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Um sábado de vacinação mais tranquilo
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
O último sábado, 17, começou com mais um drive-thru para a aplicação da segunda dose da vacinação anti Covid-19 nos idosos entre 70 e 75 anos. Ao contrário da primeira dose, o tempo de espera na fila foi bem menor e a equipe encarregada conseguiu imprimir uma dinâmica mais ágil. No entanto, já me acostumei às surpresas da vida friburguense, mas confesso que fiquei pasmo com a conversa que tive com um dos responsáveis pela vacinação.
Comentei mais uma vez, que o único guarda municipal visto no trajeto desde o batalhão da Polícia Militar, foi no Paissandu, próximo à antiga Rua Baronesa. Nenhuma indicação ou sinalização em todo o trajeto, fazendo com que muitos motoristas só se dessem conta de que não se tratava de um simples engarrafamento, após permanecerem algum tempo parados. Esse responsável me contou que tinha sugerido a colocação de fitas plásticas sinalizando todo o trajeto, mas que não houve resposta da Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana.
Mas, a informação mais grave e estarrecedora estava por vir: no dia da primeira dose, a prefeitura não providenciou nem alimentação, nem água e nem tendas de proteção para o caso de chuva ou proteção à exposição solar. Dessa vez, foi comunicado à prefeitura que a equipe só trabalharia, caso as exigências fossem cumpridas. Pelo menos, quando entrei no Country Clube havia duas tendas de proteção montadas, uma em frente à outra. Quanto à alimentação, foi me garantido que ela estaria assegurada.
É um absurdo o que aconteceu no dia da primeira dose, pois a ordem era de que as 15h seria colocada uma placa atrás do último veículo da fila, encerrando o acesso à vacinação. Mas, todos na frente seriam imunizados. Conclusão, os trabalhos que se iniciaram às 10h só terminaram quase 12 horas depois. Sem comida e sem água é uma desumanidade típica de homens públicos sem nenhum traquejo para o cargo que exercem. É muito bonito sentar em cadeiras confortáveis de gabinetes, com ar condicionado, cafezinho e água gelada e colher os louros de um trabalho realizado pelos funcionários, expostos a todo tipo de intempéries, e sem uma única palavra de muito obrigado. Essa equipe está de parabéns, é nota mil.
Já era para ter tocado nesse assunto anteriormente, mas meditei muito antes de passar adiante essa informação, para não deixar as pessoas mais preocupadas do que já estão. Nova Friburgo está recebendo dois tipos de vacinas, a chinesa CoronaVac e a AstraZeneca/Oxford. O grande diferencial é a percentagem de imunização desses produtos. A vacina chinesa, admitido pela primeira vez por um dirigente do alto escalão do governo da China, responde por 54% de proteção, estando previsto estudos para a mistura de outra vacina ou uma terceira dose. A de Oxford chega a 85% de proteção após a segunda dose.
Uma das explicações poderia estar na diferença de fabricação, pois na primeira é utilizado o processo da atenuação do vírus e na segunda trata-se de uma versão mais fraca do vírus da gripe comum em chimpanzés (inofensivo em seres humanos), contendo igualmente proteínas contidas no material genético do vírus Sars-Cov-2. Nesse caso, após a vacinação, o adenovírus penetra em algumas poucas células do corpo humano. Essas células utilizam o gene para produzir a proteína Spike (espícula, ou picos, na superfície do vírus). O sistema imunológico então reconhece isso como estranho e, em resposta, produz anticorpos e células T, que idealmente protegem contra a infecção com o coronavírus, o Sars-CoV-2.
É importante que todos tomem a vacina, que é o método mais eficaz para conter a propagação da doença, no entanto não se pode esquecer, nunca, que as medidas de higiene como lavar sempre as mãos com água e sabão ou usar álcool gel 70, evitar aglomerações e procurar sempre estar em ambientes arejados, manter uma alimentação saudável e uma hidratação adequada é, também, muito importante. Acho que o somatório desses fatores vai nos livrar dessa praga.
Max Wolosker
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