A primeira chuva do outono, que atingiu fortemente algumas localidades de Nova Friburgo na noite deste domingo, 20, provocou transbordamento de rios e muitos alagamentos. A Defesa Civil Municipal emitiu alerta com antecedência. Em 12 horas choveu 140mm em Nova Friburgo, segundo informou o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden-RJ) às 3h43 da madrugada desta segunda.
Em Mury, a pista da RJ-116 ficou coberta de água e interditada ao tráfego por seis horas, das 23h30 às 5h42, depois que o Rio Santo Antônio transbordou. Segundo motoristas que ficaram presos no local, nas proximidades do DPO da Polícia Militar, não dava passagem nem para carretas. A concessionária Rota 116 não deu informações sobre o assunto até a atualização desta reportagem.
Também houve registro de transbordamento, às 2h da madrugada, do Rio Bengalas, no distrito de Conselheiro Paulino, de acordo com o Alerta de Cheias do Inea. O risco de transbordamento de rios foi alertado pelo Cemaden às 21h23 de domingo.
A chuva também foi intensa no trecho Mury-Lumiar da RJ-142 e uma queda de árvore chegou a interditar uma estrada de terra em Macaé de Cima. Não foram relatados problemas na Serramar entre Lumiar e Casimiro de Abreu, mas é recomendável evitar o tráfego pelo trecho em dias chuvosos, devido ao risco de quedas de barreiras.
Pela manhã, às 9h15 desta segunda, o Cemaden emitiu alerta de risco geológico “muito alto” em Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis, com possibilidade de deslizamentos de encostas naturais e artificiais. A estimativa é que 13.537 pessoas em 3.167 moradias estejam expostas ao risco alertado, informou o órgão.
A previsão de chuva forte pode se estender até a noite e madrugada desta segunda. Segundo o Climatempo, a partir de terça a chuva tende a diminuir e o sol volta a predominar no Estado do Rio, sobretudo a partir de quarta. Mas outra frente fria está prevista para chegar ao Sudeste no próximo fim de semana.
A Defesa Civil Municipal informou ter sido acionada para nove ocorrências, todas sem gravidade.
Mais 5 vítimas em Petrópolis
Em Petrópolis, choveu cinco vezes mais do que em Friburgo e, 34 dias após a tragédia de 15 de fevereiro, que deixou 233 mortos e quatro desaparecidos, o novo temporal provocou enxurradas, deslizamentos e mais vítimas. A Defesa Civil Estadual e o Corpo de Bombeiros (CBMERJ) confirmaram a morte de cinco pessoas neste domingo.
Segundo dados do Cemaden, o volume de chuva nas 24 horas entre 6h30 de domingo e 6h30 de segunda chegou a 511mm em Petrópolis, na estação São Sebastião-Geo. Em 24 horas, choveu 290mm em Angra dos Reis, 206mm em Magé e 187mm em Paraty, segundo o Cemaden.
Até à meia-noite e meia desta segunda-feira, o Corpo de Bombeiros já recebeu cerca de 40 chamados em Petrópolis, entre eles para salvamento de pessoas ilhadas em diversos pontos e deslizamentos na Rua 24 de Maio; na Rua Pedro José Stumpf Sobrinho, no Bingen; e na Rua Olga Castrioto, no São Sebastião. No total, foram registradas na cidade mais de 95 ocorrências, entre deslizamentos e alagamentos.
Os militares atuam também, de acordo com o portal de notícias G1, em desabamentos no Morro da Oficina, no Alto da Serra, onde foram registrados dois óbitos; na Rua Washington Luiz, no Centro, onde foram registradas mais dois óbitos; e um quinto óbito na Rua Pinto Ferreira, no Valparaíso.
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