Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Estava demorando...
Para pensar:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
Rui Barbosa
Para refletir:
“Nas veredas da vida construímos passo a passo nosso destino para à honra ou desonra."
Paulo Roberto Barbosa
Estava demorando...
A pauta da Câmara Municipal se encontra trancada em razão do adiamento da apreciação das contas do Executivo referentes a 2018, e assim deve permanecer até o fim deste mês, quando espera-se que os vereadores finalmente tenham a chance de se posicionar formalmente sobre o tema.
A situação é fruto indisfarçável de tudo o que temos de pior em nossa política, desde um governo que ignorou seguidos alertas sobre erros sistemáticos que vinha cometendo até vereadores que abrem mão da isenção necessária ao exercício de seus mandatos em troca de benefícios particulares.
Sem desculpa
Ficou evidente, desde o início, que não haveria argumentos sólidos o bastante para que fosse possível amparar um posicionamento pró-governo por parte dos vereadores que estão amarrados ao Palácio Barão de Nova Friburgo como contrapartida a nomeações, gratificações e influências diversas, tanto mais a poucos meses de novas eleições.
A partir desse impasse, buscaram-se as alternativas de sempre.
Indigno
Foram muitas as tentativas de alegar entraves à defesa da prefeitura, que na melhor das hipóteses (para eles) comprometeriam a solidez do procedimento, ou na pior delas serviriam para atrasar o processo.
Atos que, a despeito das poses de sempre, denotam todo o desespero do governo e dos governistas, e a ausência de qualquer expediente digno através do qual pudessem enfrentar a situação.
Papel minúsculo, este que vem sendo desempenhado pela prefeitura e alguns vereadores.
Superação
Na sessão desta quinta-feira, 18, contudo, surgiu uma nova tática, que chama atenção pela pequenez mesmo diante dos padrões toscos de quem faz esse tipo de política.
Acredite o leitor que, subitamente agora, que a pauta foi trancada, alguns vereadores sentiram a urgência de votar um decreto legislativo com o objetivo de reduzir o valor da passagem de ônibus, e para esse fim foi defendido que o plenário aprovasse logo as contas.
Lindo não?
Aspas
Vejam só o que disse o vereador Nami Nassif a esse respeito:
"Nós estamos a três meses das eleições. Eu já pensei em essa casa aqui, de comum acordo, fecharmos os olhos e aprovarmos as contas, sem problema nenhum. E deixe que o povo julgue. (...) Vamos dar o direito do povo julgar esse governo que está aí.”
Demais
E aí, que tal essa?
Agora quem defende a lisura do processo, e que responsáveis respondam por seus atos, está contra a redução da passagem de ônibus...
A turma se supera, não é verdade?
E outra: esse tipo de política financia difamadores, e hoje certamente será uma boa oportunidade para que os leitores identifiquem com nitidez quem paga e quem é pago para atacar espaços como esta coluna, que também nos guetos é lida todos os dias.
Só resta perguntar com que dinheiro...
Mês decisivo
Ainda sem saber ao certo se a data das eleições será mantida ou postergada, a fauna política local se agita na medida em que se aproxima o prazo final para composição das chapas que concorrerão à cadeira número um do Palácio Barão de Nova Friburgo pelos próximos quatro anos.
E não é apenas pelas incertezas envolvendo a pandemia de Covid-19 que o cenário atual difere de ciclos anteriores não.
Está tudo mudado mesmo.
Pessoal x coletivo
A despeito da realização contínua de reuniões, alguns impasses iniciados há meses seguem ainda sem solução ou perspectiva de mudança.
Muitos personagens simplesmente não parecem dispostos a abrir mão de encabeçar suas respectivas chapas, e isso tem inviabilizado algumas composições teoricamente fortes entre representantes de faixas de eleitorado parcialmente sobrepostas.
Em português claro, tem muita gente aparentemente preferindo perder isoladamente (mas se posicionando como liderança) do que ter chances reais de ganhar, ainda que em posição coadjuvante.
Vácuo
É, sem sombra de dúvidas, um momento perigoso para a história friburguense.
Por um lado, o desencanto de grande parte da população aponta para percentual ainda maior de votos brancos ou nulos, ou ausências justificadas.
Por outro, o inegável vácuo de lideranças abre espaço para a atuação de grupos oportunistas, alguns dos quais dispostos a jogar qualquer tipo de jogo para conquistar o poder.
Entre eles, difamações, fake news e pegar caronas em políticos de apelo popular.
Contra a maré
A combinação dos dois fatores sugere que o próximo prefeito pode vir a ser eleito com menos de 25 mil votos (há quem aposte em 20 mil), o que significa dizer que quem quer que seja eleito terá de enfrentar enormes desafios econômicos contando com apoio inicial de parcela mínima da população.
E, num cenário como esse, a tendência é a de que mesmo esse apoio não dure muito.
Margem pequena
Mais que isso: significa também observar que estamos separados por margem muito pequena de votos da possibilidade de termos quatro anos difíceis, a depender do grupo - e é importante enfatizar esta palavra - que venha a ser eleito.
Não é momento, portanto, de sair compartilhando qualquer coisa que apareça em redes sociais ou grupos de WhatsApp, colocando em risco a clareza do processo de escolha.
Mais do que nunca é preciso zelar pela confiabilidade das informações, a fim de que seja possível separar o joio do trigo em meio a uma campanha curta e precariamente regulada.
Em tempo...
E já que falamos sobre a corrida eleitoral, a coluna registra que o Partido Verde de Nova Friburgo está lançando a pré-candidatura do engenheiro e artista plástico Cacau Rezende à Prefeitura de Nova Friburgo.
“Cacau é militante das causas urbanistas e verde há mais de 40 anos no município. Atualmente exerce a função de presidente do Partido Verde no município.”
Caminho certo
A coluna faz questão de elogiar publicamente o Governo Municipal, através de sua equipe de comunicação, por ter dado início à divulgação dos dados de ocupação de leitos em enfermarias e CTIs de nossos hospitais, públicos ou particulares.
E estende a congratulação às direções das unidades particulares por compreenderem a importância do monitoramento desses dados, a fim de que seja possível planejar o processo de retomada das atividades econômicas a partir de bases reais.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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