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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

terça-feira, 05 de setembro de 2023

 Eu costumo dizer que a civilização é o processo de criar leis e regras de conduta, porque, junto aos avanços, vem o atraso nas relações humanas. No tema em questão, no Caderno Z do último fim de semana, a palavra “etarismo” pode ter causado estranhamento, porém, nada mais é do que o preconceito em relação a pessoa idosa. Criou-se, então, o Estatuto do Idoso, onde o etarismo é crime, valendo até pena de reclusão. Um dia, numa festinha de aniversário, chegou-se a mim um dos convidados e disse: “Você deve ter sido muito bonita quando era jovem”. Olhei firme para ele e respondi: “Engano seu! Eu sou bonita agora, porque minha face dos 20 não teve a beleza que tem a minha cabeça de agora!” O camarada ficou meio sem graça, quis se desculpar, o que ficou muito pior.

O que muita gente não entende é que envelhecer é o processo natural da vida. A internet, as mídias sociais estão cheias de produtos milagrosos de rejuvenescimento, ressaltando, inclusive, famosas, de mais de 70, que estão com seus corpinhos e faces, de outrora, exuberantes. A gente sabe que é muita produção e pouca consistência, iluda-se quem quiser.

A vida é um alinhamento do corpo e mente, tudo no seu tempo e modo. Dizer que a pessoa está com certa idade, pode ser uma afronta, quando, em vez disso, se está na idade certa. Rosa Saito, a dona de casa que virou modelo aos 68 anos que o diga: “A beleza em si está em cuidar do pensamento, da mente, da espiritualidade. A pessoa pode se tornar linda, cativante, gentil e isso é muito mais do que a beleza esticada perfeita”. A beleza tem várias nuances e algumas delas só se adquire com o passar do tempo. A capacidade de discernimento, o pensamento crítico, a firmeza de nossas análises são ingredientes que a gente conquista no passar do tempo.

Marly Pinel, muito bem descrita por Ana Borges, é um exemplo de mulher que está sempre na idade certa. Wanderson Nogueira perguntou: “Quanto tempo tem o seu tempo?”. A equação poética de que o tempo não é o mesmo para todos, nem para as diferentes formas que usamos. Nada de números, mas de sensações, emoções, sentimentos. Talvez o tempo seja mesmo o que menos importa. O que importa são as peças que montamos nele, no ritmo de nossas intensidades. E tão mobilizados e entretidos com o que estamos fazendo e vivendo, o tempo se torna tão coadjuvante, possivelmente apenas e, no máximo, tablado de palco para dançarmos”.  Então, minha gente, vamos dançar no compasso!

Contudo, a dança da vida requer um constante ensaio, assim, como toda dança. É preciso praticar os passos, pois, como diz o ditado, a gente enferruja com facilidade. O mês de setembro chega trazendo a exuberância das flores e, no meu jardim, o manacá lilás, florido, parece um frasco de perfume aberto no quintal. É também o mês amarelo da prevenção ao suicídio e o Ministério da Saúde promove campanhas em todo o território nacional. A valorização da vida é dever de todos nós. Acolher, acalmar, e elucidar os valores da existência são gestos que estão ao nosso alcance e podem fazer a diferença ante um comportamento depressivo de um indivíduo. O Cão Sentado, na charge de Silvério, se veste de amarelo, colaborando com as campanhas.

Em “Sociais”, Willian Leal, um jovem friburguense, está na Bienal do Livro no Riocentro, lançando seu livro “Sobre amor e amores”. O autor é formado em Letras, faz mestrado em Estudos de Linguagem e é professor de idiomas e linguista. Que beleza! Festejando idade nova, abrindo o calendário de setembro, o ilustre Rogério Faria, da Stam Metalúrgica. Parabéns e votos de muitas chaves para abrir todas as portas da felicidade!

Dá uma tristeza saber do abandono do prédio do Colégio Nova Friburgo. Da proeza que foi a sua construção, no alto do morro, para ser um hotel/cassino, a se transformar no melhor colégio do Brasil, não se compreende o seu abandono. Seus heróis da resistência, ex-alunos da saudosa Fundação desfilam no dia 7 de setembro, como sempre, mantendo a respeitável tradição. Então, vamos nos encontrar, nós, os ex-alunos do Colégio Estadual de Nova Friburgo, hoje, Jamil El-Jaick. Que emoção!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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