Com a paralisação dos campeonatos pelo mundo, recordar os bons momentos das equipes de coração, seja qual for a modalidade, tem sido um hábito. No caso do Friburguense, uma conquista histórica para o clube completou 11 anos no último dia 19. Exatamente nesta data, em 2009, o Tricolor da Serra vencia o Tigres do Brasil, nos pênaltis, e encerrava um jejum de 12 anos sem títulos. Era a conquista da Taça João Ellis Filho, em sua primeira edição, com um aditivo super especial: a decisão foi realizada no Maracanã.
“Foi um dia maravilhoso. Estava um calor enorme no Rio, e como foi um jogo preliminar, aconteceu mais cedo que o normal. Foi um jogo muito difícil, truncado, duas boas equipes, decidido nos pênaltis. Tive o prazer de cobrar um deles e fazer o gol. Vai ficar gravado na minha memória para o resto da vida. O sonho de todo garoto que gosta de futebol é jogar no Maracanã. Além disso, jogar e erguer um troféu é para poucos. Tive esse privilégio e tenho essa recordação comigo, do enorme prazer em representar toda a equipe, funcionários do clube e Nova Friburgo. Fizemos uma festa enorme no vestiário e no ônibus, e depois festejamos no clube”, relembra o capitão Bidu.
A competição foi uma novidade do Campeonato Carioca de 2009. O terceiro e quarto colocados de cada chave, em cada turno, disputariam um torneio paralelo às decisões da Taça Guanabara e Taça Rio. No primeiro turno, a Taça Moisés Mathias de Andrade e, no segundo, a Taça João Ellis Filho. O torneio foi uma homenagem a João Abraão Ellis Filho, ex-presidente do Campo Grande Atlético Clube, o Campusca, equipe vencedora da Taça de Prata de 1982 e diretor do departamento de árbitros da Ferj. Ele faleceu no dia 21 de novembro de 2008.
A campanha
O Frizão iniciou o Carioca de 2009 com uma campanha modesta no primeiro turno. Em sete jogos, apenas uma vitória, quatro derrotas e dois empates. Sofreu 18 gols e marcou oito. Na estreia, uma partida polêmica contra o Flamengo, onde o time de Cleimar teve um gol mal anulado, quando a partida ainda estava 0 a 0.
Na sequência, dois jogos em casa e apenas um ponto. Empate com o Mesquita e derrota para o Boavista. O desempenho melhorou nos dois jogos consecutivos, fora de casa. Empate com o Bangu e uma vitória, que poucos acreditavam, contra o Volta Redonda no estádio Raulino de Oliveira. Encerrando, foi goleado pelo Botafogo em casa e pelo Macaé na casa do adversário.
Ameaçado pelo rebaixamento, o Tricolor entrou na Taça Rio disposto a pontuar e afastar o fantasma do rebaixamento. A derrota para o Vasco na estreia não impediu a reação tricolor. O Frizão emplacou uma sequência de três vitórias, contra Tigres, Duque de Caxias e Cabofriense, interrompida pelas derrotas para Fluminense, em Nova Friburgo, e Americano, em Campos.
A vitória sobre o Resende, no Eduardo Guinle, afastou as chances de rebaixamento. Mas o tricolor queria mais. E, ao vencer o Madureira fora de casa, alcançou a classificação para a Taça João Ellis Filho, em terceiro lugar do Grupo B, com 15 pontos.
Classificação também nos pênaltis
Nas semifinais da Taça, Tigres do Brasil e Boavista de um lado. Friburguense e Madureira de outro. No dia 12 de abril, o Tricolor da Serra encarou o suburbano, no Maracanã, e o Madureira saiu na frente aos 26 minutos, com gol de Jones cobrando pênalti. Da mesma forma, Victor Hugo empatou aos 35. O time carioca levou apenas três minutos, no segundo tempo, para ficar à frente novamente, com Alex Alves.
O Frizão alcançou a igualdade com um golaço de Crispim, aos 17. Nos pênaltis, o Friburguense venceu por 5 a 4 e passou para a final. Victor Hugo, Alex, Bidu, Roberto Júnior e Thiago Santos converteram, enquanto Alex Alves desperdiçou a última cobrança para o Madureira.
Tricolor grita campeão após 12 anos
Friburguense e Tigres decidiram a Taça João Ellis Filho no Maracanã, em jogo preliminar à decisão da Taça Rio. No fim do primeiro tempo, Gilcimar marcou contra e abriu o placar para o Frizão. Já na etapa final, Gilcimar fez a favor da Fera e igualou o marcador. O Tricolor voltou à ter vantagem com o tento de Alex, mas o experiente Sorato venceu Adriano e fez o gol de empate.
Fim de jogo, e o troféu seria decidido nas cobranças de pênaltis. Nas cinco primeiras de cada time, ninguém errou - Victor Hugo, Wallace, Bidu, Elan e Thiago Santos converteram para o time de Nova Friburgo. Nas alternadas, Leomir desperdiçou a segunda cobrança do Friburguense, mas Jaílson parou em Adriano. Por fim, Crispim marcou para o Frizão, Adriano voltou a brilhar e defendeu a cobrança de Pedrão. O Friburguense, após 12 anos, levantava novamente um troféu.
O Frizão comandado por Cleimar atuou com Adriano, Sérgio Gomes (Heitor), Wallace, Lucas e Crispin; Bidu, Gian, Alex Faria (Leomir) e Victor Hugo; Thiago Santos e Ziquinha (Adenis).
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