O governo do Estado do Rio informou no fim da noite desta quarta-feira, 19, que as aulas presenciais nas escolas privadas do Estado estão previstas para serem retomadas em 14 de setembro, enquanto a rede estadual deve reabrir as portas para os alunos em 5 de outubro. As aulas estão suspensas desde o fim de março por conta da pandemia de Covid-19.
A medida vale também para universidades do Estado, mas a retomada ainda depende do baixo risco de contágio da doença. Segundo um monitoramento do Estado, das nove regiões fluminenses, em sete delas, incluindo a Região Serrana, há nível baixo de transmissão. A notícia gerou grande repercussão em todo o território fluminense, inclusive em Nova Friburgo, que conta com dezenas de escolas e até algumas universidades estaduais.
Em meio às inúmeras manifestações contrárias e favoráveis ao retorno das aulas presenciais, o prefeito Renato Bravo se manifestou através de seu perfil pessoal no Facebook na tarde desta quinta-feira, 20. O chefe do Executivo Municipal reconheceu que o anúncio do Governo do Estado “deixou a maioria muito preocupada”, ressaltou que o município não é obrigado a seguir as diretrizes do Estado e que está sendo elaborado novo decreto municipal estendendo a suspensão das aulas presenciais até 30 de setembro.
Ainda de acordo com o prefeito, “não existe possibilidade de retorno às atividades presenciais nas escolas em Nova Friburgo sem que tenhamos o sinal verde da Secretaria Municipal de Saúde e somente após alcançarmos a primeira semana de bandeira verde (...). Até que isso aconteça, nossos alunos seguem com as atividades não presenciais ”.
Confira abaixo, na íntegra, o comunicado do prefeito Renato Bravo
“Quem me acompanha nas redes sociais, especificamente desde o início da pandemia, sabe que minha fala tem sido sempre no sentido de proteger vidas, primar por sua preservação. E todas as ações que tomamos seguiram essa premissa.
Por isso, hoje me dirijo aos milhares de pais e responsáveis dos alunos da nossa rede municipal de educação e da rede privada, assim como aos nossos servidores lotados em creches e escolas e profissionais da rede particular. Sei que o anúncio do secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes, deixou a maioria muito preocupada por conta do retorno às aulas presenciais na rede estadual.
Quero que todos fiquem tranquilos, pois além de Nova Friburgo ter sistema próprio de ensino, o que nos desobriga a seguir as diretrizes do estado, já solicitei elaboração de decreto municipal visando prorrogar a suspensão das aulas até 30 de setembro. Não existe possibilidade de retorno às atividades presenciais nas escolas em Nova Friburgo sem que tenhamos o sinal verde da secretaria municipal de Saúde e somente após alcançarmos a primeira semana de bandeira verde, quando, aí sim, poderemos analisar, de fato, a possibilidade de um retorno. Até que isso aconteça, nossos alunos seguem com as atividades não presenciais.
Tenho convicção de que este é o caminho mais seguro, basta ver quantos locais previram o retorno e foram postergando por conta do número de casos. Da mesma forma, basta uma rápida pesquisa nas notícias sobre o assunto para encontrarmos exemplos em que o retorno às aulas gerou aumento no número de casos.
O momento continua sendo de prudência. A vida é mais importante do que tudo. É nisso que acredito e é neste caminho que vou permanecer. Abraço a todos”.
Governo do Estado estabelece normas para a retomada das aulas
Já no âmbito estadual, as aulas presenciais na rede de ensino privada em todo o Estado do Rio de Janeiro poderão ser retomadas a partir do dia 14 de setembro, e nas escolas públicas, inclusive nas unidades de ensino superior, no dia 5 de outubro. Pelo menos é o que determina um novo decreto do governador Wilson Witzel publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira, 19. A medida vale apenas para regiões que permaneçam em baixo risco de contaminação pela Covid-19 por, no mínimo, duas semanas seguidas antes da data prevista para a abertura. Os municípios, no entanto, têm autonomia para autorizar a retomada das aulas presenciais ou não.
A decisão do governador Wilson Witzel também não agradou aos profissionais de educação. O Sepe, sindicato estadual dos profissionais do setor, que em Friburgo representa também os educadores municipais, também vê essa decisão como preocupante, já que muitos professores são do grupo do risco e a possibilidade de contágio com a volta às aulas poderá tomar maiores proporções. Pais de alunos também temem a retomada das aulas sem a pandemia dar sinais de estabilização e redução dos casos e mortes.
Flexibilização também em cinemas e teatros
Ainda de acordo com o decreto do governador, estão autorizados, desde ontem, 20, o funcionamento e a reabertura de estabelecimentos culturais (teatros e cinemas) em algumas regiões do Estado, entre elas a Serrana, que encontram-se na bandeira amarela de flexibilização das atividades, na classificação do Estado. Para as salas de cinema, está autorizada a retomada parcial com 40% das ocupações ou dois metros de distanciamento, além do cumprimento de todos os protocolos sanitários desenvolvidos pela Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec), e aprovado pelas secretarias estaduais de Cultura e Economia Criativa e a de Saúde.
Já as salas de teatro, de concertos e centros culturais poderão abrir com 1/3 das ocupações dos espaços, desde que respeitadas as orientações e as normativas segundo o Protocolo de Segurança Sanitária elaborado pela Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj). Em Friburgo, aguarda-se a publicação de novo decreto municipal com a autorização ou não da reabertura de teatros e cinemas.
Restrições mantidas
Até o dia 4 de setembro continuam suspensas em todo o Estado do Rio a realização de eventos com presença de público, como eventos desportivos, shows, eventos científicos, comícios e passeatas, além da permanência em praias, lagoas, rios e piscinas públicas. Também é obrigatório o uso de máscaras de proteção respiratória em espaços públicos, transportes coletivos, estabelecimentos comerciais e repartições públicas estaduais.
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