inicia como a primeira, com o "faça-se" de adesão natural, docilidade e palavra-acontecimento (dabah): "Faça-se a luz!".

Mas esta adesão e aceitação disponível à vontade do Senhor não retira da mulher histórica, peregrina e lutadora da fé, os desafios concretos do cotidiano. Coerente com a sua resposta e seu Magnificat, Maria se faz verdadeiramente serva, pondo os pés na estrada para servir a Isabel, sua parenta, vivenciando a missão da caridade fraterna, sabedora de sua vocação de Mãe do Messias. "O Senhor olhou para a pequenez de sua serva e fez em mim maravilhas"." Por isso, todas as gerações me chamarão bem-aventurada". E ouviu o testemunho do Espírito Santo que falou pela boca de Isabel (Lc 1,42): "Bendita és tu entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Donde a mim a honra de me visitar a mãe do meu Senhor?”.

Viveu a vida simples e despojada de Nazaré, junto ao bom, santo e justo José, na pobreza e dificuldade do nascimento do filho de Deus, na acolhida da profecia da dor sobre o menino como sinal de contradição e sobre a espada da dor que transpassaria seu coração (Lc 2,34-35). Na defesa e proteção da criança, fugindo para o Egito. No trabalho de cada dia, dedicando-se à educação e sustento do filho Jesus, na aflição de sua perda e encontro no templo, entendendo passo a passo a missão concreta e histórica do Messias, guardando e meditando todo o imenso mistério no silêncio do seu coração (cf Lc 2, 41-51).

A mesma Mãe solícita, desde pequena, fiel e ouvinte da Palavra, acompanha o filho, elogiada por Ele, mais pela sua maternidade discipular do que pela honra frisada por alguns sobre sua maternidade física (cf Lc 11,27). Por isso, aparece significativamente na vida pública de Jesus, desde o início, nas núpcias de Caná, intercedendo como Mãe da misericórdia e solidariedade pelos noivos em dificuldade, antecipando os sinais messiânicos de seu filho, unido profundamente a ela pelo Amor libertador e promotor dos homens: "Fazei tudo que ele vos disser", disse a Mãe medianeira e missionária (cf Jo 2, 1-11).

Assim O acompanhou como mulher toda entregue à obra misteriosa de Deus, "avançou na peregrinação da fé" (Lumen Gentium, cap. VIII, 58), forte e confiante, até a cruz (Jo 19,25), associando-se ao sacrifício do seu filho, sentindo com a lança que o atravessava, a profética espada em sua alma. Do alto mesmo do madeiro é dada pelo Redentor como mãe do discípulo-apóstolo, como Mãe da Igreja apostólica (Jo 19, 26-27). Torna-se "Mãe do Cristo total, cabeça e membros", como afirmava Santo Agostinho.

E desta forma estava Maria, a mãe de Jesus, perseverando com os apóstolos, com as mulheres e familiares, unanimemente em oração, para receber o Espírito Santo prometido por Jesus (At 1,14). É a Mãe no Pentecostes impulsionador missionário da Igreja, testemunha de Cristo Ressuscitado. "Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste" (Lumen Gentium, cap. VIII, 59), unindo-se plenamente ao seu filho, como intercessora no mesmo amor de Nazaré e de Caná, na comunhão solidária aos filhos peregrinos, como medianeira, como Mãe e modelo dos discípulos missionários, na mediação subordinada à única mediação redentora de Jesus. 

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é chanceler da Diocese de Nova Friburgo

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Conselhos de Chico para nós mesmos

sábado, 28 de maio de 2022
Foto de capa
(Foto: Unsplash)

Ouçam mais Chico Chico, Chico César, Buarque... Esqueçam propagadores do mal. Intervenham sobre os mensageiros da ignorância. Intolerantes não merecem compaixão. Combatam a barbárie. Adiem ao máximo o fim do mundo, por isso, vigilância aos cavaleiros do apocalipse. Ajamos para derrubá-los com a veemência dos anjos celestiais. 

Consumam alegria. Invertam a lógica da felicidade punida e sintam a delícia de ser de verdade. Não temam. Não morram. Vivam, plenamente, com abundância. 

Ouçam mais Chico Chico, Chico César, Buarque... Esqueçam propagadores do mal. Intervenham sobre os mensageiros da ignorância. Intolerantes não merecem compaixão. Combatam a barbárie. Adiem ao máximo o fim do mundo, por isso, vigilância aos cavaleiros do apocalipse. Ajamos para derrubá-los com a veemência dos anjos celestiais. 

Consumam alegria. Invertam a lógica da felicidade punida e sintam a delícia de ser de verdade. Não temam. Não morram. Vivam, plenamente, com abundância. 

Cantem mais Tim Maia, Cássia Eller, Belchior, Vandré… Espalhem “a Boa Nova”, nem tão nova assim. Unam as partes de esperanças espalhadas pelas multidões. Libertários são dignos de proteção. Protejam a vida, regenerem o meio ambiente, sobrevivam aos assassinos dos povos originários para resistir co-existindo. Cooperemos para um planeta mais verde com a entrega de Chicos Mendes. 

Calem usurpadores da fé. Desmascarem os falso-moralistas. Aproveitadores não merecem redenção. Resgatem essa gente de bem que flerta com o mal. “Elas não sabem o que fazem”. Seguem sem saber, mas sigamos teimando. Esperem, mas só se a espera for a ação. Inspirem-se em Francisco, Mandela, Malala, Rosa Parks. O mundo é nosso e devemos deixá-lo como herança melhor aos que virão.

Cuidado para não travestir preconceitos de opinião. Ninguém perguntou se vocês têm que concordar ou não com o modo de viver de cada um. Viva e deixe viver. Respeito ao que não compreende e tentem entender que não há exclusivas verdades. Os que vomitam verdades por dinheiro e poder, certamente, não estão certos. Certeza é a perene dúvida sobre haver certo e errado nessas buscas pela felicidade e de encontro consigo mesmo. Assim, não queiram, no cotidiano, serem comentaristas de televisão. 

A situação crítica em que estamos não necessita de críticos de plantão. Necessitamos de respeito às liberdades. Só não confundam liberdades com crimes contra a humanidade. Liberdade só se for para afirmar a vida. Negar a vida é atrocidade.

Leiam Paulo Freire, Darcy, Clarice Lispector, Baumam... Leiam pessoas. Aprendam o alfabeto daqueles que ama. O amor é o que de mais importante terá nas suas trajetórias. Os seres amados merecem e vocês também. Amem ainda os que não conhecem. Se o amor nunca é desperdício, não há porque não amar cada encontro — dos marcados aos de esquina ou de ponto de ônibus — com todos que sequer se supõe o nome. Podem chamá-los de Chico.

Escrevam palavras de afeto, de encorajamento, em defesa do que nos une — humanidade. Coragem para ser feliz. Paixão pela vida. Somemos para uma coletividade mais fraterna e uma existência digna para todos. Que na história que escrevemos, vejam, sintam, percebam mais uns aos outros, e, se não souberem sequer o nome do outro, podem chamá-lo de Jesus.  

 

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Minha amiga, seus óculos e meus anéis

sábado, 28 de maio de 2022

Quem não gostaria de que alguns momentos vividos se tornassem eternos? Ah, tudo finda. Noutro dia pensei no que iria acontecer com meus anéis quando eu morrer. Os momentos significativos têm simplicidade e acontecem tão naturalmente, muitas vezes são surpreendentes. A última estrofe do soneto de Vinícius de Moraes, “Soneto de Fidelidade”, me acompanha todas as vezes que sinto felicidade. 

“Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.”

Quem não gostaria de que alguns momentos vividos se tornassem eternos? Ah, tudo finda. Noutro dia pensei no que iria acontecer com meus anéis quando eu morrer. Os momentos significativos têm simplicidade e acontecem tão naturalmente, muitas vezes são surpreendentes. A última estrofe do soneto de Vinícius de Moraes, “Soneto de Fidelidade”, me acompanha todas as vezes que sinto felicidade. 

“Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.”

A vida é feita de momentos. A sabedoria está em sermos capazes de perceber a essência das coisas nas situações corriqueiras. Senti-las. Querer experimentá-las mais uma vez. Confesso que adoro música, chego até a considerá-la como uma pessoa que me faz companhia quando estou sozinha. Quando gosto de uma música posso escutá-la todos os dias sem me cansar. Ou da companhia de um amigo, escutar sua voz, sua risada. Como conversar com minha amiga de infância, Maúde. A gente nem precisa se falar, o olhar é suficiente. Como nós nos fazemos bem! Ou mesmo admirar um livro que idealizei, ler os trechos que escrevi e fiz a edição dele por inteiro.

 Parece-me que sentir a eternidade do instante é decorrência do amor com que vivemos o momento. O amor tem quatro letras poderosas, que nos faz viver o dia a dia de modo especial.  

Há quem ache fácil viver com mesmice, tornando os dias “clichês”. Porém o melhor passe é aprender transformar a banalidade em originalidade. Vinícius nos dá uma aula de como agir de modo único e inovador na primeira estrofe desse seu mesmo soneto:

“De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.”

Concordo. É mais difícil, trabalhoso e cansativo viver cuidando do que gostamos. Ora pois sim, ser dedicado é ter a heroica disposição para realizar tarefas, deveres e desejos. É amar a vida porque quando partimos deixamos nossas gavetas cheias, como poetou Fernando Pessoa. Por isso gosto de olhar meus anéis e recordar com minha amiga os tantos inesquecíveis momentos que compartilhamos, como o galeto de frango que comemos em Petrópolis, roendo os ossos e lambemos os beiços. O que conversávamos ficava entre nós, os nossos guardados. Agora estou escrevendo esta coluna com ela pacientemente escutando minhas reflexões, leituras e dúvidas, mesmo de modo virtual, através de uma ligação de vídeo pelo WhatsApp. Que momento eterno!  

E o soneto de Vinícius continua a me enriquecer.

Quero vive-lo em cada vão momento

E em louvor hei de espantar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento.”

No dia certo, vou pedir à minha amiga para guardar meus anéis! Ou quem sabe ela, seus óculos.

“E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama”

 

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