Em publicação recente no Diário Oficial Eletrônico da Prefeitura de Nova Friburgo, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Logística tornou pública a realização de uma pesquisa de mercado para aquisição de 26 medicamentos destinados a atender a demanda de pacientes com coronavírus, em caráter emergencial, que dispensa licitação.
Já na edição desta quarta-feira, 5, do mesmo Diário eletrônico, a prefeitura publicou as empresas que cotaram o menor preço para a aquisição dos medicamentos e insumos. É importante ressaltar que parte destes itens, conforme estão descritos na publicação, destinam-se ao tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus e outra parte para uso de tratamentos recorrentes, segundo informou o secretário municipal de saúde, Marcelo Braune.
Só com a aquisição de insumos a prefeitura planeja um investimento de R$ 2.871.453,61. Serão adquiridos sob demanda agulhas, seringas e cateteres para atender às necessidades de toda a rede municipal.
Já para o tratamento exclusivo de pacientes com Covid-19, a prefeitura espera investir outros R$ 2.837.547,39. Segundo a publicação no D.O., 21 empresas apresentaram orçamento com menor custo para a compra desses medicamentos.
Estoques insuficientes
Na última semana, a prefeitura informou que devido ao aumento do consumo devido à pandemia da Covid-19, os estoques dos medicamentos descritos encontram-se insuficientes no Hospital Municipal Raul Sertã, “haja vista a grande demanda existente no momento”.
A prefeitura justifica que além do cenário imprevisível da pandemia, a retomada gradual da economia no município também contribuiu para o aumento do consumo desses medicamentos devido ao aumento recente de novos casos da doença. “Concluímos de forma interdisciplinar que para a segurança dos pacientes da unidade de saúde, torna-se indispensável a presente aquisição dos medicamentos”.
Eficiência do Tocilizumabe
Um dos medicamentos que integram a lista para aquisição é o Tocilizumabe. A prefeitura ressaltou que o medicamento não é padronizado junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas que a administração deste medicamento além de colaborar com a melhora do quadro clínico dos pacientes com coronavírus, diminui os custos inerentes a ocupação em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), justificando, portanto, sua necessária aquisição no atual cenário pandêmico.
Em junho deste ano, o reumatologista Davi Furtado, em entrevista para A VOZ DA SERRA, detalhou a eficácia que o Tocilizumabe vinha apresentando em pacientes com Covid-19. O medicamento é indicado para tratar doenças reumáticas, mas ao ser usado em pacientes com coronavírus conseguiu recuperar, até então, todos eles. “Um estudo recente sugere que essa substância é imunobiológica. Há ainda um estudo chinês sobre esse medicamento com boa resposta. Há também um estudo sendo feito pelo Hospital Albert Einstein”, disse o médico na época.
Ainda de acordo com o reumatologista, o Tocilizumabe é uma medicação que age na terceira base, quando o paciente já tem acometimento pulmonar, indo para a síndrome de angústia respiratória ou ventilação mecânica. “Por isso os médicos já podem usar essa nova medicação com vários estudos corroborando. É óbvio que é preciso mais estudos e exames. Os estudos preliminares, ao contrário da cloroquina e hidroxicloroquina, mostram evidências positivas. Os hospitais Raul Sertã, Albert Einstein e outros pelo mundo já utilizam esse novo medicamento”, revelou.
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