Secretário estadual de Saúde confirma: Friburgo vai mesmo ficar sem hospital de campanha

Afirmação foi feita em oitiva na Alerj na manhã desta segunda. Unidade que nem chegou a abrir será fechada nos próximos dias
segunda-feira, 27 de julho de 2020
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
A premonitória charge de Silvério neste fim de semana
A premonitória charge de Silvério neste fim de semana

O secretário estadual de Saúde, Alex Bousquet, anunciou que serão fechados nos próximos dias os hospitais de campanha de Nova Friburgo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu. A informação foi anunciada durante oitiva conjunta da Comissão Especial de Fiscalização dos Gastos na Saúde Pública Durante o Combate do Coronavírus e da Comissão de Saúde, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na manhã desta segunda-feira, 27.

"Essa semana vamos fechar o nosso relatório, mas ele caminha fortemente para o fechamento desses hospitais. Vamos anunciar a medida e a data ainda essa semana", afirmou Bousquet. 

Relator da comissão, o deputado Renan Ferreirinha (PSB), porém, destacou que vistoriou todas as unidades e que elas nunca estiveram aptas para funcionar. "As condições eram as mais precárias possíveis. E agora recebemos a informação de que as mesmas serão fechadas. Isso deixa claro como o dinheiro público foi gasto de forma leviana” afirmou Ferreirinha. Ele ainda mencionou que os dois únicos hospitais de campanha que funcionaram no Rio, tanto o Maracanã quanto o de São Gonçalo, funcionaram com um número muito inferior ao necessário. 

Nova Friburgo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu são três dos sete hospitais que o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) foi contratado para construir e gerir no período de combate à covid-19. Bousquet lembrou que o Iabas já recebeu R$ 256 milhões, dos R$ 770 milhões previstos em contrato para as obras das unidades. Ele também frisou que os hospitais de Casimiro de Abreu e Campos dos Goytacazes não foram concluídos.

"Não vimos necessidade de finalizar essas obras e, por isso, paralisamos a construção", esclareceu. O secretário ainda disse que as unidades do Maracanã e de São Gonçalo também estão perto de fechar. "O planejamento já incluía início, meio e fim. Os serviços foram contratados por um prazo temporário e estamos próximos de finalizar as atividades nas unidades de apoio como um todo. A epidemia está estabilizada ou está em queda e isso é natural que aconteça", argumentou. 

Contratos

Há pouco mais de um mês à frente da pasta, Bousquet disse que revisou todos os 44 contratos que a secretaria mantinha. Segundo o secretário, muitos já estavam vencidos há mais de um ano. "Separamos os contratos em três grandes grupos: os acordos vigentes, os contratos irregulares juridicamente e os que tinham alguma dependência administrativa. Com isso conseguimos dar agilidade aos processos dentro da instituição", pontuou Bousquet.

O hospital de campanha de Friburgo

O anúncio feito pelo secretário estadual de Saúde vai de encontro ao que ele próprio afirmou no início de julho, logo após assumir a pasta. Na ocasião, Bousquet afirmou que os hospitais de campanha de Nova Friburgo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu, estes dois últimos, na Baixada Fluminense, seriam concluídos. Ainda de acordo com Bouquest, em fase final de montagem, cada uma das três unidades ficaria com 20 leitos de UTI disponíveis. O esperado inicialmente para a unidade de Friburgo eram 40 leitos.

Antes, o Governo do Estado  havia divulgado que a unidade de campanha de Friburgo, montada no ginásio esportivo Frederico Sichel, do Sesi, no distrito de Conselheiro Paulino, teria ao todo 100 leitos, 60 deles, de   enfermaria e os de UTI, equipados com respiradores.

“Ele (Hospital de campanha de Nova Friburgo) será concluído, mas permanecerá fechado, servindo de retaguarda para ser utilizado somente em caso de necessidade. Neste sentido, ele ficará com 20 leitos prontos para uso imediato caso seja necessário, inclusive com os profissionais de saúde preparados. Os demais leitos também estarão concluídos e em condição para serem abertos rapidamente (mas não imediatamente), caso seja necessário no futuro”, disse a Secretaria Estadual de Saúde em nota encaminhada à A VOZ DA SERRA no último dia 2 de julho.

 

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