CDL e Sincomércio enviam ao MP propostas para retomada gradual

Transição cuidadosa visa garantir segurança a funcionários e clientes, além de dar sobrevida aos negócios
sexta-feira, 12 de junho de 2020
por Jornal A Voz da Serra
Comércio parcialmente interditado em Friburgo há quase três meses (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)
Comércio parcialmente interditado em Friburgo há quase três meses (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)

Em conjunto com outras entidades empresariais, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Nova Friburgo encaminharam ao Ministério Público do Estado do Rio propostas do comércio e da indústria para a retomada gradual da atividade econômica. As sugestões foram solicitadas pela promotora, Claudia Condack, em reunião virtual com a participação do procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Jefferson Rodrigues Maciel, e que criou a Frente Social Ampla #SomosTodosNovaFriburgo.

Entre as sugestões destacam-se horário reduzido de funcionamento das empresas, obediência a regras sanitárias e de saúde nos locais de trabalho, exigência do uso de máscaras por funcionários e clientes, aferição da temperatura dos trabalhadores e implantação de ouvidorias.

O presidente da CDL e do Sincomércio, Braulio Rezende afirma que os empresários não desejam reabertura a qualquer custo, mas defendem uma transição cuidadosa que proteja os trabalhadores e, ao mesmo tempo, dê sobrevida aos negócios. Ele acentua que entidades do comércio e da indústria estão apreensivas com a possibilidade de falência de grande número de empresas friburguenses, fechadas há mais de 80 dias.  

“A situação que vivemos terá consequências graves, porque os empresários não conseguem pagar contas, impostos, aluguel, folha salarial e demais encargos, de portas cerradas. Tememos por uma quebradeira generalizada e forte aumento no desemprego”, observa. Braulio também lembra que a videoconferência com o MP estadual e o MPT foi importante passo para amenizar os problemas enfrentados no município, visto que os empresários se mostraram firmes no propósito de unir esforços e atuar coletivamente na busca por uma solução. O presidente da CDL e do Sincomércio elogia a postura da promotora do MP e do procurador do MPT como agentes públicos cientes de seu papel diante da crise gerada pela pandemia.

“A dra. Claudia e o dr. Jefferson entenderam o lado dos empresários, escutaram os trabalhadores e incluíram nas conversas a prefeitura, que tem obrigações fundamentais nesse processo. Ao governo municipal cabem medidas urgentes como introdução de barreiras sanitárias, campanhas de conscientização e prevenção contra a doença, monitoramento de casos por bairro etc. A ampliação de leitos para Covid-19, felizmente, já foi elaborada, com a assinatura de decreto que permite ao município utilizar vagas na rede particular”, menciona ele.

No documento remetido ao MP estadual, a CDL e o Sincomércio, com anuência da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf), especificaram normas a serem respeitadas pelas empresas no primeiro estágio de flexibilização. As entidades citaram: abertura de segunda-feira a sábado em período mais curto, das 12h às 19h (à exceção dos setores essenciais), para não coincidir com o horário das indústrias e não haver lotação no transporte público; limitação de entrada nas lojas de número de clientes correspondente ao número de atendentes, para evitar aglomerações; oferecimento de álcool em gel aos clientes; higienização extra dos locais de trabalho; disponibilização aos trabalhadores de pontos para lavagem das mãos, álcool em gel e máscaras, que devem ser trocadas pelo menos duas vezes ao dia; e medição da temperatura dos funcionários antes do expediente, com afastamento dos que apresentarem acima de 37,5 graus.

As três entidades pactuaram, e informaram ao MP, que irão instalar, em suas sedes, ouvidoria para receber denúncias sobre descumprimento dos protocolos por empresas do comércio. Braulio Rezende salienta que o empresariado pretende contribuir de maneira responsável com iniciativas direcionadas a encontrar condições que resguardem o bem-estar social, preservem a saúde pública, sem deixar de considerar a relevância das empresas para o município. Na opinião dele, é preciso que a economia volte a girar, sob pena de significativa quantidade de empresas não reabrirem após a pandemia, provocando uma explosão de desempregados.

“Reiteramos que não existe a cisão entre economia e saúde. Sem uma, a outra desmorona. O quadro é complexo e difícil. Seria bom fazermos um acordo que englobasse diferentes anseios”, argumenta o presidente da CDL e do Sincomércio.     

Na reunião remota convocada pelo MP, a presidente da representação regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Marcia Carestiato, se comprometeu a recomendar às indústrias de Nova Friburgo seguirem os parâmetros adotados pelo comércio. Braulio Rezende comenta que as entidades compartilham da preocupação com a saúde da população e com a permanência dos negócios. “Lojas abertas em meio expediente, dentro do que for combinado, não mudarão o cenário atual. As ruas estão cheias, as pessoas saem por várias razões, vão a banco, supermercado, farmácia, lotérica. Apenas o comércio continua fechado. Se assim persistir, prevemos um rombo econômico sem precedentes”, alerta ele.

 

 

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