Por menos imperativo e mais por favor

Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Há quem tenha uma espécie de intolerância ao uso excessivo de verbos no modo imperativo. Eu sou uma dessas pessoas. “Faça. Pegue. Diga. Vá. Venha.” Dependendo do contexto em que essas palavras são ditas, não soam bem aos ouvidos.

O imperativo quando utilizado por aquele que fala ou escreve, comumente expressa a intenção de que seu interlocutor realize uma ação, em tom de ordem. O incômodo acontece quando o modo verbal é empregado em uma frase desacompanhado das palavras básicas da gentileza.

Certamente, qualquer mandamento acompanhado por expressões cordiais surtirá efeito positivo se comparado a uma ordem seca. Uma ordem pode até (e provavelmente irá) resultar na execução da ação, mas certamente não provocará o melhor sentimento da pessoa. Tudo o que é dito e solicitado com simpatia tende a importar um resultado melhor, pois a ação pretendida possivelmente será desempenhada com mais boa vontade e alegria.

Basta comparar: “Fulano, faça isso!” e “Fulano, gostaria de que você fizesse isso, por favor.” Creio que a maioria das pessoas se sentiriam muito mais motivadas a fazer se lhes fosse solicitado com gentileza, como na segunda frase.

Desconfio que o tom excessivamente imperativo cause desconforto em todo e qualquer ouvinte ou leitor. Ao contrário, comunicação baseada na simpatia estimula um convívio mais cordial entre as pessoas. O quesito bem-estar deve estar agregado aos diálogos e às relações, sejam elas quais forem.

Não estou a questionar o uso da norma culta da língua, nem tampouco o emprego dos vocábulos e o uso escorreito da gramática. Acredito apenas que o sentido, o sentimento, a entoação e a intenção do comunicador impregnam as palavras, de modo que expressões grosseiras maculam as relações, gerando muitas vezes um mal-estar desnecessário.

Aposto no efeito da cortesia no trato com as pessoas, seja em qual ambiente for, no ambiente corporativo, nas relações de trabalho, no núcleo familiar, na comunicação entre amigos ou entre estranhos.

Por gentileza... Sejamos mais cordiais e sensíveis com o uso das palavras. Treinemos a prática de utilizar expressões de cordialidade, de educação. Apoiemos uma forma de falar sem constranger, sem impor indelicadamente, sem estressar a outra pessoa. Não se trata de certo e errado. É questão de seletividade e coerência. Dizer da forma como gostaria de ouvir, escrever da forma como gostaria de ler. Mais sutil. Mais respeitosa. Mais empática.

Concordo com Shakespeare quando disse: “Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras”.

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Paula Farsoun

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Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

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