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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

terça-feira, 17 de setembro de 2024

         Mamãe, depois de aposentada da Fábrica de Filó, resolveu ajudar meu pai com os quitutes do Avenida Bar, na Avenida Euterpe, nº 132. Nós já morávamos no Ouro Preto e as guloseimas eram fabricadas em casa e levadas para o bar pelo tio Fernando. Contava ele que, no ônibus, as pessoas queriam comprar os cheirosos pastéis, mas, infelizmente, eles eram da freguesia do bar. O segredo do sucesso era justamente misturar cachaça na massa, o que dava uma crocância de estalar na boca. E o Caderno Z nos trouxe até a receita, detalhando as quantidades dos ingredientes. Pode fazer que dá certinho em  homenagem ao Dia da Cachaça, 13 de setembro. Não tem importância que a data já tenha passado, porque, para quem gosta da bebida, é sempre bem-vindo um golinho.

         Mas, e essa história de dar o primeiro gole para o santo? Não resta dúvida de que é uma forma de agradar e pedir proteção ao santo. Contudo, “desde quando santo gosta de cachaça?”. No imaginário da plateia pode ser uma forma de beber sem culpa, mas acontece que muitos rituais religiosos utilizavam o produto em suas celebrações. Tanto que tem gente que diz que vai “beber água benta”.

         A cachaça e a cerveja são duas paixões com elos muito antigos.  A inovação fica por conta da primeira cachaça maturada em barris de jaqueira. Felipe Jannuzzi criou o Mapa da Cachaça, que recebeu o prêmio de melhor projeto cultural de 2014 pelo Ministério da Cultura. Felipe nos conta sobre a Fazenda Cio da Terra, na Bahia que, com o pioneirismo de usar jaqueira para envelhecer cachaça, a “Matriarca” não só eleva a diversidade do seu portifólio e inova no perfil sensorial no mercado da cachaça, mas contribui também para a preservação ambiental, reflorestando a fazenda.  Bem se vê que a Matriarca Jaqueira aproveita bem o “cio da terra” e “rouba da cana a doçura do mel...”. Nem que seja virtual, vale um passeio pela fazenda, no Facebook.

         Em 1924, nascia no Rio de Janeiro, Heródoto Bento de Mello, predestinado ao sucesso, aos grandes empreendimentos, que construiria um legado histórico. Governou nossa cidade por 4 mandatos e sempre pensou uma cidade para o futuro, com ideias à frente do próprio tempo. Vereador, deputado, diretor do DER e da antiga loja Cadima, que deu lugar ao Shopping Cadima. Tudo o que se disser para enaltecer a sua memória ainda será pouco, mas é possível definir sua personalidade de homem nobre, de bom coração, de objetivos claros, sempre a favor do bem comum. Um homem bento!

         Uma novidade que pode agradar a muita gente é o possível do retorno do horário de verão. Apesar de ainda “não ser um fato”, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, fez um pronunciamento, na última quinta-feira, 12, em São Paulo, destacando: “O horário brasileiro de verão é uma possibilidade real, para melhor aproveitamento da luz natural em relação à artificial e a consequente redução do consumo de energia elétrica no país”. Alegria para alguns, desconforto para outros, mas é preciso pensar nos resultados positivos que o sistema produz para o país.

A Terra clama pela nossa responsabilidade com a própria terra, com a água e com a qualidade do ar. Mais do que tomar água, é tomar consciência do nosso lugar no mundo. Dói ver as matas queimando e a pergunta de sempre: “Até quando?” – Os justos pagam pelos pecadores. Contudo, dói saber que ainda possa existir gente capaz de tamanho absurdo e com qual intenção? Mas o fogo não se acende sozinho!

Em Nova Friburgo, a paisagem se desfigura: cadê o céu azul celeste, límpido, que contracena com o verdor de nossa vegetação? A fumaça toma conta do ar, dificultando a boa respiração. O Morro da Cruz ficou em chamas! Que cruz é essa que precisamos carregar? Por mais que sejam feitas campanhas sobre os efeitos negativos das queimadas, a cada ano, mais e mais, o fogo continua destruindo o que levou anos para se erguer. E me lembro sempre de uma trova de Cyrlea Neves: “Grandes galhos retorcidos / pelas matas calcinadas, / são apelos repetidos / pela extinção das queimadas!”. Que triste!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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