Nesta quinta-feira, 20, Cantagalo, terra natal do autor de “Os Sertões”, comemora os 156 anos de nascimento de Euclides da Cunha. Para marcar a data, um grupo de amigos estudiosos da obra do ilustre conterrâneo, organizou um evento — em 2021 apresentaram o projeto “Escritos Euclidianos” —, para lançar, neste ano, o Portal do Movimento Euclidiano de Cantagalo, com leituras, mesas e conversas sobre o consagrado escritor.
Os interessados em participar do evento — novamente, online, através do Google Meet, dia 20, das 19h às 21h, devem se inscrever até esta quarta-feira, 19, através do link https://forms.gle/mMyoVVxMSJttzvVC8. Os participantes presentes receberão certificado, basta solicitar no ato da inscrição. No dia do evento os inscritos receberão o link do Google Meet até 17h.
Programação
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19h - Lançamento do Portal do Movimento Euclidiano de Cantagalo;
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19h10 - Mesa “120 anos de Os Sertões” | Mediação: Andrea Reis | Debatedores: Leopoldo Bernucci e Anabelle Considera;
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20h - Leitura dramatizada | Ana Martins e Álvaro Sagulo;
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20h10 - “Euclides de Cabeceira” | Mediação: Rick da Cunha | Leitores: Felipe Rissato, João Batista Lima e Alex Vieitas;
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20h50 - Conversa livre.
“Um parêntesis, um hiato, um vácuo…”
Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha foi escritor, jornalista, historiador, sociólogo, engenheiro e geógrafo, e patrono da cadeira n.º 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL), eleito em 1903. Natural de Cantagalo-RJ, estudou na Escola Politécnica e na Escola Militar da Praia Vermelha (Rio).
Formado em Engenharia Militar, além de Matemática e Ciências Físicas e Naturais (1890 a 1892), ao concluir os cursos mudou-se para São Paulo. Colaborador do jornal A Província de S. Paulo — hoje O Estado de São Paulo (Estadão), foi convidado a cobrir o conflito de Canudos, no interior da Bahia, em 1897. Após cinco anos publicou “Os Sertões” (1902), clássico da literatura brasileira, um relato histórico-ficcional sobre o Arraial de Canudos e a destruição de seu povo. É também considerado o primeiro livro-reportagem brasileiro.
Em abril de 2018, eu e mais dois colegas fomos a Cantagalo para produzir reportagem sobre Tiradentes e Mão de Luva, com o professor e sociólogo João Bosco de Paula Bon Cardoso. Aproveitamos a ocasião para visitar o memorial de Euclides da Cunha, a convite do então secretário de Cultura, Matheus Arruda, onde se destacava uma de suas mais emblemáticas expressões: O sertanejo é, antes de tudo, um forte.
“Com esta frase Euclides da Cunha, em sua obra Os Sertões, descreve os sertanejos que encontrou no Nordeste brasileiro durante a cobertura jornalística dos momentos finais da Guerra de Canudos, onde cinco expedições do exército brasileiro acabaram por destruir Belo Monte e assassinar Antonio Conselheiro.
O autor de Os Sertões era um típico filho da classe média e foi para o Nordeste relatar a guerra entre o exército brasileiro e o heroísmo do sertanejo na defesa de seu mundo de suficiência e liberdade.
Aos poucos, no contato com a realidade brutal e com a vida dura daquele povo, Euclides foi mudando sua visão de mundo. As pechas de “jagunços”, “fanáticos”, “bárbaros” e outras tantas comuns na elite intelectual, foram desabando na compreensão do escritor.
Sua indignação sobe às alturas quando descreve a localização do corpo do Conselheiro pelo exército, desenterrado para cortar-lhe sua cabeça e exibi-la em praças públicas. Euclides classificou-os, então, de loucos e criminosos”. (Trecho de artigo de Frei Sérgio Antônio Görgen | Brasil de Fato).
Em tempo: “Canudos tinha muito apropriadamente, em roda, uma cercadura de montanhas. Era um parêntesis; era um hiato. Era um vácuo. Não existia. Transposto aquele cordão de serras, ninguém mais pecava.”
Obras:
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A guerra no sertão (1899)
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As secas do Norte (1900)
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O Brasil no século XIX (1901)
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Os Sertões (1902)
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Civilização (1904)
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Contrastes e Confrontos (1906)
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Peru Versus Bolívia (1907)
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Castro Alves e o Seu Tempo (1908)
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À Margem da História (1909)
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