O fornecimento de refeições a pacientes, acompanhantes e funcionários do Hospital Municipal Raul Sertã está sob a gestão de uma nova empresa desde a zero hora desta quinta-feira, 13. Saiu a Global Trade Indústria de Alimentação, contratada desde o final de 2018, e entrou a empresa ACF da Silva Ltda, de Campos dos Goytacazes, que prestará o serviço pelo período de um ano ao custo de R$ 4.339.990.
No momento da troca das duas empresas estavam presentes as direções médica, geral e administrativa do Hospital Raul Sertã, representantes da Secretaria Municipal de Saúde e das duas empresas, além dos vereadores Pierre Moraes, Jhonny Maycon e Marcinho Alves.
Segundo nota emitida pela Prefeitura à imprensa, a transição entre as empresas “foi tranquila, dentro de todos os parâmetros legais e o principal, sem alterar em nada as refeições dos pacientes, familiares ou funcionários. Ninguém sofreu ou sofrerá algum tipo de dano relacionado à troca das empresas”, informou a prefeitura.
No entanto, segundo o vereador Pierre Moraes, que acompanhou a transição, o processo não foi tão tranquilo assim. De acordo com o parlamentar, a nova empresa encontrou a cozinha suja e necessitando de alguns reparos, com pintura de paredes, por exemplo.
“Não houve uma transição adequada. A Global saiu num dia para a ACF entrar no outro. Ou seja, a nova empresa chegou numa situação inusitada. No meu entender ela foi prejudicada. Porque de uma hora para outra teve que preparar a cozinha, montar os móveis e preparar a comida. A prefeitura fala que foi tudo bem, mas não foi. Só não foi um desastre porque houve um esforço da empresa que está assumindo o serviço. Isso mostra a desorganização do governo, que deveria ter feito um processo de transição mais adequado”, denunciou o vereador.
A empresa Global era a responsável por fornecer a alimentação da unidade há pouco mais de um ano. Ela venceu a licitação realizada na primeira quinzena de dezembro de 2018, para atuar durante todo o ano passado, por R$ 4.237.800. Como a nova licitação não ocorreu dentro do previsto, houve a necessidade de prorrogar o contrato, o que foi feito na primeira quinzena de janeiro deste ano, quanto a Prefeitura e a Global firmaram um termo aditivo ao contrato pelo período de 45 dias ao custo de R$ 211.444,76.
Global foi alvo de CPI
O relatório da Comissão Parlamentar de inquérito (CPI), da Câmar de Vereadores, que investigou os seguidos contratos emergenciais para fornecimento de alimentação ao Hospital Raul Sertã, apontou superfaturamento em contratos emergenciais firmados entre a prefeitura e a empresa Global. O relatório apontou estimativa de superfaturamento de R$ 1.119.677,86 nos R$ 8.816.364,31 pagos à empresa, entre 11 de abril de 2017 a 27 de dezembro de 2018, para fornecimento de refeições aos pacientes, acompanhantes e funcionários do Raul Sertã.
Procurados na ocasião, a prefeitura reiterou que não era objeto de investigação da CPI, mas que a Procuradoria Geral do município acompanhava os desdobramentos do caso. Já a Global reafirmou que celebrou todos os contratos com a prefeitura respeitando a lei e que o superfaturamento apontado no relatório da CPI é resultado de uma conta equivocada dos vereadores.
Alimentação na Maternidade
A empresa Global é a mesma que fornece alimentação ao Hospital Maternidade Mário Dutra de Castro, de forma emergencial, desde o início de novembro do ano passado. Com a cozinha da unidade interditada desde o final de junho de 2019, atendendo a uma recomendação do Ministério Público até que fossem realizadas obras de manutenção no setor, a Prefeitura de Nova Friburgo informou, em nota, que a licitação para contratação de empresa para fornecimento de alimentação a pacientes, acompanhantes e funcionários do Hospital Maternidade será realizada nesta sexta-feira, 14.
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