A Santa Casa de Caridade de Cantagalo, fundada em 1969, mais conhecida como Hospital de Cantagalo, já tem a sua própria usina de oxigênio, inaugurada semana passada. Com as redes hospitalares — pública e privada — de várias capitais apontando para iminente risco de colapso no fornecimento de oxigênio para tratamento de pacientes com Covid-19, a Santa Casa de Cantagalo divulgou uma importante notícia não apenas para a população daquele município, mas para os moradores de toda a região:
Encontra-se em pleno funcionamento na Santa Casa uma usina de oxigênio, capaz de abastecer de maneira ininterrupta todos os setores do hospital com o gás, medicamento essencial para o tratamento eficaz de pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Idealizado há mais de seis meses, o programa permite ao hospital suprir suas necessidades sem depender do fornecimento de empresas especializadas, que vêm alegando, reiteradamente, dificuldades de atender a demanda pelo gás que não para de crescer em todo o país.
A usina tem capacidade de produzir 2.600 metros cúbicos de oxigênio por mês, o que equivale a mais de 250 cilindros. Segundo Alan Barros Cabral, diretor administrativo da Santa Casa, o grau de pureza do oxigênio é de quase 100%.
“O hospital gastava cerca de R$ 15 mil por mês pelos cilindros de oxigênio necessários para atender a demanda dos pacientes. Agora, com o pleno funcionamento da usina, conseguimos abastecer, de forma ininterrupta, toda a unidade, o que resulta em uma economia mensal de R$ 8 mil”, assegurou o diretor.
Covid-19 em Cantagalo
Em 2010, o censo do IBGE registrou a existência de 19.830 habitantes no município; atualmente, o instituto estima o número de moradores em 20.168. Até o momento, Cantagalo registrou 25 mortes pela Covid-19.
DPU vai ao STF por fornecimento centralizado de oxigênio aos estados
O defensor público-geral federal, Daniel Macedo, e o defensor nacional de Direitos Humanos da Defensoria Pública da União (DPU), André Porciúncula, ajuizaram nesta segunda-feira, 29, uma ação coletiva no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o fornecimento de oxigênio medicinal a todos os estados da Federação, com mecanismo centralizado de distribuição.
De acordo com a ação civil pública, diversas fontes oficiais têm relatado nos últimos dias o risco de desabastecimento de oxigênio. Levantamento da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), realizado por meio de questionário enviado a 2,5 mil das 5.570 prefeituras, apurou que o oxigênio para pacientes com o coronavírus está prestes a acabar em pelo menos 78 municípios.
Conforme aponta a ação da DPU, decisões liminares recentes vêm determinando a entrega de quantidades do produto em municípios ou estados específicos, sem considerar a situação global de produção e distribuição, o que desorganiza a logística e gera risco de desabastecimento para grandes hospitais.
A DPU requer, entre outros pedidos, que a União, em articulação com os estados e o Distrito Federal, no prazo de 10 dias, apresente plano para abastecimento de oxigênio medicinal para a rede de saúde dos estados e municípios durante a pandemia.
Pede ainda a hierarquização das demandas segundo critérios de urgência, logística, necessidade, estoque, local de envase, transporte e os previstos na legislação de regência, além de logística adequada pelo meio mais célere para o fornecimento de gases medicinais, a fim de garantir que quantidade suficiente do produto chegue o quanto antes aos estados e municípios.
Para o defensor público-geral federal, “a dispersão de ações individuais e coletivas no Poder Judiciário para a obtenção dos gases medicinais é determinante para fragmentação da política pública no controle e abastecimento e revela a causa concreta do conflito federativo entre os diversos estados da Federação, com o consequente desabastecimento e distorções no fornecimento”, explicou Macedo.
(Fonte: Matéria original do site Metrópoles)
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