Um documento interno da Secretaria estadual de Saúde aponta que a capital Rio de Janeiro é hoje o epicentro da transmissão da variante Delta do coronavírus no Brasil - e Nova Friburgo está entre municípios que já registraram infecções pela variante mais contagiosa do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19.
Nesta segunda-feira, 16, a SES informou que a variante B.1 617.2, ou Delta, surgida na Índia, já é a mais encontrada nas amostras coletadas pelos técnicos (mais de 56% delas). Como se não bastasse, ainda segundo informações do portal de notícias G1, seis municípios fluminenses estão com todos os leitos de UTI da rede pública lotados nesta terça-feira, 17. Entre eles, Nova Friburgo.
Por conta disso, a SES pede a avaliação urgente da possibilidade de aumentar o número de vagas para internação. A pasta deve publicar um chamamento público para contratar 150 leitos para Covid, sendo cem de UTI e 50 de enfermaria. Não há ainda previsão de quais municípios serão beneficiados.
No início de agosto, a Secretaria de Saúde de Nova Friburgo confirmou ter detectado, em junho, quatro casos da variante Delta na cidade: dois homens e duas mulheres, incluindo uma criança de 1 ano. Eles são moradores dos bairros Cascatinha, Nova Suíça, Olaria e de um quarto endereço não identificado.
Além de Friburgo, foi encontrada a variante indiana em Petrópolis, Teresópolis, Cachoeiras de Macacu e Bom Jardim.
Para proteger a população da Covid-19 e suas variantes, a vacinação segue avançando. Na Região Serrana, segundo o G1, as faixas etárias contempladas esta semana:
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Nova Friburgo: entre 21 e 26 anos;
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Cachoeiras de Macacu: entre 18 e 24 anos;
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Bom Jardim: 27 anos ou mais;
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Teresópolis: entre 21 e 25 anos;
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Petrópolis: 28 anos ou mais;
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São Sebastião do Alto: 12 anos ou mais.
Saiba mais sobre a Delta
A variante Delta foi identificada pela primeira vez na Índia, em outubro passado, e passou a se e alastrar pelo Reino Unido e pelo mundo em alta velocidade. Isso ocorreu, segundo os infectologistas, porque provavelmente a B.1.617 se tornou mais transmissível após mutações sofridas desde a sua descoberta.
Uma variante é resultado de modificações genéticas que o vírus sofre durante seu processo de replicação. Um único vírus pode ter inúmeras variantes. Quanto mais o vírus circula, mais ele faz replicações, e maior é a probabilidade de modificações no seu material genético.
A nova mutação do coronavírus é até 70% mais contagiosa, com maior poder de infecção do que doenças como ebola, H1N1 e catapora.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta semana que, com o avanço da variante Delta em todo o mundo, a pandemia está longe do fim. As novas variantes desafiam a eficácia de vacinas. Contudo, estudos indicam que a imunização completa, com as duas doses, continua sendo eficaz, sobretudo se mantidas medidas como o distanciamento social, higiene das mãos e uso de máscaras.
A OMS já alertou que a variante Delta será dominante no Brasil dentro de algumas semanas. Por enquanto, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul já identificaram transmissão comunitária do vírus. Com o avanço da Delta, espera-se um aumento de casos.
Nas últimas semanas, a variante Delta fez o número global de casos de Covid-19 crescer em 80%. A maior parte do mundo observa o aumento brusco de infecções, particularmente regiões com baixo índice de vacinação, como Ásia e África. Na África, por exemplo, apenas 1,5% da população está vacinada. Na Europa, mesmo com recente e expressivo aumento de casos, as mortes não seguem no mesmo ritmo. Isso porque a imunização completa no continente beira os 50%, comprovando a eficácia dos imunizantes.
A Delta apresenta uma modificação na proteína que fica na superfície do vírus, responsável por se conectar aos receptores das células humanas e dar início à infecção.
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