Friburgo tem mais de 2.500 profissionais parados no setor de eventos

Cancelamento de festas, shows e casamentos gera inúmeros prejuízos. Setor se mobiliza
quinta-feira, 06 de agosto de 2020
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
Friburgo tem mais de 2.500 profissionais parados no setor de eventos

Desde meados de março, quando tiveram início as medidas de isolamento social e a consequente restrição do funcionamento de diversos setores da economia, muitos segmentos amargaram prejuízos. O decreto municipal 645, de 24 de julho, atualizou as normas da Retomada Gradual e Segura das Atividades, permitindo o funcionamento de quase todos os setores, exceto quando Nova Friburgo atingir a bandeira roxa. Isso representou um alívio e tanto para inúmeros empresários, empreendedores, autônomos e trabalhadores com carteira assinada.

No entanto, o segmento de festas e eventos segue paralisado, por enquanto, sem perspectiva de retorno das atividades, o que tem preocupado e prejudicado milhares de trabalhadores no município. Buscando uma saída, um grupo de 35 pessoas ligadas ao setor de eventos se reuniu na última segunda-feira, 3, em um encontro presencial – respeitando todas as normas de segurança, como distanciamento seguro, uso de máscaras e disponibilização de álcool em gel –, na qual iniciaram as tratativas para a criação de uma associação que represente a categoria. 

A ideia partiu de quatro empresários do setor: Rafael Lack, o Sopinha (Lack Produções), Rodrigo Serpa, o Rodrigão (Di Arts/Excess Produções), Cesar Abbud Jonas (Montar Eventos) e Sérgio Luís da Silva, o Serginho (Lokasom). O grupo pretende se reunir novamente na próxima semana e, em seguida, agendar um encontro com o prefeito Renato Bravo para mostrar as propostas do setor para a retomada.

Mais de 2.500 profissionais parados 

Algumas pautas mais urgentes já foram discutidas na reunião da última segunda-feira, 3, como a elaboração de uma carta de solicitações para ser entregue ao prefeito, tratando do retorno gradativo de alguns segmentos, como casa de festas com limite de pessoas, por exemplo. O grupo também pretende construir um documento de intenções do setor, com o intuito de apresentá-lo aos pré-candidatos a prefeito de Nova Friburgo. Por fim, na ocasião também foi discutida a possibilidade de buscar recursos via lei Aldir Blanc, que será viabilizada através da Secretaria de Cultura para diversos segmentos da área de eventos.

“A proposta é organizar e unir um setor econômico em que trabalham mais de 2.500 profissionais somente em Friburgo. Vai do salão de cabeleireiro com atendimento específico em casamentos, floricultores, buffet, pessoal de limpeza, técnicos de som e luz, carregadores, casas de festas, músicos, seguranças, garçons etc. São muitos profissionais sem uma voz e queremos a partir de agora nos unir para mostrar a grande importância do nosso setor. Somos uma mola propulsora no turismo. Ano passado, Nova Friburgo recebeu uma quantidade enorme de eventos de grande porte que influenciaram diretamente na rede hoteleira, gastronômica e em diversos outros setores também. O impacto é muito grande. Somando isso tudo, acredito que o prejuízo do setor de eventos deve superar os R$ 10 milhões”, explicou Raphael Lack, o Sopinha, produtor de eventos e responsável por trazer shows de grandes artistas para a cidade.

Só para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos Nova Friburgo recebeu shows de artistas do gabarito de Zeca Pagodinho, Wesley Safadão, Djavan, Nando Reis, Natiruts, Lulu Santos, Frejat, Gusttavo Lima, Elba Ramalho, Alceu Valença, Marília Mendonça, Raça Negra, Ferrugem, Alexandre Pires, Grupo Revelação, Jorge & Mateus, Simone & Simaria, Nego do Borel, Ludmila, entre outros. Shows e eventos que atraem público – inclusive de outras cidades – gerando renda para milhares de friburguenses, direta e indiretamente.

“A princípio, a ideia é seguir as orientações iniciais da Vigilância Sanitária, já que eles tem feito um trabalho diretamente ligado a bares, restaurantes e hotéis. Além disso, estamos em contato com outros municípios, como Cabo Frio, por exemplo, que já iniciou a retomada do setor autorizando música ao vivo em bares e restaurantes, com horário e condições pré-estabelecidas, além de liberar as casas de festas para trabalharem com o limite de até 150 pessoas. Concordamos que temos que possuir medidores de temperaturas na entrada, fornecer álcool em gel para todos, exigir máscaras, tapetes para higienizar os calçados etc. Mas o setor precisa urgentemente voltar. Se liberar as casas de festas e bares e restaurantes com música ao vivo, mesmo com as restrições, os profissionais já começam a voltar ao trabalho, fazendo a economia dar uma respirada”, declarou Rodrigo Serpa, que também é produtor de eventos.

Vocalista e líder do Bigode Serrano, um dos grupos de pagode mais conhecidos da cidade, Heitor Mora lamenta as perdas no período e lembra que há pelo menos três anos tocava toda sexta-feira, além de realizar uma série de eventos por semana e cerca de três casamentos por mês. “Eu era envolvido numa média de 22 eventos por mês e, de repente, esse número caiu para zero. Não só eu deixei de trabalhar, mas todos os nossos músicos, técnicos de áudio, técnicos de som, seguranças, garçons, fornecedores, enfim, todas as pessoas que estão envolvidas em um evento”, calculou Heitor, que completou: “É uma média de 50 pessoas, por baixo, que trabalham em cada evento desses. Fazendo uma conta rápida, são mais de mil pessoas que deixaram de trabalhar apenas nos eventos que estou envolvido. Imagina o impacto na cidade toda?”, finalizou.

 

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