Em 24 horas mais 13 casos de Monkeypox, conhecida popularmente como varíola dos macacos, foram confirmados no Estado do Rio, sendo um deles na Região Serrana. O município não foi informado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), que divulga apenas a incidência da doença por região.
Desta segunda-feira, 15, para ontem, 16, subiu de 355 para 368 os casos confirmados em todo o estado. A quantidade de casos em investigação subiu de 408 para 422, sendo que os “prováveis” passaram de 33 para 34. Nessas 24 horas, houve 51 notificações a mais da doença, que agora chegam a 1.119 (eram 1.068 até segunda). Por outro lado, 23 suspeitas foram descartadas (295 no total).
A Região Serrana tem agora um total de quatro casos confirmados, sendo um Teresópolis, há 22 dias, e um em Nova Friburgo, há um dia. Não se sabe, até o momento, quais os outros dois municípios afetados pela Monkeypox - a divulgação depende de cada prefeitura.
O primeiro caso da doença em Friburgo foi confirmado no fim da manhã desta segunda-feira, 15. Segundo a prefeitura, o paciente é um homem na faixa etária de 50 a 59 anos, que apresentou sintomas clássicos como vesículas na pele e se recupera em isolamento. O bairro onde ele mora não foi divulgado.
Nesta segunda, a subsecretária de Vigilância em Saúde, Fabíola Braz Penna, disse à VOZ DA SERRA que há ainda três casos suspeitos da doença na cidade, aguardando resultados laboratoriais. No total, chegaram até agora dez notificações da doença ao setor, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, dos quais seis foram descartados.
Segundo Fabíola, o município está preparado para enfrentar um eventual surto de Monkeypox junto com a pandemia de Covid-19 - que, embora tenha diminuído bastante, ainda está ativa (em 24 horas, na semana passada, Friburgo registrou 22 novos casos e mais um óbito pela doença).
A subsecretária explicou que, antecipando as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do governo do estado e do Ministério da Saúde, já reuniu antecipadamente toda a rede de assistência, incluindo a rede privada de atenção e laboratorial, tendo elaborado um plano de ação para um possível aumento de casos.
“Esperamos que não seja um grande evento e que toda a população faça a sua parte, tomando os cuidados necessários para se proteger”, disse ela, enfatizando a necessidade do uso de máscaras, distanciamento social e higienização frequente das mãos.
A maior parte dos infectados têm entre 20 e 39 anos, seguidos de pacientes entre 40 e 59 anos. Há 22 dias, no último dia 25, com o título "Chegando perto", A VOZ DA SERRA noticiava o primeiro caso de Monkeypox na Região Serrana, ocorrido na cidade vizinha de Teresópolis, distante apenas 46km de Friburgo em linha reta (ou 100km pela RJ-130). O paciente era um dos 107 infectados no estado até então.
No último dia 23, a OMS declarou a Monkeypox como emergência de saúde global. A epidemia começou na Europa, no fim de abril. No mundo, já são 32 mil casos confirmados, sendo mais de 2.500 deles no Brasil. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado no Distrito Federal, no início de julho.
Na última quarta-feira, 10, a OMS anunciou alta de 190,7% no número de casos da doença no Brasil. De 22 de julho a 7 de agosto, o país saltou de 592 para 1.721 diagnósticos positivos, o maior aumento registrado no mundo.
Monkeypox, e não “varíola dos macacos”
O Ministério da Saúde optou por usar a denominação "Monkeypox", dada pela OMS e também utilizada na Classificação Internacional de Doenças (CID-10). O intuito de não usar “varíola dos macacos” é evitar que haja um estigma e ações contra os primatas, pois, embora tenha sido inicialmente detectado neste grupo de animais, o surto atual não tem relação com ele. Há relatos de macacos sendo envenenados e mortos a pauladas, em consequência de informações falsas que circulam sobre a doença.
O vírus tem esse nome por ter sido descoberto pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em macacos utilizados em pesquisas de laboratório.
Assim como a Covid-19, a varíola dos macacos é causada por um vírus e transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. Os sintomas aparecem após um período de incubação de cerca de 6 a 14 dias. Começa então a fase febril, com manifestações sistêmicas como dor de cabeça, dores musculares, prostração e adenopatias. Entre o terceiro e o quinto dia após o início da febre, podem começar a surgir as erupções cutâneas, que geralmente aparecem primeiro na face e nas palmas das mãos e dos pés. Outras regiões, como genitálias e mucosas, também podem ser afetadas. As lesões apresentam fases de evolução, aparecem como se fossem espinhas ou bolhas e evoluem para crostas.
Como a transmissão ocorre durante o contato próximo, com secreções respiratórias, lesões de pele de uma pessoa infectada ou com objetos e superfícies contaminados, para evitar contaminação, de acordo com a infectologista, a melhor forma de prevenção é evitar o contato com lesões de pele sugestivas da Monkeypox, usar máscaras para proteção das gotículas e secreções respiratórias e evitar compartilhamento de objetos potencialmente contaminados.
A transmissão ocorre até que todas as lesões estejam em crostas. Em geral, a doença evolui sem gravidade e é auto-limitada, com melhora entre duas a quatro semanas. Pacientes imunossuprimidos podem ter formas mais graves e devem ser acompanhados.
O governo anunciou que chegam ao Brasil, em setembro, as primeiras doses de um total de 50 mil, da única vacina aprovada contra a Monkeypox.
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