Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Garrafas PET: o impacto silencioso que plastifica o mundo
Alex Santos
Prosa Sustentável
Alex Santos tem dedicado seus esforços desde 2010 para disseminar a importância da sustentabilidade. Através de projetos inovadores busca catalisar uma mudança positiva no mundo, incentivando práticas mais responsáveis e ecologicamente conscientes.
Opa! Tudo verde? Bora pra mais uma Prosa Sustentável!
O assunto de hoje vai mergulhar no universo plástico das garrafas PET que estão presentes em nosso cotidiano como embalagens de água, refrigerantes e outros líquidos, tornaram-se um símbolo do consumo moderno. Contudo, por trás da praticidade, surge uma problemática ambiental complexa que exige atenção e ação. A seguir, vamos explorar a trajetória das garrafas pet desde sua entrada no mercado mundial até os desafios atuais e soluções emergentes.
A chegada das garrafas PET ao mercado mundial
As garrafas PET (polietileno tereftalato) foram introduzidas no mercado mundial na década de 1970. Sua leveza e resistência rapidamente a tornaram a escolha preferida para embalagens de bebidas. Desde então, essas garrafas se tornaram onipresentes em nossas vidas diárias, facilitando o transporte e o consumo de líquidos.
A produção dessas “queridinhas” garrafas envolve o polímero PET, um material plástico obtido por meio da polimerização de etileno glicol e ácido tereftálico, que são derivados do petróleo. O polímero é então moldado em formas de garrafas usando um processo de injeção ou sopro. A versatilidade desse material torna-o ideal para uma ampla gama de produtos, desde garrafas de água até embalagens de alimentos.
Contrastando com a praticidade das garrafas PET está sua persistência no meio ambiente. A durabilidade do material, aliada a resistência à umidade e aos produtos químicos, faz com que o material tenha uma decomposição mais demorada. Segundo pesquisadores da Unifesp, o tempo de decomposição da garrafa PET é de no mínimo 100 anos. Esse tempo, no entanto, é uma previsão média e pode variar de acordo com as condições ambientais, podendo chegar a cerca de 600 anos conforme apresenta matéria publicada no portal da Câmara dos Deputados.
A produção de novas garrafas PET não apenas esgota recursos não renováveis, mas também emite gases de efeito estufa durante a produção. Para se ter uma ideia, as garrafas PET movimentam hoje um mercado que produz cerca de nove bilhões de unidades anualmente só no Brasil, das quais 53% não são reaproveitadas.
Em matéria publicada no jornal Estado de S.Paulo, cerca de 4,7 bilhões de unidades por ano são descartadas na natureza, contaminando rios, indo para lixões ou mesmo espalhadas por terrenos vazios. Entre 1995 e 2005, a produção de PET, o plástico politereftalato de etila, para a fabricação de garrafas subiu de 120 mil toneladas para cerca de 374 mil toneladas, alavancada principalmente pela indústria de refrigerantes.
As garrafas PET, quando descartadas incorretamente, frequentemente encontram seu caminho para oceanos e aterros, representando uma ameaça significativa. Animais marinhos confundem pedaços de plástico com alimentos, resultando em ingestão acidental e danos à vida marinha. Nos aterros, as garrafas PET contribuem para o aumento do volume de resíduos e reduz o tempo de vida útil destes locais, causando poluição do solo e da água subterrânea.
A reciclagem de garrafas PET enfrenta uma série de desafios que podem dificultar o processo. Algumas das principais dificuldades incluem: Contaminação das embalagens, variedade de cores e tipos de plástico, infraestrutura de reciclagem insuficiente, custo da reciclagem, baixa taxa de reciclagem, limitações de reciclabilidade, desafios tecnológicos, e outros.
O maior desafio enfrentado pelas indústrias é encontrar alternativas sustentáveis que possam substituir eficazmente as garrafas PET. Materiais biodegradáveis e embalagens reutilizáveis estão em foco, mas a transição para essas opções exige investimento em pesquisa, desenvolvimento, adaptação de infraestrutura e, acima de tudo, a adesão munida de “pressão” por parte dos consumidores.
Já passou da hora de buscar novas alternativas mais sustentáveis para embalar bebidas, concorda? Bora pensar fora da caixa e agir pela preservação do meio ambiente e da própria humanidade!
Quatro dicas para reduzir o impacto ambiental das garrafas PET
1. Reciclagem consciente: Descartar as garrafas PET nos locais de reciclagem apropriados que colaborem com a economia circular, incentivando a prática entre amigos e familiares.
2. Uso de garrafas reutilizáveis: Optar por garrafas reutilizáveis de materiais sustentáveis, reduzindo a dependência de garrafas descartáveis.
3. Participação em iniciativas de limpeza: Engajar-se em iniciativas locais de limpeza de praias, rios e áreas urbanas para prevenir a entrada de garrafas PET nos ecossistemas naturais.
4. Escolhas sustentáveis: Escolher produtos de empresas comprometidas com práticas sustentáveis, incentivando a indústria a adotar alternativas mais amigáveis ao meio ambiente.
Tudo verde sempre!
Alex Santos
Prosa Sustentável
Alex Santos tem dedicado seus esforços desde 2010 para disseminar a importância da sustentabilidade. Através de projetos inovadores busca catalisar uma mudança positiva no mundo, incentivando práticas mais responsáveis e ecologicamente conscientes.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário