Estado do Rio confirma mais 13 casos de Monkeypox em 24h

Um deles é na Região Serrana, que já tem 4 pessoas positivadas para a doença, uma delas em Friburgo
terça-feira, 16 de agosto de 2022
por Adriana Oliveira (aoliveira@avozdaserra.com.br)
Foto: Hospital de Clínicas da Unicamp
Foto: Hospital de Clínicas da Unicamp

Em 24 horas mais 13 casos de Monkeypox, conhecida popularmente como varíola dos macacos, foram confirmados no Estado do Rio, sendo um deles na Região Serrana. O município não foi informado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), que divulga apenas a incidência da doença por região.

Desta segunda-feira, 15, para ontem, 16, subiu de 355 para 368 os casos confirmados em todo o estado. A quantidade de casos em investigação subiu de 408 para 422, sendo que os “prováveis” passaram de 33 para 34. Nessas 24 horas, houve 51 notificações a mais da doença, que agora chegam a 1.119 (eram 1.068 até segunda). Por outro lado, 23 suspeitas foram descartadas (295 no total).

A Região Serrana tem agora um total de quatro casos confirmados, sendo um Teresópolis, há 22 dias, e um em Nova Friburgo, há um dia. Não se sabe, até o momento, quais os outros dois municípios afetados pela Monkeypox - a divulgação depende de cada prefeitura.

O primeiro caso da doença em Friburgo foi confirmado no fim da manhã desta segunda-feira, 15. Segundo a prefeitura, o paciente é um homem na faixa etária de 50 a 59 anos, que apresentou sintomas clássicos como vesículas na pele e  se recupera em isolamento. O bairro onde ele mora não foi divulgado. 

Nesta segunda, a subsecretária de Vigilância em Saúde, Fabíola Braz Penna, disse à VOZ DA SERRA que  há ainda três casos suspeitos da doença na cidade, aguardando resultados laboratoriais. No total,  chegaram até agora dez notificações da doença ao setor, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, dos quais seis foram  descartados.

Segundo Fabíola, o município está preparado para enfrentar um eventual surto de Monkeypox junto com a pandemia de Covid-19 - que, embora tenha diminuído bastante, ainda está ativa (em 24 horas, na semana passada,  Friburgo registrou 22 novos casos e mais um óbito pela doença). 

A subsecretária explicou que, antecipando as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do governo do estado e do Ministério da Saúde,  já reuniu antecipadamente toda a rede de assistência, incluindo a rede privada de atenção e laboratorial, tendo elaborado um plano de ação para um possível aumento de casos.

“Esperamos que não seja um grande evento e  que toda a população faça a sua parte, tomando os cuidados necessários para se proteger”, disse ela, enfatizando a necessidade do uso de máscaras, distanciamento social e higienização frequente das mãos.

A maior parte dos infectados têm entre 20 e 39 anos, seguidos de pacientes entre 40 e 59 anos. Há 22 dias, no último dia 25, com o título "Chegando perto", A VOZ DA SERRA noticiava o primeiro caso de  Monkeypox na Região Serrana, ocorrido na cidade vizinha de Teresópolis, distante apenas 46km de  Friburgo em linha reta (ou 100km pela RJ-130). O paciente era  um dos 107 infectados no estado até então.

No último dia 23, a OMS declarou a Monkeypox como emergência de saúde global. A epidemia começou na Europa, no fim de abril. No mundo, já são 32 mil casos confirmados, sendo mais de 2.500 deles no Brasil. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado no Distrito Federal, no início de julho.

Na última quarta-feira, 10, a OMS anunciou alta de 190,7% no número de casos da doença no Brasil. De 22 de julho a 7 de agosto, o país saltou de 592 para 1.721 diagnósticos positivos, o maior aumento registrado no mundo.

Monkeypox, e não “varíola dos macacos”

O Ministério da Saúde optou por usar a denominação "Monkeypox", dada pela OMS e também utilizada na Classificação Internacional de Doenças (CID-10). O intuito de não usar “varíola dos macacos” é evitar que haja um estigma e ações contra os primatas, pois, embora tenha sido inicialmente detectado neste grupo de animais, o surto atual não tem relação com ele. Há relatos de macacos sendo envenenados e mortos a pauladas, em consequência de informações falsas que circulam sobre a  doença.

O vírus tem esse nome por ter sido  descoberto pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em macacos utilizados em pesquisas de laboratório. 

Assim como a Covid-19, a varíola dos macacos é causada por um vírus e transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele.  Os sintomas aparecem após um período de incubação de cerca de 6 a 14 dias. Começa então a fase febril, com manifestações sistêmicas como dor de cabeça, dores musculares, prostração e adenopatias. Entre o terceiro  e o quinto dia após o início da febre, podem começar a surgir as erupções cutâneas, que geralmente aparecem primeiro na face e nas palmas das mãos e dos pés. Outras regiões, como genitálias e mucosas, também podem ser afetadas. As lesões apresentam fases de evolução, aparecem como se fossem espinhas ou bolhas e evoluem para crostas.

Como a transmissão ocorre durante o contato próximo, com secreções respiratórias, lesões de pele de uma pessoa infectada ou com objetos e superfícies contaminados, para evitar contaminação, de acordo com a infectologista, a melhor forma de prevenção é evitar o contato com lesões de pele sugestivas da Monkeypox, usar máscaras para proteção das gotículas e secreções respiratórias e evitar compartilhamento de objetos potencialmente contaminados. 

A transmissão ocorre até que todas as lesões estejam em crostas. Em geral, a doença evolui sem gravidade e é auto-limitada, com melhora entre duas a quatro semanas.  Pacientes imunossuprimidos podem ter formas mais graves e devem ser acompanhados.

O governo anunciou que chegam ao Brasil, em setembro, as primeiras doses de um total de 50 mil, da única vacina aprovada contra a Monkeypox.

 

LEIA MAIS

Confira a origem da data e a importância do profissional na sociedade

Instituição recebeu medicamentos que deveriam ter sido descartados há dois anos

Exame é feito a partir de amostras de fluidos coletados das lesões presentes na pele

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: saúde | monkeypox