Com o decreto municipal que recomendou o fechamento do comércio em março, vários setores tiveram prejuízo astronômico. Muitos estabelecimentos comerciais tiveram que fechar as portas e os que conseguiram se manter até um novo decreto de retomada das atividades, tiveram que se reinventar neste grande hiato.
Um dos “últimos da fila” da reabertura econômica do município, as empresas de organização de eventos sociais pensam agora em como correr atrás do prejuízo causado pela ausência das festas e recomendações de isolamento social.
Com a bandeira verde, o prefeito Renato Bravo, através de um decreto, autorizou a realização de eventos em casas de festas e salões sociais, utilização de saunas, piscinas e salões de jogos em clubes sociais recreativos, além da reabertura dos cinemas e a liberação de “drive in” (atrações sem sair do carro).
Apesar da liberação, todas as atividades deverão respeitar uma série de normas regulamentadoras relativas à saúde, higiene e segurança, de modo a garantir seu funcionamento sem contribuir para um possível aumento no número de casos do novo coronavírus.
Todos deverão adotar medidas de barreira higiênica com lavagem das mãos e uso de álcool gel, utilização de máscaras de barreira por funcionários, apoiadores e usuários, protocolo de higienização de superfícies, além de fixação de meios de comunicação visual, entre outros para educação sanitária. Também deverão garantir uma boa ventilação dos ambientes, de preferência natural e, se climatizado, executar a higienização dos equipamentos frequentemente.
Podem funcionar entre 7h e meia-noite. Os estabelecimentos terão sua capacidade reduzida em 50%, limitando-se a lotação máxima de 120 pessoas. Além disso, todos devem respeitar o distanciamento social com espaçamento entre mesas de pelo menos dois metros, além do uso de máscara. Por outro lado, segue suspensa a sonorização das festas com música ao vivo, bem como a prática de dança. Festas infantis poderão ser feitas exclusivamente ao ar livre, em espaços abertos e ventilados.
Salões de Beleza
A liberação dos eventos sociais levará outros setores comerciais ao reaquecimento, como o de salões de beleza. Mesmo sendo um dos primeiros setores a reabrir durante a pandemia, em julho, os profissionais viram o movimento cair drasticamente. Segundo as proprietárias, o medo de contrair o vírus é o principal motivo para a queda no movimento.
De acordo com um dito popular, não existe crise para as atividades que alimentam vícios e cultivam vaidades. Ao menos no caso do negócio que cuida da aparência e da autoestima, a sabedoria do senso comum terá que ser refeita por causa da pandemia da covid-19.
Pesquisa realizada pelo Sebrae, em julho deste ano, revelou que nove de cada 10 micro e pequenas empresas que prestam serviço para beleza, como salões, barbearias, ateliês e estúdios de maquiagem, afirmam ter perdido faturamento por causa das medidas de isolamento social. A perda média do faturamento foi de 57%.
Simone Lima (foto), dona do Espaço da Beleza, afirma que o movimento tem sido razoável, mas espera que a liberação de eventos sociais aumente a procura. “Atualmente, a maioria dos pedidos são os ditos serviços gerais como tintura, escova, progressiva. Às vezes, alguém vem aqui fazer uma produção maior para um aniversário, mas é raro. Penteado ainda não temos procura”.
De acordo com Simone, com a liberação de eventos como casamentos e formaturas, a previsão é de que a procura pelos serviços aumente. “A pandemia mudou o comportamento dos nossos clientes. Aos poucos eu comecei a atender em domicílio. Tenho clientes que não querem voltar ao presencial, mas tem outras que já estão ficando “cansadas” do isolamento e estão vindo ao salão. Com a volta dos eventos, há a perspectiva de melhora no movimento”
“Ano desafiador”
A cabelereira Thalassa Vaz (foto), é mãe solteira de três filhos pequenos. Aliado a muito esforço, estudo e um talento para atuar na área, Thalassa explica que até o momento, 2020 tem sido o ano mais difícil tanto na carreira quanto na sua vida pessoal. Ela explica que precisou se reinventar para conseguir atenuar o prejuízo causado por atribulações na vida pessoal e pela paralisação das atividades no setor, devido a pandemia.
“Esse ano foi desafiador. Tive um rompimento inesperado no meu relacionamento e poucos dias depois, começou a pandemia. A falta de informações gerou pavor e, para mim, foi um desafio ainda maior, como mãe solo de três filhos. Descobri pessoas maravilhosas de coração e tive ajuda deles, como grandes amigos e a minha avó.”
Para a cabelereira, a liberação de eventos gera boas expectativas. É no fim de ano que surgem as principais celebrações e, segundo Thalassa, traz a esperança de recomeço. Para isso, a profissional que trabalha por conta própria estabeleceu parcerias com salões de beleza.
“Estou seguindo todas as normas de higiene e proteção. Isso animou a equipe e já estamos a mil. Depois de um ano tão difícil, doloroso, travando uma guerra invisível, vem o entusiasmo de um fim de ano e um próximo ano melhor para todos", desejou.
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