Blog de paulafarsoun_25873

Maria, Maria

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Quanta inspiração teve Milton Nascimento ao compor a letra da música Maria, Maria. “Mas é preciso ter manha/ é preciso ter graça/ é preciso ter sonho sempre/ quem traz na pele essa marca/ possui a estranha mania/ de ter fé na vida.” Quanta verdade ela expressa. A mim, toca profundamente. Maria sou eu, é ela, são todas as mulheres. A vida requer manha, gana, graça, força sem tamanho. Requer coragem para sonhar, persistência para buscar, sabedoria para equilibrar.

Quanta inspiração teve Milton Nascimento ao compor a letra da música Maria, Maria. “Mas é preciso ter manha/ é preciso ter graça/ é preciso ter sonho sempre/ quem traz na pele essa marca/ possui a estranha mania/ de ter fé na vida.” Quanta verdade ela expressa. A mim, toca profundamente. Maria sou eu, é ela, são todas as mulheres. A vida requer manha, gana, graça, força sem tamanho. Requer coragem para sonhar, persistência para buscar, sabedoria para equilibrar.

Quantas mulheres vivem buscando conciliar as frentes. Um malabarismo constante. Sem fim. Muitos pratos a serem equilibrados ao mesmo tempo. E poucas mãos. A tarefa não é fácil. Ser mulher não é missão simples. Essa constatação não é e nem nunca será expressão de vitimismo. É realidade, nua e crua. Só quem é sabe.

Mulheres batalham há séculos em busca de uma igualdade que deveria existir desde sempre. Mulheres acumulam funções dificílimas de serem conciliadas. Mulheres buscam forças em fonte que parece ser inesgotável. Mulheres não têm tempo para adoecer, e se adoecerem, a vida segue do mesmo jeito. Mulheres abrem mão do seu para se doarem a um filho. Mulheres sofrem comparações diárias. São submetidas a competições insanas. São cobradas injustificadamente. E trabalham duro. Todo santo dia, do acordar ao dormir. E se possível fosse, mulher trabalharia dormindo. No lar, no altar, no bar, em qualquer lugar.

Mulheres travam batalhas inglórias para estarem em pé de igualdade no mercado de trabalho. São testadas de forma diferente. Precisam provar que seus reais atributos não são vistos a olhos nus. Aliás, não são deixadas em paz pelas propagandas de consumo. São instadas o tempo todo para serem belas, como se o cartão de visitas fosse sempre a aparência. Aparência magra, claro. “ Pois mulher que não é magra é mulher que não se cuida”.

Quanta demanda esquisita. Não vejo nexo em nada disso. Mas alienada que não sou, conheço bem a história. Sei de onde vem. Sei para onde querem nos levar. É preciso resistir. As conquistas das mulheres devem seguir linha reta e para cima. Avante. Sem retroceder .

Tem que ter fé na vida mesmo. Milton Nascimento está certo. É uma mistura de dor e alegria. Eu, que ando alegre, por vezes sinto dor. A dor da preocupação de quem não deseja andar para trás. O peso de quem almeja o respeito de todas as ordens. De quem conquistou às custas de muito esforço de muitas de nós e que não aceita abrir mão. A responsabilidade de quem enxerga com límpida clareza que tanta gente insiste em tapar nossos olhos. De quem resiste e continua andando. Para frente e para cima. Enfrentando com bravura e dignidade todo e qualquer objetivo pelo meio do caminho. Porque mulheres são fortes. Sim. É de nascença. Não há como negar.

Quantas Marias sendo caladas, violentadas, assassinadas. Quantas Marias sendo demasiadamente cobradas. Desmerecidas. Insultadas. Jogadas umas contra as outras. Quanta gente trabalhando firme, dia e noite, para enfraquecer as Marias. Para que se olhem com desdém. Para que se desmereçam. Para que se enfraqueçam. Que esqueçam seu real valor. E seu enorme poder. Para quem voltem à submissão de onde bravamente saíram. Para que se esqueçam quantas de nós deram as vidas pelo propósito de liberdade, independência, igualdade e dignidade.

Não podem cegar as Marias. Não todas. Não ao mesmo tempo. Porque mulher tem uma força de dentro capaz de superar a avalanche de preconceito. Porque a mulher é dona de si, escolhe seu caminho, conhece seus direitos. Mulher não é boba não. Mulher é força, gana, garra, graça e sonho. Sempre.

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Não quando é não

sábado, 10 de junho de 2023

Começo a coluna desta semana com uma citação atribuída ao escritor colombiano vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, Gabriel García Márquez: “O mais importante que aprendi a fazer depois dos 40 anos foi a dizer não quando é não.” Baita aprendizado. Dizer um “não” dói em muita gente Há quem sofra a ponto de não conseguir fazê-lo. Há quem diga “sim” para tudo e todos, se gastando por inteiro e fazendo pouco das migalhas de tempo e energia que sobram para si.

Começo a coluna desta semana com uma citação atribuída ao escritor colombiano vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, Gabriel García Márquez: “O mais importante que aprendi a fazer depois dos 40 anos foi a dizer não quando é não.” Baita aprendizado. Dizer um “não” dói em muita gente Há quem sofra a ponto de não conseguir fazê-lo. Há quem diga “sim” para tudo e todos, se gastando por inteiro e fazendo pouco das migalhas de tempo e energia que sobram para si.

Quem não impõe limites, não conhece as próprias vontades e não aprende a priorizar e selecionar, provavelmente está sempre envolto pela sensação de não ter tempo. E aí o ciclo se vai. E se esvai. Falta energia. Parecem as próprias escolhas. Para cada tarefa nova assumida, um sonoro “não” é ouvido intimamente. Quem sofre de não saber dizer “não”, sabe o peso gerado pelo acúmulo de afazeres assumidos.

Refiro-me àqueles que estão sobrecarregados justamente por não conseguirem respeitar seus limites e assumirem menos do que o mundo exterior demanda deles. Desde as pequenas coisas às grandiosas. Desde futilidades às funções elementares.

Um dia, a vida ensina que a cada “não” sentenciado, podem ser abertas portas para inúmeros “sim”. Sim, a vida é feita de escolhas sob muitos aspectos, e aprender a escolher, a aprender a impor limites, a respeitar sua própria capacidade, inclusive de discernir o que deve e o que não deve, o que pode e o que não pode, o que quer e o que não quer, é mesmo um tremendo e precioso aprendizado.

Para além daquelas coisas que só aprendemos com a preciosa maturidade, com o passar do tempo e as pancadas da vida, tenho por certo que o autoconhecimento ajuda bastante nesse processo. Há “nãos” na vida que não podem ser ditos. Isso é um fato. Porém, há muitos outros que são frutos de escolhas que tomamos sem reflexão alguma. Que dizemos “sim” sem pensarmos.

É preciso refletirmos sobre o que se deve fazer por obrigação de trabalho. O que se deve fazer por amor. O que se deve fazer por missão de civilidade. O que fazer por prazer. Ou por necessidade. Ou pelo querer. Ou por responsabilidade. Ou por compromisso. Ou fazer por fazer. E o que é excesso. Separar o joio do trigo. É bom que o movimento seja cauteloso, porque não duvido que a conclusão a que podemos chegar é deveras angustiante: a de que muito do que fazemos a cada dia pode ser excessivamente oneroso para nossas próprias vidas.

A sobrecarga, o peso, o arrependimento, a culpa pela imperfeição, o acúmulo de tarefas, a falta de tempo são consequências dessa incapacidade de delimitar limites, e aqui me permito a redundância das palavras. Ao aprender, finalmente, a dizer necessários “nãos” para certas coisas, podemos conseguir nos cuidar mais, amar mais nosso ofício, destinar mais tempo à família, fazer as tarefas com mais paz e a viver com maior qualidade de vida. O tal tempo de qualidade, é verdade. O tão desejado...

Por vezes, é dizendo “não” aos excessos de tudo e às demandas infinitas que estamos escolhendo vivenciar o “sim” para nós mesmos.

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Detalhes

quinta-feira, 01 de junho de 2023

“Olha esse céu! Que coisa linda.”  Ouço, paro e, por dois segundos e olho em direção às montanhas Catarinas. Friburguense conhece bem esse ângulo. Noto que havia me esquecido de olhar para lá. Não poderia descrever a vista naquele momento. Não saberia fazê-lo. Que descuido o meu. Logo eu que venho tentando centrar no momento presente. Concentrar. Degustar cada oportunidade de apreciar a natureza. Isso, a natureza. O céu e tudo o que tem nele. Eu deveria tê-lo admirado.

“Olha esse céu! Que coisa linda.”  Ouço, paro e, por dois segundos e olho em direção às montanhas Catarinas. Friburguense conhece bem esse ângulo. Noto que havia me esquecido de olhar para lá. Não poderia descrever a vista naquele momento. Não saberia fazê-lo. Que descuido o meu. Logo eu que venho tentando centrar no momento presente. Concentrar. Degustar cada oportunidade de apreciar a natureza. Isso, a natureza. O céu e tudo o que tem nele. Eu deveria tê-lo admirado.

Logo eu, não saberia quais as cores do céu! Daquele céu. Parei, olhei. O que tinha de diferente lá em cima? Até agora não sei. O céu estava cinza. Com cara de chuva. Se chovesse, eu seria pega desprevenida. Novamente: que descuido o meu. O dia clareou e a noite estava prestes a chegar e eu sequer percebi, nesse interregno de tempo do dia inteiro, se o Sol havia aparecido para desejar um lindo dia antes de ser encoberto pelas nuvens pesadas.

Talvez a chuva naquela hora fosse uma boa providência para lavar a alma. Mas nem isso eu podia. A pressa é demais. Rotina que segue. Dor de cabeça dando as caras. Como aos olhos dos atentos, nenhum sinal do propósito perseguido passa despercebido, pude aproveitar a noite extasiada com a presença da frondosa lua cheia. Foi ontem. Foi lindo. Salvou o meu dia.

Amanheceu. Que belo dia. Recomeçou o ciclo. A vida acontece agora. Nova oportunidade. Dessa vez o “bom dia” foi dado pela janela, para frente e para cima. Sem telas. Sem mensagens. Sem cores artificiais. Eram seis da manhã. O céu já dava os sinais. Dia lindo. A vibração é outra. Energia em alta. A xícara de café sobre a bancada da varanda e os olhos focados em tudo o que era verde. Assim começou. Em meio a todas as múltiplas e muitas tarefas, pude perceber o presente que veio do céu. E assim o acompanhei até que o final de tarde nos contemplasse com o céu rosa. Literalmente. Pareceu um presente. Foi um presente. Foi hoje. E está sendo. A lua lá fora espelha a perfeição desse universo infinito e misterioso que não deve deixar de ser notado e contemplado todos os dias.

Decidi saber descrever o céu de manhã – toda manhã, perceber as nuvens que passearam por lá ao meio dia, o entardecer avermelhado e deslumbrante e o exato formato com que a lua brilha. Para quem anda atento, todo sinal é uma oportunidade de melhora. A vida acontece nos detalhes.

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Dedo em riste

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Todo santo dia nos deparamos com mesas redondas - reais e metafóricas-, cujas cadeiras confortáveis são ocupadas por centenas de milhares de pessoas propensas a julgar os outros. Vemos de tudo. Os assuntos são os mais variados possíveis. Alguns, de extrema relevância social, e outros, com sua importância pessoal. Há aqueles deveras desimportantes, irrelevantes e que tomam um tempo invejável em seus debates. Sua inutilidade pode ser tamanha que passamos a questionar sua real (in) significância.

Todo santo dia nos deparamos com mesas redondas - reais e metafóricas-, cujas cadeiras confortáveis são ocupadas por centenas de milhares de pessoas propensas a julgar os outros. Vemos de tudo. Os assuntos são os mais variados possíveis. Alguns, de extrema relevância social, e outros, com sua importância pessoal. Há aqueles deveras desimportantes, irrelevantes e que tomam um tempo invejável em seus debates. Sua inutilidade pode ser tamanha que passamos a questionar sua real (in) significância. E ao buscar respostas, nos deparamos com outras questões, que passam por sobre como estamos optando em investir nosso tempo e nossa energia.

Cada passo dado em determinados momentos, pode receber uma enxurrada de críticas. Agrega-se ao rumo tomado os dedos apontados e as línguas afiadas. Muitas vezes, não conseguimos vislumbrar trincheiras que limitem o campo de visão dos olhares vorazes das críticas nem sempre construtivas. E então, se a corda estiver bamba e o alvo desequilibrado, o tombo é quase certo.

Ao escolher o lado dessa invisível linha tênue que separa aqueles que agem daqueles que criticam, há que se ter firmeza e clareza mental. Se o desejo é fazer, talvez mirar no futuro próspero, no presente em construção e na consciência tranquila de quem emprega a energia em subir degraus, seja em que aspecto da vida for, pode ser um caminho mais confortável. Evoluir costuma proporcionar uma satisfação única, embora quase nunca fácil.

Se a prioridade for assistir de camarote a esse movimento contínuo do mundo e das pessoas com os dedos em riste para o julgamento, há que se ter também a consciência limpa, de que se as avaliações forem verdadeiras e para o bem, podem ter uma missão elementar nesse processo, mas que críticas maldosas e inconsequentes podem fomentar coisas que realmente não são legais.

Sejamos responsáveis até por essas escolhas. Nossos companheiros de existência não são inimigos desguarnecidos estanques e prontos para receberem ataques e pancadas. Parece banal, mas precisamos lembrar que as pessoas têm sentimentos. Cuidar das nossas palavras. Apurar, com naturalidade, nossas opiniões. E dizer o que merece ser dito de forma respeitosa. Ser sincero não sobrepõe à necessidade de convivermos com respeito. Expor uma opinião não significa que ela deve ser lançada feito uma bomba sobre os ombros do outro. Essa metralhadora giratória da crítica destrutiva pode ser muito nociva. Falta delicadeza, bom senso e empatia. E não é "mimimi". É respeito, que é bom e todo mundo gosta.

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Vida como ela é

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Muitos de nós têm dificuldades em assimilar a efemeridade da vida, a velocidade com que o tempo passa. Quando muito jovens, achávamos que seríamos, inclusive, eternos. A juventude tem esse frescor, nos ilude ao imaginarmos uma vida muito longa pela frente e sequer vislumbramos que o fim pode chegar. Vai chegar, aliás, um dia. Parece coisa que acontece com os outros, tão distante que não pode nos alcançar.

Muitos de nós têm dificuldades em assimilar a efemeridade da vida, a velocidade com que o tempo passa. Quando muito jovens, achávamos que seríamos, inclusive, eternos. A juventude tem esse frescor, nos ilude ao imaginarmos uma vida muito longa pela frente e sequer vislumbramos que o fim pode chegar. Vai chegar, aliás, um dia. Parece coisa que acontece com os outros, tão distante que não pode nos alcançar.

Mas a vida é isso aí, Vida. Ela sendo ela. Cheia de riscos. Poderosa, intensa, surpreendente. E ela tem essa força para mudar tudo da noite para o dia, relativizar convicções, romper com devaneios, desnudar a realidade, impor desafios, apresentar obstáculos algumas vezes intransponíveis. E aí é que começa a complicar. Há surpresas na vida que são implacáveis, arrebatadoras, nos tira o chão, nos coloca no cantinho do castigo olhando para as paredes de forma severa, sem hora para acabar. Não vai adiantar reclamar com os pais, os diretores não vão poder fazer nada.

E o tempo que parece voar, realmente passa rápido demais. Creio que um dia todos chegaremos a essa conclusão. E não dá para parar o relógio, colocar pilha fraca, sumir com o marcador. Ele não vai parar de passar e esse minuto em que penso essas palavras, também jamais voltará. Já dizia meu saudoso avô: “o relógio só anda para a frente.” E é isso mesmo. Temos que aproveitar.

Chega uma hora, em que precisamos entender que existir significa também tomar as rédeas dessa existência, assumir de alguma maneira as responsabilidades, consentir, abraçar as possibilidades, desfrutar dos segundos, valorizar todos os instantes. Precisamos também estar cientes de que acatar a postura ativa diante da vida, significa também não esperar a “papinha na boca”, a mão na testa, alguém como escudo e as respostas prontas para tudo. É aprender sobre amor próprio. A entender-se no mundo, reconhecer seu valor e polir seus defeitos.

Independente de crenças religiosas, das aspirações que temos sobre o lado de lá, na crença que podemos nutrir sobre a vida depois do “fim”, fato é que essa roupagem assumida por essa vida é única e preciosa e não deve ser desperdiçada. Creio realmente que não estamos aqui a passeio. Temos missões urgentes a cumprir. Precisamos ser úteis ao bem da humanidade. Carecemos de sabedoria para escolhermos as pessoas com quem desejamos caminhar. Um dia, de uma maneira ou de outra, receberemos todos a conta da vida. Que tenhamos feito boas escolhas.

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Proposta

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Eu tenho uma proposta a fazer. Não serei a primeira e muito menos a última pessoa a fazê-la. É tecnicamente simples, porém de aplicação rara. O treinamento é o seguinte: ponha-se no lugar do outro. Esse é o primeiro passo. Em sequência, reflita: eu gostaria que fizessem comigo o que eu faço com ele?

Eu tenho uma proposta a fazer. Não serei a primeira e muito menos a última pessoa a fazê-la. É tecnicamente simples, porém de aplicação rara. O treinamento é o seguinte: ponha-se no lugar do outro. Esse é o primeiro passo. Em sequência, reflita: eu gostaria que fizessem comigo o que eu faço com ele?

Parece bobo. E é. Mas não é. Uma antítese caprichada. Deveria ser algo corriqueiro, simplório. No entanto, quase não vemos mais esse tipo de pensamento por aí. Basta observarmos quantas pessoas são vítimas de bullying diariamente no país. É algo inconcebível. Nossa sociedade carece tanto de empatia que convivemos com pessoas que são capazes de empregar um real esforço e alguma energia em prejudicar a vida alheia, em achincalhar um terceiro, agredir de forma intencional, repetitiva, discriminar, ferir, prejudicar alguém nesse nível e sem razão alguma. É realmente difícil entender que o “bicho homem” continue sendo capaz disso até hoje.

Tudo é tão claro, somos suficientemente munidos de informações e bom senso para termos o discernimento de que a prática do bullying pode gerar consequências inimagináveis, pode macular as profundezas da alma de alguém, marcar negativamente sua existência, provocar dor à família, quando não resulta em conflito ou tragédia. Sabemos de tudo isso. Sobra noção dessa realidade. Creio que as pessoas estão plenamente cientes do mal que fazem às outras. Acho que o que falta é amor.

Alguém que faz bullying com o outro certamente é alguém que não quero que componha o rol seleto do meu coração. Não quero ter como amigo. Dispenso sair para um café. Prefiro optar partilhar essa vida única com aqueles que optam por emanar compaixão, que disparam coisas boas por aí, que se unem às minorias, que defendem essas vítimas cotidianas da irresponsabilidade alheia. Gente que “joga” com o amor. Que não desperdiça oportunidade de fazer pessoas felizes. Que estende as mãos. Que acolhe com um abraço. Que se esforça dia após dia para ser alguém melhor, que saiba ouvir mais, que procure ser mais paciente. Que partilhe coisas boas ao invés de juntá-las e acumulá-las em um mundo fechado e restrito. Gente que batalhe contra o próprio egoísmo. Gente que prefira dizer coisas boas. Ser do bem. Que não maltrata, não isola, não se omite, não ofende. Que realmente não carrega no coração a intenção de fazer mal a alguém.

Não é sobre bullying. É sobre amor no coração, amor pelo próximo, amor e compaixão, amor e empatia, amor e respeito. Que eu seja sempre a mão estendida para aqueles que sofrem e jamais a que lança maldades ao vento. Que eu consiga ser essa gente do bem que espero ter ao meu lado por toda vida.

Eu tenho uma proposta a fazer. Não serei a primeira e muito menos a última pessoa a fazê-la. É tecnicamente simples, porém de aplicação rara. O treinamento é o seguinte: ponha-se no lugar do outro. Esse é o primeiro passo. Em sequência, reflita: eu gostaria que fizessem comigo o que eu faço com ele?

Parece bobo. E é. Mas não é. Uma antítese caprichada. Deveria ser algo corriqueiro, simplório. No entanto, quase não vemos mais esse tipo de pensamento por aí. Basta observarmos quantas pessoas são vítimas de bullying diariamente no país. É algo inconcebível. Nossa sociedade carece tanto de empatia que convivemos com pessoas que são capazes de empregar um real esforço e alguma energia em prejudicar a vida alheia, em achincalhar um terceiro, agredir de forma intencional, repetitiva, discriminar, ferir, prejudicar alguém nesse nível e sem razão alguma. É realmente difícil entender que o “bicho homem” continue sendo capaz disso até hoje.

Tudo é tão claro, somos suficientemente munidos de informações e bom senso para termos o discernimento de que a prática do bullying pode gerar consequências inimagináveis, pode macular as profundezas da alma de alguém, marcar negativamente sua existência, provocar dor à família, quando não resulta em conflito ou tragédia. Sabemos de tudo isso. Sobra noção dessa realidade. Creio que as pessoas estão plenamente cientes do mal que fazem às outras. Acho que o que falta é amor.

Alguém que faz bullying com o outro certamente é alguém que não quero que componha o rol seleto do meu coração. Não quero ter como amigo. Dispenso sair para um café. Prefiro optar partilhar essa vida única com aqueles que optam por emanar compaixão, que disparam coisas boas por aí, que se unem às minorias, que defendem essas vítimas cotidianas da irresponsabilidade alheia. Gente que “joga” com o amor. Que não desperdiça oportunidade de fazer pessoas felizes. Que estende as mãos. Que acolhe com um abraço. Que se esforça dia após dia para ser alguém melhor, que saiba ouvir mais, que procure ser mais paciente. Que partilhe coisas boas ao invés de juntá-las e acumulá-las em um mundo fechado e restrito. Gente que batalhe contra o próprio egoísmo. Gente que prefira dizer coisas boas. Ser do bem. Que não maltrata, não isola, não se omite, não ofende. Que realmente não carrega no coração a intenção de fazer mal a alguém.

Não é sobre bullying. É sobre amor no coração, amor pelo próximo, amor e compaixão, amor e empatia, amor e respeito. Que eu seja sempre a mão estendida para aqueles que sofrem e jamais a que lança maldades ao vento. Que eu consiga ser essa gente do bem que espero ter ao meu lado por toda vida.

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Contagem regressiva

quinta-feira, 04 de maio de 2023

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas… percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. (...)”

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas… percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. (...)”

Assim começa o texto “O tempo e as jabuticabas”, de Rubem Alves, que tanto admiro e que deixo aqui como sugestão de leitura. É impressionante como os textos dele falam por mim. Não que eu imagine que já vivi metade da vida, porque minha mente tem por subterfúgio imaginar a vida eterna e se esquivar de pensar na efemeridade da existência. Contudo, também já não tolero gabolices e sinto que em meu tempo já não cabem desperdícios vaidosos e vãos.

Evito me colocar em uma contagem regressiva, mas a verdade é que o tempo não volta e o relógio só anda para frente. O que fazer diante dessa realidade senão aproveitar todo tempo do mundo que nos resta? Uma fórmula infalível ao priorizarmos o que fazer diante da infindável lista de tarefas é pensar se nossa próxima ação vai ser positivamente útil para alguém ou para a humanidade ou se ela traz felicidade. Usar esse critério pode auxiliar em algum direcionamento, embora não resolva nossas questões desde as mais simples às mais profundas.

O tempo está passando e queremos tudo da vida. Desejamos a boa sorte, o sucesso em todos os aspectos, o amor profundo, a Prosperidade, assim mesmo, com p maiúsculo, a saúde plena, a realização profissional, o casamento feliz, a família perfeita, a viagem ao redor do mundo, a fonte da juventude. Conforme a vida vai passando vamos constatando que não dá tempo de ser tudo o que sonhamos (muito não por nossa escolha), que os dias terminam sem que executemos todos os nossos afazeres, que a lista de pendências é uma espiral crescente infinita. Alguns de nós, sabiamente, se dão conta de que querendo ou não, escolhas sobre prioridades são feitas todos os dias, só que elas podem ser conscientes.

E assim, é possível bancar a opção de saber dizer “não” para muitas situações e “sim” para outras tantas, de sustentar um modo de vida em que o tempo seja prioridade e que tê-lo livre ou destinado para o que nos seja crucial é um luxo merecido que todos podemos ter. Viver a vida é fundamental, viver mesmo, não apenas existir. Na minha concepção, há uma correlação entre o viver de verdade e o ser de verdade, na essência de tudo.

E “o tempo e as jabuticabas” conclui por mim:  “(...) Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: ‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa… Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do que é justo. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer a pena.”

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Quanto mais, melhor

quinta-feira, 27 de abril de 2023

A literatura, sem dúvida alguma é além de expressão artística e cultural e ferramenta de instrução educacional de valor inquestionável, um dos caminhos de evolução social cujos impactos podem ser profundos e transformadores.

Fomentar as atividades literárias, o incentivo à leitura e à escrita, o contato com esse vasto universo cultural são um empenho necessário cujas consequências comumente são positivas.

A literatura, sem dúvida alguma é além de expressão artística e cultural e ferramenta de instrução educacional de valor inquestionável, um dos caminhos de evolução social cujos impactos podem ser profundos e transformadores.

Fomentar as atividades literárias, o incentivo à leitura e à escrita, o contato com esse vasto universo cultural são um empenho necessário cujas consequências comumente são positivas.

Quem dera o mundo fosse povoado pelos amantes da escrita, por apreciadores da língua pátria, por leitores vorazes e por escolhas políticas que sempre priorizassem o acesso ao conhecimento, o compartilhamento de ideias, a aproximação a um espaço mais lúdico e criativo, a vivências mais poéticas e a liberdade de expressar sentimentos e ideias. 

Quem dera as bibliotecas atraíssem tanto interesse como outros ambientes sociais. Quem dera as livrarias fossem destino certo dos nossos investimentos. Quem dera os festivais literários fossem tão demandados quanto outros tipos festivais. Quem dera a educação e a cultura - que sim, caminham lado a lado - fossem prestigiados em todas as classes sociais, em todas as idades. Quem dera o hábito de escrever fosse valorizado desde a alfabetização. Quem dera a prática da leitura fosse presente em todos os lares. Quem dera....

Certamente viveríamos em uma sociedade mais justa, com uma educação mais sólida, com pessoas mais conscientes e provavelmente mais felizes. 

Um pensamento do ilustre escritor Jorge Amado faz todo sentido: “a solução dos problemas humanos terá que contar com a literatura, a música, a pintura, enfim, com as artes. O homem necessita de pão e de liberdade. As artes existirão enquanto o homem existir sobre a face da terra. A literatura será sempre uma arma do homem em sua caminhada pela terra, em sua busca de felicidade."

Por crer em tudo isso e felizmente vivificar o amor pela literatura, aplaudo de pé todas as iniciativas de incentivo a essa valorosa arte. É o tipo de coisa que incorpora o velho dizer popular: "Quanto mais, melhor" !

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Mente cheia

sexta-feira, 21 de abril de 2023

“De tanto pensar tudo, não consigo pensar em nada”. “Penso tanto que não tenho tempo para pensar”. “Minha mente está cheia, porém está um tanto vazia”. “Tudo sei, mas não sei de nada”. São sensações do momento. Não minhas (não apenas). De muita gente. As coisas estão profundamente rasas. Inteiramente partidas. Constantemente voláteis. Densamente esparsas. Apertadas de tão largas. Entupidas de nada. Estamos vivendo tempos contraditórios. A começar pela mente.

“De tanto pensar tudo, não consigo pensar em nada”. “Penso tanto que não tenho tempo para pensar”. “Minha mente está cheia, porém está um tanto vazia”. “Tudo sei, mas não sei de nada”. São sensações do momento. Não minhas (não apenas). De muita gente. As coisas estão profundamente rasas. Inteiramente partidas. Constantemente voláteis. Densamente esparsas. Apertadas de tão largas. Entupidas de nada. Estamos vivendo tempos contraditórios. A começar pela mente.

Muito pensamento desencontrado, influenciado, maculado, desnorteado, desencadeado, acumulado, precipitado, acelerado. Muita informação na mente. Muita inutilidade disputando espaço e atenção com o que verdadeiramente importa. Um cabo de guerra que está difícil de ser equilibrado pelo lado da essência da vida. Do que é útil. Do que acrescenta. Do que ensina. Do que compartilha coisas boas. Do amor.

A prática da meditação tem sido fortemente aconselhada entre pessoas que se querem bem e recomendada por profissionais das mais diversas áreas. E por leigos que tudo sabem. E por praticantes que sabem muito do assunto. E por quem não pratica mas simpatiza. E por quem não simpatiza nem pratica, mas acha legal. Que acha legal e não consegue praticar. Pelo que vive de aparência e finge que acha legal e que pratica. Pelo que tenta e não consegue. Pelo que gosta e pelo que não gosta. Por quem tem recomendação médica. Ou terapêutica. Ou religiosa. Ou nada disso, ou tudo isso.

Por que? As pessoas estão sem tempo de pensar em nada. De viver o tempo presente. De conseguir alguns instantes da vida, ou do dia, para centrarem-se em si mesmas. Para lembrarem-se que respiram. Entra ar. Sai ar. Quase ninguém nota. Até que chegue a próxima virose, a gripe, a bronquite, a asma, a falta de ar. É verdade, precisamos respirar. E respirar direito. Dar valor ao ar precioso que circula por nossos pulmões. Ar da vida.

E quem se lembra que tem olhos até que a vista embace de tanto fixar o olhar nas telas dos computadores e dos smartphones? Olhos que são o portal do corpo que habitamos para o mundo externo. Eles mesmos. Os que podem contemplar. Apreciar. Admirar. Ver a natureza. Ver as pessoas. Ver o tempo. Ver o belo. Ver a vida. Esses mesmos, que precisamos cuida com zelo e que deixamos embaçar com o excesso de tudo para o que não paramos de olhar. Sem piscar.

Boca e voz para falar coisas boas. Quem se lembra que tem voz que não seja apenas para protestar e discutir política? E brigar? E gritar no trânsito? E esbravejar com o filho, com o colega de trabalho, com o marido, com um estranho na rua? E bater boca sem chegar a lugar nenhum? Que não se restrinja a falar da vida alheia, reclamar, reclamar, reclamar.

Tanta gente perecendo sem se dar conta. Padecendo sem perceber. A vida nos foi dada, o momento presente é o maior presente, um corpo humano para nossa alma habitar está aqui e agora, clamando pela devida atenção aos seus verdadeiros propósitos de existir. Estamos empregando nossa energia vital naquilo que é substancial?

Parece estar tudo tão complexo. Tão desconexo. O estado natural das coisas talvez seja mais simples. Basta avaliarmos nossa existência pelo nosso próprio olhar, mas como se fôssemos uma terceira pessoa, que nos ama e é imparcial, avaliando o que temos feito de nossas vidas, do que temos recheado nossos pensamentos, do valor que damos ao ar que respiramos, de como utilizamos as palavras para impactar em alguma coisa útil no mundo, do que estamos fazendo com nosso tempo, de como estamos cuidando, sobretudo, dos nossos sentimentos.

Não fomos criados em uma realidade paralela. Não estamos no Planeta Terra sozinhos. Somos bilhões de seres vivos consumindo, interagindo, construindo, destruindo, plantando, colhendo, pensando, amando, odiando, movimentando energia. Saber viver de forma civilizada, no século 21, me parece uma realidade que já devia estar superada. Já era para termos aprendido a viver (e conviver) com respeito, civilidade, compaixão, cooperação e empatia. Mas não sabemos de nada, apesar de acharmos que sabemos de tudo. Vai ver está tudo na mais perfeita ordem. Ou não.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Hora H

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Há momentos na vida em que temos a sensação que a órbita dos planetas desalinha. Dormimos de um jeito e acordamos em outra realidade, como se fôssemos abduzidos para uma realidade paralela com mais desafios do que podemos supor. Acontece. Nessas horas, é impressionante como faz diferença a rede de apoio que de alguma maneira se forma na “hora H”.

Há momentos na vida em que temos a sensação que a órbita dos planetas desalinha. Dormimos de um jeito e acordamos em outra realidade, como se fôssemos abduzidos para uma realidade paralela com mais desafios do que podemos supor. Acontece. Nessas horas, é impressionante como faz diferença a rede de apoio que de alguma maneira se forma na “hora H”.

A vida muitas vezes nos permite a conexão com sentimentos bons de compaixão, solidariedade, gratidão e afeto. Nos conecta também com gente nobre, com pessoas de coração bom, alma generosa e missão de servir ao próximo. Está aí o lado bom que tudo tem.

Vibrar no amor é uma forma deveras sábia de enfrentar os leões quando “o bicho pega”. Todos passam por isso, em maior ou menor grau. Viver traz consigo essa emoção de não sabermos o que será e como será o próximo segundo, mas crermos que será bom, quando não um segundo comum como todos os outros milhares.

Realmente o momento presente é o que temos de mais certo e o futuro a Deus pertence. Comungo dessa teoria. Contudo, se há algo que me fascina realmente é uma outra certeza reconfortante: o amor de quem está junto de nós quando as coisas estão difíceis. Está aí o tesouro. O abraço que diz “estamos juntos para o que der e vier” é um elixir da vida. A compreensão e o apoio daqueles que nos cercam são o alento da alma. O bem querer e as ações de ajuda são a esperança de um mundo melhor para além da crença de dias melhores.

Na hora H sentimo-nos mais amados, mais acolhidos, mais compreendidos, se tivermos conosco os amores sinceros, as pessoas queridas e a energia escolhida. Descobrimos, mais nessa hora do que em outras, que no mundo há gente que ajuda por ajudar, que dá as mãos por dar, que fica perto por ficar, que abre as portas por abrir, que cuida por cuidar. Por amor, para o amor.

Quando estamos vulneráveis, muitas vezes há tão pouco para oferecermos, e ainda assim, na hora H, chega mais gente para ficar. E de tanto colhermos esse amor, se couber nessa loucura mais uma reflexão, será a de que essa gente toda de bom coração que se empenha em melhoras as coisas, pode representar justamente uma mensagem subliminar da vida, do universo, do mundo transcendental de que atrair bons corações é uma forma de colher aquilo que plantamos antes. A vida inteira.

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