Junho de 2022 foi um mês que registrou mais uma vez o aumento de casos da Covid-19, não só em Nova Friburgo, mas em todo o mundo. Aqui, na chamada quarta onda, foram registrados entre os últimos dias 1º e 30, pelo menos 1.698 casos positivos de Covid-19, um aumento de 245% em relação ao registrado em maio, que somou 693 casos positivos, no período entre os dias 29 de abril e 1º de junho, datas em que a prefeitura disponibilizou os dados nas suas redes sociais. Esse é o número que consta nos dados oficiais, repassados pelo Centro de Testagem, hospitais, laboratórios e farmácias, mas muitos utilizaram o kit de autoteste, cujos resultados não são contabilizados nos dados oficiais. Para os especialistas, os autotestes, apesar de ajudarem por serem mais baratos, contribuem para que haja uma subnotificação de casos ainda maior
Durante o mês de junho, leitos para o tratamento da Covid-19 tiveram que ser reabertos, tanto no Hospital Municipal Raul Sertã, quanto nos três hospitais particulares de Nova Friburgo. No dia 31 de maio, eram 44 leitos de enfermaria e 12 de UTI. Na ocasião, 17 leitos de enfermarias e três de UTI estavam ocupados. No dia 30 de junho, o mês fechou com 56 leitos de enfermarias e 14 de UTIs disponibilizados para o tratamento da Covid-19. Desses, 30 leitos de enfermaria estavam ocupados e quatro de UTIs.
Mas os números nem se comparam com os leitos destinados aos casos da Covid 19 em 2021. Em 31 de maio, eram 131 leitos de enfermaria e 50 leitos de UTI. Desses, 97 leitos de enfermaria e 44 de UTIs estavam ocupados.
O mês de junho registrou ainda 22 mortes causadas pela Covid-19, o que representa, 1,29% dos infectados registrados oficialmente nesse período. Em maio deste ano, entre os dias 29 de abril a 1º de junho, foram registradas três mortes, o que corresponde a 0,43% dos infectados. De acordo com especialistas, o aumento do número absoluto de mortes já era esperado, exatamente por causa do aumento expressivo do número de casos em junho em relação a maio. De 1º a 30 de junho do ano passado, foram contabilizados 2.095 casos da doença na cidade e 61 mortes decorrentes dela, que corresponde a 2,91% dos casos.
Mudança em um ano
Nesses 12 meses, muita coisa mudou. Em 2021, nesse período, Nova Friburgo passava por um período de restrições sanitárias, com vários setores proibidos de funcionar, e muitos outros funcionando com ocupação limitada. Também era obrigatório o uso de máscaras tanto em locais fechados, quanto ao ar livre. Os testes de Covid-19 só podiam ser feitos no Centro de Testagem, hospitais, farmácias e laboratórios, ou seja, todos comprovadamente contaminados entravam para os dados oficiais do município. Além disso, a vacinação começava a ser feita em pessoas entre 50 e 60 anos, com a primeira dose.
No dia 30 de junho de 2021, havia 71.326 pessoas vacinadas com a primeira dose e 23.736 com a segunda dose. Agora, todos os setores estão liberados para trabalhar com capacidade total, o uso de máscaras em lugares fechados e abertos é facultativo. As pessoas voltaram a ter contatos pessoalmente, fazer festas, frequentar bares e restaurantes, ir à escola e faculdades, shows e fazer outras atividades do dia a dia.
Até a última quinta-feira, 30 de junho, haviam sido aplicadas em Nova Friburgo 444.783 doses das vacinas contra a Covid-19, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Os públicos foram aumentados, com todos os adultos contemplados e com a inclusão de adolescentes e crianças acima de 5 anos, além da aplicação das doses de reforço, com primeira dose de reforço já disponibilizada para adolescentes entre 12 e 17 anos e a segunda dose de reforço para o público acima de 40 anos.
De acordo com especialistas, a vacinação, com esquema completo e as doses de reforço em dia, de acordo com cada público, é determinante para evitar as complicações decorrentes da doença. A prefeitura não informou quantos internados na cidade estão em dia com todas as doses da vacina contra a Covid-19. Em nota, a prefeitura informou que “é perceptível que os agravamentos da Covid-19 ocorrem em pacientes com idade avançada, comorbidades e sem o ciclo vacinal completo. Além disso, nota-se que essas pessoas já possuíam alguma enfermidade e a Covid-19 se tornou um agravo no quadro clínico.”
Vacinação por público
A vacinação contra a Covid começou em janeiro de 2021, em Nova Friburgo. Já foram aplicadas 444.782 doses de vacinas no município, até a última quinta-feira, 30 de junho. Dessas, 115.196 foram usadas em idosos, 24.079 em profissionais de saúde, 41.998 foram destinadas ao grupo de risco e 263.509 à população em geral, entre 12 e 59 anos.
Em relação às doses, entre o público em geral, a partir de 12 anos, somados a idosos, profissionais de saúde e grupos de risco, 156.466 pessoas tomaram a primeira dose do imunizante, 156.579 receberam a segunda dose e 4.361 tomaram a dose única (Janssen).
Apesar do número alto de doses, muitos não estão retornando para completar o esquema vacinal. Comparando o número de idosos que foram imunizados com a primeira dose – 36.475 – com os que receberam a segunda dose de reforço (quarta dose) – 16.580 -, a diferença é enorme: são mais de 19 mil idosos sem utilizar todas as doses disponíveis para esse público.
Outro público que chama atenção por não ter completado o esquema vacinal disponível para ele é de quem recebeu o imunizante da Janssen, que seria de dose única, mas depois foi recomendada a aplicação da dose de reforço. Receberam a primeira dose 4.361 pessoas e a dose de reforço 2.612 pessoas. São cerca de 1.700 sem completar o esquema vacinal.
Entre o público geral, a partir dos 12 anos, 84.754 pessoas receberam a primeira dose. A segunda dose foi aplicada em 104.619 pessoas. Essa diferença deve-se ao fato do atraso na aplicação da primeira dose em vários públicos em 2021, quando muitos foram tomar o imunizante em outras cidades, com calendário mais adiantado. A primeira dose de reforço foi disponibilizada para todos desse grupo, mas apenas 60.749 pessoas tomaram essa dose. Se compararmos com o número de pessoas imunizadas com a segunda dose, mais de 43.800 pessoas deixaram de tomar a primeira dose de reforço a que tem direito.
Entre o grupo de risco, para quem também já foi disponibilizada a segunda dose de reforço, 25.354 pessoas receberam a primeira dose do imunizante, mas apenas 1.923 voltaram para tomar a quarta dose.
No público infantil, entre 5 e 11 anos, que utiliza doses de imunizantes diferenciadas, foram utilizadas 20.424 doses. Foram 180 doses aplicadas em crianças com comorbidades, 1.983 em crianças com cinco anos, 2.879 em crianças com seis anos, 2.977 doses usadas em pequenos com sete anos, 2.968 doses para menores com oito anos, 3.040 usadas em crianças com nove anos, 3.223 doses para pequenos com 10 anos e 3.174 em crianças com 12 anos.
De acordo com a prefeitura, 81% das pessoas tomaram a primeira dose, 84% completaram a primeira etapa do esquema vacinal (2ª aplicação e dose única) e 64% receberam os reforços da vacina contra a Covid-19.
Especialistas recomendam que todos coloquem em dia o esquema vacinal para que cada vez menos complicações e internações venham a acontecer em decorrência da Covid-19, que ainda é considerada uma doença grave.
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