Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
De novo?
Para pensar:
"Enquanto a administração pública for norteada por apadrinhamento, o povo vai sofrer. Isso é uma regra claríssima.”
Beto Meyer
Para refletir:
“Um erro da largura de um fio de cabelo pode causar um desvio de mil quilômetros.”
Provérbio chinês
De novo?
Na manhã desta quarta-feira, 19, o expediente e a ordem dia da sessão ordinária da Câmara Municipal de hoje, 20, foram divulgados contendo a apreciação do Projeto de Decreto Legislativo 833 de 2020, de autoria da Comissão de Finanças, Orçamento, Tributação e Planejamento que “reprova as contas do exercício de 2018 do prefeito de Nova Friburgo”.
Mas, de novo, a inclusão não durou muito.
Surpresa?
Horas mais tarde a juíza da 2ª Vara Cível do município concedeu liminar suspendendo a apreciação das contas enquanto não for analisado outro processo paralelo, que também está sob sua análise, a respeito de questionamentos formais apresentados pelo governo municipal, notadamente quanto ao fato de um mesmo vereador acumular a presidência da comissão permanente e relatoria do processo.
Só resta esperar
Uma situação, diga-se de passagem, sobre a qual a Câmara já se manifestou e um desembargador já se posicionou claramente, sem observar qualquer impedimento.
Ademais, o próprio Supremo Tribunal Federal já se manifestou no sentido de que normas regimentais devem ser interpretadas pelo próprio Legislativo, e não pelo Judiciário.
Por fim, não deixa de chamar atenção o fato de que as atividades do Legislativo acabaram sendo momentaneamente interrompidas por ação do Judiciário, a partir de uma situação sobre a qual a ingerência cabe justamente ao Judiciário.
Ou seja: à Câmara só resta esperar.
Entraves
Salvo melhor entendimento, no entanto, a nova decisão judicial volta destrancar a pauta do Legislativo, que deve ser retomada normalmente a partir da próxima semana.
Querem um palpite aí?
Tão logo as candidaturas estejam devidamente registradas os entraves ao andamento deste processo devem cessar.
É esperar para ver.
Típico
Não que, no fim das contas, qualquer novo atraso possa fazer muita diferença para os destinos da atual gestão municipal.
De fato, ao longo de todo o processo de defesa, a postura do governo foi essencialmente autofágica e típica de quem não é capaz de justificar os próprios atos.
Adiar o andamento do processo tem servido apenas para evidenciar essa condição.
Fumaça
Apelou-se para a pandemia, afirmou-se que querem “condenar por condenar”, que o parecer do TCE é muito questionável, mas jamais apresentou-se uma linha de defesa sólida.
Ninguém compareceu a oitivas, nem tampouco foi fornecido qualquer argumento público que possa ser aproveitado como o devido contraditório.
Nada, apenas distrações e cortinas de fumaça.
A bem da verdade, tem sido muito constrangedor ver o Executivo Municipal se prestar a papel tão obtuso.
Baixo nível
As campanhas ainda nem começaram oficialmente, mas os golpes abaixo da linha da cintura já estão sendo desferidos em grande quantidade.
A esse respeito a coluna gostaria de convidar os leitores a uma breve mas necessária reflexão.
A aposta
Quem se dedica a elaborar memes reducionistas, que ridicularizam adversários na mesma medida em que generalizam e simplificam situações complexas deixando de lado a veracidade dos fatos, está apostando na imaturidade do eleitor para que suas criações viralizem e atinjam o efeito desejado.
Tenha em mente, portanto, que aquela postagem difamatória contra um pré-candidato com o qual você não simpatiza, diante da qual você se sente tentado a compartilhar, é também um ato de desrespeito à sua própria inteligência, uma aposta na sua infantilidade.
Seriedade
Pois saiba que passar adiante tais peças que não levam a sério o processo de escolha é dar razão a esta aposta.
Ao contrário, é preciso surpreender, dificultar a vida dessas pessoas sem qualificação que encontraram na política um meio de vida fácil.
É urgente elevar o nível, demandar seriedade em troca do convencimento
E isso só vai acontecer se partir do eleitor.
Não ser previsível
Qualquer que seja a inclinação política individual, há que se reconhecer que o sistema eleitoral brasileiro está corrompido e precisa romper com muitos ciclos caso pretenda refletir com alguma proximidade tudo de bom que é previsto em suas leis e determinações.
Longe dos olhos, quem nos faz rir com piadinhas difamatórias está rindo é de nós, e enriquecendo à custa da desinformação, da construção de preconceitos, da maquiagem que serve apenas para perpetuar quem serve ao sistema.
A piada somos nós.
Respeito próprio
De nada adianta ficar quatro anos criticando e reclamando de tudo, se no momento em que é dada a chance de mudar algo de maneira efetiva nos deixamos manipular por quem desde já não demonstra respeito pelo censo crítico coletivo.
É chegado o momento de desenvolver anticorpos ao bombardeio de informações e influências.
A quem esta postagem interessa? Por quê interessa? O quanto ela tem de verdade?
Quem não leva adiante tais questionamentos antes de absorver uma mensagem e a compartilhar não leva a sério a própria opinião e a própria credibilidade.
Dia do ciclista
A coluna de quarta-feira, 19, já havia sido fechada quando a assessoria da vereadora Vanderléia Lima entrou em contato para lembrar que este é o Dia Municipal do Ciclista, formalizado por legislação de sua autoria, assinada também pelos vereadores Alexandre Cruz, Marcio Damazio, Wellington Moreira, Professor Pierre e Carlinhos do Kiko.
De acordo com a lei, a data “objetiva a realização de eventos e atividade, por meio de palestras, murais, panfletagem e outros meios voltados para a conscientização do uso da bicicleta”.
Consulta
Aproveitando o gancho, a coluna pergunta aos amigos ciclistas: quem faz uso regular da bicicleta em Nova Friburgo tem o que comemorar?
O que falta ou precisa ser melhorado?
Em tempo: a vereadora Vanderléia atuou junto à prefeitura e ao gabinete do deputado federal Sóstenes Cavalcante no sentido de levantar recursos para a construção de uma ciclovia moderna e funcional em nossa cidade, mas aparentemente não ficou muito satisfeita com o que foi feito.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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