O mês de abril é marcado por duas campanhas essenciais para a conscientização da sociedade: o Abril Azul, voltado para a inclusão e o entendimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), e o Abril Verde, que destaca a importância da segurança no trabalho e da prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Ambas as iniciativas têm como objetivo promover informação, combater preconceitos e garantir direitos fundamentais.
Abril Azul: políticas públicas e conscientização sobre o autismo
O Abril Azul foi criado para ampliar o debate sobre o TEA, transtorno que afeta o desenvolvimento social, comunicativo e cognitivo de crianças, jovens e adultos. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), uma a cada 160 crianças no mundo está dentro do espectro autista, sendo a incidência maior entre meninos.
A campanha reforça a necessidade de diagnóstico precoce e tratamento adequado, pois intervenções individuais e intensivas podem proporcionar melhor qualidade de vida para pessoas com TEA. Além disso, a conscientização visa combater o preconceito e garantir a inclusão de autistas na sociedade, seja na educação, no mercado de trabalho ou em serviços de saúde pública.
Em Nova Friburgo, a Câmara Municipal promoverá uma sessão especial nesta próxima quarta-feira, 2, às 18h, para debater políticas de assistência a pessoas com autismo. A iniciativa foi proposta pelo vereador Isaque Demani (PL), integrante da comissão de Saúde, Prevenção e Combate ao Uso de Drogas da casa legislativa. A sessão será realizada de acordo com a lei municipal 4.681/2019, que institui o Dia e a Semana Municipal de Conscientização do Autismo no município.
Além da sessão especial, Demani propôs uma emenda destinando R$ 1,2 milhão no orçamento de 2025 para a construção de uma Clínica-Escola do Autista ou Neurodivergente em Nova Friburgo. A unidade, caso seja concretizada, poderá oferecer atendimento especializado para crianças e adultos com TEA, facilitando o acesso a terapias e acompanhamento multidisciplinar.
Abril Verde: prevenção de acidentes e doenças ocupacionais
O Abril Verde, por sua vez, foca na segurança e saúde no trabalho. A campanha tem como referência o Dia Mundial da Segurança e Saúde do Trabalho, celebrado no próximo dia 28. A data foi estabelecida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2003, em memória a um grave acidente ocorrido em 1969, na Virgínia, Estados Unidos, que vitimou 78 trabalhadores. No Brasil, o dia também se tornou o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças Ocupacionais, por meio da lei 11.121/2005.
A campanha busca alertar empresas, trabalhadores e governos sobre a necessidade de medidas preventivas para reduzir os riscos no ambiente laboral. O Brasil registra altos índices de acidentes de trabalho: segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, entre 2012 e 2022, foram mais de seis milhões de ocorrências registradas, resultando em mais de 25 mil mortes.
Entre as principais preocupações do Abril Verde estão a fiscalização de condições inseguras, a conscientização sobre uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs) e a implementação de programas de qualidade de vida no trabalho.
A importância da conscientização e da ação contínua
Embora sejam distintas, as campanhas do Abril Azul e do Abril Verde têm um ponto em comum: a defesa de direitos e a busca por políticas públicas eficazes. No caso do autismo, a inclusão social e o acesso a tratamentos adequados são fundamentais para o desenvolvimento dos indivíduos dentro do espectro. Já no campo da segurança no trabalho, a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais é essencial para garantir a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores.
Campanhas como essas precisam ir além do mês de abril. A efetivação de leis, o investimento em estrutura adequada e a criação de espaços de diálogo entre a população e os gestores públicos são passos essenciais para que a conscientização se transforme em avanços concretos na sociedade.
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