Em resposta a um questionamento de A VOZ DA SERRA, o prefeito Renato Bravo descartou nesta quinta-feira, 7, a implantação, neste momento, de lockdown (bloqueio total) em Nova Friburgo por conta da pandemia do coronavírus. A prefeitura informou que Bravo vinha estudando, juntamente com membros do Comitê de Operações de Emergência em Saúde (COE), a possibilidade de implantar uma forma progressiva de flexibilização do comércio, mas, “diante da desobediência da população em relação aos decretos já publicados, decidiu estender o período de isolamento”. As atuais restrições no comércio, na indústria e nos transportes continuam valendo, pelo menos, até a próxima segunda-feira, 11.
O prefeito pensava em adotar uma flexibilização, pedida por empresários locais para evitar uma onda de falências e desemprego na cidade. Bravo, que vinha agindo em consonância com o governo estadual, chegando a cogitar instalar barreiras sanitárias nos acessos da cidade, disse nesta quinta que, mesmo que o governador Wilson Witzel adote imediatamente o lockdown, não pensa em seguir a medida mais radical contra o coronavírus em Friburgo.
Mais rigor na fiscalização
Em vez disso, como forma de inibir a quantidade de pessoas nas ruas, Bravo decidiu endurecer as fiscalizações. Exemplo disso é a publicação do decreto 564, na quarta-feira, 6, criando a Força-Tarefa de Atuação Integrada. A medida, temporária e de caráter excepcional, tem como objetivo exigir com mais rigor o cumprimento dos decretos municipais.
Já o governador Wilson Witzel, que sinalizou nos últimos dias a possibilidade de aderir ao lockdown, reuniu-se por videoconferência nesta quinta com representantes dos poderes Legislativo e Judiciário do Rio para discutir o impacto das medidas contra o coronavírus nas finanças do estado.
De acordo com os dados mais recentes, a estimativa é de perda de arrecadação de R$ 15 bilhões para este ano, em relação à Lei Orçamentária de 2020. Deste total, pelo menos R$ 4 bilhões são provenientes de receitas de royalties e participações especiais e R$ 11,7 bilhões de arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), decorrente da desaceleração da atividade econômica no Estado. Com isso, a previsão do déficit nas contas, para 2020, que era em torno de R$ 10 bilhões no início do ano, deve passar para R$ 25 bilhões.
Firjan preocupada com lockdown
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, se disse preocupado com a possibilidade de um lockdown horizontal em todo o estado. “Contatei o governador para sinalizar nosso entendimento sobre os riscos que tal medida traria para o abastecimento da população e para o agravamento da crise social que já vivemos e que pode caminhar para uma situação de descontrole absoluto”, afirmou. Segundo Eduardo Eugenio, Witzel se mostrou sensível às ponderações da entidade.
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