Do projeto “Vamos Florir do Bem”, da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo — Acianf, surgiu em maio o movimento Floristas do Amparo, com a finalidade de treinar mulheres em vulnerabilidade social para exercer uma atividade que lhes garantisse algum tipo de renda, como a confecção de arranjos florais e buquês.
Desta maneira, a floricultura, um setor atingido em cheio pela crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus, também seria diretamente beneficiada pelo movimento das floristas, que passaria a absorver parte da produção de flores de corte, de Vargem Alta — que há meses sofre o cancelamento de eventos.
À frente deste empreendimento estão a engenheira agrônoma Camila Porto, a produtora rural Moema Celles Cordeiro e a florista Mara Tsouroutsoglou, o trio que em julho decidiu expandir e criar o serviço de Assinaturas Florais.
Nesta entrevista, Camila explica como funciona a empresa, desde a gestão, passando pela produção, atendimento de clientes, divulgação, e outras demandas.
Caderno Z: Quantas pessoas fazem parte dessa atividade?
Camila Porto: Somos três mulheres encabeçando o projeto e atualmente temos duas floristas que fizeram o treinamento básico e de aperfeiçoamento, e trabalham diretamente conosco. Outras fizeram o curso mas não estão conosco e algumas estão pensando em abrir um negócio próprio. A proposta é aumentarmos o número de clientes e chamar mais floristas treinadas.
Quem faz o quê?
Eu faço a divulgação, procuro parceiros, atendo os clientes, passo a listagem dos assinantes da semana e a modalidade, bem como as observações para a Mara — como preferência de cores, características do ambiente que receberá o vaso etc. A Mara compra as flores da semana e tem todo o trabalho de criação, e a Moema recebe as flores e coordena as meninas. Toda a parte de produção acontece na casa da Moema, sob a coordenação dela. Ela também coordena o entregador, a rota etc.
Por que escolheram trabalhar com flores?
Dou aula na escola de Vargem Alta para os filhos dos floricultores e além de amar fisiologia vegetal (e ser fissurada pelas flores e seus encantos) tenho uma grande preocupação com a região de Vargem Alta que tem um extremo potencial. Nessa pandemia fiquei bastante preocupada e esse projeto — Vamos Florir do Bem, foi um socorro que surgiu para amenizar os prejuízos dos floricultores. Meu ideal é despertar na população o gosto pelas flores e o consumo periódico, não apenas em datas comemorativas como Dia das Mães, Dia dos Namorados, e outras. Gostaríamos que as pessoas se habituassem a ter flores em casa, na empresa, no escritório, no consultório médico. E percebessem o quanto um arranjo decorativo pode influenciar positivamente qualquer ambiente. No dia a dia, independente de datas.
Como é o processo desde o fornecimento das flores e plantas até a entrega em domicílio?
As flores são compradas através da Afloralta, em Vargem Alta. Toda semana a Mara faz o pedido das flores, com base na listagem que passo pra ela, com nomes dos clientes, preferências e modalidades. Com as flores da estação, que estão sendo colhidas, a Mara planeja a harmonização delas (cores da flores, folhagens, vasos, etc.). As flores são entregues em Amparo, na casa da Moema. Na quinta-feira a Mara coordena as meninas, faz as "receitas" e elas reproduzem. Sexta-feira é o dia da nossa entrega. De sexta a quarta-feira faço as postagens, acompanho o Direct, respondo o Lead com as pessoas que demonstram interesse, envio contrato, forma de pagamento, fecho todos os detalhes até a quarta-feira, quando preciso enviar para a Mara, a listagem. Os buquês do Take Away são confeccionados a depender do dia que o comércio desejar receber. As flores são entregues com tempo hábil para a Mara e as meninas produzirem. A Mara e a Moema estão à frente da negociação do Take Away.
São quantos os fornecedores?
Compramos através da Associação, que redistribui o pedido para cada produtor que produz aquela espécie.
Como é feita a divulgação desse serviço e como tem sido a receptividade do público?
Por enquanto, através do Instagram. As modalidades de Assinatura Decorativa e o Clube das Flores são as que têm mais saída. Estamos buscando expandir para as modalidades que atendem as empresas, tanto a Assinatura Decorativa, fornecendo os arranjos para decoração das salas de espera, balcões, hall de entrada, etc, quanto com a Assinatura Presente — para presentear os colaboradores e/ou clientes por ocasião de aniversário, fechamento de contrato e demais comemorações.
O que os interessados em receber os arranjos e buquês devem fazer?
Geralmente os interessados entram em contato comigo através do Instagram ou do Whatsapp. Daí eu apresento as modalidades que irão atender aquele cliente, ele escolherá o tamanho (no caso da Assinatura Decorativa) e frequência que receberá o arranjo ou buquê. A entrevista para saber o gosto do cliente, ambiente em que o arranjo deverá harmonizar e o "uso social" do espaço, atualmente é feita pelo Whatsapp.
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