Acabou-se o que era doce

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

O Botafogo desistiu do título de campeão do Brasileiro, versão 2023, e passou a ser um mero figurante, rodada após rodada. Tudo começou a partir da 31ª, após a vergonhosa derrota para o Palmeiras, por 4 a 3, tendo terminado o primeiro tempo do jogo com a vantagem de três gols. A assinalar ainda, que perdeu um pênalti no segundo tempo. Nesse momento, a diferença para o segundo colocado era de três pontos (59 a 56) que teria aumentado para seis, caso o glorioso tivesse vencido o clássico, em pleno estádio Nilton Santos. A coisa desandou de vez quando, novamente, à frente do placar, veio a derrota também de 4 a 3, para o Grêmio, dessa vez no estádio do Vasco da Gama, pois o Engenhão estava interditado para um show.

Nesse meio tempo, o quarto técnico foi demitido, pois a performance de Lúcio Flávio foi desastrosa, pior que a de Bruno Lage, o português que conseguiu desandar a máquina de ganhar, que era o alvinegro da estrela solitária. Já com Tiago Nunes, foram dois empates e a consequente perda da liderança do campeonato, colocando-se agora a um ponto atrás do Palmeiras e do Flamengo, ambos com 63 pontos ganhos. Aliás, o jogo contra o Santos, mostra o atual espírito do time, pois até os 44 minutos do segundo tempo o Fogão vencia por um a zero e retomava a liderança do Brasileirão. Como o alviverde de São Paulo empataria, em seguida, seu jogo com o Fortaleza, mesmo com a vitória do Flamengo sobre o Coritiba, a ponta da tabela voltaria para o Botafogo.

Mas, castigo vem a cavalo e esse empate com a equipe santista custou a liderança e a vice liderança da competição, ficando agora na terceira posição. Na realidade estamos assistindo a volta da expressão cunhada pelo escritor e jornalista Nélson Rodrigues, que a chamava de síndrome do cachorro vira latas. Isso ocorria quando alguém não preparado para o sucesso o atingia por algum tempo e, apequenado por não estar em condições de alcança-lo, deixava-o escapar pelas mãos. Depois de um primeiro turno espetacular, quando chegou a estar 13 pontos à frente do segundo colocado, caiu de produção, acumulou derrotas e empates seguidos. Com os pontos obtidos nesse segundo turno, com certeza, estaria amargando uma queda para a segunda divisão, de onde saiu em 2021.

Claro que ainda faltam três rodadas para o final do campeonato e os adversários do Palmeiras, excetuando o América Mineiro (em São Paulo) já rebaixado, são o Fluminense (também em São Paulo) mas que faz um bom campeonato, com uma equipe consistente, e o Cruzeiro (esse jogo em Belo Horizonte-MG) e lutando para não cair para a segundona; podem complicar a vida dos palmeirenses. O mesmo acontece com o Flamengo que enfrenta o Atlético Mineiro (no Rio) ainda lutando por uma vaga entre os quatro que se classificam diretamente para a Libertadores do ano que vem. Antes tem o América Mineiro e o Cuiabá (no Rio), esse lutando para permanecer longe da zona do rebaixamento. A perda de um ponto desses times e três vitórias do Botafogo, contra o Coritiba (em Curitiba-PR), contra o Cruzeiro em casa e contra o Internacional, lá em Porto Alegre-RS, podem devolver a liderança e o título de campeão para o time da estrela solitária.

Antes de prosseguir uma explicação do porque da grafia Coritiba para o clube e Curitiba para a cidade capital paranaense. Dizem que um diretor do clube, muito puritano, incomodado com a primeira sílaba do nome do clube, resolveu substituí-la. Já a história oficial da agremiação diz que quando ele foi fundado existiam duas grafias corretas para o município que o clube homenageia, Coritiba e Curityba (em tupi-guarani). Optou-se pela primeira.

No entanto, seguro morreu de velho e não acredito mais nesse título. Claro está que a SAF Botafogo tem de ser exaltada, já que em menos de um ano de sua fundação, conseguiu seu principal objetivo que era voltar a disputar a Libertadores das Américas versão 2024. Título é uma utopia, tanto é assim que só não transformo a camisa que comprei, recentemente, em pano de chão porque foi muito cara para esse fim.

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