Botafogo termina 2022 com boa presença

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Com o encerramento da 38ª rodada do Campeonato Brasileiro, edição 2022, chega ao final a temporada do futebol nacional, este ano terminando em meados de novembro, em função da Copa do Mundo que começa no próximo domingo, 20. Foi uma temporada movimentada, com a volta da torcida aos campos de futebol e que consagrou dois times de grande apelo popular, de um lado o Flamengo que se tornou campeão do maior torneio sul americano, a taça Libertadores da América e da Taça Brasil.

Do outro lado o Palmeiras, campeão do estado de São Paulo e do Brasileirão, maior torneio de futebol do país. É preciso ressaltar que o nível do futebol aqui jogado melhorou muito em relação aos anos anteriores e tivemos bons jogos para assistir, diminuindo a lacuna que se formou entre a performance de nossos times e aquela do futebol europeu, infelizmente, hoje, num patamar acima do nosso.

Mas, não poderia deixar de falar aqui, no desempenho do meu Botafogo, que apesar de ter passado por uma grande mudança estrutural, conseguiu garantir um torneio internacional, a Sul-americana de 2023 e ter chegado muito próximo da Libertadores da América. A derrota, ontem, por 3 a 0 frente ao Atlético Paranaense sepultou as pretensões do alvinegro da estrela solitária.

Quando o ano de 2022 começou, o Botafogo vinha da conquista do campeonato da série B de 2021 e, para variar, as perspectivas não eram nada boas, pois a estrutura era a mesma de sempre. Final de temporada o time se desmanchava, os que tinham se destacado no ano anterior iam embora, tinha-se que garimpar jogadores de baixo custo e nem sempre de nível compatível com um grande clube. A chegada de John Textor, executivo americano que comprou 90% do futebol do Fogão, com a criação da SAF (Sociedade Anônima Futebol), marcou um divisor de águas. É claro que as coisas seriam difíceis no início, pois isso significava uma mudança radical na condução da atividade fim do clube, que é o futebol.

Mudou a comissão técnica com a chegada de Luís Castro, técnico português, e de sua equipe, também formada de portugueses. Primeiro choque, pois era a implantação de uma mentalidade e de um trabalho pouco comuns por aqui. A primeira experiência que tivemos, foi a do Flamengo de Jesus e sua comissão. Havia necessidade da contratação de jogadores de bom nível, o que foi facilitado com a abertura internacional de contratações de jogadores de janeiro a abril. Agora havia dinheiro do investidor, mas o tempo era curto pois o campeonato do Rio de Janeiro estava por se iniciar, assim como a Taça Brasil e o Brasileirão, em função da Copa do Mundo em novembro.

Infelizmente, contratou-se mal e os resultados no campo foram desanimadores, com um péssimo Carioca e uma eliminação precoce na Taça do Brasil. Além do mais, o técnico e sua comissão custaram a se enquadrar no ritmo do futebol brasileiro, acostumados que estavam com a Europa. O início do Brasileirão também foi desanimador, com posições muito próximas às da zona de rebaixamento durante várias rodadas.

Com a abertura da segunda janela de contratações, de 18 de junho a 15 de agosto as coisas começaram a melhorar. Jogadores como Marçal, Jefinho, Lucas Fernandes, Eduardo, Adrielson, Cuesta e outros mudaram o perfil do time, somado à compreensão do técnico sobre o futebol aqui jogado e uma maior adaptação dos jogadores ao método de trabalho implantado. Os resultados começaram a aparecer, o fantasma da segundona, finalmente, espantado e sonhos maiores passaram a serem vistos no horizonte. Diga-se de passagem, que o trabalho de Luís Castro foi muito bom, pois afinal ele teve a árdua missão de montar três times, em plena competição. E, o que é mais importante, conseguiu dar um padrão de jogo ao Botafogo, na reta final da competição.

Começamos a última rodada em oitavo lugar e se não fosse a derrota para o Atlético Paranaense teríamos alcançado a Libertadores da América. Terminamos o campeonato em 11º lugar, pois fomos suplantados pelo América Mineiro, no saldo de gols.

O atual elenco é bom, mas será melhorado com as contratações que virão agora em janeiro e a nação alvinegra tem certeza de que 2023 será um ano bem melhor, pois a base já está pronta e todos começarão juntos os treinamentos. Nesse ano foram muitos jogadores chegando de diferentes centros, em níveis diferentes de preparo físico, o que dificultou, em muito, o trabalho de Luís Castro e sua comissão. Mas, o mais gratificante foi ver nossa torcida voltar a encher o estádio Nilton Santos e a incentivar o time do início ao fim.

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