Pesquisa conclui que MEIs têm a maior taxa de mortalidade no Brasil

Pelo menos 29% fecharam seus negócios após cinco anos de atividade, segundo o Sebrae
sexta-feira, 22 de julho de 2022
por Jornal A Voz da Serra
Foto: Pexels
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Dentre os pequenos negócios, os microempreendedores individuais (MEIs) têm a maior taxa de mortalidade: 29% fecham seus negócios após cinco anos de atividade. As empresas de pequeno porte têm a menor taxa de mortalidade com 17% após cinco anos de atividade e as microempresas com 21,6% têm a taxa de mortalidade intermediária. A maior taxa de mortalidade é verificada no comércio (30,2%) e a menor na indústria extrativa (14,3%). É o que aponta um levantamento recente do Sebrae, focado nas empresas do Brasil.  

     “O levantamento foi feito com mais de três mil empresas do país porque queríamos entender como a pandemia afetou os pequenos negócios. Para entender as características do fechamento das empresas, alguns pontos foram destacados. Nesse caso, empreendedores que tinham menor conhecimento ou experiência anterior no ramo, que tinham menos iniciativa em aperfeiçoar o negócio e fizeram menos esforços de capacitação, foram os que não conseguiram manter as portas abertas. A análise também apontou que muitos desses empresários iniciaram o negócio por necessidade, ou seja, estavam desempregados e abriram seu próprio negócio. Em 2020, metade das empresas que fecharam consideraram que a pandemia foi determinante para o fechamento dos negócios”, destaca Marcelo Pereira, gerente da unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Rio. 

     A pesquisa apontou ainda que 17% dos empreendedores não fizeram nenhum planejamento, 59% fizeram no máximo até seis meses, 37% entre seis meses e dois anos e 11% planejaram por mais de dois anos. Esses empresários levantaram informações como número de clientes e hábitos de consumo (56%), fornecedores (66%), localização (66%), empresas concorrentes (67%), aspectos legais do negócio (69%) e valor do investimento (71%). 

 

 

Situação no Estado  

 

No Estado do Rio de Janeiro, após a abertura, pelo menos 10% das pequenas empresas fecham após um ano, 15% em dois anos, 19% em três anos, 22% em quatro anos e 23% em cinco anos. “A maioria das empresas identificou o seu público-alvo e atribuiu as principais tarefas aos responsáveis, mas deixaram outros pontos determinantes fora do seu planejamento. Muitos empreendedores deixaram de realizar estratégias, como elaborar um plano de negócios e planejamento da empresa, na ausência do empreendedor”, comenta Marcelo. 

 

Desafio para as MPEs   

 

     Um dos pontos abordados no levantamento reforçou que 37% das micro e pequenas empresas (MPEs) que permanecem em atividade identificaram uma oportunidade no mercado, 26% queriam abrir o próprio negócio, 16% por exigência de clientes e fornecedores, 10% para aumentar renda e 8% estavam desempregados. 

     Na “gestão do negócio” as empresas que continuam no mercado após cinco anos, se mostraram mais ativas em aperfeiçoar sistematicamente seus produtos e serviços às necessidades dos clientes e em estar sempre atualizado com respeito às novas tecnologias do seu setor. Essas empresas também inovaram continuamente seus processos/procedimentos de trabalho, e seguem ativas na procura de fornecedores com maior qualidade ou preços mais acessíveis, fazem o cálculo detalhado dos custos de cada produto (ou serviço) e realizam um acompanhamento rigoroso da evolução das receitas. 

 

Dez motivos para o fechamento de empresas  

  •  Pandemia - 41% 
  • Faltou dinheiro/financiamento - 22% 
  • Falta de clientes - 20% 
  • Conseguiu opção melhor - 13% 
  • Problemas pessoais - 11% 
  • Burocracia - 8% 
  • Dificuldade contratar mão de obra - 7% 
  • Custos/impostos/taxas/aluguel - 7% 
  • Localização ruim - 6% 
  • Faltou mercado - 6% 

 

Principais auxílios que poderiam evitar o fechamento 

  • Crédito mais facilitado - 34% 
  • Mais clientes - 25% 
  • Menos encargos e impostos - 21% 

 

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TAGS: negócios