Blog de massimo_18840

Lições do passado

quinta-feira, 19 de março de 2020

Para pensar:
“Quanto mais cedo nos distanciarmos, mais cedo nos abraçaremos.”(Autor desconhecido)

Para refletir:
“Só o cuidado coletivo pode salvar vidas. Desigualdade mata.” (Rafael Duarte D’Oliveira)

Lições do passado (1)

Como já dissemos ontem, sob vários aspectos estamos de volta a 2011 aqui em Nova Friburgo.

Para pensar:
“Quanto mais cedo nos distanciarmos, mais cedo nos abraçaremos.”(Autor desconhecido)

Para refletir:
“Só o cuidado coletivo pode salvar vidas. Desigualdade mata.” (Rafael Duarte D’Oliveira)

Lições do passado (1)

Como já dissemos ontem, sob vários aspectos estamos de volta a 2011 aqui em Nova Friburgo.

Pessoas revelando suas índoles diante da exposição ao medo, pessoas acreditando em notícias falsas em meio a um mar de perspectivas sombrias, comunicadores jogando gasolina na fogueira pensando apenas em acumular cliques, e também muita gente disposta a ajudar, a agir da melhor forma, a preservar a economia, convidando ao esclarecimento e à responsabilidade.

Lições do passado (2)

De fato, não restam dúvidas de que, no que diz respeito a lidar com a anormalidade, estamos mais preparados que outras partes do país, e talvez seja válido olhar para este nosso passado a fim de recuperar algumas lições que aprendemos a alto custo.

Ninguém deve se esquecer, por exemplo, que algumas mentes irrecuperáveis viram na desgraça climática uma oportunidade de enriquecimento ilícito, com consequências bem conhecidas.

Atenção necessária

Num momento em que o noticiário e as atenções estão focados no risco à saúde, e diversos procedimentos são realizados de maneira emergencial, toda atenção por parte das forças fiscalizadoras se faz necessária.

Tanto mais quando se considera que os municípios estão em último ano de mandato, e que a realidade local jamais fez por merecer a confiança que, num contexto como o atual, tanta falta nos faz.

De olho

Uma situação muito importante, por exemplo, diz respeito à licitação para a fundamental digitalização de nossa rede pública municipal de Saúde, prevista para acontecer no próximo dia 31.

Não restam dúvidas de que se já tivéssemos esse sistema em funcionamento não apenas o faturamento dos serviços realizados seria muito mais eficiente, mas também a administração dos recursos disponíveis neste tempo de crise.

Pauta crucial

A coluna entende que esse processo licitatório precisa ser acompanhado com muita proximidade, não apenas por ser tão estratégico, mas também porque algumas sinalizações têm sido um tanto alarmantes.

Pode ter sido apenas impressão, mas o colunista sente que a população precisa tomar pelas mãos esta pauta, e cobrar que seja cumprida da melhor maneira possível.

Ganhando força

No Congresso Nacional também começa a ganhar força o projeto conjunto para que os recursos reservados ao fundo eleitoral sejam direcionados para a Saúde.

Considerando o histórico da utilização destes valores em pleitos anteriores a medida parece bastante apropriada, desde, é claro, que a fiscalização sobre o fluxo de recursos paralelos para financiamento de campanhas seja rastreado com máxima atenção, e que o uso de notícias falsas seja combatido e responsabilizado.

Preocupante

Quanto à pandemia em si, a coluna continua recebendo muitos relatos a respeito da numerosa presença de idosos em nossas ruas, praças e em mercados, e também manifestações de pessoas preocupadas com o grande número de pessoas nos ônibus que seguem circulando em Nova Friburgo.

Duas questões que precisam ser discutidas e aliviadas de alguma forma.

Aliás, se este espaço puder ser útil para divulgar qualquer ideia que possa nos ajudar a atravessar esse período com mais segurança e humanidade, estamos à disposição.

Longe demais

Talvez fosse inevitável, diante do tipo de confiança que se acumulou a partir de seguidas demonstrações de apoio popular em meio a atitudes para lá de polêmicas, mas o fato é que a postura do presidente Jair Bolsonaro diante do coronavírus - em especial na marcha do dia 15 - vem causando efeito bastante negativo sobre a ala mais moderada de sua base de apoio, tanto nas ruas quanto no Congresso.

E o próprio Palácio do Planalto já se deu conta disso, como foi possível notar nas entrelinhas da coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, 18.

Por aqui

O deputado federal Luiz Lima (PSL/RJ), o mais votado em Nova Friburgo no pleito de 2018, com um posicionamento bastante alinhado ao de Bolsonaro, enviou terça-feira, 17, um áudio a parlamentares que integram a base do governo na Câmara pedindo que ele seja “acalmado”, “fale menos”, e que “refaça o discurso sobre o coronavírus”.

O parlamentar também pediu que os deputados federais mais próximos ao presidente que “parem de colocar gasolina na fogueira”.

Aspas

“É preciso urgentemente que o Bolsonaro seja melhor orientado, acalmado. Seria muito importante ele vir a público e refazer o discurso dele em relação ao coronavírus. Eu estou recebendo milhares de áudios do sistema de saúde. A progressão [da contaminação] está sendo enorme. (...) Muita calma, tem que ter muita frieza e tem que falar menos. As pessoas gostam de ser cuidadas. É melhor você pecar pelo excesso do cuidado do que pela falta de cuidado”, declarou Luiz Lima.

Bom senso

As notícias a respeito de adiamentos e alterações de cronograma ou da natureza de eventos públicos agendados anteriormente têm se multiplicado num ritmo impossível de ser acompanhado por aqui.

A coluna, no entanto, não pode deixar de registrar o adiamento para 2021 do censo demográfico que deveria ocorrer neste ano.

A notícia tem grande envergadura, inclusive em razão do grande número de vagas temporárias que estavam sendo oferecidas pelo IBGE para a realização deste trabalho.

Uma medida drástica, mas infelizmente necessária.

Sorteio

A coluna agradece aos leitores que manifestaram interesse em participar do sorteio do livro “Memórias Eleitorais: Nova Friburgo 1982 - 2016”, do professor João Raimundo de Araújo.

Infelizmente o colunista dispunha de apenas um exemplar, e a sorte quis que ele fosse doado à leitora Selma Gonçalves de Souza.

A partir desta quinta-feira, 19, ele estará disponível para retirada na sede de A VOZ DA SERRA.

Desafio

Neste mês especialmente dedicado às mulheres, a coluna publica esta magnífica foto do amigo Henrique Pinheiro não apenas para que os leitores digam onde ela foi feita, mas também para que a serenidade desta mulher magnífica possa tranquilizar nossos espíritos nestes tempos de provação.

Um abraço fraterno (e virtual, evidentemente) a todos os amigos deste espaço.

Foto da galeria
Desafio (Foto: Henrique Pinheiro)
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Expostos

quarta-feira, 18 de março de 2020

Para pensar:

“Porque todos nós vivemos debaixo do mesmo sol

Todos nós caminhamos sob a mesma lua

Então por que, por que não podemos viver em união?”

Scorpions

Para refletir:

“O destino é cego, e o raio que fulmina sobre a cabeça do culpado também às vezes debruça sobre o lodo o lírio puro da inocência e da virtude.”

Bernardo Guimarães

Expostos

Há nove anos, a tragédia climática mostrou a todos nós que tempos atípicos trazem à tona o caráter das pessoas.

Para pensar:

“Porque todos nós vivemos debaixo do mesmo sol

Todos nós caminhamos sob a mesma lua

Então por que, por que não podemos viver em união?”

Scorpions

Para refletir:

“O destino é cego, e o raio que fulmina sobre a cabeça do culpado também às vezes debruça sobre o lodo o lírio puro da inocência e da virtude.”

Bernardo Guimarães

Expostos

Há nove anos, a tragédia climática mostrou a todos nós que tempos atípicos trazem à tona o caráter das pessoas.

Enquanto alguns comerciantes praticavam preços abusivos, outros assumiam prejuízos diante do firme compromisso para com a cidade e com seus funcionários.

Enquanto alguns de nossos conhecidos se revelaram covardes e egoístas, outros se mostraram verdadeiros heróis, ou ao menos pessoas engajadas e solidárias.

Transparência

Sob diversos aspectos, estamos novamente vivendo dias de especial transparência.

O confronto com uma ameaça concreta à saúde coletiva, que de forma muito simbólica tem justamente na união de esforços e na consciência coletiva sua mais eficiente forma de prevenção, tem demonstrado que a passionalidade com que nossa sociedade tem se deixado influenciar e envenenar por táticas de propaganda tão antigas quanto o uso da própria linguagem já produziu efeitos maiores e mais profundos do que se poderia imaginar.

Retardo

Existe um delay, um atraso de alguns dias para a obtenção de dados precisos a respeito da evolução da pandemia do coronavírus.

Assim, o quadro que efetivamente temos hoje é aquele que veremos apenas daqui a algum tempo, quando naturalmente já estiver defasado, fazendo lembrar aquele aforismo de que quando olhamos para o céu estamos na verdade vendo como ele era há milhares de anos.

Tendo isso em mente, reações adequadas à pandemia sempre parecerão exageradas - e se tiverem êxito muitos não chegarão a ter a dimensão correta dos riscos que foram evitados.

Insensatez

Trata-se, portanto, de um contexto especialmente fértil para a ignorância, sobretudo num momento em que estamos tão divididos, tão condicionados, tão propensos a teorias conspiratórias e a interpretações rasas, generalizantes, estereotipadas.

As manifestações do dia 15, por exemplo, foram de uma insensatez sem tamanho.

A caminho da aglomeração, um idoso de 72 anos, diabético e hipertenso, disse a este colunista que “o corona a gente cura, a corrupção não”.

Outros disseram que “o sistema” quis impedir a marcha, ignorando por completo a dimensão mundial do problema.

Paralisados

Diante da repercussão negativa do ocorrido - que em última análise torna ainda mais insensato tudo o que ocorreu - logo começaram a circular memes afirmando que 1300 pessoas - incluindo aí os responsabilizados da vez pelo distanciamento entre aquilo que se promete e aquilo que efetivamente se alcança - haviam se reunido para a festa de inauguração da CNN Brasil pouco após terem criticado o presidente da República.

E muita gente passou isso adiante, como se as críticas ao comportamento do presidente pudessem ser reduzidas a mera hipocrisia, sem se dar ao trabalho de apurar que a festa, na verdade, havia acontecido no dia 9 - embora isso não signifique que ela deveria ter sido realizada.

Fantasia útil

Ora, se continuamos decididos a construir muros mesmo quando a vida esfrega em nossas caras o quanto estamos interligados, então por que não trazer essa competição para algo ao menos producente, como por exemplo cada lado se esforçar por demonstrar qual é mais consciente, mais engajado e mais ocupado em proteger o coletivo?

Ao menos essa fantasia teria alguma utilidade...

Maturidade

Fontes na Fiocruz indicam preocupação com possibilidades de duplo contágio, considerando a alta incidência de sarampo, dengue e até mesmo influenza em regiões específicas de nosso território.

A seriedade da situação, no entanto, obviamente não é motivo para histeria, mas sim para maturidade.

Em escala nacional, por exemplo, apelos têm sido feitos para que não cessem as doações de sangue, e a coluna repercute esse pedido junto aos leitores.

Esperança (1)

No fim, o que mais preocupa este colunista no contexto atual é também algo que guarda uma pontinha tímida de esperança.

Porque só sairemos dessa situação sem grandes estragos se trabalharmos juntos, se dialogarmos de alguma forma.

Esperança (2)

É evidente que o Brasil, neste momento, sofre as consequências de um quadro autoimune, e por isso se coloca no grupo de risco da pandemia.

Mas, quem sabe se essa chacoalhada não serve, no fim das contas, para acordar alguns de nós para a vida?

Tomara.

Portas fechadas

O Sinsenf – Sindicato dos Servidores Públicos municipais - enviou ofício ao prefeito Renato Bravo solicitando álcool gel para todas as repartições públicas da administração municipal, incluindo secretarias e hospitais.

“Entendemos que nesse momento o álcool em gel é equipamento de proteção individual indispensável, e como uma instituição militante interessada no bem-estar dos seus servidores e familiares, encerraremos os nossas atendimentos por 15 dias a partir desta quinta-feira 19. É o mais prudente, e cada um tem que fazer a sua parte”, explicou a direção do sindicato.

Boa notícia

A coluna vai tentar, dentro do possível, encerrar seus trabalhos nos próximos dias com alguma boa notícia.

A de hoje é o registro de que os candidatos ao benefício de isenção e cotas e ação afirmativa para o vestibular do Centro de Educação a Distância do Estado do Rio (Cederj) do segundo semestre de 2020 têm até o próximo dia 27 para fazer a sua solicitação. Não serão aceitos pedidos após essa data.

Como proceder

Interessados em obter a gratuidade precisam preencher o requerimento de pré-inscrição no site do Instituto Selecon, organizador do vestibular, e enviar a documentação exigida digitalizada em PDF, seguindo as orientações que constam no edital.

A lista dos documentos está disponível no site do instituto, e a isenção da taxa será concedida mediante avaliação socioeconômica para o candidato que comprovar renda per capita mensal de até R$ 1.567,50.

Opções

O período de pré-inscrição para os interessados em participar do sistema de cotas, cotas de ação afirmativa e reserva de vagas para professores da rede pública é o mesmo, até o próximo dia 27, no mesmo endereço eletrônico.

O resultado da análise das solicitações será publicado na internet no dia 29 de abril.

Os cursos oferecidos são Licenciatura em Biologia, Geografia e Pedagogia (Uerj), Química (Uenf), Licenciatura em Letras e Tecnólogo em Segurança Pública (UFF), e o novo curso de Ciências Contábeis, que também vai ser diplomado pela UFF.

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Compasso de espera

terça-feira, 17 de março de 2020

Para pensar:

“Seria a terra o hospício do universo?”

Albert Einstein

Para refletir:

“Quem planta irresponsabilidade colhe sofrimento.”

Samir França

Compasso de espera

A coluna passou boa parte desta segunda-feira, 16, em apuração e em compasso de espera, aguardando pelo desfecho de diversas reuniões que lançaram as bases para o funcionamento do Legislativo friburguense nos próximos dias.

Para pensar:

“Seria a terra o hospício do universo?”

Albert Einstein


Para refletir:

“Quem planta irresponsabilidade colhe sofrimento.”

Samir França

Compasso de espera

A coluna passou boa parte desta segunda-feira, 16, em apuração e em compasso de espera, aguardando pelo desfecho de diversas reuniões que lançaram as bases para o funcionamento do Legislativo friburguense nos próximos dias.

De imediato a coluna pode confirmar que a pauta já está destrancada, mas mesmo assim a tendência é de que as contas de 2018 da prefeitura não sejam analisadas hoje.

Sem valor

Como a coluna vem descrevendo há vários dias, ficou novamente evidenciado que a apreciação das contas será judicializada pelo governo, e que um teatro está sendo armado para tentar inverter papéis e difamar quem sempre fiscalizou a prefeitura e agora cuida para que todos os trâmites sejam cumpridos da melhor forma possível.

Nada que vá além da combinação entre desespero e desrespeito à inteligência da população.

Só o essencial

A coluna também pode confirmar a suspensão de sessões não deliberativas, solenes, audiências públicas, cursos, eventos, palestras e qualquer outro evento previsto ou agendado para ocorrer no plenário, pelo menos, até o próximo dia 30.

A princípio as sessões ordinárias continuam, mas de forma reduzida aos momentos deliberativos. Expediente e hora livre por enquanto ficam descartados, o que deve nos poupar.

Bom senso

Também foi estabelecido que o acesso à Câmara por visitantes e cidadãos fica restrito a casos de extrema necessidade.

Além disso, diversas medidas relacionadas ao funcionamento dos gabinetes e dos setores da Câmara também foram tomadas, basicamente no sentido de reduzir aglomerações e preservar a segurança.

O prazo de vigência destas medidas pode ser prorrogado, e a tendência é que isso ocorra uma ou mais vezes.

Tensão

A noite da última sexta-feira, 13, foi muito tensa nos arredores da Praça Dermeval Barbosa Moreira, em especial nas proximidades da Rua Monsenhor José Antônio Teixeira.

Diversos moradores relataram brigas envolvendo várias pessoas, gritos apavorados, garrafas sendo quebradas, tudo em meio a uma confusão que se arrastou por horas e rendeu diversas ligações para a Polícia Militar, que infelizmente não causaram o efeito esperado.

Constante

Ainda que o caso desta semana tenha sido mais pesado do que de costume, não dá para dizer que tenha sido um episódio isolado ou totalmente imprevisível.

Mudanças recentes no comércio local passaram a atrair grande quantidade de jovens até as primeiras horas da madrugada nas noites de maior movimento, e brigas têm sido um desdobramento dessa situação.

Parceria

Há tempo um reforço da presença policial se faz necessário neste quarteirão que engloba também a Rua Monte Líbano e envolve o Hospital Maternidade.

A coluna repercute as manifestações dos leitores na certeza de que o 11º BPM se interessa por esse tipo de retorno, a fim de que possa aperfeiçoar seus esforços pela manutenção da paz e da segurança.

Sorteio

A coluna dispõe de um único exemplar do livro “Memórias Eleitorais: Nova Friburgo 1982-2016”, do professor João Raimundo de Araújo, para sortear entre os leitores.

Interessados devem enviar e-mail para a coluna até 15h de quarta-feira, 18.

Abraço, e boa sorte a todos.

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Dito e feito

sábado, 14 de março de 2020

Para pensar:

“Perder para a razão, é sempre ganhar.”

Aldo Novak

Para refletir:

“Em tudo quanto se empreende, há que atribuir dois terços à razão e o outro terço ao acaso. Se aumentardes a primeira fração, sereis pusilânime. Aumentai a segunda, sereis temerário.”

Napoleão Bonaparte

Dito e feito

Para pensar:

“Perder para a razão, é sempre ganhar.”

Aldo Novak

Para refletir:

“Em tudo quanto se empreende, há que atribuir dois terços à razão e o outro terço ao acaso. Se aumentardes a primeira fração, sereis pusilânime. Aumentai a segunda, sereis temerário.”

Napoleão Bonaparte

Dito e feito

A coluna de quinta-feira foi recebida com algumas ressalvas em determinados meios, mas horas depois, na sessão ordinária de nossa Câmara Municipal, tudo que havia sido antecipado por aqui se confirmou.

De fato, como a lógica havia apontado, o Palácio Barão de Nova Friburgo aceitou que não irá conseguir os 14 votos necessários para reverter os pareceres de TCE-RJ e Ministério Público Especial, e liberou a base de apoio para votar contra as contas e evitar um desgaste sem propósito.

Ilusionismo

Mais que isso, a compreensão de que a única chance de anular os efeitos desta situação reside na judicialização do processo faz com que agora a própria base de governo seja a maior interessada em reprovar as contas o quanto antes, a fim de alegar que a prefeitura não teve resguardado seu amplo direito de defesa.

De fato, resta evidente que o próprio pedido de vistas foi requerido de maneira absolutamente desnecessária, justamente na esperança de que o direito tivesse sido negado.

Forçado

Evidentemente trata-se de uma situação pra lá de forçada, uma vez que o próprio parecer do TCE é bastante claro ao afirmar que recebeu por duas vezes a defesa do Palácio Barão de Nova Friburgo, a segunda delas fora do prazo estabelecido.

E acrescenta que mesmo que tivesse levado em consideração o material recebido fora do prazo, ele não mudaria o entendimento do conselheiro.

Trâmites

Além disso, a Comissão de Finanças e Orçamento consultou a Procuradoria do Legislativo diante do entendimento de que o prazo não deveria ser contado durante o período de recesso, de tal forma que existe margem para que o prefeito apresente - se assim o desejar - sua defesa no prazo de dez dias.

Inclusive, nesta sexta-feira, 13 o prefeito foi formalmente oficiado a esse respeito.

Não havendo qualquer manifestação nesse sentido até terça-feira, 17, contudo, entender-se-á que não houve interesse, e então as contas serão apreciadas.

Teatro

A quem não tem argumentos concretos, resta sempre o papel de desinformar, simplificar, inverter a realidade e induzir a erro, sempre insultando - e é isso que mais afronta este colunista - a inteligência da população.

Tem vereador que jamais votaria contra o governo sem autorização que agora vai querer posar de defensor da população.

Fiquem de olho. Ao longo do pouco que resta deste episódio, o que realmente importa há de ser lido muito mais nas entrelinhas e no contexto, do que no teatro que está se armando.

Cenário eleitoral

Já faz algum tempo que a coluna vem ouvindo o nome do vereador Dr. Luis Fernando como provável pré-candidato a prefeito pelo Pros, e nos últimos dias a movimentação ganhou concretude.

A coluna entende, ainda, que a chapa deve contar também com o apoio do Partido Solidariedade, e nesse cenário o nome de Roberto Wermelinger tem sido citado como provável pré-candidato a vice-prefeito.

Pulverizado

Em relação a anos anteriores, parece evidente que teremos em 2020 um número maior de candidaturas, e a tendência de redução no número de votos do prefeito eleito deve se acentuar ainda mais.

Tem muita gente apostando aí que a eleição será vencida com pouco mais de 20 mil votos, o que não deixa de representar uma perspectiva de certa fragilidade para o próximo governo, que provavelmente terá de negociar apoio com vários grupos, e não deve contar, ao menos no início, com grande respaldo por parte do eleitorado.

Diálogo

A coluna perguntou, na edição de sexta-feira, 13, a opinião dos leitores a respeito do projeto de lei elaborado pelo gabinete do vereador Zezinho do Caminhão com vistas a assegurar maior liberdade de ação por parte do poder público em relação a terrenos baldios que com frequência representam riscos e transtornos a moradores nas vizinhanças.

Todas as manifestações recebidas foram favoráveis à medida.

Terrenos baldios (1)

“Ao lado de minha residência, denuncio há anos o desrespeito. Três processos, para ser mais exata, foram protocolados solicitando que notifiquem o proprietário. Nada adianta. O mesmo é taxativo em dizer: ‘Não limpo, não faço e não pago nenhuma multa’, e fica por isso mesmo. Quando possível, meu jardineiro entra no terreno para retirar objetos que jogam por lá. Só que, com o passar dos anos, fica cada vez mais difícil. Nem mesmo a Vigilância Sanitária ousou entrar… Então, parabéns ao vereador.”

Assina a mensagem a leitora Angela Assunção.

Terrenos baldios (2)

“Não há o que discutir! Basta ver o que ocorre com o terreno na esquina do Vale do Sol onde há uma estação de tratamento. Carrapatos, mosquitos, ratos e cavalos abandonados. Um descaso às margens da rodovia RJ-116 para que todos vejam como somos uma cidade turística.”

Assina a mensagem o leitor Francisco Matela.

Covid-19

Tudo indica que as próximas semanas serão pautadas pelo acentuamento da pandemia de coronavírus, com reflexos que, em maior ou menor grau, vão afetar a cada um de nós.

Em meio a este cenário, a mais eficiente medida preventiva é certamente conservar a razão e a serenidade.

Entre as trincheiras do descaso e da histeria existe grande espaço para uma abordagem madura do contexto, capaz de identificar e reagir aos riscos com objetividade e responsabilidade, sem passar boatos ou desinformação adiante.

Sem aulas

Até o fechamento desta edição, as redes estadual e municipal de ensino já haviam confirmado a antecipação do recesso de inverno para as próximas duas semanas.

Certamente, muitas situações análogas vão se suceder.

A notícia, contudo, serve de gancho a uma notinha factual que acabou sendo deixada para depois, em meio a todas as polêmicas que marcaram nossa política local recentemente.

Bons filhos (1)

Aconteceu no último dia 9, o II Encontro Jovens Talentos da Ciência do Colégio Estadual Canadá.

Criado em 2018, o evento tem por objetivo convidar os alunos que concluíram o ensino médio na escola e já estão em universidades para que conversem informalmente com os alunos da escola sobre a importância de participar dos vários projetos estimulados pela instituição.

Bons filhos (2)

A edição de 2020 do encontro contou com jovens que cursam Psicologia, Engenharia, Física, Odontologia, Jornalismo e História, e que em suas passagens pelo Colégio Canadá participaram de projetos de Física e Astronomia coordenados pela professora de Física Adriana Bernardes.

Ainda que posteriormente não tenham optado por estas áreas de formação, os ex-alunos enfatizaram a importância dos projetos escolares, e o quanto eles colaboraram para seus desenvolvimentos e ajudaram a ter sucesso na vida acadêmica.

Aspas

A acadêmica de Odontologia Bruna Thurler Alves ex-aluna do Canadá declarou que “fazer parte do Jovens Talentos ao longo de minha trajetória no ensino médio contribuiu não somente para meu crescimento como estudante e como pessoa, mas também refletiu diretamente na minha vivência acadêmica. O encontro serve de incentivo à participação daqueles que estão começando agora. De certa forma, faz com que seus horizontes se expandam, motivando-os”.

Espaço aberto

A coluna tem apreço e gratidão sem tamanho pelos professores, e mantém o espaço aberto para esse tipo de reconhecimento.

Participaram do encontro os universitários Juan Santanna (Física-Cefet); Álvaro Ribeiro (Engenharia Elétrica-Cefet); Matheus Macário (Engenharia Mecânica Uerj), Pablo Fogaça (História-Cederj); e Bruna Thurler Alves (Odontologia-UFF).

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Factuais

sexta-feira, 13 de março de 2020

Para pensar:
“O homem chega à sua maturidade quando encara a vida com a mesma seriedade que uma criança encara uma brincadeira.” (Friedrich Nietzsche)

Para refletir:
“A adversidade é um trampolim para a maturidade.” (Charles Caleb Colton)

Factuais

Em meio a tantas polêmicas recentes, a coluna acumulou diversas informações factuais ao longo das últimas semanas, e vai tentar dar andamento a alguns destes assuntos na edição de hoje, 13.

Terrenos baldios

Para pensar:
“O homem chega à sua maturidade quando encara a vida com a mesma seriedade que uma criança encara uma brincadeira.” (Friedrich Nietzsche)

Para refletir:
“A adversidade é um trampolim para a maturidade.” (Charles Caleb Colton)

Factuais

Em meio a tantas polêmicas recentes, a coluna acumulou diversas informações factuais ao longo das últimas semanas, e vai tentar dar andamento a alguns destes assuntos na edição de hoje, 13.

Terrenos baldios

Encontra-se em tramitação um projeto de lei elaborado pelo gabinete do vereador Zezinho do Caminhão que pretende tornar mais rápido e abrangente o trabalho dos agentes de combate a endemias, sobretudo no que diz respeito aos sempre polêmicos e problemáticos terrenos baldios.

Em essência, a legislação reforça que todos os proprietários de terrenos baldios são obrigados a mantê-los permanentemente capinados, roçados e limpos de entulhos e focos do mosquito Aedes aegypti ou outros.

Denúncias e prazos

Caso a legislação venha a ser aprovada e sancionada em sua redação atual, qualquer munícipe poderá encaminhar denúncia à prefeitura, por escrito, sobre a existência de terrenos baldios que necessitem de limpeza.”

Se a autoridade municipal competente identificar foco do mosquito a notificação dará prazo de 72 horas para que o proprietário comece a limpeza do terreno. Já o auto de infração dará dez dias para que a limpeza seja concluída.

Regras

A limpeza não poderá ser feita através de fogo, e se os prazos não vierem a ser cumpridos, o município ficará autorizado a executar os serviços sem prévio aviso ou interpelação, e o infrator terá de ressarcir os cofres públicos quanto às despesas, e se isso não for feito dentro do prazo o débito será inscrito na dívida ativa.

Os valores arrecadados com as multas serão destinados ao Fundo Municipal de Meio Ambiente.

Consulta 

E o leitor, o que pensa dessa proposta?

Nova direção

Há pouco mais de uma semana os novos diretores de unidades acadêmicas da Uerj tomaram posse.

Isso, é claro, inclui nosso precioso Instituto Politécnico do Rio de Janeiro (IPRJ), que agora tem como diretor o professor Angelo Calvão, e como vice o professor Lucas Lima.

A coluna deseja muita sorte à nova direção, e reafirma que o espaço aqui está sempre aberto a divulgar qualquer informação que possa ser útil ao instituto ou que possa ajudar a integrá-lo ainda mais à sociedade friburguense.

Transporte coletivo (1)

A direção da Faol, como sempre faz em situações que demandam esclarecimentos, entrou em contato com a coluna para uma conversa bastante franca.

A coluna entende que a melhoria da eficiência do serviço é um interesse compartilhado pela empresa e pela municipalidade, e muito pode ser feito nessa linha, a partir de diretrizes já muito bem identificadas.

E também, claro, existem interesses em alguma medida conflitantes, pois ainda que todos concordem quanto à necessidade de equilíbrio econômico, a perspectiva quanto às coordenadas desse ponto são naturalmente diferentes.

Transporte coletivo (2)

O que causa desconforto à coluna, como já foi dito, é a falta de credibilidade de um governo que ignorou avisos recorrentes e se esforçou por prorrogar um contrato sabidamente improrrogável, e que mudou radicalmente seu discurso a partir do momento em que perdeu a segurança jurídica em relação à continuidade de um serviço absolutamente indispensável.

Há tempos o governo não dá a impressão de estar qualificado para defender os interesses coletivos nesta seara, e quando age o faz de maneira absolutamente equivocada.

Transporte coletivo (3)

As reações aos recentes decreto e projeto de lei teriam sido muito diferentes se um programa concreto de redução de tarifa tivesse sido apresentado e debatido junto à população numa audiência pública, com metas devidamente quantificadas e o respaldo de uma auditoria independente e confiável.

É fácil dizer que tem gente que torce contra ou persegue o governo, mas se houvesse o devido respeito pela transparência e pelo diálogo com a população, as sensações e reações seriam muito diversas.

Aspas

“Como sempre informamos à coluna e à todas as pessoas e entidades, nossa empresa é totalmente transparente, sem "caixa preta", atuando com totais profissionalismo, lisura e ética, sempre utilizando as melhores tecnologias e práticas de administração que possam ser aplicadas ao sistema de transportes de nossa cidade para benefício de sua população. Todos os entendimentos mantidos com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como com a imprensa, sociedade civil organizada e nossos clientes, como a coluna sempre reconhece, se pautam pela franqueza e honestidade, por isso não cabe seu desconforto em relação a atos da prefeitura que supostamente beneficiaram a empresa.”

Aspas (2)

“O que sempre pleiteamos, por ser nosso direito, é que o que está previsto em contrato seja cumprido, o que se traduz basicamente na manutenção de seu equilíbrio econômico financeiro. Outros itens que sempre defendemos publicamente, dentro da busca pela modicidade tarifária, são a necessidade de fonte de custeio para as gratuidades, que hoje são suportadas por quem paga passagem; a desoneração tributária como forma de desoneração da tarifa; o combate ao transporte pirata, que ninguém se interessa em regulamentar; a melhoria da mobilidade urbana, que prejudica a pontualidade dos ônibus; o combate às fraudes com cartões de gratuidades, e por aí vai.”

Estímulo necessário

Uma das consequências mais sensíveis do novo coronavírus é a desaceleração da economia mundial, e também a fuga de capitais de países em desenvolvimento, como o Brasil.

Neste contexto, medidas voltadas à preservação e ao aquecimento da economia ganham especial relevância, e a coluna aproveita para registrar uma delas, de grande potencial local.

Oportunidade

O secretário municipal de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissionalizante e Superior, Marcelo Verly, apresentou na noite da última quarta-feira, 11, um workshop sobre o programa InovAtiva Brasil, destacando que se encerra na próxima segunda-feira, 16, o período de inscrições para participação no 1º ciclo de 2020, visando a aceleração de até 160 startups (novas empresas inovadoras) de todo o país.

O evento aconteceu na sede da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo, e já há pré-inscritos de Nova Friburgo e região.

Interessados podem obter mais informações na página www.inovativabrasil.com.br.

 

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Aceitação

quinta-feira, 12 de março de 2020

Para pensar:
“Ao longo da tua vida tem cuidado para não julgares as pessoas pelas aparências.” Jean de La Fontaine

Para refletir:
“A primeira igualdade é a justiça.” Victor Hugo

Aceitação

Para pensar:
“Ao longo da tua vida tem cuidado para não julgares as pessoas pelas aparências.” Jean de La Fontaine

Para refletir:
“A primeira igualdade é a justiça.” Victor Hugo

Aceitação

A recente saída de Manoel do Pote da Subprefeitura de Campo do Coelho pode ser interpretada como a certeza e a aceitação de que o governo municipal não tem mais qualquer chance de reunir os 14 votos de que precisa para reverter os pareceres do Tribunal de Contas do Estado do Rio e Ministério Público Especial para conseguir aprovar suas contas de 2018.

E isso, claro, leva a alterações estratégicas que, ao menos na superfície, podem parecer surpreendentes.

Papéis trocados

Fazendo uns exercícios interpretativos aqui, o leitor não deverá se surpreender, por exemplo, se a base de governo fizer pressão para julgar as contas na próxima terça-feira, 17, e menos ainda se todos os vereadores, mesmo os mais comprometidos com o governo, votarem contra a aprovação das contas.

É como diz o ditado: perder por um ou perder por mil, dá no mesmo.

A partir do momento em que as apostas do Palácio Barão de Nova Friburgo voltam-se para a judicialização do processo, não há mais motivo para a base governista se desgastar à toa.

Jeito certo

Naturalmente, da mesma forma, o leitor pode eventualmente se surpreender ao ver os demais vereadores aparentemente sem pressa para votar as contas, zelosos para que nada seja feito de maneira imperfeita.

No fim, de um jeito ou de outro a Justiça deverá ser acionada, mas o cuidado com os ritos é importante para assegurar que eles sejam futuramente respaldados.

Atenção

Assim, o leitor não deve se deixar enganar pelas aparências nos próximos dias.

Quem nunca fiscalizou pode agora fingir independência, tentando ensejar alguma precipitação ou atropelo.

E quem sempre fiscalizou pode, de repente, se mostrar sem tanta pressa para concluir o procedimento.

Antes de julgar ou cair na lábia reducionista de difamadores, portanto, vale a pena fazer uma leitura crítica e racional da situação...

Ilhados

O ex-vereador Cláudio Damião compartilhou com a coluna uma carta que remeteu ao governador Wilson Witzel, na qual o alerta a respeito das péssimas condições em que se encontram diversas estradas estaduais de fundamental importância para nossa cidade, e consequentemente para o próprio Estado, uma vez que estamos situados no centro geodésico de nossa unidade federativa, e somos polo regional.

Por atestar a veracidade das informaçõe ali listadas, a coluna tomou a liberdade de a encaminhar também ao vice-governador Cláudio Castro, e pode assegurar que ele já tomou conhecimento da situação.

Aspas (1)

“Nova Friburgo é um município que completou recentemente 200 anos. É polo da região Centro-Norte, está localizado bem no centro do Estado do Rio de Janeiro, tendo, portanto, uma posição geográfica estratégica na sua ligação com muitos outros municípios e caminho para outros estados. (...) Contudo, senhor governador, Nova Friburgo (...) está literalmente isolada por estradas mal conservadas, matos que tomam conta das beiradas das pistas mal sinalizadas, sem acostamento, mal iluminadas e sem sinal de celular em vários pontos.”

Aspas (2)

“Na verdade as estradas não estão mal conservadas. Estão abandonadas. Gigantescas crateras põem em risco a vida das pessoas e causam prejuízos constantes. Refiro-me às rodovias 142 (Serramar), que liga Nova Friburgo a Lumiar e Casimiro de Abreu; 130, que liga Nova Friburgo a Teresópolis (importante para o escoamento de produtos agrícolas); 148, que liga Nova Friburgo a Sumidouro e ao Estado de Minas Gerais e 150, que liga Nova Friburgo ao distrito de Amparo e ao município de Bom Jardim. Todas as estradas citadas estão em estado calamitoso necessitando de recuperação. Rogamos que providências urgentes sejam tomadas, que o DER se faça presente antes que uma tragédia aconteça.”

Transporte coletivo

Na edição de ontem, 11, a coluna antecipou que outros quatro vereadores iriam assinar o decreto legislativo preparado pelo gabinete do vereador Zezinho do Caminhão com o objetivo de fazer cessar os efeitos do decreto municipal 450, que estabelecia - ao menos em sua versão original - que a partir de maio deste ano o pagamento de passagens em nosso sistema de transporte coletivo por ônibus se daria exclusivamente por via eletrônica.

Ganhando corpo

Pois bem, ao que parece a retificação prometida pelo governo não esvaziou a movimentação do Legislativo.

Ao contrário, o número de signatários só fez aumentar.

O vereador Isaque Demani informou a coluna, na manhã desta quarta-feira, que também já havia assinado, e no documento foi reservado espaço também para as assinaturas de Naim Pedro e Marcio Damazio.

ISS

Ainda estamos aqui falando sobre a polêmica em torno da forma de pagamento, e o Palácio Barão de Nova Friburgo já remeteu à Câmara de Vereadores outro anteprojeto de lei complementar potencialmente controverso, de novo voltado ao transporte coletivo.

Em essência, a proposta é para que o ISS cobrado da concessionária seja reduzido de de 3% para 0,01%, enfatizando que “a redução da carga tributária ora implementada deverá ser efetiva e comprovadamente vinculada ao cálculo da composição tarifária dos serviços concedidos (...) de modo a se resguardar o Princípio da Modicidade Tarifária”.

Sem crédito

O problema, aqui, é justamente a falta de credibilidade da atual gestão para reivindicar que a população assine este tipo de cheque.

Primeiro baixa o imposto, depois a tarifa. Ora, esse tipo de conversa demanda confiança.

A coluna tem uma relação bastante respeitosa e franca com a direção da Faol, que jamais negou informações a este espaço, nem tampouco insultou nossa inteligência negando que busca tirar lucros de sua operação - o que é bastante natural.

E, em nome dessa franqueza, a coluna precisa dizer que não está confortável com isso.

Sinceridade

É difícil não ter a impressão de que o município se encontra - por erros próprios, e muito conscientes - em situação de grande fragilidade, e que parece haver certa pressa para renegociar diversos termos da operação antes que os vínculos se normalizem.

As coisas estão acontecendo muito rapidamente, dentro de um cenário precário e absolutamente anormal.

A coluna está aberta ao diálogo e a divulgar esclarecimentos ou detalhes importantes.

Mas seria mentirosa se dissesse que está confortável em meio a tudo isso.

Ela fez de novo

Pelo segundo ano consecutivo a fisioterapeuta friburguense Maria Lina Leite foi indicada ao prêmio Contrology Awards, na categoria Revelação 2019.

Profissional competente e apaixonada pelo que faz, Lina é representante mais do que digna do excelente quadro de fisioterapeutas de Nova Friburgo, e recebe desde já os parabéns deste espaço por mais uma vez ter chegado à fase semifinal.

Seguimos na torcida por aqui.

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Reações

quarta-feira, 11 de março de 2020

Para pensar:
“A liberdade é o direito de fazer o próprio dever.” Auguste Comte

Para refletir:
“O vitorioso tem muitos amigos; o vencido, bons amigos.” Provérbio mongol

Reações

Para pensar:
“A liberdade é o direito de fazer o próprio dever.” Auguste Comte

Para refletir:
“O vitorioso tem muitos amigos; o vencido, bons amigos.” Provérbio mongol

Reações

Pouco após o fechamento da edição de terça-feira, 10, a coluna teve contato com o projeto de decreto legislativo elaborado pelo gabinete do vereador Zezinho do Caminhão e assinado também pelos vereadores Wellington Moreira, Marcinho Alves, Johnny Maycon e Professor Pierre, com o intuito de sustar os efeitos do decreto 450 do prefeito Renato Bravo determinando que “no prazo de até 90 dias, o pagamento da tarifa única do Serviço Público de Transporte Coletivo de Passageiros do Município de Nova Friburgo seja efetuado exclusivamente por meio eletrônico, com a utilização de bilhetes smart card e de outras modalidades a serem oportunamente implantadas.”

Previsível

A reação era previsível, e até mesmo inevitável, diante da falta de razoabilidade da medida tomada pelo Palácio Barão de Nova Friburgo de forma unilateral, sem qualquer consulta à população.

Já na manhã desta terça-feira, 10, o diretor da empresa Faol, Paulo Valente, entrou em contato com o colunista, como sempre faz em situações que demandam esclarecimentos, para acrescentar detalhes de grande relevância a essa história.

Quadro diferente

“Com relação aos turistas e usuários eventuais: pelo que já conversamos com as operadoras de cartões, na ampliação da rede de vendas serão colocados pontos de atendimento nas rodoviárias Norte e Sul. Além disso, os motoristas portarão cartões para venda aos usuários ocasionais. Ninguém terá seu direito de ir e vir desrespeitado ou será recusada a moeda nacional. Apenas será feito maior controle.”

Paulo acrescentou que Santos, Campinas, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Praia Grande, São José dos Pinhais, Goiânia, Maringá, Joinville, Campo Grande, Uberaba e Marília já possuem legislações similares.

Voltando atrás

O cenário descrito pelo diretor da Faol é bastante diferente daquele expresso na redação original do decreto, que é bem clara ao dizer que o pagamento das passagens seria exclusivamente por meio eletrônico.

Logo em seguida a prefeitura divulgou uma errata na qual afirma que no decreto 450, publicado no último sábado, 7, exclusivamente no Diário Oficial eletrônico, no site da prefeitura, e que trata sobre o pagamento da tarifa única do serviço público de transporte coletivo urbano, por meio de bilhetagem eletrônica, faltou a apresentação do Parágrafo Único, devido à um equívoco no momento de envio do arquivo. 

“A Prefeitura de Nova Friburgo lamenta o ocorrido e informa que irá republicar o decreto por incorreção. Nele estará incluído o Parágrafo Único.”

Segue

“Em oportuno, aproveita para esclarecer que no Parágrafo Único consta a informação de que o Sistema de Bilhetagem Eletrônica não exclui o pagamento da tarifa em espécie para utilização do serviço.”

“O objetivo da implantação do sistema é contemplar outras formas de pagamento da tarifa, ou seja, além do pagamento que já é feito em espécie e por meio do Fricard, o usuário poderá ainda fazer o pagamento da passagem de ônibus por meio de cartões de crédito ou débito, de todas as bandeiras.”

Emenda e soneto

O grande problema que temos hoje em dia em Nova Friburgo é que repetidas vezes somos obrigados a não levar a sério o que nos é dito por quem foi eleito para gerir os rumos da cidade que amamos, e onde plantamos nossas vidas.

Ora, então quer dizer que faltou um parágrafo único que contraria frontalmente o que foi dito no artigo 1º?

Como reivindicar alguma credibilidade agindo assim?

E notem que o decreto data de 4 de fevereiro, mas só foi publicado no dia 7 de março. E mesmo com todo esse tempo ele ainda sai dessa forma?

Mãe Joana

O leitor sabe, ou deve imaginar, que o poder público talvez não seja satisfatório para muitos, mas é uma verdadeira mãe para alguns poucos escolhidos.

Atualmente, por exemplo, vivemos uma era de fartas incorporações.

Tem gente por aí, acredite, com salário maior que o do prefeito.

E tem também vereador que pediu demissão como maqueiro em 2007 e agora, depois de ter sido secretário de Saúde, tenta pela segunda vez incorporar o salário da função, alegando que foi coagido a pedir demissão.

Teia

A coluna alertou, dias atrás, para que os leitores ficassem com um olho na votação das contas da prefeitura e outro na divulgação de exonerações em Diário Oficial, porque a velha política não tem pudores ao expor a natureza mercantilista de muitos cargos de confiança.

Pois bem, tão logo o vereador Joelson do Pote (PDT) votou de forma contrária ao pedido de vistas na sessão que deveria ter julgado as contas de 2018, seu pai, o ex-vereador Manoel do Pote, deixou de ser subprefeito de Campo do Coelho.

Contrapartida

É bem verdade que a saída de Manoel já era esperada, uma vez que o PDT confirmou a pré-candidatura de Wanderson Nogueira a prefeito.

Ainda assim, isso não muda a impressão de que o governo espera claras contrapartidas em troca de composições que deveriam ser técnicas e apolíticas, caso a prioridade fosse o interesse coletivo.

E também reforça que a atual gestão alimenta esperanças eleitorais para este ano.

Vem mais?

E houve ainda uma terceira mudança no primeiro escalão do governo.

Após anunciar mudanças de comando na Secretaria de Política Sobre Drogas e na subprefeitura de Campo do Coelho, o governo anunciou também que Marcelo Soares deixou a Subprefeitura em Olaria, devolvendo-a a Claudio Pereira, que havia sido o primeiro titular do cargo.

A depender do que venha a acontecer no próximo dia 17, ou durante as negociações que antecedem a data, novas mudanças podem acabar se somando a essas.

 

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Armadilha

terça-feira, 10 de março de 2020

Para pensar:

“A mulher deve ser lentamente decifrada, como o enigma que é: encanto a encanto.”

Coelho Neto

Para refletir:

“O universo é uma harmonia de contrários.”

Pitágoras

Armadilha

Se não tivermos cuidado, é fácil que sejamos pautados pelo espanto nosso de cada dia.

O comunicado divulgado pela prefeitura na noite de sexta-feira, 6, por exemplo, poderia facilmente nos induzir a fazermos uma coluna inteira, caso déssemos atenção a cada detalhe ali presente.

Para pensar:

“A mulher deve ser lentamente decifrada, como o enigma que é: encanto a encanto.”

Coelho Neto

Para refletir:

“O universo é uma harmonia de contrários.”

Pitágoras

Armadilha

Se não tivermos cuidado, é fácil que sejamos pautados pelo espanto nosso de cada dia.

O comunicado divulgado pela prefeitura na noite de sexta-feira, 6, por exemplo, poderia facilmente nos induzir a fazermos uma coluna inteira, caso déssemos atenção a cada detalhe ali presente.

Mas é esse um dos grandes males de nosso tempo, não?

Sermos pautados, reativos, condicionados, para assim defendermos de forma passional, agressiva e pouco eficiente aquilo em que acreditamos.

Desenhando

Em vez disso, sendo apenas pragmáticos, talvez seja possível resumir tudo dizendo que a nota enfatizou mais uma vez que o critério adotado pelo Palácio Barão de Nova Friburgo para escolher o atual comando de sua Procuradoria-Geral foi ético, e não técnico.

Ainda consegue surpreender, mesmo após tudo o que temos visto, que apenas poucas horas depois daquilo que se passou na sessão que deveria ter abrigado a apreciação das contas do Executivo relativas a 2018 seja divulgada uma declaração que sublinha em cores tão vivas que o pedido de vistas havia sido arquitetado.

Se merecem

Além de insinuar que a presidência do Legislativo (e qualquer vereador que a acompanhe) estaria cometendo crime de responsabilidade ao julgar as contas no contexto atual - enterrando ainda mais qualquer chance de conseguir os votos necessários a uma aprovação em plenário - o comunicado expõe seu próprio líder de governo, ao deixar claro que toda aquela conversa era mesmo para tentar judicializar o processo.

No fim, resta a impressão que o governo merece o líder que tem, e vice-versa.

Próxima fronteira?

A coluna falou acima sobre formas controversas de defender ideias, e nos últimos dias tivemos mais um exemplo deste tipo de situação aqui em Nova Friburgo.

As redes sociais viralizaram imagens de um folheto que foi colocado nas mesas de lanche de uma padaria da cidade, no qual lista-se o que se espera e o que não se espera que um aluno aprenda em sua escola.

Mais gasolina

O material repercutiu muito junto a vários educadores, e também provocou reações de apoio ou condenação a leigos no assunto, conforme as inclinações políticas de cada um.

Várias destas reações falaram em boicote, acrescentando uma lista de estabelecimentos também a serem evitados por razões análogas.

Da mesma forma, é de se supor que pessoas no extremo oposto do espectro tenham seu consumo fidelizado a partir deste tipo de posicionamento.

Guetos

O colunista confessa ver com tristeza este tipo de escalada da segmentação, a ampliação dessa fratura que divide o País com crescente profundidade.

Afinal, imagine o aprofundamento desta tendência já observável... Comércios sendo frequentados quase que exclusivamente por adeptos de ideologias de esquerda ou de direita, a separação ideológica e algorítmica vazando para espaços físicos reais, como já vimos no passado em momentos abomináveis - e aparentemente cíclicos - de nossa história.

Caminho errado

É isso o que queremos? Desenhar novos guetos? Deixar definitivamente de conviver? Aumentar ainda mais as hostilidades e o distanciamento entre a imagem que fazemos do outro (e que fazem de nós) e aquilo que somos de verdade?

Ora, já existem tão poucos espaços para a troca de ideias, tão pouca esperança para o diálogo construtivo, para uma reconciliação nacional baseada na rejeição a mentiras e simplificações, e liderada pelos moderados de ambos os lados…

Quem?

Quem, nos dias atuais, estará disposto a convencer pelo exemplo?

Quem terá a coragem de não reagir a provocações injustas?

Quem terá a ousadia de ser surpreendente em tempos em que tantos se mostram tão previsíveis e manipuláveis?

Quem irá nos lembrar que podemos ser muito mais e muito melhores do que temos sido?

Compulsório?

A semana começa também com a notícia de que, conforme estabelecido pelo decreto  450, de 4 de fevereiro de 2020 mas publicado apenas no último sábado, 7, “Fica determinado que, no prazo de até 90 dias, o pagamento da tarifa única do Serviço Público de Transporte Coletivo de Passageiros do Município de Nova Friburgo seja efetuado exclusivamente por meio eletrônico, com a utilização de bilhetes smart card e de outras modalidades a serem oportunamente implantadas.”

Esperado

A medida não chega a surpreender, diante do novo equilíbrio de forças que se estabeleceu a partir do momento em que o município ficou sem contrato de concessão para o transporte coletivo.

Mas, ainda assim, causou compreensível indignação e revolta entre vários usuários.

Complexo

Ora, é evidente que o pagamento por vias eletrônicas agrega vantagens logísticas e representa uma tendência natural à evolução do serviço, e deve ser estimulado através de campanhas e facilidades de acesso.

Todavia, torná-lo compulsório à canetada, num momento em que o município tem dado sinais tão evidentes de ter se colocado deliberadamente em situação de fragilidade na mesa de negociações, parece algo muito complexo.

Como fica?

Afinal, como fica o cidadão que vem de fora?

É assim que receberemos os turistas?

E o usuário ocasional, que precisa do serviço numa situação de emergência, quando um carro quebra, por exemplo?

Aos advogados que frequentam este espaço, fica o questionamento: a medida por acaso não fere nenhum artigo do código do consumidor?

Protegidos?

Além disso, o cadastro eletrônico agrega informações pessoais valiosas.

Essas informações estão sendo devidamente protegidas aqui em Nova Friburgo?

Nesta segunda-feira, 9, uma tentativa de cadastro online demandou concordância em relação aos termos do contrato, mas ao clicar no tal contrato o colunista deparou-se apenas uma página em branco...

Mulheres

A coluna não pode encerrar os trabalhos sem cumprimentar, com muita reverência e gratidão, todas as mulheres que frequentam este espaço por conta do Dia Internacional da Mulher celebrado no último domingo, 8.

Vocês, meninas, são o que existe de melhor e mais bonito nesse mundo

Foto da galeria
Contrato em branco
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Adivinha...

sábado, 07 de março de 2020

Para pensar:

“A dignidade pessoal e a honra não podem ser protegidas por outros, devem ser zeladas pelo indivíduo em particular.”

Mahatma Gandhi

Para refletir:

“A glória deve ser conquistada; a honra, por sua vez, basta que não seja perdida.”

Arthur Schopenhauer

Adivinha...

Surpreeeeesa!

Para pensar:

“A dignidade pessoal e a honra não podem ser protegidas por outros, devem ser zeladas pelo indivíduo em particular.”

Mahatma Gandhi

Para refletir:

“A glória deve ser conquistada; a honra, por sua vez, basta que não seja perdida.”

Arthur Schopenhauer

Adivinha...

Surpreeeeesa!

E não é que o vereador Christiano Huguenin, que na última quarta-feira, 4, havia se recusado a receber o parecer exarado pela Comissão de Finanças e Orçamento bem como o projeto de decreto legislativo a respeito das contas de 2018 da prefeitura, pediu a palavra logo no início da sessão ordinária desta sexta-feira, 6, para pedir vistas a este mesmo material?

Alegou que dois dias seriam tempo insuficiente para ler e avaliar um documento de 28 páginas que, em essência, ecoa os mesmos apontamentos feitos pelo Tribunal de Contas e pelo Ministério Público Especial, que conhecemos há vários meses.

Não vale a pena

Mas não vamos perder tempo com isso, correto?

Todo mundo sabe que o vereador poderia ter tido acesso a esse material com antecedência mais do que necessária se tivesse esse interesse, e poderia até mesmo ter elaborado parecer próprio sobre a questão, se tivesse disposição ou argumentos para tanto.

Simplesmente não vale a pena dar atenção a uma argumentação que não é digna de ser levada a sério.

Passando atestado

Na verdade, estava claro havia algum tempo que o governo teria de apelar a procedimentos de natureza formal, uma vez que não está nem perto de conseguir os 14 votos necessários à aprovação das contas de 2018, tanto mais quando se considera que tantos parlamentares recorreram no passado recente à credibilidade do próprio TCE para aprovar contas sob as quais já teriam cabido questionamentos sérios.

E essas declarações estão gravadas, ao alcance de um clique.

O Palácio Barão de Nova Friburgo simplesmente não tinha outra carta para jogar.

Desespero

Por mais frustrante que possa ter sido ao expressivo número de cidadãos que paulatinamente foram enchendo as dependências do plenário (e que continuaram a chegar mesmo após o encerramento da sessão), os vereadores fizeram bem em conceder vistas, a despeito das constrangedoras inconsistências da justificativa.

Porque a intenção, ninguém se engane, é judicializar a coisa.

De fato, se a sessão tivesse de ser resumida numa única palavra, essa palavra seria desespero.

Miopia

Está evidenciado que o governo continuará buscando maneiras de provocar a precariedade formal, numa demonstração de enorme miopia em relação ao quadro completo.

Afinal, de que vale buscar meios de interromper ou anular os procedimentos, se ao fazer isso assume ter consciência de que teria as contas reprovadas caso o rito seguisse seu curso normal?

Ademais, já estamos em março, e a caneta está em vias de voltar para as mãos do povo.

E quanto a isso não cabe qualquer apelação. 

Sentença

Na prática, a pauta ficará trancada até terça-feira, 17, quando está prevista a apreciação das contas.

Mas se isso irá acontecer, e se elas serão rejeitadas ou não, se haverá comissão processante ou não… Até mesmo se haverá Justiça ou não em relação a tudo que andou se passando em Nova Friburgo nos últimos três anos, só o tempo vai dizer.

No frigir dos ovos nada disso tem o poder de alterar o que de fato aconteceu, ou a história que alguns escolheram escrever.

O lugar histórico de muitos já está reservado. E quando tudo passar, é só isso que importa.

Radiografia

De qualquer modo, seria interessante que todo friburguense desse uma olhada com atenção no vídeo da sessão desta sexta-feira, 6, por ser uma oportunidade preciosa de ver nosso plenário exposto, suas máscaras bastante evidenciadas.

Porque há governos que não negociam favores em troca de governabilidade, mas de blindagem.

E há parlamentares que se deixam amarrar de tal forma, que acumulam telhado de vidro de espessura tão fina, que simplesmente não podem - por mais indisfarçável que seja o embaraço - abandonar o navio enquanto a água não chegar às vias respiratórias.

Mãos amarelas

Não se trata apenas de perder a base eleitoral cristalizada em amplos cabides de emprego, ou arriscar o assistencialismo praticado na proporção de toda uma secretaria de governo, mas de ficar exposto a denúncias de origem interna, fogo amigo, exposição de segredos.

Certas regras simplesmente não perdoam: quando a honra é deixada de lado, a independência e a dignidade seguem o mesmo caminho.

Basta ver o esforço de alguns para que a votação sobre as vistas não tivesse de ir a plenário...

Resultado real

Que ninguém se engane com o resultado da votação que terminou por acatar o pedido de vistas por 10 a 9.

O governo sofreu sim uma baita derrota na sessão desta sexta-feira, tendo de cumprir um papel reservado aos que não perdem com honra.

A base de governo, por sua vez, absorveu um pesado desgaste às portas de uma corrida eleitoral.

E todo mundo sabe muito bem disso.

Confirmou

A coluna antecipou, e no dia seguinte a informação se confirmou.

De fato, Juvenal Condack, foi mesmo convidado pela cúpula nacional do PSD a encabeçar uma chapa de pré-candidatura à Prefeitura de Nova Friburgo.

O ex-secretário municipal de Fazenda ainda não confirmou se vai aceitar o convite, mas a coluna entende que as intenções de compor uma chapa são sólidas.

Resta esperar para ver.

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Fumaça

sexta-feira, 06 de março de 2020

Para pensar:

“Na hora da verdade ninguém engana a vida. É possível enganar o professor, os pais… Mas enganar a vida é impossível. Na hora da verdade a vida se encarrega de colocar todas as pessoas no seu devido lugar.”

Roberto Shinyashiki

Para refletir:

“Uma imprudência que vinga compromete a inteligência da coragem.”

Robert Mallet

Fumaça

Para pensar:

“Na hora da verdade ninguém engana a vida. É possível enganar o professor, os pais… Mas enganar a vida é impossível. Na hora da verdade a vida se encarrega de colocar todas as pessoas no seu devido lugar.”

Roberto Shinyashiki

Para refletir:

“Uma imprudência que vinga compromete a inteligência da coragem.”

Robert Mallet

Fumaça

Dois dos vereadores que integram a Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal - coincidentemente ou não, ambos responsáveis pela indicação de número significativo de nomeados no Executivo - se recusaram a ver o parecer e o projeto de decreto legislativo elaborados pelo corpo técnico da comissão, que foram assinados pelo presidente Professor Pierre e também pelos vereadores Marcio Damazio e Marcinho Alves.

Sem desculpas

É, evidentemente, um indicativo sombrio em relação ao que pode se passar hoje, 6, durante a apreciação das contas do governo relativas a 2018.

Por isso, a fim de evitar um possível pedido de vistas no dia da votação de um documento que esteve acessível a todos os vereadores por quase 60 dias, a presidência da comissão teve de tomar medidas como imperativamente remeter-lhes o parecer e o projeto de decreto, com cópia anexada ao expediente. 

Roupa do rei

Evidentemente, não existe almoço grátis.

Nenhum parlamentar vai construir uma reserva eleitoral com base na obtenção de nomeações e/ou gratificações, ou no controle de uma secretaria estratégica a seu reduto eleitoral, sem ficar exposto em momentos nos quais o governo demanda uma contrapartida que evidentemente segue na contramão da isenção ou das expectativas do eleitorado.

Mas, claro, por mais constrangedora que seja a situação, ninguém jamais dá o braço a torcer e simplesmente admite a verdade.

Espelho da alma

No passado, contextos como o que temos hoje foram a senha para que o pior lado de nossos piores políticos viesse à tona, na forma de um cinismo de todo abominável, na medida em que traduz um profundo desrespeito à inteligência do eleitor.

Mentiras, desinformação, tentativas de inversão dos fatos, incoerência em relação a tudo o que foi dito ou feito no passado, e muita, muita cara de pau.

Resta esperar que o teatro não venha a se repetir hoje.

“Esperteza”

Obviamente todo parlamentar pode e deve seguir a própria consciência em relação às decisões que precisa tomar, e na maioria das vezes é possível e salutar a existência de diferentes interpretações.

Representatividade é isso.

No entanto, muitas das vezes mentes “espertas” preferem sabotar o jogo através de tentativas de induzir falhas formais aos procedimentos, fugindo assim ao crivo dos argumentos que em outras circunstâncias teriam de apresentar.

Pelas regras

Este espaço não apenas respeita, como defende, a liberdade de expressão, a discordância honesta, o enriquecimento do debate e a representatividade das diferentes formas de pensar.

Todavia, o respeito à inteligência do leitor é dogma e princípio norteador de tudo o que fazemos aqui.

E é importante que todos saibam que cruzar essa fronteira é se colocar em situação de ter a farsa exposta publicamente.

Qualquer que seja o posicionamento adotado, que ele se dê de forma honesta e digna.

Carne e gordura (1)

Ao fim do primeiro ano da atual gestão municipal, o número de indicações e nomeações havia chegado a tal ponto que foi expressa como uma “reforma administrativa por decreto”.

A situação chamou a atenção do Ministério Público do Trabalho e, a fim de se evitar medidas mais drásticas, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estabeleceu cortes programados e a devida substituição por vínculos menos precários e/ou políticos.

Uma medida dura, mas que havia se tornado tristemente necessária.

Carne e gordura (2)

Desde aquela época, no entanto, já se temia que os cortes fossem ocorrer antes em músculos, nervos, tendões, ligamentos e ossos, preservando a gordura que assegura votos, apadrinhamento e governabilidade.

E - triste legado, triste demonstração de prioridades - foi exatamente isso o que aconteceu em várias repartições.

Todos por um

A coluna entende, apesar da elegância e da discrição de Daniel Lage, que sua saída da Secretaria  Municipal de Políticas Sobre Drogas, onde - frise-se - fez um trabalho muito dedicado e positivo, tenha se dado em razão deste tipo de situação.

Sem muitos recursos, o trabalho da secretaria sustentou-se (e obteve bons resultados) a partir de esforços de capacitação e da elaboração de uma equipe coesa, afinada, que muitas vezes precisou ser criativa para fazer muito a partir de poucos recursos.

Daí, quando os cortes desfalcaram o time, ficou claro que o trabalho restaria prejudicado.

Aspas (1)

O ex-secretário redigiu uma carta de exoneração.

“Gostaria de agradecer ao Executivo municipal pela oportunidade de poder gerir a Secretaria Municipal de Políticas Sobre Drogas. Sei  que fiz o possível e o impossível para dar o meu melhor e extrair o melhor de todos que compõem e que compuseram uma equipe sem igual e dedicada. Sempre soube da responsabilidade da minha indicação e levamos à frente uma secretaria sem recursos, mas com vontade de trabalhar. Tivemos obstáculos sim, mas com criatividade conseguimos superar sempre.”

Aspas (2)

“Ressaltando o nome de Nova Friburgo, sempre fomos mídia positiva ao governo e nossas ações sempre foram enaltecidas até mesmo pela oposição. Deixo a secretaria com o sentimento de dever cumprido, pelo menos no que dependia de mim. Amigos eu fiz e levo a experiência comigo. Todos os eixos de nossa secretaria funcionando e programas alicerçados.”

Exemplos

“Cito alguns deles, que não oneraram os cofres públicos em nada.

Programa Construindo o Futuro - mais de dois mil jovens e crianças assistidos; Centro de Referência de Políticas Sobre Drogas - 500 atendimentos mensais (AA, NA, Nar-Anon, Al-Anon, Sempod); lei de reinserção social a dependentes químicos; sede da futura instalação da secretaria (casarão da antiga LBA, cedida ao município pela União); choque de ordem articulado pela secretaria em ação conjunta com Judiciário, polícias e governo municipal; atendimento ao programa homem agressor; mapeamento de drogas lícitas e ilícitas e comportamento por distrito da cidade em percentual, auxiliando órgãos de segurança.”

Encerrando

“Se não posso continuar fazendo um trabalho de responsabilidade, como estava sendo feito por mim e minha equipe, é o momento de me afastar. Digo aqui que não sou candidato a cargo eleitoral algum e que quero o bem para Nova Friburgo, tendo a certeza de ter feito o melhor como gestor municipal para a minha cidade.”

Quem se importa?

Incontáveis vezes a coluna já chamou atenção para os riscos que a dupla mão de direção agregou a quem precisa atravessar a Rua Augusto Spinelli, sobretudo no cruzamento com a Rua Monsenhor Miranda, especialmente em horários de entrada ou saída escolar.

Pois bem, pouco após o fechamento da coluna de ontem, 5, uma colega jornalista narrou ao colunista a forma como uma mãe e sua criança haviam escapado por pouco, muito pouco, de serem atropeladas por um motociclista, por volta de 17h40 de quarta-feira, 4, justamente naquele cruzamento.

Inacreditável

A coluna já ouviu algumas vezes que o local deve ser o próximo a receber traffic calmings, mas já se cansou de esperar por medidas ou informações oficiais.

O problema é conhecido há tempo demais, e recursos da fonte 013 não faltam para aquilo que o Palácio Barão de Nova Friburgo considera prioridade.

Se alguma tragédia acontecer por ali, parte da responsabilidade pesará sobre os ombros de quem já tinha que ter agido há muito tempo e não o fez.

Nossa atual gestão municipal por vezes beira o inacreditável.

Foto da galeria
(Foto: Henrique Pinheiro)
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