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Os tesouros que existem nas histórias

terça-feira, 05 de setembro de 2023

Encontramos preciosidades quando abrimos um livro de literatura, seja em prosa ou poesia, e mergulhamos em suas páginas. Aliás, toda história nos ensina algo porque o autor e o leitor são aprendizes por essência. Vou falar de uma autora brasileira que admiro, Lygia Bojunga, e da sua obra “Paisagem”, publicada em 2006, pela Casa Lygia Bojunga.

Encontramos preciosidades quando abrimos um livro de literatura, seja em prosa ou poesia, e mergulhamos em suas páginas. Aliás, toda história nos ensina algo porque o autor e o leitor são aprendizes por essência. Vou falar de uma autora brasileira que admiro, Lygia Bojunga, e da sua obra “Paisagem”, publicada em 2006, pela Casa Lygia Bojunga.

Além de uma escrita leve, nós, os leitores, vamos interpretando a história, captando suas ideias e intenções que pretendem abordar a relação entre o autor com seu leitor. O livro conta a história da autora com Lourenço, seu Leitor. Fantástico, não?

O tesouro dessa obra é a conversa entre a autora com alguém que a lê.  Por certo, o leitor conhece o autor de sua preferência e estabelece com ele um contato afetivo e, por vezes, profundo. Já o escritor repousa sua alma na história de tal forma que toca a alma do leitor. Contudo é uma interação de pessoas que se conhecem apenas através da literatura, estabelecem uma relação intensa a ponto do leitor e o autor interagirem ao longo do tempo. Inclusive, depois que o autor morre, ele continua vivo para seus leitores, fazendo-se emergir das páginas dos seus livros. Em cada história que cria, o autor coloca sua essência na escolha das palavras, na idealização dos personagens, na construção do texto, seja em que estilo literário for.

Em “Paisagem”, Lygia, inicialmente, imagina como seu Leitor poderia ser e decide conhecê-lo. Viaja, o procura e o encontra. Ao ler o livro, me lembrei da relação com meus leitores ao visitar as escolas que adotaram meus livros. Os leitores gostam de sentir a presença do autor do livro que leram para perceberem que eles existem, que são pessoas como eles: de carne e osso. Gostam de escutar a voz e conhecer a sua história de vida e, principalmente, de saber da construção do enredo e dos personagens com os quais se identificaram.

É um relacionamento mágico de modo que o autor passa a existir em função das suas histórias e, consequentemente, dos seus leitores. E o leitor recebe influências significativas na construção do seu destino.

Assim sou com relação a Saint-Exupéry. O “O Pequeno Príncipe” mora dentro de mim e influencia meu modo de ver as coisas da vida e de escrever.  

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A Bíblia, a Palavra de Deus

terça-feira, 05 de setembro de 2023

Iniciamos o mês de setembro que a nossa Igreja dedica ao estudo e maior reflexão sobre a Bíblia, a Palavra de Deus que nos foi revelada pelo próprio Senhor, no decorrer da história, para a nossa salvação. Neste ano é proposta a leitura da Carta de São Paulo aos Efésios, com o lema "Vestir-se da nova humanidade" (Ef 4,24), para o aprofundamento e vivência da vontade de Deus em nossas comunidades eclesiais missionárias.

Iniciamos o mês de setembro que a nossa Igreja dedica ao estudo e maior reflexão sobre a Bíblia, a Palavra de Deus que nos foi revelada pelo próprio Senhor, no decorrer da história, para a nossa salvação. Neste ano é proposta a leitura da Carta de São Paulo aos Efésios, com o lema "Vestir-se da nova humanidade" (Ef 4,24), para o aprofundamento e vivência da vontade de Deus em nossas comunidades eclesiais missionárias.

Para uma maior compreensão da Revelação divina, devemos ler e estudar também a Constituição Dogmática Dei Verbum do Concílio Vaticano II que afirma: "Aprouve a Deus, em sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e tornar conhecido o mistério da sua vontade (cf. Ef 1,9), pelo qual os homens, por intermédio do Cristo, Verbo feito carne, e no Espírito Santo, têm acesso ao Pai e se tornam participantes da natureza divina (cf. Ef 2,18; 2 Pd 1,4).

Mediante esta revelação, portanto, o Deus invisível (Col. 1,15; 1 Tim 1,17), levado por Seu grande amor, fala aos homens como a amigos (cf. Ex 33,11; Jo 15,14-15) e com eles se entretém (Bar 3,38) para os convidar à comunhão consigo e nela os receber. Este plano de revelação se concretiza através de acontecimentos e palavras intimamente conexos entre si, de forma que as obras realizadas por Deus na História da Salvação manifestam e corroboram os ensinamentos e as realidades significadas pelas palavras. Estas, por sua vez, proclamam as obras e elucidam o mistério nelas contido.

No entanto, o conteúdo profundo da verdade seja a respeito de Deus, seja da salvação do homem de nós manifesta por meio dessa revelação em Cristo que é só mesmo tempo mediador e plenitude de toda a revelação" (Dei Verbum 2).

Por acontecimentos no Antigo Testamento, como exemplo a libertação do Seu povo da escravidão do Egito, abrindo o Mar Vermelho e no deserto, mandando o maná, o pão do céu, como alimento, as codornizes e a água saída da rocha. Tudo isso narrado no livro do Êxodo. E a cura do povo ao olhar para a serpente de bronze (Números 21). Associados às palavras da Lei e dos Profetas, revelavam a vontade salvífica do Senhor.

No Novo Testamento, é a própria Palavra (Verbo) que se faz acontecimento (carne) e habita entre nós (Jo 1,14), entrando em nossa história para nós salvar, dizendo em primeira pessoa, como Deus feito homem, a vontade do Pai, na comunhão com o Espírito Santo. É a Boa Nova, o Evangelho, plenitude e culminância de tudo o que foi preparado no Antigo Testamento, da Lei e dos Profetas.

Os canais desta Revelação são a Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição, o ensinamento oral, não escrito, mas que foi guardado pelo povo de Deus e que serve de base para a Sagrada Escritura, feita séculos ou décadas depois pelos hagiógrafos (autores humanos), inspirados por Deus. Assim, a Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição são guardadas pela nossa Igreja desde os apóstolos que receberam de Cristo o ensinamento oral e depois escreveram.

E desta forma, os apóstolos se tornam o Magistério da Igreja, em comunhão com Pedro, sobre o qual Cristo fundou a sua Igreja; 'Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja... O que ligares na terra, será ligado nos céus. O que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,18).

Hoje o Papa, sucessor de Pedro na comunhão com os bispos, sucessores dos apóstolos, é o Magistério da Igreja, o autêntico intérprete da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição.

 

Padre Luiz Claudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da comunicação institucional da Diocese de Nova Friburgo

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Quinze anos bem comemorados!

terça-feira, 05 de setembro de 2023

Com maravilhosa festa em todos os sentidos na noite do último sábado, 2, no Natureza Buffet, na estrada Friburgo-Teresópolis, a querida Letícia Vieira de Almeida celebrou com seus familiares, amigos e convidados, seus marcantes 15 anos de idade.

Parabéns e contínuas felicidades para a linda debutante, na foto em companhia dos amados pais Douglas e Danielle, irmãos João Paulo e Murilo.

 

Encontro da Família Feiteira

Com maravilhosa festa em todos os sentidos na noite do último sábado, 2, no Natureza Buffet, na estrada Friburgo-Teresópolis, a querida Letícia Vieira de Almeida celebrou com seus familiares, amigos e convidados, seus marcantes 15 anos de idade.

Parabéns e contínuas felicidades para a linda debutante, na foto em companhia dos amados pais Douglas e Danielle, irmãos João Paulo e Murilo.

 

Encontro da Família Feiteira

No próximo sábado, 9, a conceituada família Feiteira tem congraçamento marcado para seu encontro festivo no Poivre Gourmet no Espaço Arp, a partir das 12h.

As queridas irmãs Eloísa e Diva, juntamente com outras organizadoras, informam também que quem desejar participar de um tour por setores históricos da antiga fábrica de rendas, devem chegar às 11h, quando a guia Laís Erthal estará ao disposição dos interessados.

 

Deselegâncias legislativas

Mesmo para com os distintos vereadores de Nova Friburgo que não dispomos de maiores aproximações ou amizades, temos admiração e respeito, podem acreditar!

Por isso, nos permitimos fazer a seguinte observação: entendemos ser extremamente deselegante, para não fazermos uso de outras considerações menos agradáveis, as ausências dos vereadores, exceções feitas a alguns que se justificam ou apresentam seus assessores como representantes, quando um colega edil propõe e todos eles aprovam por unanimidade, a realização de sessão solene em homenagens a algumas pessoas ou instituições da cidade.

 O que infelizmente nós e muita gente observa, é a ausência de quase todos os edis nas sessões solenes de homenagens, em demonstrações claras e lamentáveis, de falta de consideração com seu colega de parlamento que propôs a sessão e principalmente, ainda mais deselegante para com as pessoas ou entidades focalizadas como destaques.

 

Aniversariando bem longe!

Bastante distante de nossos olhares e convívio físico, mas sempre bem junta de nossos corações, envio lembranças e carinhos à sobrinha Lilia Dias Ivan que está completando mais um aniversário hoje, 5, na Austrália ao lado do marido Paul e, sobretudo, de seus grandes amores: o casal de filhos Bella e Noah.

Por isso, se unindo a sua mãe Márcia Eliete, irmão André, cunhada Thaís, sobrinha Mirella e demais familiares, encaminhamos com muito carinho e saudades, os parabéns para a amada Lilia com votos de muitas felicidades como ela bem merece.

 

Festa da Primavera na Madre Roselli

Com o objetivo de integrar ainda a comunidade que dá apoio às 47 meninas assistidas e também, angariar recursos para seus projetos sociais, a conhecida instituição friburguense Casa Madre Roselli convida para a sua imperdível Festa da Primavera no próximo dia 24.

Haverá desfile de moda das estações, apresentação de danças, eleição da Rainha da Primavera, bingo, brincadeiras para as crianças, pescaria, pula-pula, personagem vivo, pastel, doces, bebidas e delicioso almoço beneficente com estrogonofe de frango. Os convites custam R$ 15.

 

Retorno à presidência da Ascofri

O admirado friburguense Alex Quintá Blanco Alfaya, em meio as suas múltiplas atividades familiares, profissionais e rotárias, assim como presidente da Soamar (Sociedade Amigos da Marinha de Nova) e corredor de Kart, acaba de aceitar encarar mais uma.

Em assembleia que aconteceu na última quinta-feira, 31 de agosto, Alex Alfaya foi eleito o novo presidente da Associação das Colônias de Nova Friburgo (Ascofri), cargo que, aliás, já ocupou e com duas grandes gestões, de 2014 a 2018.

Dedicado e incansável em tudo que se envolve e neste caso, já tendo aplaudida experiência, Alex promete novos e maravilhosos tempos para as colônias de Nova Friburgo.

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A VOZ DA SERRA é o perfeito embarque na credibilidade!

terça-feira, 05 de setembro de 2023

 Eu costumo dizer que a civilização é o processo de criar leis e regras de conduta, porque, junto aos avanços, vem o atraso nas relações humanas. No tema em questão, no Caderno Z do último fim de semana, a palavra “etarismo” pode ter causado estranhamento, porém, nada mais é do que o preconceito em relação a pessoa idosa. Criou-se, então, o Estatuto do Idoso, onde o etarismo é crime, valendo até pena de reclusão. Um dia, numa festinha de aniversário, chegou-se a mim um dos convidados e disse: “Você deve ter sido muito bonita quando era jovem”. Olhei firme para ele e respondi: “Engano seu!

 Eu costumo dizer que a civilização é o processo de criar leis e regras de conduta, porque, junto aos avanços, vem o atraso nas relações humanas. No tema em questão, no Caderno Z do último fim de semana, a palavra “etarismo” pode ter causado estranhamento, porém, nada mais é do que o preconceito em relação a pessoa idosa. Criou-se, então, o Estatuto do Idoso, onde o etarismo é crime, valendo até pena de reclusão. Um dia, numa festinha de aniversário, chegou-se a mim um dos convidados e disse: “Você deve ter sido muito bonita quando era jovem”. Olhei firme para ele e respondi: “Engano seu! Eu sou bonita agora, porque minha face dos 20 não teve a beleza que tem a minha cabeça de agora!” O camarada ficou meio sem graça, quis se desculpar, o que ficou muito pior.

O que muita gente não entende é que envelhecer é o processo natural da vida. A internet, as mídias sociais estão cheias de produtos milagrosos de rejuvenescimento, ressaltando, inclusive, famosas, de mais de 70, que estão com seus corpinhos e faces, de outrora, exuberantes. A gente sabe que é muita produção e pouca consistência, iluda-se quem quiser.

A vida é um alinhamento do corpo e mente, tudo no seu tempo e modo. Dizer que a pessoa está com certa idade, pode ser uma afronta, quando, em vez disso, se está na idade certa. Rosa Saito, a dona de casa que virou modelo aos 68 anos que o diga: “A beleza em si está em cuidar do pensamento, da mente, da espiritualidade. A pessoa pode se tornar linda, cativante, gentil e isso é muito mais do que a beleza esticada perfeita”. A beleza tem várias nuances e algumas delas só se adquire com o passar do tempo. A capacidade de discernimento, o pensamento crítico, a firmeza de nossas análises são ingredientes que a gente conquista no passar do tempo.

Marly Pinel, muito bem descrita por Ana Borges, é um exemplo de mulher que está sempre na idade certa. Wanderson Nogueira perguntou: “Quanto tempo tem o seu tempo?”. A equação poética de que o tempo não é o mesmo para todos, nem para as diferentes formas que usamos. Nada de números, mas de sensações, emoções, sentimentos. Talvez o tempo seja mesmo o que menos importa. O que importa são as peças que montamos nele, no ritmo de nossas intensidades. E tão mobilizados e entretidos com o que estamos fazendo e vivendo, o tempo se torna tão coadjuvante, possivelmente apenas e, no máximo, tablado de palco para dançarmos”.  Então, minha gente, vamos dançar no compasso!

Contudo, a dança da vida requer um constante ensaio, assim, como toda dança. É preciso praticar os passos, pois, como diz o ditado, a gente enferruja com facilidade. O mês de setembro chega trazendo a exuberância das flores e, no meu jardim, o manacá lilás, florido, parece um frasco de perfume aberto no quintal. É também o mês amarelo da prevenção ao suicídio e o Ministério da Saúde promove campanhas em todo o território nacional. A valorização da vida é dever de todos nós. Acolher, acalmar, e elucidar os valores da existência são gestos que estão ao nosso alcance e podem fazer a diferença ante um comportamento depressivo de um indivíduo. O Cão Sentado, na charge de Silvério, se veste de amarelo, colaborando com as campanhas.

Em “Sociais”, Willian Leal, um jovem friburguense, está na Bienal do Livro no Riocentro, lançando seu livro “Sobre amor e amores”. O autor é formado em Letras, faz mestrado em Estudos de Linguagem e é professor de idiomas e linguista. Que beleza! Festejando idade nova, abrindo o calendário de setembro, o ilustre Rogério Faria, da Stam Metalúrgica. Parabéns e votos de muitas chaves para abrir todas as portas da felicidade!

Dá uma tristeza saber do abandono do prédio do Colégio Nova Friburgo. Da proeza que foi a sua construção, no alto do morro, para ser um hotel/cassino, a se transformar no melhor colégio do Brasil, não se compreende o seu abandono. Seus heróis da resistência, ex-alunos da saudosa Fundação desfilam no dia 7 de setembro, como sempre, mantendo a respeitável tradição. Então, vamos nos encontrar, nós, os ex-alunos do Colégio Estadual de Nova Friburgo, hoje, Jamil El-Jaick. Que emoção!

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Quanto tempo tem o seu tempo?

sábado, 02 de setembro de 2023

Diriam que eu tenho 35 anos de idade com alma de 22. Disseram-me que ele tem 26 com experiência de 50. Dela? Falaram-me que não se pergunta a idade a uma dama. Mas seu sorriso de hoje escancara que seus setenta e poucos não conseguem esconder que tem menos de 30. Amanhã, pode ser que não haja a mesma suposição. 

Essa roupa que veste a nossa eternidade é só uma materialidade que, como toda matéria, sofre as avarias do uso. O que há dentro, esse mistério que nos sustenta, não é passível de ser contado pelas voltas que o ponteiro dá no relógio. 

Diriam que eu tenho 35 anos de idade com alma de 22. Disseram-me que ele tem 26 com experiência de 50. Dela? Falaram-me que não se pergunta a idade a uma dama. Mas seu sorriso de hoje escancara que seus setenta e poucos não conseguem esconder que tem menos de 30. Amanhã, pode ser que não haja a mesma suposição. 

Essa roupa que veste a nossa eternidade é só uma materialidade que, como toda matéria, sofre as avarias do uso. O que há dentro, esse mistério que nos sustenta, não é passível de ser contado pelas voltas que o ponteiro dá no relógio. 

Novo com cabeça de velho, ancião com mente de jovem. O tempo que vem antes de nós ou como usamos o tempo que temos é que, talvez, determine quem somos ou nos tornamos. Não são quantas primaveras riscamos no calendário, mas o que fazemos de cada estação. 

Na vasta coleção de clichês de minhas crônicas, acumulo outros mais: a vida é uma aventura, cujas inércias deliberadamente conscientes não se repõem. Então não espere, porém respire. Faça o que te motiva e alimente as suas paixões, sejam quais forem. Não se julgue e nem se apegue ao receio de estar sendo observado. Na grande maioria das vezes, ninguém está atento para lhe aplaudir, tampouco vão lhe vaiar pela paralisia. Não pare, pois o vento não se recolhe — nunca.

Quanto tempo tem o seu tempo? Depende para que — responderia uma criança. Dias desses, conversava despretensiosamente com Caetano, um lindo menino de 6 aninhos. Ele me contou que está aprendendo sobre o tempo. Seria comum pensar em uma criança aprendendo sobre a lógica de que um dia tem 24 horas e cada hora 60 minutos. 

Na minha mediocridade de adulto, esperava que ele me falasse sobre isso, já prevendo que, quando encontrar com ele daqui a 4 anos, já me falará sobre a matemática do tempo para além dos minutos, os milésimos de segundo, quantos anos formam um século e milênio… 

Caetano, sagaz como é, pode ir além, pensei, e avançar para os difíceis cálculos da física quântica. Quem sabe? Não sei até onde Caetano irá nisso. Mas me surpreendeu a perspectiva dele, quando perguntei: “E o que você tem aprendido”? Disse-me ele: “Quando estou feliz o tempo passa mais rápido”. Dali em diante, entramos em uma conversa filosófica sobre a velocidade desse tal tempo sobre as coisas. 

A equação poética de que o tempo não é o mesmo para todos e nem para as diferentes formas que usamos. Nada de números, mas de sensações, emoções, sentimentos. Talvez o tempo seja mesmo o que menos importa. O que importa são as peças que montamos nele, no ritmo de nossas intensidades. E tão mobilizados e entretidos com o que estamos fazendo e vivendo, o tempo se torna tão coadjuvante, possivelmente apenas e no máximo tablado de palco para dançarmos. 

Na filosofia da vida, Caetano chegou a um lugar onde muita gente jamais chegará. Ou que chega, mas desaprende. Que Caetano, eu, você, nunca nos percamos desse achado e navegando deixemos fluir… A felicidade, o encontro, as bandeiras, o saborear, o imergir.             

Caetano tem 6 anos. Minha amiga tem 33. Aquela mulher que dá comida aos pombos na praça, suponho que tenha 60. Minha avó morreu aos 94. Minha mãe aos 52. Eu não sei com que idade encontrarei outro grande amor e que idade esse grande amor terá. O que me definirá é o tanto o quanto serei feliz com ele. Porque mais importante que ficar decifrando o tempo é responder para si mesmo: quanto posso e o que quero para o que não me interessa saber nisso que chamam de tempo? 

Afinal, quanto tempo tem o seu tempo?

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Prefeito Amâncio Azevedo isenta hotéis por dez anos

sábado, 02 de setembro de 2023

Edição de 1º e 2 de setembro de 1973 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes 

Amâncio isenta hotéis por dez anos - Após declarar ser contra isenções, o prefeito Amâncio Azevedo isentou de impostos por dez anos os hoteleiros de Nova Friburgo. Povo estranha essa reviravolta. 

Edição de 1º e 2 de setembro de 1973 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes 

Amâncio isenta hotéis por dez anos - Após declarar ser contra isenções, o prefeito Amâncio Azevedo isentou de impostos por dez anos os hoteleiros de Nova Friburgo. Povo estranha essa reviravolta. 

Senai vai ganhar casa nova - Na última semana esteve em Friburgo o general Raymundo Cavalcanti de Paula. Ele inspecionou as obras de construção do Centro Social dos Trabalhadores da Indústria. Localizada no bairro Vila Amélia, em área de 172 mil metros quadrados, com dois pavimentos, o Centro Social de Friburgo, será inaugurado ainda esse ano, com três consultórios médicos, três odontológicos, além de laboratórios de análises clínicas, salas de serviço social e outras dependências. 

Feira do Suspiro define administração - A Feira do Suspiro continua sendo o espelho da atual administração municipal. O referido espaço ainda vive - e sobrevive - em função apenas de interesses financeiros particulares. Feirantes e o povo reclamam: os feirantes porque são obrigados ao pagamento de Cr$ 13 e que será elevado para Cr$ 20 e, mais ainda, a instalação de sanitários, lavatórios, cobertura, piso de cimento, posto médico, telefone e tudo mais necessário para que pudesse funcionar com dignidade o que seria uma feira de produtos hortigranjeiros. 

Farmácias com plantão - Campanha iniciada e desenvolvida por este jornal encontrou eco na Secretaria de Saúde e Promoções Humanas da prefeitura, dirigida pelo médico dr. Walter Araújo. Esclarecendo que “o assunto se revestia de relevante importância, e que de longa data, já vinha sendo alvo de críticas da imprensa, com certa razão e que não entendíamos, nem compreendíamos que Nova Friburgo não tivesse farmácias de plantão. 

Sanatório comanda Independência -  Com esquema rigidamente já planejado, o comando do Sanatório Naval, através do capitão José Ferreira Bastos, anunciou que a parada que culmina com os festejos do 151º aniversário de nossa independência, será realizada na parte da manhã, tendo início exatamente às 9h45, e que todas as tropas estarão sob o comando do capitão de corveta médico Frederico Nunes Souza. 

Padilha determina a Estrada Friburgo-Teresópolis em 30 dias - Todas as seis frentes de obras consideradas prioritárias pelo governador Raymundo Padilha, e que realizaram concorrências, abrangendo as regiões das serras, Centro-Norte e Norte-Fluminense, serão iniciadas dentro de 30 dias. 

Professor Pinaud fez conferência - Para uma assistência formada de vários juízes, promotores e defensores públicos, advogados, alguns, seus ex-alunos, o professor João Luiz Duboc Pinaud proferiu, na última quarta-feira, uma conferência abordando o vasto tema “Direito, Lei e a Realidade Social”. 

Hotmen em Nova Friburgo - Nosso município já pode se orgulhar de possuir os serviços reais de uma agência de propaganda. A Hotmen Contactos Associados de Comunicação e Marketing Ltda., conceituada agência da Guanabara, vem a Friburgo oferecer sua experiência no ramo da comunicação. 

 

Pílulas 

Mas a tática de mais agrado dos círculos governamentais é a de ataque e a melhor defesa. Logo, a qualquer erro da administração (o que, diga-se de passagem, está se tornando rotina), os órgãos oficiais saem em defesa de seus patrocinadores, acusando a tudo e a todos, que devem pagar pelas besteiras que estão sendo feitas. O alvo agora é a Arena, culpada de oito meses de administração estagnada. Vamos esperar pelo nono mês, sempre pode “nascer” alguma coisa… 

 

Do episódio Prefeitura x governador do Estado do Rio (Torrington) o que sobrou? O que restou? Uma acusação ridícula ao partido oposicionista como ele fosse responsável pelo o que foi dito. Será que é assim tão difícil medir as palavras antes que elas sejam ditas? Será que os outros inúmeros erros cometidos não serviram de exemplo, não serviram para nada?

 

Sociais 

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Luiz Gonzaga Laginestra, Angelina Queiroz Onofre, Vanio Reis, Leila Lopes, Denise Maria de Oliveira, José Henrique de Mesquita, Tânia Segal e Mário Dutra de Castro (2); Hilton Willemen Rosa, Renato Pinheiro Bravo, Ivelise Braune e Coracy Flores (3); Epaminondas de Moraes, Danis Tendler, Hermínia Mendes Machado, e Atílio Daniel (4); Ruth Laginestra e Fernando Alves Pena (5); Salim Lopes, Arsenio Crescencio e Wilson Vieitas (6); Mario Corso Teixeira e Antonio Claudio (7); Leone Reis Silva e Elias Yunes (8).

Foto da galeria
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Sem pestanejar

sexta-feira, 01 de setembro de 2023

Precisamos de reiterar as premissas básicas do ser honesto. De ser honesto. E reconhecer aquele que consegue sê-lo, apesar dessa conspiração estranha que parece atrair para o lado oposto. Desde as pequenas práticas às grandiosas, o indivíduo honesto sente-se incomodado em se deixar escapar, ainda que por milímetros, o lado bom da força. Inadmite deixar evadir a blindagem da honra que o cerca e por vezes, o toma por completo. Ele vive e convive com a necessidade de empregar grande esforço para manter-se na posição esguia e admirável da honradez. E da sensatez. Orgulha-se de ser correto.

Precisamos de reiterar as premissas básicas do ser honesto. De ser honesto. E reconhecer aquele que consegue sê-lo, apesar dessa conspiração estranha que parece atrair para o lado oposto. Desde as pequenas práticas às grandiosas, o indivíduo honesto sente-se incomodado em se deixar escapar, ainda que por milímetros, o lado bom da força. Inadmite deixar evadir a blindagem da honra que o cerca e por vezes, o toma por completo. Ele vive e convive com a necessidade de empregar grande esforço para manter-se na posição esguia e admirável da honradez. E da sensatez. Orgulha-se de ser correto. Direciona energia para agir como deve ser, sem pisotear nas premissas básicas da boa convivência nem tampouco fingir que esqueceu que ser honesto é qualidade que demanda vigilância constante.

Refiro-me aqui, neste texto, aos detalhes, ao cotidiano. Não se pode pestanejar. Não dá para esmorecer. Fingir que o troco a mais veio certo no caixa do supermercado? Nem pensar. “Colar” em uma prova para galgar a meta e atingir notas mais elevadas? Também não dá. Extraviar pertences alheios? Enganar pessoas? Falsificar documentos? Inventar mentiras sobre terceiros procurando beneficiar-se disso? Apropriar-se de dinheiro alheio? Não. Não dá para negociar com o que é errado.

Qual é o preço da confiança? Não tem. Seu valor é inestimável e a vida parece se encarregar de demonstrar isso sempre que possível. O chamado às vezes é demorado. Como não sentir incômodo ao presenciar tantas pessoas aparentemente “se dando bem” fazendo coisas socialmente tidas por erradas pelo critério da hombridade?  Esse é o exercício. Não sucumbir. Ser resistência. Dormir em paz, com a consciência leve como uma pluma. Andar de cabeça erguida. Contribuir com bons exemplos. Esperar a retribuição da lei do retorno, das forças do Universo, que hão de ser justas. Que são justas. Acreditemos.

E quem já se atrapalhou tantas vezes na vida? Acho que todos, de alguma forma, em algum momento da vida, já pestanejamos, esmorecemos, andamos pelas bandas de lá? Se assim, mudemos, pois. Sempre é hora. A vida é esse emaranhado de escolhas contínuas. Que enxerguemos no que é certo um caminho a seguir. Uma boa opção. A única. Ainda que saibamos que até o conceito de certo e errado é relativo. De fato, tudo é tão relativo e questionável que poderíamos andar cambaleando sem saber qual rumo seguir.

Essa coisa de escolher um lado é tão pueril e superficial. Mas ... para quem pressupõe a existência dessa enorme corda invisível que separa o moral do imoral, o ético do antiético, o probo do improbo, o que semeia a paz do que fomenta o conflito, o que preconiza boas práticas do que as repudia, o honesto do desonesto, penso que seja mais eficiente escolher para qual lado destinar e empregar a força que te move. A hora é agora.

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Investir em renda fixa não é uma “receita de bolo”

sexta-feira, 01 de setembro de 2023

 Pode parecer simples, mas a renda fixa ainda é um grande mistério para muitos que buscam aplicações financeiras visando rentabilidade e segurança para o futuro. Pensando nisso, hoje vamos abordar um pouco do tema e buscar esclarecer alguns pontos que podem ser mais complexos.

 Pode parecer simples, mas a renda fixa ainda é um grande mistério para muitos que buscam aplicações financeiras visando rentabilidade e segurança para o futuro. Pensando nisso, hoje vamos abordar um pouco do tema e buscar esclarecer alguns pontos que podem ser mais complexos.

            Investir, na verdade, nada mais é do que multiplicar o dinheiro; seja alocando recursos em ideias, negócios, sonhos ou mercado financeiro. Contudo, este, por sua vez, permite uma vasta diversidade de produtos de investimentos e possibilita, ao investidor, a caracterização de seus investimentos de acordo com os seus princípios e necessidades. Um bom investidor busca conhecer e aprender sobre todos os produtos do mercado financeiro e é essa a minha missão de hoje: te ensinar – ou talvez apenas esclarecer – o que é a renda fixa. Já ouviu falar?

            Antes de mais nada, o mercado financeiro pode ser categorizado em apenas duas grandes áreas, a renda fixa e a renda variável. Na renda fixa, não há o investimento, de fato, no setor produtivo, não haverá uma empresa desenvolvendo ideias e soluções sociais, por exemplo. Nesta categoria de investimentos, ao adquirir um produto você está, literalmente, emprestando dinheiro ao emissor em troca de uma rentabilidade e liquidez definida logo no momento da compra – é uma forma de captação de recursos para instituições financeiras.

 

            • Rentabilidade

            Aqui, não tem jeito, precisamos falar de Selic: a taxa básica de juros no Brasil. É a partir daqui que se criam parâmetros de contratação deste mercado. A remuneração do investidor, por sua vez, já é definida previamente no ato da contratação: você sabe exatamente quanto vai receber no final do período.

            Existem, é claro, diferentes possibilidades de taxas; podendo ser atreladas a inflação (IPCA), juros (CDI) ou, simplesmente, prefixadas (taxas nominais). Saiba como escolher o que se encaixa melhor em diferentes cenários.

 

            • Liquidez

            Na renda fixa, liquidez é o tempo de vencimento de um produto. Numa análise simples, quanto maior o tempo de liquidez, maior será a rentabilidade.

            Lembre-se, um produto com liquidez de dois anos só terá sua rentabilidade contratada garantida na data de vencimento. O resgate antecipado pode resultar em perdas.

 

            • Segurança

            Ao escolher o produto mais adequado às suas necessidades, lembre-se que alguns produtos específicos – como CDBs, LCIs e LCAs, por exemplo – contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito, “entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra instituições financeiras") protegendo até R$ 250mil por CPF ou CNPJ em cada instituição financeira emissora, limitando a R$1milhão a cada quatro anos.

Títulos públicos – como o Tesouro Selic – não contam com o FGC, mas têm como instituição garantidora o próprio Tesouro Nacional.

           

            Ao contrário do que muitos pensam, o mercado de renda fixa é complexo e exige boas estratégias. Portanto, estude e aproveite as oportunidades.

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O que conseguimos perceber nas relações familiares

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Às vezes as crianças em casa têm um comportamento que irrita os pais. Pode ser demorar a comer, deixar brinquedos desarrumados na sala ou no quarto, demorar a ir tomar banho mesmo depois de terem sido mandadas várias vezes tendo a criança idade suficiente para entender a ordem e obedecer. Isso é normal até certo ponto e acontece nas melhores famílias.

Às vezes as crianças em casa têm um comportamento que irrita os pais. Pode ser demorar a comer, deixar brinquedos desarrumados na sala ou no quarto, demorar a ir tomar banho mesmo depois de terem sido mandadas várias vezes tendo a criança idade suficiente para entender a ordem e obedecer. Isso é normal até certo ponto e acontece nas melhores famílias.

As crianças não nascem disciplinadas. É papel dos pais ensiná-las a desenvolverem ao longo da infância o autocontrole emocional. Não disciplinar adequadamente um filho pode significar negligência, ou seja, deixá-lo de lado. Crianças deixadas de lado, assim como as que são criadas por cuidadores controladores, sofrem e podem vir a ter transtornos mentais posteriormente ou mesmo na infância.

Vivemos no dia a dia mergulhados em nossas atividades familiares e de trabalho de uma forma que, em geral, não temos percepção de nosso próprio comportamento. Vamos vivendo no automático, sem parar aqui e ali para uma auto-observação. Parar para dar uma olhada e refletir sobre nosso comportamento na família exige tempo, paciência, honestidade e desejo de amadurecer para melhorar nossos relacionamentos. Isto é diferente de achar que já sabemos de tudo e que não temos nenhuma área de nosso comportamento que precisa aprimoramento. Não existem pessoas sem necessidade de melhorar seu comportamento. Sempre existe um ou outro aspecto de como funcionamos como pessoa que precisa ajuste, cura.

A falta de observação de como agimos com nossos familiares, especialmente em nossa família nuclear atual (pai, mãe e filhos), pode produzir uma série de distúrbios e sofrimentos neste relacionamento tão importante. Podemos praticar atitudes incoerentes, podemos cobrar do outro aquilo que não fazemos, ou podemos fazer o que insistimos que os outros não façam, sejam cônjuge ou filhos.

A coerência em nossas atitudes ajuda o bem-estar familiar. Mas para ter coerência precisamos desta auto observação para entender por que, onde, como, quando e de que maneira manifestamos incoerência. Sem isso, não podemos contribuir para a saúde mental da família do que depende de nós.

Por exemplo, vamos supor que você, pai ou mãe, seja uma pessoa não pontual e com isso costuma chegar atrasado em seus compromissos. Apesar dessa dificuldade sua, você pode se irritar com frequência com seu filho porque ele pode demorar a se preparar para ir à escola e chegar atrasado. Neste exemplo, você cobra com impaciência a pontualidade do filho, mas não considera sua tendência de ser impontual. Este é um exemplo de falta de autopercepção.

Outro exemplo, aliás muito comum nas famílias com acesso à tecnologia, é o uso do celular. Como pai e mãe você pode estar viciado no uso de celular e reclama que o filho quer ficar com este aparelho muito tempo. Importante lembrarmos que os filhos copiam os papéis dos pais, bons e ruins. Portanto, é incoerente cobrar de um filho um comportamento que nós mesmos não o praticamos bem.

Se como pai ou mãe exijo de meu filho uma atitude que eu mesmo não faço, isso é injusto, pode criar revolta na criança ou no jovem, ou pode gerar confusão na cabecinha dele.

Se lutarmos, como pai e mãe para melhorar nossa autoconsciência, se formos honestos ao observar que podemos dar exemplos ruins e ter atitudes contraditórias com nossos filhos e outras pessoas, isso facilitará a melhora dos relacionamentos. Poderemos amadurecer como indivíduos o que irá favorecer a qualidade de nossa vida, dentro e fora de nós.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Nova Friburgo se contenta com tão pouco

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Somos o país do “resultadismo”. O que seria de nós se conseguíssemos analisar a vida como ela é sem precisarmos levantar as nossas bandeiras, junto com a forte emoção que vendam nossos olhos? Para muitas pessoas a filosofia antiga é o que rege a vida: “Fez, é bom, está melhorando, ok. Não fez, é ruim, não serve, não tem solução.”.

Somos o país do “resultadismo”. O que seria de nós se conseguíssemos analisar a vida como ela é sem precisarmos levantar as nossas bandeiras, junto com a forte emoção que vendam nossos olhos? Para muitas pessoas a filosofia antiga é o que rege a vida: “Fez, é bom, está melhorando, ok. Não fez, é ruim, não serve, não tem solução.”.

E sem percebermos acabamos levando essa filosofia de modo errôneo para muitos campos de nossa vida. Sejam nos relacionamentos apaixonados que nos cegam; no dia-a-dia repetitivo da nossa rotina de trabalho; nos rumos que a nossa vida toma; ou até mesmo em como entendemos ser o ideal para vivermos a nossa vida.

Sem termos um bom parâmetro definido, cada vez mais vamos nos acostumando com menos, fazendo com que qualquer coisa seja melhor do que nada. E assim nos contentamos com aquele emprego meia-boca, com um salário mais ou menos, com uma relação sem reciprocidade, com amizades por interesse.

Nos acomodamos em sentarmos no penúltimo lugar na plateia só para ver o show ou mesmo com o que sobra da janta, com as migalhas que alguém deixa cair. E sabe porque a gente se contenta? Porque se acomoda, se apropria daquela zona de conforto e resolve morar nela, esquecendo que merece mais, que pode mais, que consegue mais.

Não me lembro de uma Nova Friburgo que vivesse tanto a sua zona de conforto como atualmente. Onde são feitas apenas as coisas mornas, onde tomamos aquele café meio quente e achamos que está ótimo e que nada melhor poderia estar sendo feito com a nossa vida.  

Será que só merecemos isso? Podemos querer o primeiro lugar, desejar um relacionamento saudável, sonhar com um cargo de presidente, querer ter o corpo dos nossos sonhos. Mas parte importante desse processo, de se entender como cidade, é achar-se merecedor dessas conquistas.

Nascemos para ter que brilhar enquanto cidade, mas não estamos brilhando. Vivemos em um parque dentro de uma cidade ou numa cidade dentro de um parque? Todo mundo terá uma resposta para essa pergunta. Contudo, ninguém consegue nos explicar o porquê de não explorarmos bem o turismo com o que há de mais bonito nessa cidade.

A verdade é que estamos nos contentando com muito pouco e infelizmente para muita gente está ótimo! A Praça Getúlio Vargas, um dos maiores cartões postais do turismo dessa cidade, se ofusca em meio choque de realidade, com seus bancos quebrados, a falta de segurança, a sujeira e os muitos ratos que passeiam por lá.

Nos contentamos com pontos de ônibus que não tem a menor infraestrutura para população especial, como os idosos e pessoas com deficiência, pelo simples fato de haver um telhadinho - que uma vez na vida e outra na morte, é pintado pelo poder público.

Nos acomodamos com os atrasos de ônibus e as conduções quebradas sem que haja fiscalização alguma do poder público. Nos acostumamos com os buracos nas ruas da cidade. E ficamos felizes quando vemos um vídeo do poder público gastando um dinheirão para fechar o buraco, mesmo sabendo que na próxima chuva, o buraco lá estará de novo.

Habituamos-nos com as péssimas comidas servidas para os pacientes da saúde do município, bem como com as extensas filas para o atendimento de rotina ou pela realização de um único exame, de quem está acometido por dores ou corre risco sério de perder a vida.

Por que não nos revoltamos em saber que muitas pessoas têm que recorrer a Defensoria Pública para requerer remédios que deveriam ser fornecidos pelo próprio município? Por que nos adaptamos tanto a ir aos shows que são realizados a perder de vista enquanto os professores recebem abaixo do piso salarial.

Mesmo diante de um dos maiores orçamentos da história da cidade, no contentamos em olhar para as maiores conquistas da cidade e perceber que foram feitas ou pelo Governo do Estado ou na cidade de Cachoeiras da Macacu, como é o exemplo do mirante da serra que não nos pertence.

Toleramos a nossa juventude indo embora da nossa cidade em busca das melhores oportunidades de emprego e de estudo. Vemos grandes lojas e grandes comércios perderem espaço em nossa cidade. Percebemos que a Nova Friburgo dos anos 70 ou 80 não mais voltará.

Acomodamos-nos a polarizar as discussões políticas por conta do “meu prefeito” ou por conta do “meu candidato faria melhor”, sem que realmente nos preocupemos com os rumos que Nova Friburgo tem se guinado. Contentamos-nos em achar que não podemos mais como cidade. Nos inspiramos nos outros e ninguém tem se inspirado na gente.

Há quem não queira, há quem prefira a vida morna. Há aqueles que são felizes com a vida mediana que levam. E quanto a isso, cabe a cada saber o que quer. Como cidade, não dá para se contentar com pouco e achar que está bom assim. E a pergunta que fica é: “Por que nos acostumamos a nos contentar com tão pouco?”

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