É comum, para qualquer atleta de alto nível, viver momentos de maior destaque e outros de menor brilho. Marlon Moraes, por exemplo, chegou a ser desafiante pelo cinturão do UFC – e favorito na ocasião -, e agora vive uma fase menos vitoriosa. Na organização desde 2017, soma duas derrotas em suas últimas apresentações. Situação com a qual não está acostumado desde os tempo de eventos de muay thai, em Nova Friburgo e região.
Em janeiro deste ano, Marlon passou por uma cirurgia no ombro para resolver um problema que já o incomodava nos recentes duelos. Em recuperação do procedimento, o ex-desafiante ao cinturão do peso-galo (61 quilos), o lutador friburguense planeja voltar a atuar no meio deste ano, apostando que dará a volta por cima para se consolidar como um dos grandes nomes da divisão.
“Minha expectativa é poder lutar no meio do ano. Tive duas lutas agora e as perdi por nocaute. Então é hora de dar uma parada, recuperar as lesões e esperar mesmo. Quando você toma um nocaute, voltar em cima assim afeta um pouco. Então quero voltar com tudo para não ter desculpa. É agora ou nunca. É fazer tudo que eu sei porque no UFC a gente garante o trabalho a cada dia e preciso dessa vitória”, disse durante entrevista ao portal ESPN, quando também aproveito para analisar sua situação na franquia.
“No UFC, que é o maior evento de lutas do mundo, não tem espaço para três derrotas seguidas. Então, tenho que fazer meu trabalho bem feito. Desde que entrei sabia da pressão. Não gostamos de perder, por isso o foco é melhorar, se reciclar e voltar com tudo”, concluiu.
Marlon afirma ter levado o ano de 2020 como uma espécie de aprendizado, principalmente em relação ao seu último confronto, diante de Rob Font. O lutador explicou que aquele não era o momento de ter voltado a lutar, logo após ter sido nocauteado por Cory Sandhagen e, por isso, mira uma revanche diante do seu último algoz.
“Podia ter esperado. Eu quis voltar logo para ter uma revanche comigo mesmo, voltar a vencer e podia ter feito diferente. Não me arrependo, mas tiro isso como aprendizado. Quero ganhar mais uma ou duas e lutar com ele 100%. É uma luta boa para mim, o Rob Font é um cara duro, mas sei que sou muito melhor que ele. Tenho certeza que se lutar mais vezes com ele tenho chances de vencer. Mas é um passo de cada vez, quero me recuperar, vencer mais uma e o vejo essa luta em um futuro bem próximo”, explicou.
No MMA profissional desde 2007, Marlon Moraes soma 23 vitórias, oito derrotas e um empate em sua carreira. O lutador de 32 anos lutou pelo cinturão do peso-galo do UFC em 2019, perdeu três vezes por nocaute nas últimas quatro lutas que disputou (Henry Cejudo, Cory Sandhagen e Rob Font), vencendo apenas José Aldo, em duelo que aconteceu em dezembro de 2019, por decisão dividida dos jurados.
Apesar do momento adverso, “The Magic” é visto como alguém que pode chegar longe e marcar o nome na história do MMA O técnico de jiu-jitsu de Moraes, Ricardo Almeida enxerga o peso galo como um dos lutadores de ponta em uma categoria rica em talentos
“Nos próximos anos o Marlon Moraes vai significar o que o Anderson Silva e o Vitor Belfort significaram para o Brasil. Graças a todo seu trabalho e empenho, ele se tornará uma referência no MMA brasileiro.”
Quase todos aqueles que trabalham com o jovem de 30 anos diariamente no RA BJJ / Iron Army em Nova Jersey, apostam no atleta nascido e criado no bairro Cordoeira, como um dos principais candidatos. “Fiquei maravilhado”, acrescentou o técnico de boxe Mark Henry, “Ele lutou com Frankie (Edgar) e alguns dias depois eu o levei para a Filadélfia, que é um ótimo lugar para lutar boxe, só para ver como ele se sairia. Eu o coloquei contra alguns boxeadores profissionais e ele foi incrível.”
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