Após a publicação do decreto municipal 891, na noite da última sexta-feira, 5, que autorizou a retomada das aulas presenciais em Nova Friburgo a partir de 5 de março e da entrevista coletiva concedida pelo prefeito Johnny Maycon (Republicanos) na última segunda-feira, 8, para tratar sobre este e outros assuntos referentes à administração municipal, a Câmara de Vereadores divulgou uma nota de esclarecimento na tarde desta quarta-feira, 10, esclarecendo que “não participou de qualquer reunião para elaboração do Plano de Retomada às aulas presenciais”, como teria sugerido o prefeito.
De acordo com a nota da casa legislativa, “o Poder Executivo (prefeitura) afirmou em diversas reportagens que o Poder Legislativo (Câmara) é um dos membros do Grupo de Trabalho para a elaboração do Plano de Retomada das Aulas Presenciais em Nova Friburgo, dando a entender que a Câmara Municipal teria participado desta ação e da construção das medidas de retorno das atividades escolares”.
A Câmara nega e afirma que “Apesar de fazer parte do Grupo de Trabalho e do Conselho Municipal, em nenhum momento, foi convidada a participar das reuniões que resultaram na elaboração do decreto 891, bem como do Plano de Retomada das Aulas Presenciais. Tanto que em reportagem de A VOZ DA SERRA publicada na quarta-feira, 9, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) reconhece a exclusão do Poder Legislativo na elaboração do Plano ao citar que a ‘Câmara Municipal foi posta de lado nesse importante debate’”.
Por que a Câmara é contra
O comunicado emitido pela casa legislativa ressalta ainda o “alto risco da volta às aulas presenciais nas condições atuais, quando escolas estão fechadas por falta de manutenção, dobrando o número de alunos da instituição que os recebe, multiplicando o número de passageiros que usarão o transporte coletivo, sem vacinação dos profissionais de educação e, como não há previsão de vacina para as crianças, coloca em circulação milhares de pequenos vetores de transmissão do vírus que, pela idade, possuem menor capacidade de precaução”.
Quem também se manifestou sobre o assunto foi a vereadora Maiara Felício (PT), que preside a Comissão Permanente de Educação e Cultura da Câmara: “Não sou contra os estudos e nem estou dizendo que a educação não é importante, mas sou contra porque ainda temos uma infraestrutura muito precária para voltar. Estamos falando de saúde pública. Eu entendo que o melhor cenário para a retomada das aulas seria após a imunização, pelo menos, das categorias envolvidas no setor da educação”, afirmou a parlamentar.
Por fim, o presidente da Câmara, vereador Wellington Moreira (PSL), afirmou que não irá admitir qualquer responsabilização do Poder Legislativo por uma decisão arbitrária da prefeitura, com embasamento que não encontra respaldo na realidade municipal e que pode trazer graves consequências em termos de saúde pública: “Não participamos do debate sobre o tema, apesar de citados como membro do Grupo de Trabalho. O risco é enorme e a saúde da população não pode ser deixada de lado, mesmo que as crianças sofram com o isolamento, ele é muito menos doloroso do que a perda de um familiar. Nossa luta maior ainda é contra a Covid-19 e em prol da vida.” finalizou o presidente da casa legislativa.
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