Blog de Camilla Fiorito

O medo e o fantasma que assombra

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

O medo é uma sombra silenciosa que se insinua entre as frestas da alma, que chega como um vento gélido em um dia ensolarado.

É como um visitante inconveniente. Não bate à porta, invade casa adentro e se instala, preenchendo os cômodos internos com incertezas e temores, onde, muitas vezes, se disfarça e se guarda em silêncio.

Sentir medo é como carregar um espelho arranhado, sujo e mal cuidado. Olhamos para a nossa vida, mas a visão se torna turva, como se a realidade não estivesse ao nosso alcance.

O medo é uma sombra silenciosa que se insinua entre as frestas da alma, que chega como um vento gélido em um dia ensolarado.

É como um visitante inconveniente. Não bate à porta, invade casa adentro e se instala, preenchendo os cômodos internos com incertezas e temores, onde, muitas vezes, se disfarça e se guarda em silêncio.

Sentir medo é como carregar um espelho arranhado, sujo e mal cuidado. Olhamos para a nossa vida, mas a visão se torna turva, como se a realidade não estivesse ao nosso alcance.

O coração sofre, então, se encolhe como um pássaro receoso, que não consegue voar com a asa quebrada. Assim, a emoção deixa de ser livre, fluida e passa a ser como água represada, em que a correnteza se perde e não consegue achar o caminho para seguir.

Dentro das nossas relações sociais, o medo se transforma em um muro invisível, às vezes, imperceptível. Uma distância cristalina e frágil permanece. Como vidro que permite ver, mas não tocar. Palavras ficam presas, um nó na garganta se forma, como se cada sílaba pudesse começar uma tempestade ou um grande tornado.

Nos faz medir gestos, rever passos, recalcular falas e ensaiar sorrisos que não geram flores nem na terra mais fértil. No fundo, o desejo de ser aceito luta contra o medo de ser julgado, e essa batalha silenciosa desgasta mais do que qualquer conflito declarado.

Com isso, em alguns momentos, mostramos ao mundo um lado que não é o nosso, tentando esconder fragilidades que poderiam nos aproximar uns dos outros. Assim, o medo cria isolamento em meio à multidão, fazendo com que os corações se mantenham distantes. É como a famosa fala que cada um de nós já ouviu inúmeras vezes sobre estar cercado de pessoas e, ainda assim, se sentir só.

Mas, além desse ponto, o medo também esconde um segredo que nem sempre é revelado. Em sua essência, ele aponta para o que mais valorizamos.

Temos medo de perder o que e quem amamos, medo de não sermos vistos por inteiro, medo de revelar a nossa alma nua e crua. E enfrentá-lo não significa apagá-lo, mas reconhecê-lo como parte das nossas emoções, que sentimos dia após dia.

Quando ousamos atravessar os muros que o medo ergue, descobrimos que a vulnerabilidade é apenas uma ponte. Que ao nos expormos e nos despirmos com sinceridade, o que parecia ameaça pode se transformar em encontro.

Percebemos, então, que o medo faz parte da nossa vida, da nossa história, de quem nós somos e que ele possui seu lado positivo e negativo. Isso nos convida a ter percepções mais atentas, a caminhar com mais delicadeza e a encontrar coragem dentro do caos que ele forma e paralisa, para que possamos seguir firmes e confiantes, mesmo diante de tudo que ele transborda.


Até a próxima quarta!

……..

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As redes e o seu uso desenfreado

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Diariamente, acordamos, saímos, voltamos, dormimos e o celular parece um acessório fixo ao nosso corpo, como um cordão valioso que não conseguimos tirar.

O medo de não ver uma mensagem e não respondê-la, não escutar aquele áudio, não ver aquela foto ou aquele vídeo passa a fazer parte da rotina. Tudo isso vem chegando e aumentando de forma quase que imediata.

Há alguns anos atrás, comecei a trabalhar com Tecnologia Educacional, mas precisamente em 2009. Lembro que tudo era tão diferente, assim como aquilo que dividíamos com o outro através da Internet.

Diariamente, acordamos, saímos, voltamos, dormimos e o celular parece um acessório fixo ao nosso corpo, como um cordão valioso que não conseguimos tirar.

O medo de não ver uma mensagem e não respondê-la, não escutar aquele áudio, não ver aquela foto ou aquele vídeo passa a fazer parte da rotina. Tudo isso vem chegando e aumentando de forma quase que imediata.

Há alguns anos atrás, comecei a trabalhar com Tecnologia Educacional, mas precisamente em 2009. Lembro que tudo era tão diferente, assim como aquilo que dividíamos com o outro através da Internet.

Usávamos plataformas de aprendizagem específicas e limitadas, compartilhávamos conteúdo em blogs, a rede social mais usada era o Orkut, conversávamos pelo MSN e não tínhamos a quantidade exponencial de Youtubers que há atualmente.

O tempo passou. Hoje, a maior parte da população possui seu próprio smartphone, onde inúmeras redes sociais são usadas, assim como infinitos aplicativos. O WhatsApp é amplamente difundido. Um número enorme de influenciadores e influenciados fazem parte deste universo que não para de crescer. Não há volta!

Dentro disso, vem o uso desenfreado, onde a intimidade deixou de ser privada, pois viralizar e monetizar nas redes são pontos que evidenciam a questão.

E com quem e por que nós compartilhamos? Será que precisamos publicar tudo? A nossa privacidade é algo de valor? Até que ponto vale toda exposição? Preciso mostrar cada passo que acontece?

Caminhando lado a lado a tudo isso, vem a Nomofobia, que é caracterizada por ansiedade ou o medo pela falta do uso do celular. E está acontecendo cada vez mais, não só em adultos e jovens, mas entre crianças e adolescentes.

O uso excessivo do celular pode gerar dependência, trazendo grande impacto emocional. Criar algumas regras e combinados, desativar notificações do aparelho, estabelecer horários e tempo de uso em aplicativos são algumas estratégias que podem fazer parte do dia a dia.

Tirar esse cordão e guardá-lo no porta jóias é necessário.

Traz uma dinâmica social diferente, mais saudável, com conversa olho no olho, vívida.

Nos mostra que o cordão valioso na verdade não vale tanto assim, pois o que há de maior valor é aquilo que está ao nosso redor, nas sutilezas, nos detalhes. E, separar e cuidar das joias reais que temos na vida, faz todo sentido.

Até a próxima quarta!

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Os descortinamentos que vêm e vão

quarta-feira, 06 de agosto de 2025

Os descortinamentos que vêm e vão são inúmeros.

Vivemos em uma era onde os julgamentos estão cada vez mais intensos, maiores, frequentes e violentos.

Palavras são ditas de forma desenfreada, sentimentos ficam perdidos no olhar para dentro e para fora, contemplando e percebendo detalhes que ficam esquecidos.

A percepção que o outro cria sobre cada um de nós nunca vai ser a verdade sobre quem realmente somos. São apenas recortes que pensam e julgam de acordo com o que presenciam em pequenas situações, em determinado momento.

Os descortinamentos que vêm e vão são inúmeros.

Vivemos em uma era onde os julgamentos estão cada vez mais intensos, maiores, frequentes e violentos.

Palavras são ditas de forma desenfreada, sentimentos ficam perdidos no olhar para dentro e para fora, contemplando e percebendo detalhes que ficam esquecidos.

A percepção que o outro cria sobre cada um de nós nunca vai ser a verdade sobre quem realmente somos. São apenas recortes que pensam e julgam de acordo com o que presenciam em pequenas situações, em determinado momento.

Uns irão nos achar uma pessoa muito calma, outros passiva demais ou até mesmo explosiva. Cada um vai ter uma impressão daquilo que pensam conhecer sobre a nossa personalidade.

No dia a dia, quem caminha lado a lado na nossa jornada, sabe como é o nosso real funcionamento, sem as interferências externas que ficam do lado de fora da porta da casa em diante, do nosso porto seguro. Mas, mesmo assim, nunca teremos a real verdade por inteiro.

O meio que estamos inseridos também traz inúmeras contribuições nesse desenvolvimento e nessa percepção que o outro acaba tendo sobre nós.

Se a nossa inserção social acontecer dentro de um espaço que nos traz desconforto, alterações de humor, de validação de quem somos, a tendência de mostrarmos um lado contrário daquilo dentro da nossa normalidade não é difícil de acontecer.

Isso me faz lembrar quando eu frequentava um lugar onde a maior parte das pessoas que ali estavam reunidas tinham valores morais muito diferentes dos meus. Por um momento, consegui estar ali sem muitas interferências internas, porém, com o passar do tempo, aquilo passou a me ferir internamente de forma avassaladora, pois o não querer estar já estava claro até mesmo diante dos sinais que o meu corpo revelava em suas sutilezas. 

Conviver com aquele que é diferente, seja em pensamentos, atitudes e bagagens de vida faz parte, existe e deve existir. No entanto, quando essa diferença agride a nossa moral e essência, o convívio acaba ficando bem mais difícil de acontecer. E, mesmo respeitando essas relações, entender que, muitas vezes, podem causar dano emocional é um processo, principalmente, tendo em vista que aquilo é sentido por você e não pelo outro, pois o conforto nas relações é de cada um e não igual para todos.

A vida vem sem a tecla pausar. Descortinar aquilo que não faz parte é difícil. Viva, se respeite e dê o seu limite. 

Até a próxima quarta!

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A importância dos nossos rituais e nossas tradições

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Será que construímos nossos rituais e nossas tradições?

Ao longo da nossa jornada, vamos realizando tradições e rituais que aprendemos desde pequenos.

Sem perceber, não questionamos se aquilo faz parte, cabe no nosso momento de vida ou se acreditamos no que realizamos. Apenas fazemos.

Alguns têm rituais pela manhã, ao acordar, antes de levantar, antes de sair, ao chegar, antes de dormir, ao longo do dia. Outros os apresentam em viagens, chegadas e partidas.

Será que construímos nossos rituais e nossas tradições?

Ao longo da nossa jornada, vamos realizando tradições e rituais que aprendemos desde pequenos.

Sem perceber, não questionamos se aquilo faz parte, cabe no nosso momento de vida ou se acreditamos no que realizamos. Apenas fazemos.

Alguns têm rituais pela manhã, ao acordar, antes de levantar, antes de sair, ao chegar, antes de dormir, ao longo do dia. Outros os apresentam em viagens, chegadas e partidas.

Os rituais são importantes para o nosso bem estar e saúde emocional. Realizá-los nos direciona dentro da nossa vivência.

Assim como as tradições. Aquelas que vamos praticando e fortalecendo ao longo do tempo. As que realizamos em comemorações, conquistas e até mesmo sem nenhuma data específica, apenas reproduzimos de geração em geração.

Rituais e tradições representam quem nós somos, o que acreditamos e percebemos da nossa leitura de mundo. E deixar no passado o que não faz parte da gente e sim do outro, é muito delicado. Traz tantos sentimentos que ficam guardados na caixa de memórias, que trancamos no nosso íntimo diário.

Desconstruir isso é lento, leva tempo. Me lembro quando comecei a perceber que alguns rituais e algumas tradições que faziam parte do meu dia a dia não me pertenciam e não faziam mais sentido. Eram apenas reproduções do que vivi antes da minha vida adulta. Com isso, criei meus rituais e, hoje, além de algumas tradições antigas, tenho as que desenvolvi junto com meu marido e minha filha, ao longo da nossa história, nessas quase duas décadas.

Modificar esses momentos, abrir um caderno em branco e começar a escrever os nossos próprios rituais, manter tradições e desenvolver as nossas próprias não é tão simples de acontecer. Há tanto para quebrar, questionar, recomeçar, reorganizar e, principalmente, acreditar.

O sentido das nossas escolhas nos move, proporciona conforto interno. O que não está adaptado fica aquém daquilo que nos tranquiliza internamente.

Modificar aquilo que fazíamos na infância, adolescência e juventude até a vida adulta, traz medo. Porém, reescrever transferindo para nós mesmos aquilo que acreditamos, traz conforto. Afaga e acolhe.

Nos revela uma vida com aconchego, sem amarras. É como olhar para a luz do farol e ver que o caminho até a praia faz sentido. Que o nado é livre.

Manter o que faz sentido, criar seus próprios rituais e suas tradições pode te surpreender.

Aproveite as folhas do seu caderno e escreva. Crie, recrie e se reinvente.

Até a próxima quarta!

 

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A amizade e o elo que sustenta

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Ah, a amizade! Aquela que se faz presente de tantas variadas formas, que enaltece, apoia, afaga, concorda, discorda, discute, mas respeita e cuida.

Sabe a hora de falar e silenciar. Faz a música do rádio tocar, transbordando melodia.

Os amigos são dotados de inúmeras características, tempos distintos, idades variadas, propósitos diferentes, mas estão ali. Perto ou longe, estão ali. Sempre como se fosse ontem.

Ah, a amizade! Aquela que se faz presente de tantas variadas formas, que enaltece, apoia, afaga, concorda, discorda, discute, mas respeita e cuida.

Sabe a hora de falar e silenciar. Faz a música do rádio tocar, transbordando melodia.

Os amigos são dotados de inúmeras características, tempos distintos, idades variadas, propósitos diferentes, mas estão ali. Perto ou longe, estão ali. Sempre como se fosse ontem.

Uma amizade consolidada pode ficar sem contato durante anos, que quando reaparece, a intimidade retorna, as gargalhadas ressurgem, os olhares se entrelaçam, o ombro chega, o silêncio comunica.

É como um livro que se abre exatamente na página em que foi fechado. A história segue viva, mesmo que o tempo tenha passado.

No último domingo, 20, foi comemorado o Dia do Amigo. Uma data que algumas pessoas aproveitam para homenagear. Mas será que esse reconhecimento precisa ser apenas em um dia? Será que precisamos enaltecer os amigos que amamos apenas em datas especiais?

Dizer o que sentimos para o outro, não precisa esperar data comemorativa. Pode acontecer, naturalmente, dia após dia. Sem momento marcado.

Sabemos que, ao longo da vida, as prioridades vão sendo outras, as responsabilidades mudam, as mudanças surgem constantemente.

Aqueles amigos que antes víamos com frequência, já não vemos tanto assim, mas isso não quer dizer que a sintonia do rádio não esteja na mesma vibração.

Amigo entende ausência sem cobrança, sente saudade com nostalgia e celebra a presença como um presente raro.

Tem amizade que mora dentro da gente. Que vira casa, coração aquecido, pouso, cheiro bom de café fresco e bolo saindo do forno.

Que ensina, que provoca, que mostra o mundo com outro olhar, com outro tempo. É chão, é asa. Firma e liberta.

Tem amigo que é pausa no caos, sopro leve no peito. Que traz presença, mesmo na ausência. Não precisa dizer muito, basta estar. Um silêncio conforta. Nos recorda de quem somos, mesmo quando nos esquecemos por um instante.

Não importa o tempo que ficamos sem ver e sair. A relação continua pulsando vida e cor.

Quando estamos com um amigo, a música toca de forma diferente, o som fica profundo, mais verdadeiro, trazendo inúmeros benefícios. Nos enche de alegria.

A sensação de plenitude se fortalece. A alma se reconhece. Porque a amizade verdadeira não passa, permanece. Floresce.

 

Até a próxima quarta!

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Conexões e partilhas na mágica da vida

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Se conectar com o outro requer muito mais do que simplesmente estar ao lado.

Uma conexão vai acontecendo meio tímida, com receios e dúvidas, sem saber onde vai chegar e parar.

Quando nos conectamos de forma verdadeira, nos despimos para o outro, tiramos todas as camadas que usamos no nosso dia a dia.

Se conectar com o outro requer muito mais do que simplesmente estar ao lado.

Uma conexão vai acontecendo meio tímida, com receios e dúvidas, sem saber onde vai chegar e parar.

Quando nos conectamos de forma verdadeira, nos despimos para o outro, tiramos todas as camadas que usamos no nosso dia a dia.

Uma vida corrida nos apressa nesse conectar e partilhar. Os encontros são remarcados, esquecidos, espaçados, escondidos. O nosso carro da Fórmula 1 passa com pressa pelos boxes, roncando os motores, sem tempo para pit stop, mesmo quando os pneus precisam ser trocados ou alinhados.

A vida mais parece uma corrida do que uma partilha.

O partilhar não é fácil. Por vezes, traz desconexões, uma comunicação difícil e acelerada, que pede um desacelerar que nem sempre conseguimos realizar.

Partilhamos alegrias, dores, sabores,  vulnerabilidades, anseios, desejos, vitórias, derrotas, frustrações. E assim, nossas conexões vão sendo construídas ou perdidas.

Neste início das férias escolares, me encontro revisitando lugares, conhecendo mais as pessoas e novos espaços, experimentando comidas, quebrando estigmas, mas, principalmente, me (re)conectando e partilhando.

O carro escolhido para a minha corrida está passando pelos boxes devagar, bem lentamente, trocando os pneus e todas as peças avariadas que precisam ser mudadas. Sem pressa.

Uma partilha desacelerada traz conexões profundas com nós mesmos, com o outro, com o espaço que nos cerca. Esse espaço que, pouco a pouco, vai sendo modificado. Seja pelo tempo que vai chegando para todos de forma diferente, seja pelos olhares e visões que cada um de nós vai carregando consigo ao longo do percurso.

Mas o que seria da mágica da vida sem essas conexões e partilhas? As lembranças seriam mornas, sem o doce sabor das nossas descobertas? Será que esse encantamento seria tão profundo?

Modificar a pista desta corrida é uma tarefa longa. Nem sempre a ausência de obstáculos fará com que realizemos a melhor corrida. Assim como querer chegar primeiro que o outro não é uma opção, pois competir não faz parte do momento.

No final, mesmo uma partilha curta pode despertar conexões recheadas de leveza, trazendo encanto para a nossa jornada. Uma corrida que não para, mas que podemos escolher com quem queremos estar, conectando e partilhando.

Com isso, há entrega com profundidade e fortalecimento nas relações.

E você, já pensou com quem quer parar neste pit stop?

 Até a próxima quarta!

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O medo de ficar de fora

quarta-feira, 09 de julho de 2025

Vivemos em uma era global onde as coisas precisam acontecer agora 

As pessoas desejam respostas imediatas, acompanhadas de mirabolantes performances. É como se estivéssemos esperando a grande sessão de teatro, sem as pausas entre um ato e outro, sem erros e faltas.

Com isso, exigimos dessa peça tudo e muito mais que os próprios atores podem entregar. E, claro, queremos estar nessa sessão performática, sem ficar de fora deste grande espetáculo. 

Mas o que é “ficar de fora" dentro de um mundo onde às relações estão cada vez mais superficiais?

Vivemos em uma era global onde as coisas precisam acontecer agora 

As pessoas desejam respostas imediatas, acompanhadas de mirabolantes performances. É como se estivéssemos esperando a grande sessão de teatro, sem as pausas entre um ato e outro, sem erros e faltas.

Com isso, exigimos dessa peça tudo e muito mais que os próprios atores podem entregar. E, claro, queremos estar nessa sessão performática, sem ficar de fora deste grande espetáculo. 

Mas o que é “ficar de fora" dentro de um mundo onde às relações estão cada vez mais superficiais?

A FoMO, que em Inglês significa Fear of Missing Out, o famoso "medo de ficar de fora", mexe profundamente com as nossas sensações ao longo do dia. As escolhas passam a ser pautadas dentro deste modelo. Conectar-se consigo mesmo vai ficando de lado, esquecido neste universo imenso e agitado em que vivemos.  

O medo de não acompanhar as atualizações constantes, a curiosidade sobre o que o outro está fazendo, comendo e vestindo vai nos envolvendo cada vez mais no uso das redes sociais e grupos virtuais. Um medo real ou imaginário, mas que existe e impacta diretamente na forma como nos relacionamos com o outro.

Quando decidi sair de muitos grupos de WhatsApp dos quais eu participava até então, senti alívio. Um alívio cheio de sentimentos, especialmente a libertação daquela urgência, da pressa. Uma ansiedade presente, mesmo com os alarmes desligados e os grupos arquivados.

Passei dias refletindo sobre o real significado daquilo tudo. Questionei internamente o porquê de tantos círculos virtuais serem formados. 

Quando queremos estar com alguém, simplesmente esperamos que um grupo se forme ou nos organizamos de forma diferente e realizamos aquele encontro? Será que há a necessidade de se ter grupos e grupos para que isso aconteça? Estar incluído nestes movimentos nos traz pertencimento? Ou sentimos, de forma irreal, que se não estivermos ali não seremos lembrados?

A grande peça de teatro acontece o tempo todo. Nada nos impede de ir. E não estar em grupos digitais não significa não ser chamado. Quando queremos estar com alguém, simplesmente estamos. Não estar no grupo para ida ao teatro, não nos deixa de fora, pois os encontros seguem acontecendo, paralelamente aos grupos de WhatsApp. A sensação real de pertencimento vai muito além desses momentos.

Ao sair dos grupos, sejam eles quais forem, o dia a dia muda. As mensagens em excesso desaparecem. A urgência em ler se dissipa, fazendo com que a bilheteria funcione de forma leve e tranquila.  

O medo de ficar de fora vai se esvaziando. Um esvaziar com compreensão de que as relações reais precisam ser fortalecidas, encontros podem ser mais disponíveis e os olhares mais próximos.

Aproveite para ligar e marcar com aqueles amigos que vão além das bilheterias digitais.

Até a próxima quarta! 

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Se percebendo de verdade

quarta-feira, 02 de julho de 2025

Se perceber é um processo complexo, que demora. Desperta uma percepção de si mesmo que ficou esquecida, guardada a sete chaves no fundo de um baú que, em algum momento, perdemos o acesso.

Ao longo da nossa jornada, vamos divagando sem avistar todas as esferas da vida, inclusive a que nos envolve por dentro.

Mas será que nos percebemos sempre ou nos mascaramos boa parte do tempo?

Dia após dia, passamos por tantas coisas que, às vezes, o piloto automático está ligado e os sinais, até mesmo os mais sutis, passam despercebidos.

Se perceber é um processo complexo, que demora. Desperta uma percepção de si mesmo que ficou esquecida, guardada a sete chaves no fundo de um baú que, em algum momento, perdemos o acesso.

Ao longo da nossa jornada, vamos divagando sem avistar todas as esferas da vida, inclusive a que nos envolve por dentro.

Mas será que nos percebemos sempre ou nos mascaramos boa parte do tempo?

Dia após dia, passamos por tantas coisas que, às vezes, o piloto automático está ligado e os sinais, até mesmo os mais sutis, passam despercebidos.

Olhar para nós mesmos com carinho, compaixão e acolhimento, da forma como merecemos, ainda parece distante de acontecer. É como um dia de tempestade intensa, com raios e trovoadas, que não tem hora para terminar.

Um ciclo que suga energia, desanima, traz medo, insegurança e tantas outras coisas que fazem com que nos guardemos dentro de um pontinho, do qual não conseguimos ou não queremos sair.

O espelho que faz parte das nossas horas mais parece uma parede empoeirada do que um lugar capaz de refletir aquilo que, muitas vezes, nem sabemos se queremos entender.

Ver o nosso reflexo, enquanto nos arrumamos para a correria do dia, não garante que aquilo que precisa ser visto seja encontrado.

Na maioria das vezes, apenas nos vemos, mas não nos enxergamos. E nos enxergar pede calma, disponibilidade de alma, requer tempo. Esse tempo que sabotamos diariamente.

E como enxergar, se não conseguimos parar de mascarar?

Quando passamos a priorizar o nosso tempo, começamos a nos enxergar com verdade. Tantas nuances vão surgindo ao nosso redor e dentro de nós, que aquilo que antes estava encoberto passa a se revelar como um dia claro.

O contemplar deixa de ficar perdido entre as poeiras que não percebíamos e que não fazíamos questão de tirar.

Mas limpar os espelhos com flanela pode demorar.

As marcas de dedos podem insistir em ficar e protelar para sair. Então, com delicadeza, desligue o movimento automático. Tente outra forma, conduza com cuidado e repare nas belezas que fazem parte da vida.

Quando desaceleramos e nos enxergamos de forma clara e sincera, conseguimos perceber até os pormenores que estavam escondidos.

Nesta hora, contemple-se. Seja você!

Se perceba com amor, valentia e autenticidade. Sem máscaras.

Até a próxima quarta!

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No caminho, com propósito

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Viver de forma plena, sem questionamentos e percalços é uma utopia que nos assola em boa parte da nossa caminhada.

Um caminhar onde pontos se entrelaçam e se separam no tocar da nossa carruagem, que é criada e decorada por cada um de nós.

Mesmo com todos os adornos, é difícil saber qual estrada é melhor para seguir e caminhar, mas a firmeza de que podemos ir, seja lá de qual maneira for, vai funcionando, pouco a pouco. Porém, quando não entendemos o sentido, vamos nos perdendo ao longo do caminho.

Viver de forma plena, sem questionamentos e percalços é uma utopia que nos assola em boa parte da nossa caminhada.

Um caminhar onde pontos se entrelaçam e se separam no tocar da nossa carruagem, que é criada e decorada por cada um de nós.

Mesmo com todos os adornos, é difícil saber qual estrada é melhor para seguir e caminhar, mas a firmeza de que podemos ir, seja lá de qual maneira for, vai funcionando, pouco a pouco. Porém, quando não entendemos o sentido, vamos nos perdendo ao longo do caminho.

O doce sentido vai voltando quando percebemos que há um propósito. O propósito nos move, faz com que o seguir fique mais leve. É quando tudo e todas aquelas entrelinhas geram sentido e o ir com força total naquilo que acreditamos se torna claro e límpido. Entender esse movimento é quando descobrimos a nossa força motriz, aquilo que nos impulsiona, mas que nem sempre aparece e se deixa chegar.

Ah, se tudo isso ficasse fácil de ser entendido no começo da nossa jornada!

Os pequenos e grandes "ses" ficariam no fundo da carruagem, sem o assombro daquilo que não foi escolhido. Deixaríamos para trás fantasmas que mais parecem enormes sabotadores que fazem com que desacreditemos nas nossas próprias escolhas.

Mas, o que seríamos sem todos os tropeços que nos fazem enxergar os pontos de formas diferentes?

Cada aprendizado que colhemos diante das nossas escolhas, pouco a pouco, vão nos dando pistas para entendermos todo aquele sentido que buscamos. E, quando o propósito é entendido, o momento tão esperado acontece. As sutilezas vão tomando forma e o entendimento passa a ser outro.

Lembro que, quando descobri o meu propósito, falava ao telefone com uma amiga que estava na África fazendo trabalho voluntário. Ao escutar cada palavra sobre as inúmeras experiências que ela vivia por lá, o sentido das coisas se ampliou por aqui. Lágrimas rolaram no canto dos meus olhos, e percebi que tudo estava bem ali, diante de mim. Apenas não conseguia entender, pois muitas vezes, fazemos um emaranhado, uma confusão com todos os nossos sentimentos. Neste momento, a força motriz estava pronta, o caminho estava escolhido.

A motivação que nos alimenta faz com que o florescer fique mais bonito a cada dia, formando lindos canteiros por onde a nossa carruagem passa, mesmo que só a gente consiga ver e entender a dimensão deles.

Canteiros que são regados com suor, lágrimas de alegria, tristeza, raiva, frustração, ansiedade e tudo aquilo que a vida nos prega, dia após dia.

Acreditar em si mesmo e seguir em frente leva tempo, mas não desista. Sua carruagem está logo ali, esperando por você. Apodere-se dela, tome as rédeas e percorra, com coragem, cada caminho que se abrir.

Até a próxima quarta!

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